Caros amigos, ainda tomado pela emoção e pela dor da perda do nosso amado Luizinho Pereira Bueno, tive a grata felicidade em receber do nosso parceiro Willy Möller, a mensagem deixada por Stirling Moss em seu site sobre o nosso piloto e padrinho. Enquanto isso, no dia da cerimônia de cremação, apenas uma equipe do Sportv estava no crematório da Vila Alpina. Pior foi ver que o picotado resultado da gravação só foi passado na madrugada, quando pouca gente está vendo. Na TV aberta... nada! Uma vergonha para a imprensa profissional desse paiszinho sem memória e sem respeito. Clique aqui para ler o que Sir Moss escreveu. Bom, falemos sobre o que nos traz aqui, o comentário sobre o que se passa nas categorias do automobilismo. E como pouca coisa começou, falemos um pouco mais sobre o calendário, as vezes é ingrato com a gente e que, por uma questão de horas, faz Jesus virar Genésio... e viceversa. Tripudiamos dos sites – e consequentemente dos organizadores – do WTCC e da Stock Cars pela discrepância de informações sobre a abertura dos respectivos campeonatos. Enquanto a assessoria da KSO de Marcello Lotti informava que a corrida seria em São Paulo, a VICAR de Carlos Col mantinha a etapa em Curitiba. E depois dos desencontros na grande rede, VICAR e KSO passaram a falar o mesmo idioma: a corrida vai ser em Curitiba. O desentendimento eletrônico foi desfeito no início de fevereiro, com o dirigente italiano confirmando que a prova seria em Curitiba, onde o WTCC abriu a temporada nos últimos 5 anos... com as duas categorias se espremendo nos boxes – bem menores que os de Interlagos e em menor número. Como se não bastasse, ainda vai ter a turma dos riquinhos da Mini Challenge... vai ser interessante ver como eles vão se arrumar. O estacionamento interno vai ficar pequeno! Ainda na mixagem de assuntos das duas categorias, um projeto que nós demos em primeira mão no ano passado... babou! As negociações nas quais Cacá Bueno trabalhou durante 2010 para a entrada de uma equipe “brazuco-porteña” na categoria não se concretizou... mas o piloto brasileiro deve participar da abertura do certame da FIA, ao volante de um Chevrolet Cruze, com o qual correu no ano passado em Brands Hatch... até o carro pegar fogo! Cacá vai ter que pular de um carro para o outro ao longo do final de semana. Mas se os coroas e gordinhos da NASCAR fazem isso com a Truck, Nationalwide e Sprint cup, o carioca, que não é coroa e deixou de ser gordinho faz tempo, vai tirar de letra. Cacá Bueno, que pretendia correr o campeonato inteiro do WTCC, vai ter a chance de correr a prova de abertura com o Cruze. O contrato de realização das etapas do WTCC no Brasil em parceria com a Vicar vai até 2013. Esperamos – sinceramente – que a organização seja bem melhor do que a bizarra pretemporada realizada em Piracicaba, num autódromo pequeno, estreito, com condições bem aquém de receber uma categoria como a Stock Car. O resultado não poderia ser pior. Xandinho Negrão sofreu um grave acidente no início dos primeiros treinos coletivos da pré-temporada da Stock Car, na pista de Piracicaba, na manhã da quarta-feira, dia 23/2. O piloto da equipe Full Time teve problemas com os freios, passou reto no fim da reta principal, “decolou” em um barranco, voou sobre a cerca do circuito – com cerca de 2 metros de altura – galopando os cv de potência do seu V8 num tosco estilo, longe do Rodrigo Pessoa, e bateu forte do outro lado. O piloto foi atendido pela equipe médica ainda no circuito, saindo consciente do carro. Xandinho foi levado à Santa Casa da cidade do interior paulista para uma bateria de exames, onde foram constatadas a fratura da clavícula esquerda e o dedo mínimo da mão esquerda. O piloto também teve leves escoriações na testa e no queixo por causa do impacto contra o volante. O acidente com Xandinho Negrão foi uma daquelas coisas que ninguém vai ter como explicar sem se expor ao ridículo. A coisa poderia ser bem pior, uma vez que alguns jornalistas e fotógrafos estavam na margem da pista, na área de escape, bem na reta de saída da tangente. Xandinho ainda teve reflexo para ‘driblar’ os inconsequentes (será que ninguém percebeu que estava colocando o pescoço em risco?) e evitar uma tragédia. Ah, depois do susto e de algumas calças sujas e/ou molhadas, retiraram os nobres colegas da zona de risco. Xandinho Negrão foi submetido a uma cirurgia no ombro esquerdo na manhã da quinta-feira, 23/2, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. E vai ficar de 4 a 6 semanas fora das atividades, ou seja, fora da etapa de abertura em Curitiba e, possivelmente, da segunda etapa, duas semanas depois em Interlagos. Se as fraturas no piloto o deixaram fora de combate temporariamente, as do carro foram piores: perda total e um “preju” de 250 mil pacotes! Ainda falando sobre a VICAR, o brasileiro de marcas vai mesmo acontecer. A proposta – ao que parece – tem ótimas possibilidades de dar certo e ainda alavancar, como gostaria o presidente da CBA – Cleyton Pinteiro – o automobilismo regional: a cada praça o Campeonato de Marcas Regional será convidado a participar da programação oficial, sendo mais uma atração do final de semana. Carlos Col (ao fundo) e Cleyton Pinteiro (ao seu lado) fecharam os últimos detalhes do brasileiro de marcas. força para os regionais. Na última etapa do Brasileiro, em Curitiba, as federações indicarão os dez melhores pilotos dos regionais para a decisão de um título nacional (e eles vão correr com que carros? O regulamento é o mesmo em todos os estados?), como se fosse a Série B, criando motivação extra aos concorrentes dos torneios regionais e, por consequência, o fortalecimento da base do automobilismo de turismo. O modelo do torneio segue o bem sucedido esquema da TC2000 da Argentina (mas, pelo amor de Deus, não “importem” a pontuação), com motores do Mago Oreste Berta – 2,3L 4 cilindros em linha e 300cv – com câmbio e suspensão padronizados. Estão confirmadas as presenças de Chevrolet, Toyota e Honda... quem sabe mais alguma se empolga para o futuro. A patrocinadora – e fornecedora de combustível – será a Petrobras e o calendário de 2011 é o seguinte:29/05 – Curitiba (PR); 12/06 – Tarumã (RS); 17/07 – São Paulo/Alternativo; 31/07 – Rio de Janeiro (RJ); 21/08 – Velopark (RS); 25/09- Rio de Janeiro (RJ); 30/10 – Brasília (DF); 20/11 – Curitiba (PR). A FIAT, que ficou de fora do torneio multimarcas, vai continuar com o Troféu Línea e – bom senso – não será boicotada pela VICAR, com os pilotos da Stock podendo participar do certame monomarca. Ou seja, os pilotos que correm na Stock vão poder correr por lá. Inicialmente, tudo apontava para a proibição pura e simples, mas – isso ninguém vai confessar, claro – um “papo amigo” que deve ter envolvido Felipe Massa, Galvão Bueno, TV Globo e outras partes, acabou por fazer esta concessão, que garantiu o não esvaziamento do torneio e a boa relação comercial entre o piloto brasileiro na F1 e a FIAT, dona da Ferrari. Como se não bastasse uma categoria monomarca, a CBA e a SRO (Stéphane Ratel Organisation) confirmaram a criação do Mercedes-Benz Grand Challenge, nova categoria monomarca do automobilismo brasileiro. O novo campeonato será disputado com o modelo Classe C da montadora alemã adaptado para as pistas e equalizados para garantir o equilíbrio da disputa. Os Mercedes Classe C vão correr em oito das dez etapas do Itaipava GT Brasil, fazendo a preliminar. Nova categoria. O grid será formado por 22 pilotos, que possuem a licença B da CBA. Todas as vagas já foram preenchidas e, segundo a organização, há 24 pilotos na lista de espera. Antonio Hermann, da SRO Latin America, destacou o ineditismo da disputa. “É a primeira vez que a fabricante de Stuttgart participa oficialmente de uma categoria monomarca em todo o mundo”, afirmou. Assim como acontece no GT Brasil, a Pirelli será a fornecedora de pneus do Mercedes-Benz Grand Challenge, que também irá contar com transmissão da Rede TV! nessa temporada inaugural da categoria. As corridas do Mercedes-Benz Grand Challenge serão disputadas como preliminares de algumas provas do GT3 Brasil, contando com oito etapas, todas de rodada dupla, sendo a abertura no dia 10 de abril, em Interlagos. Na nossa vizinha Argentina, o calendário da TC 2000 saiu... em parte. As datas estão definidas, mas apenas o local da abertura, Em General Roca, no dia 13 de março. As pistas que se seguirão, em qual ordem, ainda é um “mistério”. A única data que fecha com o que existe de etapa em conjunto e a 11ª, no dia 6 de novembro, em Potrero de los Funes, que deve correr junto com o mundial de Gran Turismo da FIA. E o vencedor da primeira prova da NASCAR não vai correr o campeonato da mesma: ele participa mesmo é da Nationalwide. Na Europa, DTM só em maio... e se as coisas ainda não começaram na Europa, nos Estados Unidos a NASCAR já acelera há mais de 2 semanas. Talvez achando pouco as 36 etapas do campeonato, os caras ainda arranjam tempo para fazer provas extracampeonato. Kurt Busch se aproveitou da desclassificação automática de Denny Hamlin para vencer o Budweiser Shootout – evento que marcou a abertura da temporada da Nascar –, na noite do sábado, 12/2, na pista onde seria a primeira etapa do campeonato, o super oval de Daytona. Na corrida para valer, no domingo dia 20/2, um garoto de 20 anos – Trevor Bayne – disputando apenas sua 2ª corrida na Sprint Cup, venceu as famosas 500 milhas de Daytona. Com os carros correndo em dupla, fazendo um ridículo – mas eficiente – trenzinho, Bayne trabalhou toda a parte final da corrida com o então líder David Ragan. O piloto da Roush-Fenway, no entanto, foi punido por não respeitar a posição de relargada. Sem o antigo parceiro, Trevor acabou sendo empurrado por Bobby Labonte e se defendeu dos ataques de Edwards e Gilliland para receber a bandeira quadriculada pela primeira vez na carreira. Edwards terminou em segundo, seguido por Gilliland e Labonte. Kurt Busch finalizou em quinto, sendo seguido por Juan Pablo Montoya. Regan Smith, Kyle Busch, Paul Menard e Mark Martin completaram os dez primeiros. A nova condição da pista de Daytona deixou-a mais sujeita aos acidentes... e o primeiro tirou 1/3 dos carros da disputa! A prova foi acidentada como nunca. O novo asfalto permitiu que se formassem linhas triplas e, sendo relativamente estreita, só podia dar no que deu. Com diversas bandeiras amarelas e relargadas, em uma delas, o pelotão estava bastante desorganizado do meio para trás e a “carambola” foi fenomenal. Michael Waltrip tirou o companheiro David Reutimann, que acabou acertando quem vinha atrás. Nessa, Brian Keselowski, Andy Lally, Mark Martin, Jeff Gordon, Jimmie Johnson, Matt Kenseth, Marcos Ambrose, Greg Biffle e vários outros deram adeus às chances de vencer a corrida. No total, 14 pilotos acidentados, sendo quatro antigos vencedores. Contudo, nem por isso a vida do “rookie” foi fácil. Uma outra coisa que marcou foi a homenagem da torcida para Dale Earnhardt, falecido há 10 anos. Na volta em que ele acidentou-se, todo o speedway fez silêncio e o público sinalizou, com 3 dedos, o número do carro do eterno campeão. Foi de arrepiar. Em Daytona os pilotos e equipes colocaram a culpa no novo asfalto, que permitiu os carros andarem perto de mais e em Phoenix? Na prova de Phoenix, a pancadaria generalizada acabou interrompendo a prova na volta nº 67, com um acidente que - assim como em Daytona - mandou mais de uma dezena de carros para a garagem. Deste jeito eles vão tomar o título de Campeonato de Carros de Combate do WTCC. Clint Bowyer deu uma entrevista no canal speed - revoltado - dizendo que eles, pilotos da NASCAR, eram melhores que aquilo e que estavam todos guiando como se fossem amadores. Pancadas à parte, depois que o pessoal das garagens conseguiu devolver alguns carros – remendados – para a pista e os pilotos “esfriaram suas cabecinhas duras” e, certamente, ouvindo os sábios esporros dos respectivos chefes de equipe, tivemos uma corrida, digamos, mais normal. Com isso, os pilotos que costumam andar na ponta cresceram na prova, mas o final estava reservado para o fim de uma urucubaca que já durava 1 ano e meio... Depois que resolveram correr, a prova foi eletrizante, com o final sendo decidido numa bela ultrapassagem e uma nova velha festa. Faltando 8 voltas para o final, Jeff Gordon ultrapassou Kyle Busch (que quase fez "barba, cabelo e bigode, uma vez que venceu na Truck e na Nationalwide) e assumiu a ponta, para vencer uma etapa da NASCAR, o que não conseguia desde 2009. Seu companheiro de equipe e penta campeão, Jimmy Johnson, foi o terceiro. Kevin Harvick, Ryan Newman, Kasey Kahne, Tony Stewart, Kurt Busch, A.J. Allmendinger e Dale Earnhardt Jr. completaram o top 10. A próxima etapa da NASCAR será no domingo de carnaval (eles não tem disso nos EUA), em Las Vegas. Para não deixar passar em branco, uma vez que também estamos acompanhando as 25 etapas da Camping Truck Series, que tem a participação de Miguel Paludo e Nelsinho Piquet, nas duas primeiras etapas, duas situações distintas: Se no super oval de Daytona Miguel Paludo terminou em 4º lugar, numa prova sensacional e Nelsinho, com problemas de motor, teve que abandonar. Miguel Paludo chegou em 4º na primeira prova, mas assumiu a 2ª posição no campeonato (so com os inscritos na categoria). Em Phoenix foi Nelsinho que fez uma excelente prova de recuperação no oval de 1 milha e ganhou 9 posições, saindo da 22ª posição para a o 13º lugar. Paludo não conseguiu ir tão bem, e no final da prova, envolveu-se em um acidente. Os dois estão mostrando que podem evoluir ao longo da temporada. Nelsinho Piquet ficou pelo caminho em Daytona... na corrida seguinte, um desempenho melhor e esperanças de bons resultados. Se na NASCAR parece que vai tudo bem, obrigado, na Indy as coisas não vão lá essas coisas... e tem brasileiro a pé, brasileiro de porta fechada e gente querendo duas provas no país, oh insensato coração... Os últimos dias de fevereiro trouxeram duas péssimas notícias e um grande sinal de alerta: Tony Kanaan, um dos melhores pilotos já nascido na ‘terra brasilis’, ficou sem carro para disputar o campeonato da Fórmula Indy por não conseguir amealhar patrocinadores – leia-se, dinheiro – para sustentar sua permanência e de sua equipe, a Lucson-Dragon-Ferran, que tinha num dos sócios o também brasileiro Gil DeFerran. Tony Kanaan e Gil DeFerran chegaram a sonhar com a temporada de 2011... faltou dinheiro para tornar o sonho realidade. Pois é... tinha! Poucos dias depois da divulgação da notícia que a ‘armada nacional’ teria um nome a menos, a equipe comunicou o encerramento de suas atividades por falta de patrocinadores para custear a temporada. Enquanto a NASCAR parece nadar em dinheiro, a Indy vem penando para se manter, com equipes fechando. Com isso, a participação brasileira – a princípio – estará limitada a Helio Castro Neves e Vitor Meira... se bem que o bom baiano disse que não desistiu de encontrar um lugar no grid da categoria em 2011. Na contramão dessa notícia, vem a divulgação do possível circuito de rua para o Grande Prêmio MERCOSUL, a ser disputado em Porto Alegre, por avenidas de grande importância na cidade e que, caso ocorra, deixará o caótico trânsito da metrópole pior ainda! Incrível mesmo é a data proposta... março! Com a corrida de São Paulo em maio, até parece que vão deslocar o circo da Indy duas vezes para cá... o duro de engolir é que, com o Velopark tão perto – e sem corrida de F1 no circuito – pra que correr na rua? Nem falo de Viamão, que precisaria passar por uma reforma considerável para receber a categoria, mas o circuito de Nova Santa Rita está pronto. O circuito proposto para o Grande Prêmio do MERCOSUL vai tomar algumas das principais avenidas da capital gaúcha. Como os americanos certamente devem estar pensando nisso bem menos do que nós, foi divulgado o novo traçado do ‘aerocircuito’ de Edmonton... que quase perdeu a etapa devido aos problemas que a corrida, realizada no aeroporto, causava. O novo traçado libera a pista principal e assim o tráfego aéreo e os carros da Indy poderão conviver em paz, ao contrário dos japoneses que já receberam o “aviso prévio” de que não vai haver etapa em Montegi em 2012. O motivo alegado foi a baixa audiência na TV por conta do fuso horário... e sem grana, nada funciona, especialmente nos EUA! Por falar em grana, essa foi ótima: A organização da Indy vai oferecer um prêmio de 5 milhões de dólares para o vencedor da prova de encerramento em Las Vegas se este não for um piloto da categoria... Detalhe: a prova é num oval! A “idéia” é provar que os melhores pilotos do mundo (sic) correm na Indy. A nova proposta de pista em Edmonton, correndo no sentido antihorário, mateve a etapa da Indy e o aeroporto funcionando. Vamos fazer assim: faz a corrida na pista de Elkart Lake (que nem está na temporada) ou mesmo em Sonoma... com os caras da F1 correndo lá. Já pensaram em ver os comentaristas tentando descobrir quem seriam Jenson Button, Lewis Hamilton, Fernando Alonso, Nico Rosberg e Cia? Bem, quem sabe seja este um desafio aos pilotos da NASCAR... afinal, os americanos chamam seus campeonatos locais de ‘world series’... Outra categoria que acelerou, abrindo a temporada, foi o WRC. Com neve e tudo, a etapa foi quente... e a Ford largou na frente da Citroen. No primeiro duelo entre as montadoras, Mikko Hirvonen voou no cenário branco e conquistou o Rali da Suécia, prova de abertura do Mundial de Rali, com apenas 6s5 de vantagem para um surpreendente Mads Ostberg. O finlandês da equipe oficial, vencedor da etapa em 2010, repetiu a dose este ano nas trilhas de gelo de Karlstad. Jari-Matti Latvala, companheiro de equipe de Hirvonen, faturou dois estágios no domingo e fechou o top-3 na Suécia, sacramentando o domínio incontestável da Ford na Suécia. Na primeira batalha do WRC, deu Ford Fiesta nas três primeiras posições. O heptacampeão, Sebastian Loeb foi apenas o 6º. Depois do trio da Ford, o melhor colocado foi Sébastien Ogier. O número 2 do time oficial da montadora francesa somou três pontos extras (uma novidade no campeonato deste ano, tipo aquelas para impedir que o Loeb ganhe o campeonato no meio da temporada, como a F1 fazia com o Schumacher) por ter vencido a superespecial noturna, destinada à transmissão televisiva, seguido pelo compatriota Sébastien Loeb e por Latvala, somando cada um respectivamente dois e um ponto pelo êxito no estágio extra. A próxima etapa vai ser no México, no meio do carnaval, e uma chance para o hepta campeão Loeb tentar se recuperar da apagada atuação na neve, terminando num modesto 6º lugar. Mas o evento da etapa foi mesmo o que aconteceu com Peter Solberg... O norueguês foi interceptado pela polícia local por ter excedido o limite de velocidade em uma estrada da região de Karlstad na tarde de sexta-feira, 11/2, passando a 112 km/h, enquanto o limite de velocidade é de 80 km/h. A licença de Petter foi apreendida e o nórdico teve de ceder a direção de seu Citroën DS3 para o navegador norte-irlandês Chris Patterson. De quebra, Solberg foi punido pela FIA em 800 euros pela infração. Com isso, a dupla – apesar dos esforços do navegador, guindado à condição de piloto – perdeu tempo e posições no final da prova. A lei sueca prevê que qualquer piloto que exceda em 30 km/h ou mais o limite de velocidade nas vias locais é imediatamente punido, mas tem 48 horas de carência. Passado o prazo, a licença do condutor é cassada. E a gente faz piada de português... Aqui no Brasil quem também deu sua largada foi a Fórmula Truck, que tem um grid com algumas baixas em relação ao ano de 2010, mas uma grata novidade: Se a categoria perdeu Cristiano da Matta, que deixou a categoria junto com Bruno Junqueira para disputar pela Jaguar o campeonato da American Le Mans Series, o grid ganha uma nova presença feminina, competindo pela equipe de Djalma Fogaça: ninguém menos que Maria Cristina Rosito, a gaúcha, filha de Rafaelle Rosito, que detonou nas pistas nos anos 80/90. Se ela se acertar com o bruto, os marmanjos vão suar para andar na frente. A Truck fez sua abertura de atividades em Santa Cruz do Sul-RS, onde cancelou a etapa no ano passado. O sucesso de sempre. Se o atual campeão é Roberval Andrade e o “caminhão do timão”, este ano vamos ter “clássico” nas pistas: O Flamengo vai fazer a sua estréia neste domingo. A primeira das dez etapas do campeonato terá a participação da equipe Fla Truck, com os pilotos Leandro Reis e José Maria Reis. A abertura do campeonato, em Santa Cruz do Sul – RS teve a companhia da parceira argentina, a Top Race V6. No caso, foi a abertura do Sulamericano, uma vez que em 2011, três etapas farão a pontuação do campeonato continental, e as outras sete, a do brasileiro. Como de costume, o autódromo estava lotado... no melhor estilo gaúcho (com a torcida acampando em torno do circuito, que fica em um parque, nos arredores da cidade, fazendo seu churrasco durante o final de semana). A chuva no sábado embaralhou o grid, atrapalhando a vida de muita gente, entre eles o campeão, Roberval Andrade, e – no molhado – Beto Monteiro ficou com a pole. O pernambucano só não levou a etapa por conta de um pequeno erro: passou 1 mísero Km/h acima do permitido no radar e, com isso, abriu caminho para a vitória de Felipe Giaffone. Apesar da chuva no sábado e das ameaças de mais água no domingo, a torcida gaúcha tomou o autódromo da cidade. Na corrida, uma grande recuperação de Roberval e o “caminhão do timão”, além do Paulo Salustiano, que substituiu o da Matta na equipe Iveco. Os “caminhões do mengão” deixaram a desejar, um – o do Zé Maria – ficando para o fim do pelotão e outro – o do Leandro – varando a área de escape da ferradura, cruzando perigosamente a pista e estampando o muro de concreto, chegando a deslocá-lo. Como o Cristiano e o Bruno foram correr nos EUA, vamos manter um olho por lá também, acompanhando o gran turismo das Américas. Na Europa, as coisas andam ficando interessantes... e as chances de título para os brasileiros aumentaram com a união de forças. Dupla brasileira no Fia GT: Ricardo Zonta e Enrique Bernoldi vão correr juntos na equipe oficial Sumo Power, que foi confirmada pela Nissan como a responsável pela preparação do GT-R, modelo da montadora na disputa da categoria. O desenvolvimento envolverá também a JR Motorsport, esta, em substituição à Swiss Racing, segundo time da Nissan em 2010, que deixou a categoria neste ano. O carro de 2010 da Sumo Power (acima). Em 2011 a equipe vai ter uma dupla de brasileiros ao volante: Zonta e Bernoldi. Os brazucas devem conduzir um carro da equipe oficial da Nissan, fazendo companhia a Jamie Walter-Campbell e Warren Hughes. Os atuais pilotos da Sumo Power, Peter Dumbreck e Michael Krumm, devem seguir representando a montadora nipônica, mas agora, através da JR Motorsport. Se um dia Pelé parou a guerra para verem ele jogar, as revoltas populares no mundo árabe pararam os carros de tio Bernie. Além do cancelamento da etapa do Bahrein da GP2 Asia, a prova da Fórmula 1 que abriria o campeonato foi – por enquanto – adiada... imagina que o velhinho vai abrir mão dos petrodólares... é ruim, heim? E nisso o GP do Brasil pode vir a ser “empurrado” para o início de dezembro. Por enquanto, tudo é especulação, vamos ver o desenrolar das coisas. E a rebelião popular suspendeu o GP do Bahrein... organizadores e tio Bernie vão fazer de tudo para ter corrida e evitar o prejuízo. Por falar em GP2, abrindo um parênteses, apenas o baiano Luiz Razia vai participar do campeonato – o à vera – que começa em maio. Mas no torneio asiático, na primeira prova, o brasileiro sofreu um acidente pavoroso! Milagrosamente, os danos foram praticamente só no carro. Luiz Razia escapou praticamente ileso do grave acidente na abertura da GP2 Asia... o Baiano vai ser o único brasileiro na categoria. Voltando à crise política, por conta do cancelamento/adiamento do GP Barenita, ao invés de corrida, vamos ter treinos no insosso circuito de Barcelona, onde assistiremos mais uma sessão de esconde-esconde entre as equipes. Afinal, quem não achou estranho a quantidade de gente que andou fazendo o melhor tempo dos testes? Todo dia era um carro diferente... até a Williams do Barrichello vez a sua graça! Em termos de lançamento, só a Ferrari fez um pouco da pompa de outrora, com um salão cheio de gente e os pilotos tirando a capa do carro que quase deu confusão com a Ford por causa do nome “F150”, que é o mesmo de uma pickup que a montadora americana vende na terra na natal. Mais rápidos que D. Alonso das Astúrias, a casa de Maranello tratou de “esclarecer”, que aquilo era uma “abreviatura” de F150th Itália, alusivo aos 150 anos de unificação dos territórios que formam a “bota”... Claríssimo, não? Carros diferentes. Pelo visto, o fim do difusor duplo fez com que os projetistas quebrassem a cabeça (batendo no computador com o AutoCAD) para criar uma “solução compensatória”. Nos testes, todo mundo colocou seu “bloco na pista”, menos a Hispânia, que disse que o carro novo ainda não ta pronto. Tem gente apostando que eles nem largam este ano... ainda falta um piloto pagante para ocupar a segunda carroça. Em Valência, a equipe espanhola nem deu as caras. Em Barcelona, alugaram o carro antigo para um monte de gente... depois do carnaval a gente vê. Mas, prá fechar a ‘silly season’ com chave de ouro, a ‘da hora’ é a biografia do tio Bernie, escrita por Tom Bower, que teria descumprido a promessa de não colocar “detalhes da vida pessoal” do manda chuva da F1. Em todo caso, ta parecendo coisa de ‘wikileaks’ as notas que vem sendo divulgadas na imprensa desde então. Desde a muita dos 100 milhões no Ron Dennis até as críticas a Jean Todt, atual presidente da FIA que “não está agradando”, a cada dia nos deparamos com uma nova página dos meandros do nosso bom velhinho. Tio Bernie não está gostando nada dos detalhes revelados. Desde a sua vida pessoal a algumas polêmicas sobre certos fatos. A última foi um suposto – e que não duvido que seja verdade – pedido de Fernando Alonso para que o carro de Hamilton fosse ‘sabotado’ para aquele GP da Hungria de 2007, em que ele sacaneou o colega de McLaren ficando parado nos boxes por mais tempo no Q3 do treino oficial. Quem andou ‘deparando-se’ com o que não devia... ou o que não queria foi o Polaco Robert Kubica. Sem ter o que fazer e com os pneus da bicicleta furados (o Mark Webber é mais cuidadoso neste ponto), o piloto da Renault foi correr o Rally de Andorra, uma republiqueta encravada nos Alpes italianos... deu de frente com um guard rail e está vivo por milagre! Segundo os médicos, Kubica chegou ao hospital com apenas 1 litro de sangue no corpo. Liberado pela equipe para participar de provas de Rally desde o ano passado, o Polonês Robert Kubica escapou da morte. Com sérias lesões no braço direito, quase teve o mesmo amputado, mas os cirurgiões foram hábeis e conseguiram salvar o membro. A recuperação – se houver – vai ser longa. O piloto está fora, a princípio, de toda a temporada de 2011. Interessante comentar que, todo mundo “desceu a lenha” no Mark Webber por ele ter se acidentado duas vezes com seu hobby, o ‘bicicountry’, contudo, no caso do Kubica a reação foi de lamento... dois pesos e duas medidas, com o agravante de que havia anuência da equipe para o piloto ficar arriscando o pescoço nas estradinhas de Andorra. O grave acidente durante o Rally de Andorra vai afastar o piloto - provavelmente - de toda a temporada de 2011. Bem, com o polaco fora, eis que alguns ufanistas começaram a vibrar com a possibilidade de “ver o ‘sobrinho’ vestindo” um carro preto e dourado (imaginem o quão insuportável ia ser ouvir a narração pela emissora oficial...). A equipe tratou logo de desconversar e, para não ficar feio, deixando de lado os “pilotos reservas oficiais”, fez uma rodada de testes com um deles – o ‘sobrinho’ – e um piloto experiente, Nick Heidfeld. O resultado não surpreendeu ninguém: o alemão foi 1,1s mais rápido e mostrou ter mais condições de trabalhar no desenvolvimento do carro. Os reservas continuam na reserva. Outra boa pérola foi a “chuva no molhado” do Felipe Massa, declarando que, pelas circunstâncias atuais do nosso automobilismo, em breve não teremos mais pilotos brasileiros na Fórmula 1... e não vamos ter mesmo. Qual é a empresa no Brasil que vai depositar 20 milhões de dólares para um piloto brasileiro sentar num carro minimamente decente, como foi o caso dos mecenas de Pastor Maldonado e Sergio Perez? Dureza é ver a Fórmula “pseudofuture” com um grid de 8 carros e um custo de 250 mil reais para se correr oito etapas! Se a molecada tá voltando os olhos para a Stock ao invés da Europa, é porque ali, ta dando para ganhar um dinheirinho e viver a vida. Se é para "chover no molhado", até o falecido Zacarias, que não guiava nada, também poderia falar o óbvio ululante! Como pouca gente sabe, vamos dizer novamente: faz anos que os nossos vizinhos hermanos ‘largaram de mão’ a F1. Lá tem corrida todo final de semana, um automobilismo forte, apoio das montadoras, ‘trocentas’ categorias e arquibancadas cheias – coisa que só a Stock e a Truck conseguem. Os pilotos argentinos ignoram solenemente o automobilismo americano e ninguém tá se matando para tentar correr na categoria do tio Bernie. Ou a gente arranja quem banque nossos poucos talentos, que já vem ‘minados’ desde o kart, ou vai - em breve - chover mesmo no molhado. Até a próxima! Colaboraram para esta coluna: Fernando Paiva, Paulo Alencar, Willy Möller e Maurício Paiva. |