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Uma Tacada de Mestre da Equipe Red Bull PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 28 March 2022 21:28

O Grande Prêmio da Arábia Saudita foi uma das corridas mais interessantes da história recente da Fórmula 1, tanto nos aspectos positivos quanto nos negativos.

 

A pista de Jeddah tem características particulares que não se encontram em nenhuma outra no mundo. Com 6,174 quilômetros de extensão tem 27 curvas, insuficientes áreas de escape e margeada por muros e guard-rails em todo o percurso e algumas zebras foram construídas mais altas do que deveriam. Como as curvas são em sua maioria de alta velocidade a média horária do pole position Sergio Perez (Red Bull) foi de 252 km/h. É a segunda pista mais veloz do calendário, perdendo apenas para Monza, que registrou 262,143 km/h em 2021 com o melhor tempo de Valtteri Bottas (Mercedes).

 

Jeddah é a pista onde se atinge a maior velocidade com muros tão próximos, onde os pilotos passam em aceleração plena mais de 70% do tempo. Além disso, a pista tem vários pontos cegos. Resultado: durante a qualificação Mick Schumacher errou e passou pelo centro de uma zebra com as rodas do lado direito. O assoalho se apoiou na zebra alta e o carro foi atirado contra o muro do lado esquerdo, depois para o muro da direita, sem que o piloto pudesse reagir. O acidente foi bastante sério e Mick foi salvo pelo aparato de segurança exclusivamente do carro. Levado de ambulância ao centro médico e, por precaução, de helicóptero a um hospital, nenhuma lesão foi constatada no alemão. Mesmo assim foi proibido de largar no domingo.

 

Reforço minha opinião quanto à exclusão definitiva do circuito de Jeddah do calendário das corridas de automóvel. É uma pista com grande potencial para ser palco de uma tragédia. Se a FIA respeitar o padrão de segurança estabelecido por ela mesmo isso acontecerá.

 

Na qualificação a pole position de Sergio Perez (Red Bull) surpreendeu a todos, já que foi o primeiro melhor tempo da carreira do mexicano. Virou em 1m28s200, contra 1m28s225 de Charles Leclerc (Ferrari), 1m28s402 de Carlos Sainz (Ferrari) e 1m28s461 de Max Verstappen (Red Bull). Ferrari e Red Bull dominaram o grid, que apresentou uma diferença de 2,2 segundos entre 17 carros. Impressiona o nível de evolução alcançado pelas equipes em tão curto espaço de tempo, com o novo regulamento. Na Mercedes enquanto George Russell virava em 1m29s104, o 6º tempo, Lewis Hamilton marcou 1m30s343, o 16º tempo. Nitidamente com problemas no carro, o britânico não passou do Q1.

 

Na largada Perez pulou na frente, seguido por Leclerc, Verstappen e Sainz. As primeiras posições seguiram assim por cerca de metade da corrida. Enquanto isso grandes brigas aconteciam o tempo todo pelas demais posições, notadamente a disputa entre os Alpine de Alonso e Ocon. Nicolas Latifi rodou e bateu, certamente por um defeito no carro. As equipes aproveitaram a bandeira amarela para trocar pneus e algumas posições se inverteram, ficando nessa ordem os primeiros: Leclerc,  Verstappen, Sainz e Perez. O mexicano perdeu mais tempo em uma das trocas de pneus. Quanto mais se aproximava o final da corrida mais o carro de Verstappen melhorava. Começou a pressionar o monegasco, trocaram posições algumas vezes, até que o holandês conseguiu se impor e venceu a corrida.

 

Pode ter causado estranheza a “inversão” de Perez e Verstappen na formação do grid, já que o holandês não pareceu insatisfeito com o 4º lugar no grid após a qualificação. Só existe uma explicação para essa situação: a Red Bull preparou os dois carros de forma diferente, sendo o de Perez acertado para andar melhor com tanque cheio e o de Verstappen, no melhor estilo Niki Lauda, para andar melhor com pouco combustível. Uma estratégia genial.

 

O próximo encontro da Fórmula 1 está marcado para 10 de abril, na Austrália.

 

Luiz Carlos Lima

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.