Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge! Nesse final de semana tivemos a abertura das temporadas europeias da FIA Fórmula 2 e FIA Fórmula 3. Tivemos também a abertura da Fórmula Regional Europeia, além do campeonato alemão da FIA Fórmula 4. Com nove corridas a serem disputadas no final de semana, apertem os cintos porque lá vem textão porque além das corridas na Europa, tivemos treinos da PRO2000 nos Estados Unidos. Kiko Porto acelerou no Texas na semana passada. Os pilotos terão seis corridas nos próximos finais de semana, sendo duas em Barber, uma rodada tripla no misto de Indianápolis e a prova no oval do Lucas Oil Raceway. FIA Fórmula 3 Depois de abrirem o campeonato no Bahrain e de várias sessões de testes em pistas europeias, chegava a hora de retomar o campeonato com a etapa de Ímola e os pilotos encararam a primeira uma condição de pista molhada... e bem molhada! O treino livre nem era possível ver trilho ser aberto no asfalto. As diferenças de tempo foram muito grandes e Caio Collet, nosso único piloto na categoria este ano, ficou apenas com a P20 após ter marcado apenas uma volta rápida, pouco antes de Ido Cohen atolar numa caixa de brita e termos a bandeira vermelha. O treino chegou a ser retomado, mas David Schumacher foi pra brita em seguida e o treino parou novamente. Os pilotos foram liberados para a pista, mas as condições só pioravam, assim como os tempos de volta. O terceiro piloto a parar o treino foi justamente Caio Collet, que chamou a terceira bandeira vermelha do treino... mas ele não foi sozinho: Kush Maini também ficou na brita em outro ponto na curva. O treino acabou ali. Devido a mudança de horário do treino livre da Fórmula 2, todo o cronograma foi atrasado e o treino classificatório da Fórmula 3, programado para às 15:00, foi atrasado em uma hora, acontecendo no horário da classificação da Fórmula 2, que foi transferido para depois do treino da Fórmula 1. A pista estava molhada, com algumas poças e com uma pausa na chuva, todos foram rapidamente para a pista buscar uma volta rápida. A primeira volta rápida de Caio Collet fez uma boa volta, mas pista estava melhorando e os tempos caindo. Com 20 minutos de treino e pista secando, o piloto brasileiro vinha se mantendo entre os primeiros. Na metade do treino os pilotos voltaram aos boxes para aquela conversa com os engenheiros, fazer algum ajuste e faltando 11 minutos para o final do tempo de treino, os pilotos começaram a voltar para a pista. Caio Collet retardou a saída e isso não foi nada bom. Um toque entre Enzo Trulli e Arthur Leclerc colocou o monegasco na brita e veio uma bandeira vermelha faltando 5m39s para o fim do treino, quando liberaram a pista os pilotos foram para o tudo ou nada. A cronometragem ficou louca no final do treino. A transmissão da Bandeirantes tinha gente nos comentários que não faziam ideia do regulamento da categoria. Caio Collet fez o 9° tempo, o que daria para ele a P4 na corrida spint do sábado. A F3 inverte 12 carros e não 10. O sábado estava bem diferente do que vimos na sexta-feira. Sol, pista seca e os pilotos da FIA Fórmula 3 vieram para pista. Algumas punições pós-treino alteraram o grid, mas Caio Collet não teve nenhum benefício com elas e largava na segunda fila. A condição de pista seca era “nova” para os pilotos que não tiveram chance de ver e analisar o comportamento dos pneus com a pista seca e quase nenhuma borracha. Apagadas as luzes vermelhas para as 20 voltas programadas, Caio Collet largou espetacularmente e pulou para a P2, colando no pole, Franco Colapinto. Na abertura da volta 4 o brasileiro atacou e tomou a liderança na primeira volta com direito de abertura da asa móvel. Na volta seguinte foi a vez do nosso piloto ser atacado, mas ele conseguiu se defender bem. Os 5 primeiros formaram um pelotão próximo, mas Caio Collet vinha conseguindo evitar os ataques de Franco Colapinto. A disputa do 2° ao 5°, com todos abrindo asa na reta dos boxes vinha segurando a condição de defesa para o piloto brasileiro, que mesmo com os adversários conseguindo abrir asa, estava sendo interessante para Caio Collet, uma vez que os adversários precisavam fazer linhas defensivas. Na volta 9, a batida de Marti e O’Sullivan na mesma curva acionou, inicialmente o safety car virtual, mas em seguida, o Aston Martin entrou na pista e agrupou o pelotão. A bandeira verde veio na abertura da 12ª volta e na relargada, Caio Collet largou muito bem e deixou a briga de Colapinto e Hadjar pela P2 deu uma folga extra para nosso piloto. Não demorou para termos outro incidente, dessa vez com uma batida entre Ushijima e Malvestiti na volta 13, chamando o safety car de volta à pista. Isso estava sendo bom para o piloto brasileiro, preservando-o na liderança e sem ataques dos adversários. A bandeira verde veio na abertura da volta 17, ou seja, 4 voltas para o final e os pilotos indo para o tudo ou nada. Caio Collet contou novamente com a briga atrás dele e conseguiu escapar de um ataque mais direto, mantendo a liderança. Arthur Leclerc acertou uma placa de isopor e chamou o safety car virtual para a pista ser limpa. O trabalho foi rápido e no meio da 18ª volta voltou a bandeira verde. Caio Collet abriu um pouco de frente, mas Colapinto e Hadjar se aproximaram na volta 19. Franco Colapinto, de asa aberta, na abertura da última volta tomou a liderança e Isack Hadjar forçou a passagem e bateu no piloto brasileiro, tirando-o da corrida. Lamentável e revoltante. Na ensolarada manhã do domingo os pilotos voltaram para a corrida longa, com 24 voltas. Nesta, com o grid formado pela classificação, da sexta-feira, e Caio Collet largando na P9 depois do final desastroso da corrida sprint, quando foi tirado da corrida por Isack Hadjar e precisando fazer uma corrida de recuperação. Apesar do sol forte, o asfalto estava molhado devido a chuva na madrugada. A grande maioria dos pilotos estava com pneus para pista seca. Carros alinhados e apagadas as luzes vermelhas, Caio Collet, que largou com pneus de chuva engoliu o pelotão e tomou a ponta em quatro curvas. Franco Colapinto e Alexander Smolyar também com pneus de chuva eram o P2 e o P3. Mas na terceira volta, Francesco Pizzi rodou e ficou na grama, provocando a entrada do safety car. Os 3 primeiros foram para os boxes (só que parada da F3 não é parada da F1), trocaram os pneus por slicks e Caio Collet voltou na P21. A corrida teve a bandeira verde na abertura da volta 5. Caio Collet logo ganhou uma posição mas a estratégia se mostrou errada. Na volta 7 Brad Benavides bateu depois de quebrar a asa dianteira e o safety car voltou para a pista. Caio Collet era o 17°. Como na Fórmula 3 não há obrigação de parada para troca de pneus, ter trocado a P9 da largada por algumas voltas de protagonismo foi um erro gigante de estratégia da MP Motorsport. A bandeira verde veio na abertura da volta 11 e Caio Collet e o líder da corrida, Zane Maloney, rodou quando deu pé para acelerar pra relargada. Caio Collet herdou uma posição e subiu para 16°. O safety car voltou pra pista. O serviço foi mais rápido e a corrida retomada no início da volta 14. Caio Collet passou David Schumacher e subiu para P15 na relargada. Duas curvas depois, passou Nazim Azman, mas não conseguiu passar por Victor Martins. Sem DRS autorizado, sem conseguir avançar e nas voltas finais, seus pneus estavam bem desgastados. Caio Collet terminou a corrida fora dos pontos na 13ª posição devido o toque entre Bearman e Saucy na briga pela P3 na última volta. A próxima corrida será em Barcelona, em quatro semanas. FIA Fórmula 2 Os pilotos deixaram o clima desértico do oriente médio e chegaram em Ímola, para a temporada europeia sendo recebidos com raios, trovões e muita chuva. A pista estava tão molhada que foi preciso adiar a programação do treino livre na manhã da sexta-feira... e, inicialmente, sem horário marcado. O treino livre ficou para depois do treino livre da Fórmula 1 e as coisas continuaram difíceis. Apesar de usarem pneus para chuva intensa e da pista não aparentar (nas imagens) estar tão molhada quanto no treino da Fórmula 1, ainda tivemos carros rodando, carros na brita e com apenas 30 minutos de treino, mais da metade deste tempo o treino estava em bandeira vermelha. Foram 3 no total e alguns pilotos não chegaram a dar uma volta rápida, entre eles Enzo Fittipaldi. A P6 de Felipe Drugovich não quer dizer muita coisa nessa condição. O treino classificatório para a Fórmula 2 aconteceu apenas após o treino da classificação para a corrida sprint da Fórmula 1, que terminou com chuva e teve quatro bandeiras vermelhas. Com pista molhada os pilotos não tiveram chance de usar pneus de pista seca e sem perspectivas do asfalto secar nos 30 minutos programados. Todos saíram logo para o treino, que em sua primeira metade foi interrompido por uma bandeira vermelha. Os brasileiros estavam bem. Felipe Drugovich virava tempos entre os 5 primeiros enquanto Enzo Fittipaldi ficava entre a P11 e a P15, um pouco melhor que nas corridas anteriores no oriente médio, com calor e tempo seco. Faltando 12 minutos Enzo fez uma volta espetacular, conseguindo – temporariamente – a P4. O carro, entretanto, recebeu uma bandeira preta com circulo laranja por suas luzes de chuva não estarem acendendo. Ele teve que voltar para os boxes para tentar resolver o problema. Nos 10 minutos finais, todos – ou quase todos – foram melhorando seus tempos de volta. A pista ia formando um trilho mais emborrachado estranha e lamentavelmente, Felipe Drugovich e Enzo Fittipaldi não conseguiram fazer voltas melhores nos minutos finais, ainda atrapalhados por algumas bandeiras amarelas. O pior foi que os dois brasileiros ficaram fora dos 10 primeiros, com Drugovich na P12 e Fittipaldi na P15, posição de largada nas duas corridas, sábado e domingo. Após o treino os comissários impuseram uma lista de punições e entre eles Enzo Fittipaldi perdeu 3 posições. Após a corrida sprint da Fórmula 1 os pilotos da Fórmula 2 foram para a pista para fazerem a sua corrida spirnt. Felipe Drugovich e Enzo Fittipaldi teriam o desafio de uma corrida de recuperação para conseguir marcar pontos. Apagadas as luzes vermelhas para as 25 voltas, Felipe Drugovich fez uma largada espetacular e pulou para a P7 antes de completada meia volta e termos o safety car na pista com David Beckmann parado no meio da pista. Enzo Fittipaldi também foi sensacional e ganhou 5 posições, subindo para a P13. A bandeira verde veio na abertura da volta 5 e os brasileiros mantiveram suas posições. Felipe Drugovich tinha uma certa folga sobre Theo Pourchaire, no pelotão segurado pelo instável Roy Nissany, enquanto Enzo Fittipaldi vinha no meio do pelotão. Com o ritmo mais lento dos israelense, Pourchaire chegou em Drugovich. Fora de zona de asa móvel, Drugovich passou bonito por Boschung e tomou a P6. Boschung apresentou problemas e Enzo Fittipaldi ganhou uma posição. Boschung parou na grama e acionaram o safety car virtual na volta 10. o serviço foi rápido, apenas uma volta e Felipe Drugovich tinha mais de 1s atrás de Lgan Sargeant, mas com Nissany amarrando o ritm, logo Drugovich e Pourchaire chegaram na disputa dele com Sargeant. Frederik Vesti, o P11, segurava o pelotão até o P16, onde estava Enzo Fittipaldi. Faltando 10 voltas, o ritmo mais lento foi agrupando o pelotão inteiro atrás de Roy Nissany, mas nessa altura, era Logan