Fernando Alonso foi o segundo piloto, entre os mais destacados, a definir seu lugar em um dos carros com maior potencial de desenvolvimento da Fórmula 1 na próxima temporada. O primeiro havia sido Louis Hamilton, que causou grande surpresa ao anunciar, no início do ano, sua transferência para a Ferrari em 2025. Projetávamos que a decisão do espanhol seria essa mesma. A Aston Martin é a equipe que mais evoluiu, encontrando em Fernando o principal componente para deixar de ser média e se tornar uma das grandes da categoria. Competência para alcançar o objetivo o bicampeão mundial tem de sobra. Uma pena que Lance Stroll não tenha condições de acompanhar a ascensão do time britânico. O filho do patrão deveria ir pilotar protótipos na América do Norte. Seria uma saída honrosa. Com um início de temporada brilhante, Carlos Sainz se transformou em principal piloto a ocupar uma vaga entre os melhores carros. Considerando que a idade de Alonso se tornou um empecilho na decisão de quem ocuparia um lugar na Red Bull ou Mercedes, o também espanhol Sainz ficará com uma vaga. O jornal italiano Corrieri Dello Sport publicou que Carlos já teria assinado com a Mercedes por dois anos. O piloto estaria apenas tentando prorrogar o vínculo por mais um ano. Na Red Bull o mais provável é a renovação do contrato com Sergio Perez. Esse quadro completa as vagas nas quatro maiores: Red Bull, Ferrari, Mercedes e McLaren. A Aston Martin divide ao meio o grid, como quinta força. RB, Haas, Sauber, Williams e Alpine são as equipes com piores campanhas até aqui e projetamos um ano difícil para as cinco. Brigarão para pelo menos não ficar com a lanterna na mão. Na RB, a filial da Red Bull, tem em comum com a matriz o mesmo diretor esportivo: Helmut Marko. Com seu notório pavio curto, o austríaco é o pavor dos pilotos novos, que são constantemente cobrados a desempenhar até além de suas possibilidades. Dessa vez, porém, Daniel Ricciardo, já veterano, tem sua posição de piloto titular ameaçada, por ter sido superado por Yuki Tsunoda. Com o erro cometido logo no início da corrida de Suzuka, Daniel está na marca do pênalti. A Haas tem dois pilotos, Magnussen e Hulkenberg, que já atingiram o ponto máximo de performance. Tem sido honroso o final das corridas de ambos, levando seus limitados carros à zona de pontos na metade das oportunidades. O veterano Valtteri Bottas deverá estar em seu último ano na Fórmula 1. Nem ele nem Zhou deverão fazer parte do novo time da Audi, que planejou mudanças radicais para o próximo ano e estreia marcada para 2026. A Williams vinha evoluindo de forma segura e gradativa, no mesmo ritmo das maiores. Em 2024, inesperadamente, vem sofrendo uma queda de desempenho, que pode comprometer o futuro de Alexander Albon. O tailandês tem sofrido com a falta de sorte nas primeiras corridas do ano. Quanto a Logan Sargeant, o estadunidense tem momentos em que vira voltas rápidas, no mesmo ritmo da maioria, mas acaba cometendo um ou outro erro, que resulta em terminar nas últimas colocações na classificação final. Não deverá estar no grid em 2025. Esteban Ocon e Pierre Gasly, pilotos da Alpine, são reconhecidamente talentosos e, com uma vitória cada um na carreira, fazem parte do seleto grupo de vencedores da Fórmula 1. Nunca tiveram à disposição um carro campeão. Trabalharam de forma correta na evolução do time. Conseguiram manter posições médias, no limite possível. Ocorre que o projeto do carro de 2024 nasceu errado, com notórias deficiências na parte traseira, que tem reações próprias e independentes do resto do carro, segundo relatos dos pilotos. A solução é difícil de ser encontrada. As principais equipes de Fórmula 1 adotam um novo tipo de relacionamento com pilotos considerados com talento diferenciado, procurando alongar os vínculos com esses já consagrados ou campeões em potencial, como Max Verstappen na Red Bull, Lando Norris na McLaren e Charles Leclerc na Ferrari, todos com contratos a vencer além do ano de 2026. Também buscam encontrar algum novo Verstappen, um talento excepcional. A Mercedes acredita ter encontrado essa raridade em Andrea Kimi Antonelli, piloto italiano de 17 anos, que disputa a Fórmula 2 atualmente. O futuro mostrará se a aposta de Toto Wolff está certa. Próximo encontro: GP da China, em 21 de abril. Luiz Carlos Lima Visite o site do nosso colunista Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |