O GP da Áustria prometia ser um show de disputas por posições entre todas as equipes, com exceção, evidentemente, da Red Bull, ainda disparada na frente. As atualizações planejadas por todas as equipes surgiram a partir do Canadá e se intensificaram na Áustria. Parece existir um equilíbrio entre a maior parte das equipes. Montreal indicou um avanço da Mercedes, que não se confirmou em Spielberg. Com a Ferrari aconteceu o inverso, assim como a Aston Martim. A equipe britânica ainda luta por uma firmação entre as melhores. De uma maneira geral houve evolução. O apaixonado por velocidade que se surpreendeu com Lando Norris no quarto lugar pode se preparar para mais surpresas durante todo o ano, tendo outras equipes como protagonistas, o que será muito bom para o Campeonato. Só não acreditamos na queda da Red Bull. Mas reconhecemos que até isso não é impossível acontecer. A formação da qualificação no circuito austríaco, realizada sob chuva, revelou um grid bem compactado, com carros muito próximos. Max Verstappen e seu Red Bull, só para variar, virou mais rápido que todo mundo, registrando 1m04s391, à frente de Charles Leclerc (Ferrari) com 1m04s439, Carlos Sainz (Ferrari) com 1m04s581, Lando Norris (McLaren) com 1m04s658, Lewis Hamilton (Mercedes) com 1m04s819, Lance Stroll (Aston Martin) com 1m04s893, Fernando Alonso (Aston Martin) com 1m04s911, Niko Hulkenberg (Haas) com 1m05s090 e Pierre Gasly (Alpine) com 1m05s170. Esses nove pilotos registraram tempos com diferença menor que 1 segundo entre eles. 7 entre 10 equipes estiveram representadas nesses 9 primeiros lugares. Os carros estão cada vez mais próximos. Essa situação deve ser comemorada. A corrida teve como característica comum entre as últimas quatro, o domínio de Verstappen, completando sua 42ª vitória, superando Ayrton Senna. A luta pelas demais posições teve momentos sensacionais, dignos de pilotos da Fórmula 1. Depois de mais uma má qualificação, Perez soube explorar toda a capacidade de um Red Bull imbatível até o momento, para subir do 15º até o 3º lugar. O mexicano guiou muito. A Ferrari fez uma corrida que deveria levar seus dois pilotos ao pódio, até a equipe prejudicar Sainz nos boxes. Leclerc foi o segundo colocado sem sustos. Norris em quarto lugar deixou claro que a McLaren foi muito bem nas atualizações. Vamos ver se confirma em Silverstone. Em quinto lugar, Alonso fez o que o Aston Martim permitiu. Punido – trataremos do assunto na sequência -, Sainz caiu para o sexto lugar. Em sétimo e oitavo, os dois Mercedes, Russell e Hamilton (punido), dão a impressão que estão com dificuldades para encontrar o melhor caminho de acertos a trilhar. Stroll (Aston Martin) e Gasly (Alpine) completaram os 10 primeiros. Talvez fosse mais sensato se a organização da corrida, leia-se FIA, prestasse mais atenção às opiniões de pilotos e dirigentes das equipes, os mais diretamente envolvidos na competição, evitaria cometer os erros grotescos que assistimos domingo na Áustria. Sabemos que é norma punir pilotos que excedam, com as quatro rodas, a linha branca que delimita a pista. A organização Só não tem a capacidade de entender que cada curva tem suas características. A curva 10 de Spielberg é ponto final de uma tomada crítica, obrigando o piloto a “apoiar” na zebra que está além da linha branca. Para escapar da punição os pilotos tentavam apoiar com apenas as rodas do lado esquerdo. Nem sempre é possível, como ficou claro com dezenas de voltas deletadas na qualificação e nove pilotos punidos 12 vezes na corrida. É uma insanidade usar o mesmo critério para todas as curvas do Mundial de Fórmula 1. A pergunta que deve ser feita: afeta a segurança de algum piloto se os carros passarem com as quatro rodas além da linha branca especificamente na curva 10 de Spielberg? Evidentemente a resposta é não! O resultado final do GP da Áustria foi alterado por erros inacreditáveis da organização da prova. Pilotos punidos: Carlos Sainz, Lewis Hamilton, Pierre Gasly, Alexander Albon, Logan Sargeant, Esteban Ocon, Nicki de Vries, Kevin Magnussen e Yuki Tsunoda. Próximo encontro: GP da Grã-Bretanha, dia 9 de julho. Luiz Carlos Lima Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |