O tradicional autódromo de Monza faz parte do calendário da Fórmula 1 desde sua criação, em 1950. No famoso circuito foram disputados 74 dos 75 GPs da Itália realizados até hoje. Monza merecia ser o palco de uma corrida histórica, como ocorreu no domingo passado. Situações agradavelmente incomuns, algumas inéditas, vêm acontecendo em 2024. No GP do Bahrein, primeira corrida do ano, a vitória com total domínio de Verstappen, nos fez imaginar que se repetiriam os filmes monótonos que assistimos em 2022 e 2023, anos nos quais o holandês pulverizou a concorrência. Mas o presente ano veio destinado a mudar tudo para melhor, muito melhor. Abordamos desde a temporada passada o fato dos carros registrarem tempos no grid cada vez mais próximos, causando uma bem-vinda compactação, que gerou disputas mais acirradas por quase todas as posições. E melhoraria ainda mais. Max venceu os dois primeiros GPs do ano. O GP da Austrália deste ano, a vitória de Carlos Sainz (Ferrari) marcou o início de uma nova e salutar realidade. Mesmo assim o holandês ganhou mais duas provas, antes de Lando Norris (McLaren) triunfar em Miami, sua primeira vitória em GP. Max chegou à frente em Ímola, antecedendo a vitória de Charles Leclerc (Ferrari) em Mônaco, na sua casa. O holandês voltou a chegar na frente no Canadá e na Espanha. Na Áustria chegou à frente George Russell (Mercedes), Lewis Hamilton (Mercedes) voltou a vencer em Silverstone. Oscar Piastri (McLaren) subiu no degrau mais alto do pódio pela primeira vez na Hungria. Nas últimas três corridas, Bélgica, Holanda e Itália, foram vencedores Russell, Norris e Leclerc. E Verstappen não voltou a vencer, pelo menos até Monza. Até agora, em 16 GPs corridos, foram sete pilotos vencedores, só perdendo para 2003, quando tivemos oito vencedores, considerando os Campeonatos realizados no século 21. O índice de abandonos por quebras vem diminuindo consideravelmente. No presente ano nos GPs de Bahrein, Holanda e Espanha os 20 carros que largaram cruzaram a linha de chegada. Um recorde! A diferença de tempo entre os carros no grid de largada diminuiu ainda mais. Na primeira corrida do ano, no Bahrein, a diferença entre os seis primeiros era de 0s363 e na Itália caiu para 0s186. Isso mesmo, em Monza os seis primeiros estavam separados por menos de dois décimos de segundo. Outro recorde! McLaren, Ferrari, Mercedes e Red Bull dominaram a qualificação, posicionando seus carros nos oito primeiros lugares do grid: 1º) Lando Norris (McLaren) com o tempo de 1m19s327, 2º) Oscar Piastri (McLaren) com 1m19s436, 3º) George Russell (Mercedes) com 1m19s440, 4º) Charles Leclerc (Ferrari) com 1m19s461, 5º) Carlos Sainz (Ferrari) com 1m19s467, 6º) Lewis Hamilton (Mercedes) com 1m19s513, 7º) Max Verstappen (Red Bull) com 1m20s022 e 8º) Sergio Perez (Red Bull) com 1m20s062. Entre eles a diferença de 0s735. A Red Bull foi praticamente meio segundo mais lenta que os seis carros da frente. A dupla Verstappen-Red Bull deixou de ser a favorita. Com os carros tão próximos pilotagem com o mínimo de erros, o quase perfeito serviço de boxes e a melhor estratégia nas trocas de pneus são fundamentais. Seria vitorioso quem conseguisse combinar melhor esses fatores. O asfalto de Monza era totalmente novo, recentemente recapeado. A dúvida em relação ao desgaste de pneus preocupava todas as equipes. A fabricante de pneus Pirelli recomendava, porque não era imposto mesmo, uma única troca entre pneus médio e duro. A maior parte das equipes optou por duas trocas, prevendo maior desgaste dos pneus. Charles Leclerc decidiu por parada única. Apostou na zebra e venceu. O monegasco conseguiu uma façanha: praticar uma pilotagem ao mesmo tempo rápida e suave, a fim de não provocar desgaste excessivo dos pneus. Vitória da dupla Leclerc-Ferrari em Monza. Uma das maiores consagrações para um piloto. A seguir chegaram: 2º) Oscar Piastri (McLaren), 3º) Lando Norris (McLaren), 4º) Carlos Sainz (Ferrari), 5º) Lewis Hamilton (Mercedes), 6º) Max Verstappen (Red Bull), 7º) George Russell (Mercedes) e 8º) Sergio Perez (Red Bull). O domínio das quatro grandes equipes foi total. Cada uma delas conseguiu no mínimo duas vitórias cada. Não existe um favorito. Chegamos a um desejável contexto. Lamentável o que nos reserva em 2026, com o novo regulamento e suas alterações radicais. Situação do Mundial de Pilotos: 1º) Max Verstappen – 303 pontos, 2º) Lando Norris – 241, 3º) Charles Leclerc – 217, 4º) Oscar Piastri – 197 e 5º) Carlos Sainz – 184. Situação do Mundial de Construtores: 1º) Red Bull – 446 pontos, 2º) McLaren – 438, 3º) Ferrari – 407, 4º) Mercedes – 192 e 5º) Aston Martin – 74.
Próximo encontro: GP do Azerbaijão, dia 15 de setembro. Luiz Carlos Lima Visite o site do nosso colunista Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |