A discussão em torno da competência dos pilotos de Fórmula 1, de quem é o melhor de todos os tempos e, no grid atual, que fulano é mais competente que beltrano, parece não ter fim. E não terá mesmo. Procuramos aqui oferecer alguns subsídios com o propósito de facilitar a análise, para quem tiver esse interesse. Tomando por base os grids de largada dos 12 GPs disputados até aqui em 2023, chegamos a uma diferença média aproximada de 4% entre os primeiros e os últimos colocados. Simplificando: Logan Sargeant, por exemplo, na última colocação do grid, conseguiu atingir 96% do tempo alcançado por Max Verstappen, o pole position. As estatísticas nos mostram que os 20 pilotos lutam por posições dentro de 4% de diferença, considerando que os carros se encontram em diferentes níveis técnicos, também ocupando espaços dentro dos mesmos 4%. É a pura realidade. A Fórmula 1 se encontra no topo da evolução tecnológica de automóveis. Para vencer a duríssima concorrência chefes de equipe procuram contratar os melhores técnicos e pilotos. As equipes disputam a peso de ouro os profissionais que conseguem se destacar pelo trabalho realizado em suas áreas de atuação nas categorias de acesso. Quanto um técnico pode ser melhor que outro? Voltamos ao que a realidade nos mostra: 4%. Tudo em Fórmula 1 acontece no mais alto nível de conhecimento e competência. Em todo o mundo cada vez mais se formam pilotos de alta capacidade que chegam ao nível da superlicença estando, portanto, aptos a guiar os carros mais potentes das categorias top do automobilismo. A maioria esmagadora tem por objetivo um assento na Fórmula 1. Dezenas chegam próximo, mas apenas um ou dois conseguem ocupar esse restrito espaço. E normalmente nas equipes menores, com nenhuma chance de vitória. Para chegar é preciso ser vencedor nas categorias regionais e nacionais, sempre figurando entre os melhores. Observe o histórico esportivo de cada piloto que se encontra no grid da F1 atual e avalie. Todos, sem exceção, são de alto nível técnico. Entre o melhor e o pior do grid a realidade nos mostra uma diferença de 4%. Em última análise é o que devemos considerar. Que não se fale em pilotos “medianos” na categoria. Todos os membros de cada equipe mantêm o foco na evolução de cada setor do carro: aerodinâmica, motor, pneus, suspensões, entre outros. Além de estratégia, meteorologia, operacionalidade, resistência dos materiais, também entre outros. Tudo é muito complexo e ocorre em ritmo vertiginoso. As equipes são verdadeiras fábricas, sendo que algumas já atingiram nível de excelência, tanto que até vendem tecnologia. Os que estão nas melhores posições têm que trabalhar muito, tanto quanto os últimos, caso contrário serão superados. A Fórmula 1 se mantém na ponta da tecnologia desde sua criação, em 1950. Nasceu para ser a principal categoria do automobilismo mundial. Disputaram Grandes Prêmios alguns dos melhores pilotos que o mundo já conheceu. Quem é o melhor de todos? Não se deve comparar pilotos de épocas diferentes. Quem foi o maior vencedor? Juan Manuel Fangio foi o maior de todos se levarmos em consideração que participou de 51 corridas e venceu 24, o que representa 47,06% de aproveitamento. Lewis Hamilton largou em 322 corridas e venceu 104 (31,99%), Michael Schumacher largou em 307 GPs e venceu 91 (29,64%) e finalmente, Max Verstappen, que largou 175 vezes e venceu 45 GPs (25,71%), considerando apenas o líder atual e os que superaram os cinco títulos mundiais. A proporção dos demais é significativa, mas não atinge os níveis dos citados. Não afirmamos quem foi o melhor pela falta de confronto direto entre eles. Devemos considerar todos excepcionais. Luiz Carlos Lima Conheça o site do nosso colunista: www.historiaveloz.com.br Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |