Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid, Nos últimos meses tenho focado minhas colunas para o seguimento de tecnologia. Vou continuar fazendo isso, mas ao invés de falar sobre componentes eletrônicos vou ser mais “pé no chão”... na verdade, rodas! Os pneus têm uma longa história, não tão longa quanto a roda, mas definitivamente percorreram um longo caminho desde seus primeiros dias como meras bandas de metal montadas em torno de rodas de madeira. No entanto, nada se compara aos recentes desenvolvimentos em inovações de pneus, particularmente aqueles apresentados como futuros modelos conceituais por alguns dos maiores players do setor. Vamos então falar um pouco sobre os avanços de pneus recentes mais impressionantes e protótipos futuros que farão a primeira patente de pneu, que foi concedida no ano de 1847, parecer um evento menor. Quem já não teve um pneu furado? Então imagine um pneu que não precisa de ar. Sim, ele existe. Três anos atrás A Michelin e a General Motors apresentaram uma nova geração de tecnologia de rodas sem ar para veículos de passageiros – o protótipo MICHELIN Uptis (ou “Unique Punctureproof Tire System”) – no Movin’On Summit para mobilidade sustentável, com a ideia de ter o produto no mercado em 2024. A Michelin e a GM estão testando o Uptis Prototype, começando com veículos como o Chevrolet Bolt EV. Em parceria, as empresas já iniciaram os testes no mundo real da Uptis em uma frota de testes de veículos Bolt EV em Michigan. Como o Uptis não tem ar, o conjunto de rodas inovador elimina o risco da situação indesejável – e as vezes perigosa – de ter pneus furados e/ou estouros. Vantagens: • Os condutores de veículos de passageiros sentem-se mais seguros na estrada. • Os operadores de frotas de veículos de passageiros minimizam o tempo de inatividade e melhoram a eficiência resultante de pneus furados e níveis de manutenção próximos de zero. • A sociedade em geral se beneficia de extraordinárias economias ambientais por meio da redução do uso de matérias-primas para substituição de pneus ou produção de pneus sobressalentes. O Uptis Prototype foi reprojetado para os veículos de passageiros atuais e também é adequado para formas emergentes de mobilidade. Os veículos e frotas de amanhã – sejam autônomos, totalmente elétricos, serviços compartilhados ou outras aplicações – exigirão manutenção quase zero do pneu para maximizar suas capacidades operacionais. Quem foi pelo mesmo seguimento foi a sul coreana Hankook, que igualmente revalado há três anos, apresentou o um revolucionário conceito para a indústria com seu pneu que não tinha preenchimento em espaço capsulado de ar (ou outro gás) sob pressão. As equipes de pesquisa e desenvolvimento da Hakook fizeram um trabalho significativo para garantir que seu protótipo não pneumático pudesse ter um desempenho tão bom, se não melhor, do que os pneus convencionais. A empresa submeteu o iFlex a uma série de testes rigorosos projetados para levar os pneus ao limite em cinco categorias: durabilidade, dureza, estabilidade, slalom (ziguezague) e velocidade. No teste inicial de velocidade, o carro elétrico equipado com pneus iFlex atingiu 130 km/h. Atualmente, com o desenvolvimento, esta velocidade já supera, de forma segura, os 200 km/h e nos testes de torção e estabilidade, o protótipo vem se mostrando tão eficiente quanto um pneu convencional. Mas a Michelin não parou apenas no conceito do Uptis Prototype. Em um outro seguimento de pesquisa a fabricante francesa vem desenvolvendo o “Vision”. Este pneu elaborado, apelidado de 'tweel', não seria apenas impresso a partir de materiais de origem biológica em um design que imita as estruturas celulares naturais do coral, garantindo que nunca exploda, mas também seria inteligente, permitindo a comunicação com seu usuário e recarregável. Em uma outra vertente, mas com foco em desempenho e segurança, a alemã Continental vem investindo em um pneu que se adapta de forma autônoma às condições climáticas. Este modelo pode não seguir a mesma linha “revolucionária” de seus concorrentes de alguns dos outros concorrentes neste mercado, mas aborda uma questão muito importante: afinal, que tarefa mais importante tem um pneu do que lidar com as condições da estrada em todos os eventos climáticos? Trabalhando neste sentido, a Continental lançou planos para o seu modelo ContiAdapt no ano passado, com microcompressores de roda capazes de ajustar a pressão dos pneus a uma variedade de condições da estrada. Os sensores trabalham com quatro combinações diferentes permitem uma adaptação perfeita a condições úmidas, irregulares, escorregadias e normais. Se a Continental ainda vai preencher seus pneus com ar, a norte americana Goodyear está trabalhando com um outro tipo de “preenchimento”... e algo nada convencional. O conceito por trás dos novos pneus, chamado Oxygene, é único – envolve a incorporação de musgo vivo nas paredes laterais dos pneus. Os pneus cheios de musgo não apenas absorvem a umidade das estradas enquanto estão em movimento, mas também podem extrair dióxido de carbono do ar para alimentar a fotossíntese do musgo. Um subproduto da fotossíntese? Oxigênio limpo. Em uma cidade aproximadamente do tamanho de Paris, a Goodyear estima que esses pneus poderiam produzir 3.000 toneladas de oxigênio e absorver mais de 4.000 toneladas de dióxido de carbono por ano. Com o plano de se concentrar mais em como seus pneus lidariam com o desperdício de material, emissões e perda de energia. O resultado final é um pneu com várias características interessantes que, se implementadas em maior escala, podem reduzir significativamente as emissões de dióxido de carbono. Os pneus Oxygene podem fazer mais do que apenas limpar o ar, no entanto. Eles também são autossuficientes – a energia gerada durante a fotossíntese do musgo pode alimentar a eletrônica dos pneus. Isso inclui sensores, uma unidade de inteligência artificial e uma faixa de luz que muda de cor para notificar outros motoristas que o carro está freando ou mudando de faixa. Equipados com conectividade móvel de alta capacidade na velocidade da luz, ou LiFi, o que permite que eles participem de trocas de dados de veículo para veículo (V2V). Goodyear afirma que o V2V é crítico para os sistemas inteligentes de gerenciamento de mobilidade. Como os pneus Oxygene ainda são produtos conceituais, não há como saber se a Goodyear pretende produzi-los em massa ou mesmo fazer uma execução limitada. No entanto, se a Oxygene passar do conceito de design para o pneu real, isso pode ajudar bastante a reduzir a poluição do ar em todo o mundo – um problema que se torna cada vez mais sério a cada ano que passa. Muito axé pra todo mundo, Maria da Graça |