E aê Galera... agora é comigo! O final de semana teve uma daquelas coisas estúpidas que só o automobilismo tapuia (termo ofensivo aos indígenas usado pelo meu camarada Alexandre Gargamel, colunista aqui do site, mas que traduz a falta de uma pseudocultura que a sociedade oriunda da Europa teria) consegue protagonizar: No mesmo final de semana tivemos a categoria gourmetizada dos caminhões, a Copa Truck fazendo uma etapa em Goiânia enquanto a “original”, mas bem raiz Fórmula Truck realizava sua etapa em Rivera, na divisa entre Brasil e Uruguai. A primeira, transmitida pela Band, com meu camarada Sinestro, o melhor narrador de automobilismo do Brasil, infelizmente tendo e contrapeso (e bota contrapeso nisso), o mala sem alça do Prosdócimo, enquanto no canal globêstico (a segunda vogal não era bem essa...), problema: a final de Roland Garros, um amistoso da seleção brasileira de vôlei e um jogo de futebol feminino tomaram o horário da grade por lá... e como eles sempre fazem, o automobilismo sempre se estrepa (o advérbio de modo não era bem esse...). Como eu não iria assistir a corrida por lá, só ia irritar o Nhonho – em retribuição ao quanto ele irrita as pessoas com seu despreparo – dei só uma “zapeada” nos canais para ver como eles estavam se virando e dar umas boas gargalhadas. A Transmissão da Copa Truck começou na hora marcada na Band. Vendo as imagens antes da corrida, tinha mais público que a Stock Car. Como ele sabe pilotar muito e não comenta nada, a pole foi do Dr. Smith, com o caçador de calangos Beto Monteiro ao seu lado. E o Dr. Smith largou bem, segurou a ponta e todos sobreviveram a primeira curva. Com as punições por excesso de fumaça, o pessoas que vinha atrás dos doi era uma comédia. O Filho do Jeca, a Muié do Dono e um monte de “linguiça pra encher o grid” na sequência. Nas recuperações, o primeiro era Denilo Dirani, que fechou a primeira volta na P10. A Muié do Dono passou o Filho do Jeca e tomou a P3. Danilo Dirani vinha escalando o pelotão enquanto os dois líderes deixaram todo mundo pra trás, mas o caminhão de Rodrigo Taborda parou na área de escape em frente aos boxes com um princípio de incêndio e o diretor de prova, o amigo do Adoniran Barbosa – o Ernesto – botou o Safety Truck na pista e agrupou o pelotão. Foram só 3 minutos de amarela e a corrida recomeçou. Os dois líderes foram embora de novo e a Muié do Dono já tinha nos retrovisores Danilo Dirani e o Corintiano Fake Roberval Andrade. Danilo Dirani pisou mais do que devia e queimou o radar. Dr. Smith vinha num ritmo lento e agrupou os 5 primeiros. Atrás deles vinha o possuído Beato Salu. Dirani entrou nos boxes e não saiu mais. Antes do final da primeira corrida, os caminhões gourmet já começaram a se desmanchar. Dr. Smith escapou da pressão do Caçador de Calangos, que começou a ser apertado pela Muié do Dono (e o Dono é patrão do Caçador de Calangos), que tomava sufoco do Corintiano Fake, com os dois batendo porta e os dois estavam usando mais que asfalto na briga pela P3. Com isso o Beato Salu vinha chegando nos dois. Faltando duas voltas pro final, a Muié do Dono arregou da pressão e tomou do Corintiano Fake e do Beato Salu, caindo pra P5. Dr. Smith foi o vencedor, sem mais alterações entre os 5 primeiros. Depois do balé do bebum perneta para fazer a inversão dos 8 primeiros no grid colocou Danilo Alamini e o Filho do Jeca na primeira fila. Wellington Cirino, saindo na segunda fila, já tomou a P2 na curva 1 e a liderança no miolo. O Beato Salu foi atrás e tomou a P2. Na volta seguinte o Caçador de Calangos passou a patroa e trouxe com ele o Dr. Smith, mas o perdido no espaço se perdeu e caiu algumas posições. O Corintiano Fake passou os dois e o Dr. Smith vinha tentando se recuperar em cima da Muié do Dono. A briga pela P2 devia estar deixando o Dono Véi de cabelo em pé. Beato Salu e o Caçador de Calangos tem um histórico de enroscos, mesmo na mesma equipe. Depois de muita briga, o Beato Salu foi amansado e caiu pra P3. Tentando se recuperar, Danilo Dirani queimou o radar novamente na corrida 2. Surpresa foi a Muié do Dono tentando recuperar a P4 do Corintiano Fake, deixando o Dr. Smith pra trás. Enquanto isso, o Caçador de Calangos vinha tirando a diferença para o líder, Wellington Cirino. O Corintiano Fake chegou no Beato Salu e trouxe com ele a Muié do Dono. Dr. Smith ficou perdido na P6. Cirino administrou bem a vantagem para vencer a corrida 2. Beato Salu foi muito macho e segurou todo mundo atrás. O Corintiano Fake errou no miolo e a Muié do Dono tomou a P4. Na linha de chegada, Dr. Smith que parecia morto na briga tomou a P5 do Corintiano Fake por 7 milésimos de segundo. Sem Nutellismos, em Rivera tivemos corrida de caminhão raiz com a Fórmula Truck onde tivemos um autódromo do jeito que quem gosta de automobilismo gosta de ver: lotado! O público acampado nas áreas interior e exterior da pista por todo o final de semana, daquele jeito que os promotores brasileiros parecem ter “perdido a mão” em como fazer ou simplesmente gourmetizaram o espetáculo a ponto de afastar o público. A largada atrasou um pouco por conta de acidentes nas outras categorias que participaram do final de semana de velocidade em Rivera, mas quando chegou a hora, os 18 caminhões, puxados por Rogério Agostini e Rafael Fleck na primeira fila foram para a primeira das duas corridas (na Fórmula Truck não tem balé do bebum perneta e nem inversão de grid) de 25 minutos. Um trecho foi sinalizado com cones para os pilotos evitarem e sinalizado com bandeira amarela no meio da reta principal por conta de degradação no asfalto. Depois de algumas voltas de apresentação tivemos a enfumaçada largada e Agostini manteve a ponta e deixou o restante dos pilotos na saudade. Da P2 pra trás, Rafael Fleck vinha segurando a galera. Fleck foi escapando enquanto João Paulo Rampon pegou a P3. A corrida parecia definida quando um caminhão perdeu uma de suas baterias, que ficou na pista. O Safety Truck foi pra pista e agrupou o pelotão. Imagem surreal, foi o piloto Gilmar Mottim, que com o caminhão quebrado, perto do barranco, saiu do caminhão e foi tirar umas ‘selfies’ com a torcida. Rafael Fleck, P2 na geral e líder entre os caminhões com bomba injetora foi para os boxes durante a bandeira amarela. O Resgate foi feito e o chefe da equipe é o pai do Wellington Cirino – Roberto – que trabalhava com a categoria original. Na relargada, Rogério Agostini manteve a ponta, seguido por Alex Vieira e Paulo Rampon, este o primeiro com Bomba Injetora. Alex ‘Peixeiro’ Vieira tentou o ataque, mas não deu em nada e Rogério Agostini venceu com sobras. João Helder Mottin tomou a P3 de Rampon e foi pra cima do ‘Peixeiro’, levando a briga até a linha de chegada. Na Fórmula Truck os caminhões param no grid e tem um intervalo para as equipes fazerem alguns ajustes antes da largada da segunda corrida. E sem grid invertido, a ordem e largada é a ordem de chegada da corrida 1. Tudo de bom para Rogério Agostini que quase ficou fora da foto com sua espetacular largada. Quem vacilou foi o ‘Peixeiro’, que tomou de João Helder Mottin e também de Túlio Bendo. Ainda perdeu mais na primeira volta. Na segunda volta foi o caminham de João Helder Mottin que perdeu rendimento e foi sendo engolido por quem vinha atrás. Túlio Bendo assumiu a P2, mas estava numa briga boa com Paulo Rampon e João Sant’helena. Na P5 o ‘Peixeiro’ retomou seu ritmo e entrou na briga, trocando posições com Sant’helena. E o líder? Tinha ido tomar um chimarrão com uma vantagem quilométrica mas na abertura da 5ª volta seu caminhão teve problemas e ele passou lento na reta dos boxes, sendo superado pelo pelotão liderado por Túlio Bendo. Rogério Agostini caiu pra 4° depois de tomar uma ultrapassagem de dois caminhões, um por cada lado, como o Zonta tomou do Schumacher e do Hakkinen na F1 em Spa. Rogério Agostini recuperou o ritmo no meio da volta e começou a fazer uma recuperação, tomando a P4 na entrada a reta dos cones. Em duas voltas Rogério Agostini já era o P2 e foi pra cima de Paulo Bendo, que é caminhão de Bomba Injetora enquanto Agostini é caminhão com sistema de Injeção Eletrônica. Não deu pra Paulo Bendo e Rogério Agostini retomou a liderança. Paulo Bendo ficou sob ataque de João Sant’helena. O caminhão do ‘Peixeiro’ ficou parado na pista em local perigoso e o diretor de prova botou pra fora o Safety Truck faltando 10 minutos de prova. Na relargada para apenas mais uma volta de bandeira verde, Bendo tentou atacar Agostini, mas o líder não deu chances e abriu vantagem. Paulo Bendo e João Sant’helena fizeram o top-3, com Bendo sendo o primeiro dos caminhões com Bomba Injetora. Voltando pra Goiânia, tivemos a GT Sprint Race em sua primeira ‘Special Edition’, evento com três corridas, sendo uma no sábado e duas no domingo, com o sempre presente calor da cidade para sacrificar carros e pilotos. “Jogando em casa”, Rafa Teixeira, que viu seu carro da Turismo 1.4 arder em chamas no Potenza na semana passada, respirou fundo e deu a volta por cima ao sagrar-se – junto com o piloto da Stock Car, Thiago Camilo – o campeão da primeira ‘Special Edition’ de 2022. Se na primeira corrida do domingo o piloto da casa teve uma vitória tranquila, na segunda prova o bicho pegou! Largando em terceiro, Thiago Camilo pulou para a ponta ainda na primeira volta e abriu vantagem, mas Felipe Baptista se recuperou logo e colou na traseira do medalhão da Stock Car. O campeão da Light e que está na primeira temporada da Stock foi pra cima e tomou a liderança. Os dois passaram a se alternar na ponta e, no final, o amigo do Adoniran – o Ernesto, o diretor de prova – botou pra fora o Safety Car e colocou fogo na corrida para o final. Valeu a maior experiência de Thiago Camilo, que soube manter a ponta mesmo sendo pressionado Felipe Baptista e, com duas vitórias no domingo, a dupla foi a vencedora da categoria PRO. Na PROAM, com duas vitórias, o título ficou para Antônio Junqueira e na AM o caneco ficou com Leo Yoshii. Sessão Rivotril. Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana. - Começo as pílulas com uma homenagem solidária ao Beato Salu e sua família com os votos de condolências pelo falecimento da pequena Julia, com apenas 1 dia de vida. Que Deus dê forças para a família neste momento tão triste. - Coisa feia da Band: imitando o que tinha de ruim nos canais globêsticos (a segunda vogal não era bem essa...) cortou o pódio para botar o Arrelia Jr. e a Chapolim Colorada pra passar uma matéria de bailarinas do Faustão!!! O “Meu Jesus Cristo” (a expressão com três palavras não era bem essa...) foi ouvido num raio de 5 km. - A transmissão da Fórmula Truck pela internet teve a participação de um comentarista uruguaio, o Alex. Não consegui pegar o sobrenome dele, mas com a sua voz, não tem como não chamá-lo de Pato Rouco. O Castelhano entende do riscado. - O Pato Rouco trouxe a informação durante a corrida que mais de 25 mil ingressos foram vendidos para a corrida e vendo as imagens não tem essa coisa de ficar “inventando número” que a gente desmente com imagens das arquibancadas vazias. - Alguém devia mandar o vídeo da transmissão da Fórmula Truck para o pessoal da VICAR e mostrar pra eles o que é levar público para o autódromo. - A dupla mais eficiente em transmissões de corridas no Brasil, Alexi Lalas e Taquara Rachada, pilotando o estúdio da TV Cultura, que deu mais uma aula de como transmitir uma corrida. Felicidades e velocidade, Paulo Alencar Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |