Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge! Nesse final de semana tivemos o encerramento do calendário internacional das categorias que acompanho na minha coluna com o encerramento do campeonato da FIA Fórmula 2. A melhor notícia do final de semana provavelmente ficará com a renovação do contrato de patrocínio de Enzo Fittipaldi com a Red Bull. O piloto brasileiro continuará vestindo o macacão da marca de bebida energética, mas ainda não está definido em qual categoria ele vai correr. Ayumu Iwasa, o “primeiro colocado no campeonato da Red Bull Fórmula 2” vai voltar para o Japão e correr na Super Fórmula. Liam Lawson (a princípio) será o primeiro reserva das equipes de Fórmula 1. E o que vai acontecer com o piloto brasileiro? Isack Radjar esteve no TL1 da F1 novamente em Abu Dhabi, como fez no GP do México, mesmo estando atrás de Enzo Fittipaldi e Zane Maloney no “campeonato taurino”. Jake Dennis, campeão da Fórmula E também foi pra pista no TL1, com Iwasa, Fittipaldi e Maloney de fora. Eu espero que ele tenha uma nova temporada na Fórmula 2, mas em uma equipe melhor, apesar de que em 2024 teremos novos carros na categoria e o balanço de forças pode mudar. FIA Fórmula 2 Tivemos nesta última etapa do ano as estreias de Paul Aron na Trident e Franco Colapinto na MP Motorsport, respectivamente. O treino livre foi sob sol forte, calor intenso e todos usando pneus médios. Os pilotos não demoraram para irem pra pista, mas Enzo Fittipaldi permaneceu nos boxes nos primeiros 10 minutos. Tinham se passado 1/3 do treino até que ele abrisse sua primeira volta rápida, mas ele tirou o pé no final da volta e abrindo outra volta rápida na sequência, virou em 1m39,963s, um tempo ainda alto. Antes de abrir uma nova volta rápida, Arthur Leclerc ficou parado em um local perigoso e provocou uma bandeira vermelha faltando 23 minutos de treino. Com a pista liberada e 16 minutos restantes, Enzo Fittipaldi foi buscar melhorar sua performance. Ele conseguiu melhorar seu tempo de volta, baixando para 1m39,365s, mas isso ainda estava deixando o brasileiro fora dos 10 primeiros e ele estava vendo seu companheiro de equipe andando entre os três primeiros. Depois ele fez uma boa volta em 1m38,565s, ficando a 3 décimos da P1 e ocupando a P8. na sequência os primeiros começaram a virar na casa de 1m37s. Enzo Fittipaldi conseguiu uma volta melhor, em 1m38,113s e fora dos 10 primeiros com Zane Maloney na P2. Depois do treino livre 1 da Fórmula 1 os pilotos da Fórmula 2 voltaram à pista para os 30 minutos de treino classificatório e Enzo Fittipaldi ia precisar melhorar muito em relação ao treino livre. O sol estava mais baixo e a pista menos quente, o que poderia ajudar no tratamento dos pneus. Mal o cronômetro foi disparado e os boxes abertos os pilotos vieram logo pra pista para tentar estabelecer uma volta rápida e se prevenirem de uma bandeira vermelha ou amarela que atrapalharia uma volta rápida. Era hora de por os pneus macios e na primeira volta rápida, Enzo Fittipaldi marcou 1m37,709s que não era um tempo nada bom. Na sua segunda volta rápida, depois de resfriar os pneus, ele marcou 1m37,154s, mas tinha muita gente virando na casa de 1m36s e o brasileiro continuava fora dos 10 primeiros e isso seria um prejuízo enorme para as duas corridas do final de semana... e vendo o companheiro de equipe andando lá na frente. Todos foram para os pits para fazer aquele ajuste, trocar os pneus e buscar com o engenheiro os décimos de segundo que estavam faltando em relação ao carro de Zane Maloney. Faltavam 10 minutos para o final do treino quando os pilotos voltaram pra pista. Enzo Fittipaldi conseguiu baixar seu tempo de volta para 1m36,765s, muito longe de seu companheiro de equipe, o P3 e ele continuava fora dos 10 primeiros com 4 minutos do final do treino. Depois de resfriar os pneus e ver os pilotos da frente virando na casa de 1m35s, o brasileiro conseguiu uma volta em 1m36,262s nos segundos finais e salvou uma P10, que o colocava na pole da corrida do sábado. Na tarde do sábado em Abu Dhabi, antes do treino classificatório da Fórmula 1 os pilotos da FIA Fórmula 2 foram pra pista disputar a Sprint Race. Enzo Fittipaldi era o pole position e tinha carros bem mais rápidos atrás dele para complicar sua corrida. Franco Colapinto não saiu para a volta de apresentação e foi levado para os boxes. Após a volta, de apresentação eles realinharam no grid e, apagadas as luzes vermelhas para 23 voltas, Arthur Leclerc ficou parado. Enzo Fittipaldi precisou brigar muito com Frederik Vesti nas primeiras curvas para manter a ponta, mas se atrapalhou na curva de entrada na reta dos boxes e caiu para a p3, superado por Frederik e Richard Verschoor, mas ainda na reta ele foi espetacular, pegou os dois vácuos e recuperou a ponta. A disputa ia ser complicada, mas Juan Manuel Correa ficou atravessado na pista depois de se tocar com Victor Martins e isso provocou a entrada do safety car. A