Lionel Martin, jovem londrino, montou uma oficina de consertos de automóveis em Kinsington, no ano de 1908, em sociedade com Robert Bomford. Piloto competente, Martin participava de corridas com carros de sua própria construção. Em 1913 venceu sua primeira corrida, uma prova de subida de montanha, a Aston Clinton. O nome Aston Martin é uma composição do primeiro nome da famosa competição com o sobrenome de Lionel Martin. O sucesso nas competições automobilísticas contrastava com a administração do setor comercial. No período de 20 anos a oficina, já transformada em fábrica, não produziu mais que 100 automóveis. Ocorria um problema crônico de gestão. Os carros eram bons, esportivos, mas a organização da empresa era péssima. No auge de sua crise financeira, em 1925, a Aston Martin foi posta em liquidação, sendo comprada pelo projetista e piloto Augusto Cesare Bertelli com outros dois sócios. Os novos proprietários desenvolveram um projeto empresarial ousado, visando principalmente o sucesso nas pistas, como forma de divulgar os carros esportivos que produzia. Após o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o controle acionário da fábrica inglesa passou para David Brown, excelente piloto, brilhante ao volante de carros da Vauxhall, deixou as perigosas disputas para se dedicar ao desenvolvimento da Aston Martin. Brown projetou vencer nas pistas. As tentativas começaram em 1949, com vários triunfos em sua categoria, culminando com uma vitória espetacular, na geral, nas 24 Horas de Le Mans de 1959, tendo como pilotos Carrol Shelby e Roy Salvadori. O nome Aston Martin, ao longo de pouco mais de 100 anos, se transformou em ícone de carro esportivo de alto desempenho. A fábrica construiu o modelo DB5 especialmente para um filme da série James Bond, o Agente 007. É um dos modelos de automóvel mais conhecido da história. Na Fórmula 1 a marca inglesa se aventurou apenas nos anos de 1959 e 1960, com os pilotos Carrol Shelby, Roy Salvadori e Maurice Trintignant. Suas melhores colocações foram dois sextos lugares (Portugal e Itália) em 1959. Entre 1994 e 2007 a Aston Martin fez parte do grupo Ford Motor Company. Depois de uma série de alterações societárias, mais recentemente a companhia inglesa passou para o controle do canadense Lawrence Stroll, que hoje detém 25% das ações. Como Stroll já tinha adquirido a equipe Racing Point, onde competia seu filho Lance, unir as duas empresas foi apenas uma decisão prática e fácil de ser tomada. A Aston Martin tem uma forte ligação com a Mercedes. A indústria alemã fornece os motores que equipam os Aston Martin de passeio, além de transferir tecnologia para a marca inglesa. Bom para a Fórmula 1, que soma em seu grid uma das marcas mais tradicionais de carros na linha esportiva, que já incomoda equipes como Mercedes e Ferrari. A maior atração da Aston Martin é seu primeiro piloto, Fernando Alonso, um dos melhores da história. A equipe deverá receber mais desenvolvimento tecnológico e mais qualidade operacional em sua estrutura. A próxima etapa do Campeonato Mundial será o GP da Arábia Saudita, no dia 19 de março, no circuito de Jeddah. Em relação a essa pista já nos posicionamos desde o ano passado: a pista é muito perigosa, considerando a média horária do pole position do ano passado (Sergio Perez) que chegou a 252 km/h. O circuito mais veloz da Fórmula 1 é Monza, que atinge 260 km/h de média. A diferença mais notável é que na Arábia não existem áreas de escape, o carro bate direto em muro de concreto, enquanto Monza são vários os espaços em caso de emeregência. A pista árabe deveria ser retirada do calendário, antes que ocorra uma tragédia. Luiz Carlos Lima Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |