Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge! Nesse final de semana tivemos brasileiros em ação em três categorias e em três países de continentes diferentes. A FIA Fórmula 2 foi fazer uma das corridas preliminares em Baku, no Azerbaijão, com Felipe Drugovich defendendo a liderança no campeonato e Enzo Fittipaldi buscando mais um resultado consistente. Na Espanha, a terceira etapa do campeonato da FIA Fórmula 4 é mais um estágio de aprendizado para Ricardo Gracia Filho, que enfrentou muitos problemas na etapa passada em Jerez de la Frontera e foi para Valência buscando melhores resultados. Sobre F4 espanhola, falaremos na semana que vem. Em Wisconsin, nos Estados Unidos Francisco ‘Kiko’ Porto tinha uma rodada dupla para disputar no belíssimo circuito de Elkhart Lake, o Road América, onde andou muito bem quando estava na categoria anterior. FIA Fórmula 2 No início da tarde (hora local) da sexta-feira os carros e pilotos da FIA Fórmula 2 foram para as ruas da capital do Azerbaijão, Baku, para enfrentar o treino livre da categoria neste longo circuito urbano que tem a maior reta do campeonato. Felipe Drugovich e Enzo Fittipaldi teriam como desafio, além de andar rápido, evitar os muros e conseguir se valer do vácuo dos outros carros para conseguir virar voltas rápidas. Com 45 minutos de duração, era hora de buscar um bom acerto para o carro e com isso conseguir uma boa posição de largada para a corrida do domingo. Com a longa reta, os tempos seriam muito dependentes do que os pilotos conseguiriam de vácuo em suas voltas rápidas e isso deu o ritmo do treino, com os pilotos buscando a situação ideal para fazerem voltas rápidas. Com a interrupção do treino por duas bandeiras vermelhas (e no treino livre o cronômetro não para) não ajudou muito os pilotos brasileiros, que conseguiram fazer boas voltas, mas sem ter um efeito considerável do vácuo dos outros carros e mesmo tentar um jogo de vácuo com os seus companheiros de equipe. Clement Novalak foi um dos que bateu e provocou bandeira vermelha e Cem Bolukbasi não tem como fazer esse vácuo. No fim, Felipe Drugovich ficou com a P7 e Enzo Fittipaldi com a P14, mas tudo estava em aberto para o treino classificatório. Após o primeiro treino livre da Fórmula 1 os carros foram para a pista e tinham 30 minutos para estabelecer o melhor tempo possível para a classificação. Com o risco das bandeiras vermelhas rondando, fazer logo uma volta rápida era importante. Todos foram para a pista com os pneus médios, o mais duro oferecido para o final de semana. Na primeira passagem com pé no fundo e pneus aquecidos, Felipe Drugovich era, provisoriamente o P3 e Enzo Fittipaldi o P12. Na segunda volta rápida, sem ter vácuo pra ajudar, Enzo Fittipaldi chegou a ter a P4, mas com os carros vindo forte atrás, caiu pra P12 novamente a segunda volta de Felipe Drugovich o manteve na P3. Os pilotos, como de costume, na metade os pilotos voltaram para os boxes para aquele ajuste fino e troca de pneus para a segunda parte do treino. Na primeira metade eles usaram os pneus médios, na segunda metade eles foram com os pneus supermacios e os tempos certamente iriam cair. Todos saíram dos boxes com pouco mais de 11 minutos para o final do treino. Aparentemente nenhuma equipe colocou seus carros para fazer um jogo interno de troca de vácuo. Antes mesmo que algum piloto estabelecesse uma volta rápida, Ayumu Iwasa, pole provisório, bateu sozinho e tivemos a bandeira vermelha. O cronômetro parou com 5m50s para o fim. Foi todo mundo pra pista correndo contra o relógio quando veio a bandeira verde. Buscando vácuos, Felipe Drugovich chegou a estar na P2, mas voltou para a P3. Enzo Fittipaldi não conseguiu melhorar seu tempo de volta e estava na P18 no momento que todos foram para última tentativa com o cronômetro já zerado. Felipe Drugovich não conseguiu melhorar seu tempo de volta e acabou caindo para P5. Enzo Fittipaldi conseguiu melhorar seu tempo na última volta, mas outros pilotos também conseguiram e ele ficou apenas com a P16. Na manhã do sábado os 22 pilotos estavam de volta à pista para a ‘sprint race’, com os 10 primeiros da classificação largando com as posições invertidas em relação a classificação da sexta-feira. Com isso, Felipe Drugovich largava na P6, mas na reta de Baku isso não faz muita diferença, especialmente com a curta distância para a primeira curva, na qual é preciso passar ileso. O mesmo para Enzo Fittipaldi, que largava na P16, precisando de uma corrida de recuperação e manter o carro inteiro. Após a volta de apresentação os carros alinharam no grid. Apagadas as luzes vermelhas, os pilotos largaram para as 21 voltas e Felipe Drugovich foi bem cuidadoso e caiu para a P7. Enzo Fittipaldi também foi cuidadoso e manteve a P16. Todos passaram ilesos pela primeira curva. Felipe Drugovich colou em Marcus Armstrong enquanto Enzo Fittipaldi superou Calam Williams e tomou a P15. Jack Doohan precisou trocar a asa na volta 4 e Enzo Fittipaldi ganhou a P14. Jake Hughes vinha segurando todos da P2 pra trás. Felipe Drugovich partiu para a decisão em cima de Marcus Armstrong, mas precisava cuidar de Liam Lawson em seu retrovisor. Quem ia passando Jake Hughes ia abrindo do pelotão na volta 9 Felipe Drugovich passou Hughes na freada da curva 3, o único que passou fora da reta de 2 km. Enzo Fittipaldi continuava na P14. Na volta 12 Enzo Fittipaldi ganhou duas posições, superando Jake Hughes e contando com um erro de Roy Nissany para assumir a P12. Felipe Drugovich não conseguia encurtar a distância para Marcus Armstrong depois que ambos subiram uma posição. Na volta 14, Dennis Hauger tentou passar Theo Pourchaire e foi parar na barreira de proteção. Ficou cravado nela e forçou a entrada do safety car. Enzo Fittipaldi agradeceu pela P11. O Serviço em Baku sempre foi lento e diferente de Mônaco, não tem skate pra colocar embaixo do carro. A relargada veio na abertura da volta 17 com o pelotão todo agrupado e o líder foi até a entrados boxes. Na relargada Liam Lawson ganhou a posição de Felipe Drugovich, que recuperou a P6 duas curvas depois. Enzo Fittipaldi tentou ganhar a P10 de Juri Vips e não conseguiu fazer a curva, levando o estoniano com ele pra fora da pista e colocando de volta o safety car. A relargada foi complicada. Felipe Drugovich caiu novamente para P7 e por pouco não bateu na traseira de Logan Sargeant. Richard Verschoor errou e bateu. Terceiro safety car na corrida, mas foram rápidos e teríamos relargada para uma última volta insana e sinistra. Logan Sargeant não segurou Felipe Drugovich que ganhou a P5 e veio pra cima de Marcus Armstrong. Uma panca gigante aconteceu na saída da curva 1 e com a bandeira amarela no setor 3 não tivemos ataque na reta dos boxes. Com isso, Felipe Drugovich garantiu a P5. No final da manhã do domingo os pilotos voltaram à pista para a ‘Feature Race’, a corrida de 29 voltas, com a parada nos boxes para a troca obrigatória de pneus, e a estratégia seria fundamental. Os pilotos da frente não arriscaram, largando todos com pneus supermacios, caso de Felipe Drugovich, largando na P5 e que precisaria tomar cuidado para não se envolver em confusão nas primeiras curvas. Enzo Fittipaldi, largando na P16, apostou nos pneus médios (o mas duro do final de semana) e uma estratégia invertida. Sol e calor para a corrida. Após a volta de apresentação os pilotos realinharam no grid e, apagadas as luzes vermelhas, Felipe Drugovich largou bem, mas sofreu um ataque kamikase de Richard Verschoor e o prejuízo foi grande, Sem traçado, o brasileiro caiu pra P8. Enzo Fittipaldi fez uma excelente largada, ganhou uma posição e herdou a de Frederik Vesti que ficou parado no grid. Uma batida no fim do pelotão, com Amauri Cordel e Olli Caldwell provocou de cara uma bandeira amarela e a entrada do safety car. A demora em recondicionar a pista fez com que a relargada só viesse na abertura da volta 5 e na relargada Felipe Drugovich precisou se defender muito para manter a P8. Enzo Fittipaldi também manteve sua posição e era o 14°. No fechamento da volta Felipe Drugovich tinha o ataque de Jake Hughes e estava longe de Jehan Daruvala. Ayumu Iwasa na P12 segurava o pelotão onde estava Enzo Fittipaldi quando liberaram a asa móvel. Jehan Daruvala e Ayumu Iwasa foram ambos para os boxes. Felipe Drugovich ganhou a P7, mas estava 2s atrás de Richard Verschoor e com Jake Hughes na cola. Os pilotos da frente começaram a ir para os boxes na volta 9. Felipe Drugovich subiu pra P4 e Enzo Fittipaldi, que também foi para os boxes, caiu para P17. Felipe Drugovich parou na volta seguinte e a equipe fez uma boa parada, ganhando a posição de Jehan Daruvala e Liam Lawson. Mais carros pararam na volta 11. Entre os que pararam, Felioe Drugovich era o P5. Enzo Fittipaldi, mais para trás, Enzo Fittipaldi voltava para a P14. Na volta seguinte Calan Williams e Ralph Boschung faltavam parar quando Cas Balukbasi e Roy Nissany bateram na curva 3 e provocaram a segunda entrada do safety car. Boschung parou, Williams, não. Depois disso, na volta 13, Felipe Drugovich era o P6 e Enzo Fittipaldi o P14. A relargada veio na volta na abertura da volta 15 e seria complicado com Calan Williams largando na frente e teve batida na reta dos boxes na relargada o que provocou um virtual safety car. Felipe Drugovich passou Marcus Armstrong. Ayumo Iwasa e Theo Pourchaire quebraram asas. Enzo Fittipaldi se deu muito bem com as confusões e era o 7° colocado. Como Calan Williams ainda não havia parado, os brasileiros eram P4 e P6, respectivamente. A relargada veio na volta 17 e Felipe Drugovich foi para o ataque sobre Logan Sargeant. Williams errou na volta 18 e perdeu todas as posições. Drugovich era o 4° e Fittipaldi o 6°. A corida já estava na regressiva de tempo, com 16 minutos para o fim. Jack Doohan passou Enzo Fittipaldi, que caiu pra P7. Felipe Drugovich não conseguia se aproximar de Logan Sargeant e precisava cuidar de Jehan Daruvala. Enzo Fittipaldi já estava sob ataque de Richard Verschoor, mas os dois tinham uma boa distância para Ralph Boschung, o P9. Enzo Fittipaldi vinha fazendo uma linha defensiva eficiente em quase toda a pista, mas na reta principal não dava pra segurar. Verschoor tomou a P7 de Enzo Fittipaldi, mas Jack Doohan, na P6, tomou 5s de punição e Enzo Fittipaldi podia recuperar a P7 com isso. Faltando 6 minutos de corrida Juri Vips bateu sozinho na entrada do funil do castelo e jogou fora a vitória. Com isso Felipe Drugovich subiu para a a P3 e, com a punição de Jack Doohan, Enzo Fittipaldi garantiu a P6. Não ia ter mais corrida e o resultado foi sensacional para Felipe Drugovich, que teve sorte de campeão (ele raspou o muro pouco antes do último saferty car) nessa etapa e além do pódio, marcou 15 pontos e abriu vantagem, com 132 pontos, 49 a mais do 2° colocado, Theo Pourchaire. Enzo Fittipaldi com os pontos ganhos da P6 está na 8ª posição com 50 pontos. PRO 2000 O circuito de Elkhart Lake com seus 6,5 Km foi o palco das disputas da PRO2000 neste final de semana, que começou na quinta-feira com duas sessões de treinos livres e mantendo a escrita das performances nos anos de USF2000, o Brasileiro Kiko Porto foi muito bem em ambas. Na primeira sessão, pela manhã, ele ficou com a P3 e, na sessão da tarde foi o sétimo mais rápido, trabalhando o acerto de corrida. Na sexta-feira tivemos mais um treino livre pela manhã e a equipe do piloto pernambucano parecia ter “perdido a mão” no acerto do carro. Kiko Porto foi apenas o 11°, uma posição à frente de seu companheiro de equipe, Nolan Siegel. As coisas continuaram complicadas no treino classificatório, com Siegel mantendo a P12, mas Kiko Porto caindo para a P13, o que projetava uma corrida complicada no sábado. Na manhã do sábado os carros ainda voltaram para a pista para o treino classificatório para a corrida do domingo. Programado para acontecer seis horas antes da primeira corrida do final de semana, o treino seria não apenas a chance de ter uma melhor posição de largada no domingo, mas também de achar um acerto para o carro que permitisse uma corrida de recuperação na corrida 1. Kiko Porto fez algum progresso, ficou com a P10, a 6 décimos do mais rápido na sessão, Josh Green. No início da tarde tivemos o retorno dos pilotos à pista para a disputa da primeira das duas corridas deste final de semana em Road América. Largando na sétima fila, Kiko Porto teria que fazer uma grande corrida. O céu estava encoberto e havia alguma possibilidade de chuva. Após uma volta completa eles alinharam e foi agitada a bandeira verde para a largada e as 15 voltas de corrida. Kiko Porto largou bem e ganhou uma posição ainda na curva 1, mas o pelotão estava muito compacto e em alguns pontos tivemos três carros lado a lado e isso poderia dar BO... e deu! Na curva 5 já tivemos competidor pregando no muro e o brasileiro não só evitou a confusão como se deu muito bem. A bandeira amarela foi logo agitada antes dos carros chegarem à reta dos pits. Com a confusão o nosso piloto subiu para a P6. Como o circuito é longo, a bandeira verde foi agitada na abertura da volta 3 e Kiko Porto relargou muito bem e foi pra cima de Jack Miller pela P5 e na tentativa avariou a asa dianteira e com isso começou a perder posições, ao longo da volta caiu para a P13 e não tinha outra saída a não ser ir para os pits trocar o bico do carro. O brasileiro voltou pra P14, longe do pelotão e precisava de uma bandeira amarela para agrupar a todos e tentar ganhar posições. Kiko Porto voltou com tudo e veio virando voltas mais rápidas uma sobre a outra. Com o problema de Jack Miller subiu para a P13, mas estava 42 segundos longe do P12 na volta 9. Kiko Porto ainda teve um retorno aos pits o que acabou devolvendo-o para a P14 e algo onde as expectativas começaram muito bem acabaram nada bem para o piloto brasileiro, que precisava virar a página e focar na corrida de domingo. A transmissão da corrida do domingo teve uma série de problemas. Só tivemos imagens a partir da segunda volta, mas logo vimos que Kiko Porto tinha ganho uma posição em relação à sua posição de largada, subindo para a P9. nas voltas seguintes ele entrou em disputa pela P8 com Enaam Ahmed, chegando a superar o piloto árabe na volta 3, mas tomando o troco na volta seguinte, num pelotão que brigava pela P7 e que reunia 4 carros. O brasileiro não podia descuidar dos retrovisores com Louis Foster. A briga no pelotão da frente diminuiu o ritmo e na volta 6 um pelotão bem compacto, do P2 ao P10 se formou e Kiko Porto acabou superado por Louis Foster caindo para a P10. Esse final de semana estava sendo particularmente complicado para nosso representante. Kiko Porto não conseguia acompanhar o ritmo do pelotão e acabou superado por Jonatham Browne e na volta seguinte por Waytt Brichacek, caindo para a P12. Louis Foster perdeu rendimento e Kiko Porto subiu para P11 na volta 10. Na volta 12 ele entrou em disputa pela P10 novamente. Infelizmente, a quadriculada veio com uma P12 difícil de engolir. No campeonato, Kiko Porto saiu de Road América na P9 com 145 pontos. A etapa seguinte é em Mid-Ohio, no final de junho. E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando as categorias de base com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em qualquer dos continentes pelo mundo e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. Um abraço a todos, Genilson Santos Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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