Sargeant o mais lento do grupo. Enzo Fittipaldi abriu 1s de Calan Williams e podia focar no ataque a Frederik Vesti, que atacava Jack Doohan. Apesar da asa aberta, Drugovich não conseguia atacar Logan Sargeant. Pourchaire ficou para trás. Nas voltas finais, os brasileiros foram para o ataque: Drugovich sobre Sargeant e Fittipaldi sobre Doohan. Na abertura da penúltima volta Drugovich tomou a P5 de Sargeant, mas estava longe de Roy Nissany. Com Drugovich na P5 e Fittipaldi na P12, apesar das tentativas sobre o australiano os brasileiros concluíram a corrida do sábado, sendo dois dos que mais ganharam posições. No domingo tivemos a corrida longa, que teve o grid definido no treino do sábado e que tem a parada obrigatória para troca de pneus. Felipe Drugovich largando na P12 e Enzo Fittipaldi na P15 tinham novamente o desafio de fazer uma corrida de recuperação. A pista havia secado depois da corrida da Fórmula 3 e a estratégia de pneus (quem larga de pneus macios, quem larga de pneus médios) seria determinante. Carros alinhados e luzes vermelhas apagadas para 35 voltas, Felipe Drugovich largou muito bem e tomou a P9. Uma batida la largada envolvendo Jack Doohan e Dennis Hauger provocaram a entrada do safety car. Enzo Fittipaldi aproveitou bem e subiu para P11. A corrida foi retomada na abertura da volta 5. Deugovich se defendeu bem do ataque de Logan Sargeant e manteve a P9. Fittipaldi veio na balada na P11. Na volta 6 Juri Vips errou sozinho, rodou, bateu e provocou o segundo safety car, permitindo os brasileiros a subir uma posição e Enzo Fittipaldi entrar nos pontos. Esta situação dava uma sobrevida aos pneus macios, mas vários pilotos de pneus macios foram para os boxes trocar pneus por ser a volta 8. Enzo Fittipaldi, que estava de pneus macios, trocou para pneus médios e caiu para P15. Felipe Drugovich, que largou de pneus médios, era agora o 4° colocado de 9 que ficaram na pista. A bandeira verde veio na abertura da 10ª volta e Felipe Drugovich relargou vem, mantendo a P4, assim como Enzo Fittipaldi manteve a P15. Drugovich abriu boa vantagem para a briga pela P5, onde Marino Sato superou Jake Hughes e veio virando rápido. Na P10, Roy Nissany vinha amarrando o pelotão até o 17°. Faltando 15 voltas para o fim, Felipe Drugovich encurtou a distância para Liam Lawson e, se os 9 primeiros pararem com bandeira verde, deverão perder muitas posições. Roy Nissany bateu sozinho e, por sorte (ou azar), ele bateu pouco antes da entrada dos boxes e segui direto pelos boxes. Os boxes foram fechados para limpeza da entrada e a direção de prova acionou o safety car virtual. Seria o momento para as paradas dos 9 primeiros, mas os boxes estavam fechados. Com a saída de Roy Nissany, Enzo Fittipaldi foi para 14°, o 5° entre os que já pararam. A bandeira verde veio na volta 25 e Felipe Drugovich foi para o ataque numa disputa pela P2 com Marcus Armstrong e Liam Lawson. Enzo Fittipaldi continuava na P14. Na volta 26 alguns dos que largaram com pneus médios foram para os boxes enquanto Enzo Fittipaldi tomava a P10 de Clement Novalak. O líder foi para os boxes. Lawson voltou na P16, Daruvala na P15. Marcus Armstrong pro box na volta 28 e Drugovich foi pra ponta. Fittipaldi era o 7°. A diferença de Drugovich para Daruvala era de 39,4s, mas o indiano era o P13. Enzo Fittipaldi atacava Ralph Boschung por um pódio. Sargeant errou e Fittipaldi Passou os dois e tomou a P4, a P2 entre os que pararam. E tivemos um safety car virtual por uma batia de Liam Lawson e, inexplicavelmente, Drugovich não entrou nos boxes, assim como Marino Sato. Os dois pararam e Felipe Drugovich ainda voltou na 10ª posição. O safety car não saiu e a última volta foi em bandeira amarela. Se ficou ruim para o até então líder do campeonato, foi uma situação sensacional para Enzo Fittipaldi, que terminou num grande 2° lugar, marcando 18 pontos, assumindo a ..ª posição no campeonato e indo para o pódio depois de uma grande corrida. Drugovich sai com 50 pontos na 2ª posição do campeonato, dois pontos atrás de Theo Pourchaire. A corida seguinte será em 4 semanas, em Barcelona. Fórmula Regional Europeia Também na Itália, mas em Monza, tivemos a abertura do campeonato da Fórmula Regional Europeia, com a participação dos brasileiros Gabriel Bortoleto e Eduardo Barrichello. A programação tinha dois treinos livres na sexta-feira com os treinos e corridas acontecendo no sábado e no domingo. Diferente das categorias da FIA, não há inversão de grid e a definição das posições de largada acontece no treino poucas horas antes da corrida. Nos treinos livres, com um acontecendo pela manhã e o segundo na parte da tarde, ambos com pista seca, pela manhã tivemos Eduardo Barrichello andou bem e marcou o 7° melhor tempo enquanto Gabriel Bortoleto não parecia se entender com o carro e ficou na P30. Os tempos baixaram no treino da tarde. Eduardo Barrichello ficou com o 9° melhor tempo e Gabriel Bortoleto melhorou, ficando com a P15. Essas posições definiriam suas condições de treino no restante do final de semana. Na manhã do sábado, no treino classificatório, tínhamos pista seca, céu limpo e 37 pilotos focados em se impor ante seus adversários. Com tantos carros, a organização fez a classificação dividida em 2 grupos, com base nos melhores tempos dos treinos livres. Os classificados em 1°, 3°, 5° e por diante formavam o grupo 1 e os demais, nas posições pares o grupo 2. Gabriel Bortoleto e Eduardo Barrichello estavam no grupo 1. Com apenas 15 minutos para cada grupo, não havia chance para erros. Os pilotos levaram algumas voltas aquecendo os pneus até começarem a fazer voltas realmente rápidas. O vácuo em Monza faz diferença e os primeiro movimentos Gabriel Bortoleto foi o mais rápido, com Eduardo Barrichello sendo o 3°, mas os tempos iriam cair faltando 4 minutos de treino. Bortoleto fez sua melhor volta no final do treino e ficou em 4° no grupo. Barrichello foi o 12°, sem melhorar sua primeira volta rápida. Depois tivemos a definição dos pilotos do grupo 2. Pelo sistema definido no regulamento, tivemos a definição do grid com os carros do grupo 1 largando nas posições ímpares do grid. Assim, Gabriel Bortoleto largaria na P7, na quarta fila e Eduardo Barrichello na P23, na 12ª fila, uma posição que não refletia a performance do brasileiro nos testes pré-temporada. Na corrida 1, poucas horas depois os pilotos voltaram para a primeira corrida e com uma novidade: a partir deste ano os pilotos terão 5 acionamentos de um “push to pass” durante a corrida para facilitar as ultrapassagens (ou defesas de posição). Para complicar, tivemos uma mudança na condição de tempo e veio a chuva para deixar a pista molhada e aumentar a tensão de pilotos e equipes. Alinhados os carros e apagadas as luzes vermelhas para os 30 minutos +1 volta de corrida, o spray deixou todo grid cego. Gabriel Bortoleto largou muito bem mantendo sua P7, mas já tivemos problemas na primeira volta e a entrada do safety car. Eduardo Barrichello se envolveu em uma batida na chicane no fim da reta, rodou e teve que trocar o bico do carro, caindo para último. O resgate foi lento e a bandeira verde só veio com 21 minutos para o final da corrida, consumindo 30% do tempo de corrida. Na relargada, Gabriele Mini bateu na traseira do líder Dino Beganovic e foi diretopara os boxes. Gabriel Bortoleto ganhou a P6 com isso e Eduardo Barrichello teria um milagre para fazer vindo da P36. Não tivemos nem uma volta de corrida até Pietro Delle Guanti bater e ficar parado em posição perigosa. Bortoleto era o 6° e Barrichello o 31°. O serviço foi mais rápído e a bandeira verde veio com 15 minutos restantes. Gabriel Bortoleto atacou, mas continuou em 6°, mas na parabólica, tomou a P5 de Haverkort. Eduardo Barrichello ganhou mais uma posição indo para 30°. Bortoleto continuava no ataque, mas também era atacado por Kas Haverkort, que buscava recuperar a posição. Gnos bateu sozinho na curva de Lesmo e trouxe de volta o safety car. Barrichello era o 28° nessa altura. A bandeira verde com tempo para apenas uma volta e com os pilotos indo com tudo para conseguir algo melhor. Bortoleto foi atrapalhado por Hadrien David e perdeu a P5 para Kas Haverkort após as duas de Lesmo. No pelotão no fundo, muitas batidas que iria resultar mais uma entrada do safety car. Eduardo Barrichello terminou em 26° por culpa do acidente na primeira volta. Na manhã do domingo tivemos o treino que definiria as posições da corrida a se realizar algumas poucas horas depois. Novamente os pilotos foram divididos em dois grupos. Primeiro veio o grupo 2, com os brasileiros no grupo 1 e 15 minutos para definir a ordem da linha interna de largada, invertendo em relação ao grid do sábado, com Eduardo Barrichello precisando fazer um treino melhor. Com 8 minutos para o fim e com os pneus devidamente aquecidos os pilotos começaram a virar voltas rápidas. Gabriel Bortoleto tinha o 4° melhor tempo do grupo na primeira passagem e Eduardo Barrichello o 16°. Na segunda passagem Bortoleto subiu para 3° e Barrichello para 10°. Ainda havia tempo para mais tentativas. Bortoleto caiu pra 5° e Barrichello subiu para 8° na primeira. Na passagem seguinte, Bortoleto e Barrichello perderam mais uma posição. Na última volta rápida, uma bandeira vermelha frustrou a chance de melhoria dos brasileiros. Algumas horas depois, os brasileiros foram para o grid com Gabriel Bortoleto largando na P11 e Eduardo Barrichello na P21, exigindo de ambos uma corrida de recuperação para conseguir pontos no encerramento da etapa em Monza. A pista estava seca, mas a temperatura do asfalto estava baixa, um complicador para todos que iriam encarar os 30 minutos +1 volta programadas. Carros alinhados e quando apagaram as luzes vermelhas os pilotos partiram e teve gente tentando aquecer os pneus na reta antes da primeira chicane. Gabriel Bortoleto largou bem e ganhou uma posição, subindo para 10° enquanto Eduardo Barrichello perdia uma posição, mas evitando problemas e era o 22° no complemento da primeira volta, Gabriel Bortoleto tomou a P9 na curva parabólica. Na disputa pela P9 Bortoleto perdeu contato com Hadrien David, o P8 e era atacado por Lorenzo Fluxa. Eduardo Barrichello conseguiu ganhar duas posições na segunda volta e subiu para P20. Na volta seguinte, foi para 19°. Bortoleto se afastava da briga pela P10 e ia se aproximando do pelotão a sua frente. Santiago Ramos recuperou a P19 de Eduardo Barrichello na volta 5. Na volta seguinte, Pietro Delli Guanti rodou na segunda chicane, ficou atravessado na pista e provocou um acidente. Barrichello tinha sido superado por Leonardo Fornaroli antes da entrada do safety car, caindo para P21. O serviço foi rápido e quando veio a bandeira verde Gabriel Bortoleto se defendeu bem para manter a P9 e colou em Montoya, mas Fluxa vinha junto na briga pela P8. Eduardo Barrichello continuava na P21. Nos 10 minutos finais de corrida Gabriel Bortoleto atacou por fora na curva parabólica para superar Sebastian Montoya e tomar a P8. Barrichello voltou para a P20 e com outro abandono, foi para P19, mas não conseguia avançar sobre o pelotão, enquanto Bortoleto era atacado por Montoya que tentava recuperar a P8. Santiago Ramos ficou parado na entrada da segunda chicane e Leon Buhler estava parado no final da reta dos boxes. Com isso, o safety car voltou para a pista. A bandeira verde veio faltando menos de 2 minutos para o fim dos 30 minutos, o que devia dar duas voltas de insanidade. Bortoleto foi pra cima de David, mas escapou na segunda de lesmo e perdeu a P8 para Sebastian Montoya. Bortoleto e Fluxa bateram rodas e o italiano levou a pior. Barrichello subiu para 18° e com Bortoleto na P9 e Barrichello perdendo duas posições na última volta, terminando na P20 terminou a primeira etapa do campeonato. FIA Fórmula 4 Alemanha Rafael Câmara participou da primeira rodada tripla da FIA Fórmula 4 na Alemanha, onde – a princípio – não vai disputar todas as etapas. Não consegui acessar as imagens das corridas e agradeço aqui o bom relato de seu assessor de imprensa, o jornalista Luis Ferrari, que descreveu de forma resumida e objetiva as duas corridas disputadas no sábado e a corrida do domingo. teve um primeiro dia muito movimentado em sua jornada de estreia competindo de carro na Europa. O piloto da Ferrari Driver Academy terminou as duas provas da etapa de abertura da F4 alemã em segundo lugar no geral e como vencedor entre os rookies. Nas duas baterias do sábado o piloto pernambucano mostrou habilidade para realizar ultrapassagens no renovado traçado de Spa-Francorchamps. Largando por fora na primeira fila na primeira corrida, ele patinou e caiu de segundo para quarto após ficar por fora numa linha de quatro carros lado a lado. Depois da má largada o brasileiro usou bem o vácuo para ganhar duas posições em uma mesma manobra, com direito a roda na grama. Por pouco ele não superou também seu companheiro de equipe Andrea Kimi Antonelli no movimento. Então tentou atacar o adversário na primeira metade da corrida, mas os carros tinham rendimento muito similar e a degradação dos pneus por andar colado atrás era um fator de risco com o passar das voltas. Rafa então conservou equipamento para ser segundo colocado, registrando a melhor volta da corrida. Na segunda prova ele largou em quarto e foi tocado no início, despencando para 15º lugar, o que o obrigava a fazer uma corrida de recuperação... e ele foi espetacular! Em apenas seis voltas o brasileiro já era o P6. Com ultrapassagens seguras e novamente aproveitando bem o vácuo nas longas retas da pista belga, seguiu avançando, inclusive atacando por fora na freada da antiga “Bus Stop”. Rafa era P4 faltando 3 voltas para o final, quando alcançou um de seus companheiros na equipe Prema (justamente quem o tocou na largada e estava punido com um ‘drive through’). Rafael Câmara achou uma linha perfeita na nova Eau Rouge e entrou embalado na reta Kemmel, atacou o P3 e o P2 que disputavam posição e num 3-wide, colocou por dentro e tomou a P2 com uma sensacional ultrapassagem dupla na freada para a Les Combes. Pena não ter dado tempo para buscar o líder, Andréa Kimi Antonelli. O italiano venceu pela segunda vez no dia. No domingo, com os 8 primeiros invertidos no grid, Rafael Câmara largou na P7 e, na primeira volta já tomava a P5. Com uma pilotagem agressiva – bem ao seu estilo – fechou a segunda volta na P2 e, apesar de estar a 3,5s do líder, tinha tempo e braço para ir buscar a liderança. Livre das disputas no pelotão e catapultado por seguidas voltas mais rápidas, o brasileiro atacou o líder na volta 9, mostrando muito mais velocidade que o concorrente na Eau Rouge e Raidillion. Eles percorreram a reta Kemmel lado a lado para na tomada da curva Les Combes assumir a liderança, seguindo para a vitória – sua primeira na Fórmula 4 na Europa. E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando as categorias de base com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em qualquer dos continentes pelo mundo e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. Um abraço a todos, Genilson Santos Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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