relargada veio apenas na abertura da volta 6 e Enzo Fittipaldi relargou bem, mantendo Isack Radjar, o P2, a uma boa distância na entrada da reta mais longa. O brasileiro foi rápido e competente para abrir mais de 1s de vantagem antres da liberação de abertura da asa móvel. Isack Radjar e Richard Verschoor brigavam pela P2 o que ajudava o líder, mas Frederik Vesti, que estava muito rápido não demorou a ganhar a P3 e foi buscar a P2. Enquanto a briga pela P2 era intensa, Enzo Fittipaldi aproveitou e foi abrindo vantagem. Enzo Fittipaldi fez a volta mais rápida da corrida em duas voltas seguidas. Na volta 11 Frederik Vesti ganhou a P2 e, após a definição da posição, o piloto brasileiro tinha 2,5s de vantagem sobre o piloto dinamarquês na volta 11, mas ainda estávamos praticamente na metade da corrida e não demorou pra ficar evidente que o piloto da Prema tinha um carro mais rápido. A diferença de Enzo Fittipaldi para Frederik Vesti ia caindo na faixa de 3 a 4 décimos por volta e não demorou para o piloto dinamarquês chegar no piloto brasileiro. A diferença para Richard Verschoor, o P3, era de pouco mais de 5s. Era evidente que não tinha como segurar a posição e não era bom negócio deixar Richard Verschoor tirar a diferença. Na volta 19 Frederik Vesti tomou a ponta e abriu vantagem com facilidade. Enzo Fittipaldi, foi sendo alcançado por Richard Verschoor, mas o brasileiro conseguiu administrar a vantagem para conquistar mais um pódio na categoria. A corrida do domingo, a Feature Race, com 10 voltas a mais, seria disputada pouco depois da 1 hora da tarde e a temperatura do asfalto bem mais alta seria um grande desafio para os pilotos, que teriam que lidar bem com os pneus médios e macios, com o pit stop obrigatório, permitindo estratégias distintas. Largando na P10, Enzo Fittipaldi optou por largar com os pneus médios e prolongar o primeiro stint. Depois da volta de apresentação os pilotos retornaram ao grid e, apagadas as luzes vermelhas para as 33 voltas, Enzo Fittipaldi fez uma largada segura, mantendo a P10, mas no segundo trecho de reta longa, que tem uma curvona aberta no final, ele foi empurrado pra fora e perdeu 3 posições. O problema não era só esse. Com os pneus sujos, o brasileiro foi sendo superado por quem vinha atrás e caiu para a P17. O calor e a temperatura alta do asfalto cobrou de quem largou de pneus macios e na abertura da volta 7 os que fizeram esta opção começaram a ir para os boxes. Na volta 10, quem tinha largado de pneus macios já haviam trocado para os pneus médios e com isso, Enzo Fittipaldi havia subido para a P8, mas não conseguia andar no mesmo ritmo de Roman Stanek, que estava na sua frente. Atrás dele, só Franco Colapinto, que teve problemas na largada e Joshua Mason. Nesta altura, tudo o que o piloto brasileiro não precisava era de uma entrada de safety car. Nesse caso, o que estava ruim ficaria ainda pior. Na volta 14 o líder entre os que haviam parado e o líder antes do início das paradas, Jack Doohan, era o P9, a 7s de Enzo Fittipaldi e virando 1s mais rápido que o brasileiro. Depois de 3 voltas os tempos de volta dos que pararam para por pneus médios para os que largaram de pneus médios estava muito próximo. Na volta 18 o motor de Oliver Bearman deu pau. Ele conseguiu chegar nos boxes, mas ficou parado na entrada e com o carro travado. A direção de prova fechou a entrada dos boxes até a retirada do carro da Prema. Felizmente, sem bandeira amarela. Na volta 20 o acesso aos boxes foi liberado e, na volta seguinte Enzo Fittipaldi foi para os boxes, colocando pneus macios e voltando na P17. Ele tentou o undercut em Roman Stanek, mas não conseguiu. Quem perdeu a posição foi Richard Verschoor e o brasileiro subiu pra P16. Ralph Boschung, era o P12, mas estava trocando posiçõs com Juan Manuel Correa e estavam 10s atrás de Jak Crawford. Um pelotão até Enzo Fittipaldi vinha colado neles, mas todos longe dos pontos. Nas voltas finais Ralph Boschung ficou sem pneus e foi sendo superado por todos. Enzo Fittipaldi subiu para a P15. Joshua Mason parou próximo a uma agulha e foi acionado o safety car virtual. A bandeira verde veio em menos de uma volta e então veio a disputa pela P3 entre Frederik Vesti e Zane Maloney, o barbadiano exagerou na defesa, bateu rodas com o dinamarquês, rodou e abandonou a prova, dando a Enzo Fittipaldi a P14. Final de campeonato e P7, com 124 pontos, o “simbólico vice campeonato taurino”, só atrás de Ayumu Iwasa e muitas perguntas sobre qual será o destino do piloto brasileiro na temporada 2024. Espero que em uma equipe mais constante que a Carlin. O título ficou com Theo Pourchaire. E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando as categorias de base com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em qualquer dos continentes pelo mundo e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. Um abraço a todos, Genilson Santos Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |