O Grande Prêmio do Azerbaijão foi um exemplo bem acabado de como será a nova Fórmula 1, que emergirá a partir da formação do grid de 2025. São vários sinais claros que apontam na direção de uma competição com todos os pilotos, sem exceção, tecnicamente muito acima da média, que raramente cometem erros, que são eficientes o bastante para explorar todo o potencial disponível no carro que pilota, que mantenham uma fidelidade canina aos objetivos estratégicos estabelecidos pela equipe, que tomem as melhores decisões de posicionamento nas disputas com um ou mais carros, além da plena dedicação aos programas de preparação física e mental. Fundamental também se tornou o relacionamento de cordialidade com todos os técnicos de sua equipe. E não nos esqueçamos dos treinamentos em simuladores. O mesmo nível de excelência é exigido dos técnicos componentes da equipe, cada um cumprindo uma função bem especifica. Cada setor interno da equipe, funcionando na fábrica ou na pista, tem o objetivo de desenvolver, ou operar, uma parte do carro. O processo de evolução ideal do produto final, o carro, exige uma interligação, uma sintonia perfeita entre setores, sob pena de uma “perda de direção” em algum ponto, que pode comprometer todo o projeto. Na presente década a Fórmula 1 está atingindo níveis de eficiência extremamente positivos. Exemplos são as duas corridas em que os 20 carros que largaram também cruzaram a linha de chegada. Aconteceu no Bahrein, na Espanha e na Holanda. Aconteceram também dois casos inéditos de carros que cruzaram a linha de chegada na mesma volta do vencedor, foram 19 em Miami e 18 na Bélgica. Estamos nos aproximando do dia em que os 20 carros chegarão na mesma volta do vencedor. Sobre a corrida de Baku as equipes principais Ferrari, McLaren, Mercedes e Red Bull dominaram a qualificação. A exceção foi Lando Norris (McLaren), que não conseguiu passar do Q1, por um erro seu e uma bandeira amarela logo na sequência o colocou na 17ª posição. Nos oito primeiros lugares se posicionaram: 1º) Charles Leclerc (Ferrari) 1m41s365, 2º) Oscar Piastri (McLaren) 1m41s686, 3º) Carlos Sainz (Ferrari) 1m41s805, 4º) Sergio Perez (Red Bull) 1m41s813, 5º) George Russell (Mercedes) 1m41s874, 6º) Max Verstappen (Red Bull) 1m42s023, 7º) Lewis Hamilton (Mercedes) 1m42s289 e 8º) Fernando Alonso (Aston Martin) 1m42s369. Não faltou emoção durante todo o GP do Azerbaijão. Leclerc deu a nítida impressão de que venceria com uma certa tranquilidade, ainda mais com Norris largando em 17º. O monegasco largou na frente, seguido de perto por Piastri e Sainz. Com uma pilotagem sem nenhum erro o jovem australiano planejou e executou uma ultrapassagem sobre Leclerc, num momento que o líder não esperava. Foi o único e fatal erro de Charles. Piastri guiou como um veterano e venceu. Numa acirrada disputa pela 3ª posição, Perez e Sainz se enroscaram e ambos foram destruir seus carros no guard-rail. Um daqueles acidentes “de corrida”, que não dá para apontar um culpado. Depois do vencedor Piastri chegaram: Charles Leclerc, George Russell, Lando Norris (salvando importantes pontos), Max Verstappen e Fernando Alonso. Menção honrosa aos jovens pilotos Franco Colapinto, argentino de 21 anos e Oliver Bearman, britânico de 19 anos. Colapinto tem larga experiência nas categorias de base e já fazia parte da Academia de Pilotos da Williams, veio substituir Logan Sargeant, que não vinha dando certo. Franco estreou em Monza e levou seu Williams ao 12º lugar. Em Baku guiou muito bem e foi o 8º colocado. Bearman estreou ao volante de um Ferrari na Arábia Saudita, ao substituir Carlos Sainz, com apendicite, e foi o 7º colocado. A Ferrari conseguiu uma vaga para Oliver na Haas para 2025, para treinamento. Com o resultado negativo a Red Bull perdeu a liderança do Mundial de Construtores. Situação do Campeonato Mundial de Pilotos: 1º) Max Verstappen – 313 pontos, 2º) Lando Norris – 254, 3º) Charles Leclerc – 235, 4º) Oscar Piastri – 222 e 5º) Carlos Sainz – 184. Situação do Campeonato Mundial de Construtores: 1º) McLaren – 476 pontos, 2º) Red Bull – 456, 3º) Ferrari –425 4º) Mercedes – 309 e 5º) Aston Martin – 82. Próximo encontro: GP de Singapura – 22/09/24 Luiz Carlos Lima Visite o site do nosso colunista Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |