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Obrigado Ferreirinha. O Automobilismo Agradece PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 06 February 2023 20:45

Não só de pilotos vive o automobilismo. Ou, carro de corrida não anda só com piloto.

 

Os esportes a motor são movidos a tecnologia de ponta, desde seus primórdios, quando se formaram os primeiros pilotos, mecânicos, engenheiros e construtores especializados em veículos de competição.

 

Fundamental para o sucesso é a função exercida pelo chamado “preparador”. Muito mais que um mecânico, cabe a esse profissional altamente especializado em carro de corrida, encontrar as melhores soluções técnicas, normalmente as mais criativas, para o melhor desempenho do carro na pista. E essas soluções deverão, necessariamente, ser melhores que as do concorrente. Pode ser a diferença entre a vitória e a derrota.

 

Pilotos, pelo menos os melhores, são especialistas em comportamento do carro na pista e passam essas informações para o preparador. Exemplo: — O carro está saindo de frente em curvas para a esquerda, ou outra reação que o carro possa ter. Baseado nessa informação o preparador vai buscar regulagens que devem tornar o carro mais eficiente, de acordo com o esperado pelo piloto. Só os bons preparados conseguem realizar tais acertos com eficiência. Faziam o carro anda melhor!

 

Desde sempre esses admiráveis profissionais têm sido decisivos nas conquistas de grandes vitórias. De décadas e décadas para cá apaixonados por mecânica se transformaram em experts em carros de corrida, diplomados na escola da prática. Hoje os preparadores são engenheiros, que cumprem essa tarefa com a mesma competência que os antigos e muitos aprenderam muito com eles.

 

Na semana passada o mundo do automobilismo brasileiro ficou triste demais com a notícia da morte de Antônio Ferreirinha, preparador e construtor de carros de corrida. Ele era português, chegou ao Brasil na década de 1960, em companhia do irmão Herculano. Ambos começaram a trabalhar como mecânicos em corridas, aprenderam rápido, e logo se tornaram preparadores. Acompanharam os pilotos Luiz Pereira Bueno e Ricardo Achcar na Inglaterra nas competições de Fórmula Ford. Fabricaram os carros Heve para a divisão 4 (protótipos) e Fórmula Super Vê na década de 1970, além de preparação para várias equipes. Herculano faleceu cerca de 20 anos atrás. Antônio, ou simplesmente Ferreirinha, preparou vários carros campeões ao longo de mais de 50 anos de serviços prestados ao automobilismo. Foi um dos maiores conhecedores de veículos de competição de nossa história. Respeitadíssimo no meio.

 

Eduardo Bassani, um dos mais destacados engenheiros da Stock Car atual, prestou um depoimento emocionado sobre Antônio Ferreirinha em suas redes sociais: “Meu mestre, bicampeão comigo! Meu maior mestre, minha maior inspiração! Sua falta deixa meu coração mais triste e mais forte ao mesmo tempo! Obrigado por tudo, tudo que fez por mim! Por definir quem eu sou!”.

 

Ferreirinha marcou positivamente a história do automobilismo brasileiro.

 

Luiz Carlos Lima

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.