Os Campeonatos Mundiais de Pilotos e de Construtores já estão decididos em favor de Max Verstappen e Red Bull. O domínio dessa dupla é incontestável, mas a Fórmula 1 é pródiga em aspectos positivos, devido a superabundância de competência que envolve todos os componentes das equipes. É preciso analisar a estrutura de cada equipe, o nível tecnológico em que se encontra e suas possibilidades de evolução. Enfim, através dos resultados obtidos corrida por corrida, chegar à conclusão do estágio em que se encontra. Quem viu a Mercedes se arrastar no inicio da temporada e vê a situação da equipe hoje vai entender que os pilotos e técnicos encontraram soluções rápidas para os inúmeros problemas que encontraram com alguns aspectos equivocados do projeto original. A complexidade de um carro de Fórmula 1 demanda o envolvimento de projetistas extremamente criativos. E todas as equipes dispõem deles. A Mercedes, a equipe em questão, fez muito mais do que o esperado. Poderá brigar com a Ferrari pelo vice-campeonato de Construtores e George Russell poderá ser vice-campeão entre os pilotos. Sobre Russell é importante ressaltar a impressionante regularidade do britânico. Nas 16 corridas já disputadas pontuou em 15, chegando 8 vezes em terceiro lugar. Só foi superado por carros da Red Bull e da Ferrari. Superou também seu companheiro de equipe, o multicampeão Lewis Hamilton, que se sacrificou na tarefa de solucionar as deficiências do carro. A Ferrari errou múltiplas vezes nessa fase da temporada. No princípio a equipe italiana pareceu que dominaria as ações. O que acabou acontecendo foi uma sucessão de erros de seus pilotos e técnicos, às vezes mais de uma vez por corrida. Resultado: poderão perder para a Mercedes os vice-campeonatos de Pilotos e de Construtores, se não corrigirem suas falhas recorrentes. Os pilotos Leclerc e Sainz são competentes e já estão superando a má fase. Binotto terá trabalho para resolver os problemas operacionais dos boxes. Existe a ameaça de ser ele mesmo substituído. Equipe cotada para disputar o título no início do ano, a McLaren veio gradativamente piorando seu desempenho, a ponto de ser superada pela Alpine como quarta força do Mundial. O competente Lando Norris fez o que estava a seu alcance, pontuando 12 vezes, normalmente em posições intermediárias e está em 7º na tabela de pilotos. Seu companheiro, o experiente Daniel Ricciardo, pontuou apenas 5 vezes e já foi dispensado pela equipe britânica para 2023. Na Fórmula 1 é assim: ou mata um leão por dia ou está fora. A Alpine só deixou de pontuar em 2 corridas. Seus pilotos Esteban Ocon e Fernando Alonso estão em 8º e 9º no Campeonato e dispostos a vencer a McLaren. Para pilotos e técnicos estar na Fórmula 1 exige uma condição de comprovada competência. É imprescindível! Os gênios também cometem equívocos. Por esse motivo existe uma tolerância. As equipes têm consciência da dificuldade de se formar um novo técnico de alto nível. Luiz Carlos Lima Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |