Olá amigos leitores, Terminada a temporada 2024 da NTT IndyCar Series os dirigentes das equipes tinham um assunto de enorme importância (dinheiro sempre é importante) para ser definido o quanto antes e por tratar-se de um assunto que já vinha sendo discutido desde 2023, era preciso se chegar a uma decisão o quanto antes para não se repetir a frustração em ter este planejamento funcionando a contento desde esta temporada que terminou em Nashville. Depois de muitas reuniões, algumas divergências – que desta feita foram contornadas – e de uma postura muito positiva (como sempre) da parte do Capitão Roger Penske, a empresa que gerencia a categoria, a Penske Entertainment e seus 10 proprietários de equipes em tempo integral da NTT IndyCar Series chegaram a um acordo sobre um novo programa de associação de fretamento, num avanço em relação ao que aconteceu no ano passado, quando a primeira versão de um programa de fretamento foi sumariamente rejeitada pelas equipes. Finalmente houve um entendimento sobre a versão mais recente do fretamento, que foi distribuída em agosto para uma última rodada de revisão e feedback antes que o documento final fosse enviado para assinatura e devolvido até 18 de setembro. Mesmo assim, haviam dissidências. Dois proprietários de equipes se recusaram a assinar o acordo e foi preciso uma boa dose de argumentação pessoal e direta para que se chegasse ao bom e necessário entendimento e, finalmente, o assunto ser pacificado. O desenvolvimento é significativo na capacidade da Penske de levar o programa até a linha de chegada após desafios passados e recentes, e na velocidade com que ele foi elaborado no final da semana passada, com reuniões ocorrendo durante o evento IMSA Battle on the Bricks, onde o processo de finalização do programa de afretamento consolidou os esforços e o sucesso que motivaram Roger Penske concretizar o prljeto após lançar o conceito pela primeira vez no final de 2019, quando ele estava concluindo a compra da categoria e do IMS. Como funciona O sistema de afretamento cria um clube exclusivo para os participantes da temporada da NTT IndyCar Series, o primeiro do tipo para a IndyCar — diferente do sistema de franquia da antiga CART IndyCar Series — que fornece aos seus membros da categoria uma série de benefícios, incluindo a capacidade de vender ou buscar investidores em seus times. A Penske Entertainment mantém a propriedade permanente de cada um de suas 25 cartas de afretamento, que foram distribuídas aos proprietários das equipes. Com sua aprovação, que também inclui receber uma porcentagem de quaisquer vendas, a Penske dará boas-vindas a novos participantes da categoria, ou a venda de cartas de afretamentos de um membro para outro, garantindo a participação em todas as corridas da IndyCar para aqueles que tenham estas cartas de afretamentos, exceto para o evento da Indianápolis 500. A estrutura é importante para as 10 equipes, pois cada um de seus dois a três carros (e suas respectivas estruturas) traz um novo aspecto monetário à participação na categoria. Antes do acordo assinado neste final de semana, as equipes estavam livres para entrar e sair do campeonato à vontade, participar ou não de certas etapas e, no caso de equipes que foram voluntariamente fechadas ou simplesmente saírem do mercado, elas não tinham nada de valor significativo para vender, além de seus carros e equipamentos de corrida, para recuperar suas perdas ou lucrar ao sair da IndyCar. O acordo assinado tem validade até 2031. O sistema de cartas de afretamento foi criado com 25 das chamadas “cartas”. É um número estabelecido com base no que as equipes andaram fazendo nos últimos anos e no que elas projetaram para os próximos. Das 25 inscrições de licença, as 22 melhores continuarão a receber os contratos de US$ 1 milhão, deixando as três inscrições de licença mais baixas fora dos pagamentos do Leaders Circle; o processo é reiniciado no início de cada nova temporada. Assim como foi até 2024, o programa Leaders Circle, de décadas de existência, que reúne a maior parte do prêmio em dinheiro de cada temporada e o divide igualmente entre as 22 melhores inscrições (colocação final dos carros das equipes no grid) que participaram do campeonato. Enquanto cada equipe que participou da temporada mais recente era elegível para receber um contrato de US$ 1 milhão do Leaders Circle, apenas as equipes com licenças são capazes de garantir contratos a partir de 2025 (o que deixará de fora a Prema, que está entrando no campeonato na próxima temporada). Ainda assim, 3 carros não receberão o prêmio. o processo é reiniciado no início de cada nova temporada. O que muda para 2025 é que uma equipe poderá ter, no máximo, três cartas de afretamento (um bom motivo para Chip Ganassi diminuir o tamanho de sua equipe, que este ano chegou a ter 5 carros no grid), com os resultados do campeonato IndyCar Entrants de 2023 sendo usados pela Penske Entertainment para determinar quais equipes e quantas cartas seriam entregues a essas equipes. A distribuição ficou da seguinte forma: AJ Foyt Racing (2), Andretti Global (3), Arrow McLaren (3), Chip Ganassi Racing (3), Dale Coyne Racing (2), Ed Carpenter Racing (2), Juncos Hollinger Racing (2), Meyer Shank Racing (2), Rahal Letterman Lanigan Racing (3) e Team Penske (3). Uma questão importante a ser considerada é que apesar do novo limite de inscrições por corrida, exceto para a Indy 500, que será introduzido na temporada 2025, onde encaixa-se perfeitamente a entrada da Prema com seus dois carros, estas duas entradas adicionais não foram contempladas pela Penske Entertainment, mesmo este limite de 27 carros não está contido na carta. Se tivesse sido incluído no regulamento, a Penske teria sido obrigada a honrar esse número até 2031, o que dá à Penske Entertainment o poder de reduzir o limite nos próximos anos para não mais do que 25 carros — para igualar o número de fretamentos — que é esperado em todo o paddock, mas com a gestora tendo o poder de permitir que a nova e 11ª equipe da IndyCar, a PREMA Racing da Itália, a equipe de dois carros com motor Chevy seja a única equipe, mesmo sem carta de afretamento, aprovada para competir na categoria, algo que se dará caso surjam novas equipes interessadas. Atualmente, graças à redução de cinco carros para três da Chip Ganassi Racing, não há necessidade prevista de aumento antes ou depois dos 500, a menos que as equipes charter optem por inscrições extras que elevem a lista de inscritos para mais de 27 carros. Das outras restrições ratificadas dentro do regulamento que dizem ter cerca de 40 páginas, a “Regra Dale Coyne”, como foi apelidada, que limita uma equipe a usar no máximo três pilotos por inscrição a cada temporada, foi aprovada. Para quem não se recorda ou não se prende a este tipo de “detalhe”, a Dale Coyne Racing não conseguiu encontrar um ou dois pilotos que pudessem financiar a temporada inteira em cada uma das inscrições de Coyne, o proprietário da equipe com sede em Illinois precisou usar quatro pilotos para ocupar o carro #18 e seis ao volante do #51 para dar suporte às suas necessidades orçamentárias e alinhar no grid. Sob o novo regulamento, Coyne e os outros proprietários terão que trabalhar dentro da estrutura de três pilotos por inscrição, mas com a quantidade de pilotos interessados em fazer parte da categoria como temos visto, isso não deverá ser um problema. Encerro a coluna com os resultados da minha “bola de cristal”, mostrando que sou um observador atento aos movimentos no mercado de pilotos e equipes para 2025, o mais cobiçado da história desde que comecei a trabalhar dentro da IndyCar Series. Nas semanas anteriores eu falei que a chegada da Prema para a temporada 2025 deveria trazer para seu quadro de pilotos alguém com familiaridade com a categoria e alguém de “confiança da equipe”. Eles começaram bem fazendo um “pacote 2 em 1” ao contratarem Callum Ilott como um de seus dois pilotos para a temporada de estreia na categoria de monopostos norte americana. O britânico de 25 anos, após um período na F1, onde foi piloto da Academia e posteriormente piloto de testes da Ferrari, bem como reserva para suas equipes clientes Haas e Alfa Romeo – com quem também participou de três sessões de treinos livres na Áustria e Portugal nas temporadas de 2020 e 2021 – Ilott mudou-se para a IndyCar e se junta à equipe após 38 largadas na categoria pela Juncos Hollinger Racing e Arrow McLaren, onde ele marcou conseguiu um par de resultados entre os cinco primeiros e mais dois entre os 10 primeiros. Callum Ilott competiu no Campeonato Europeu de Fórmula 3 de 2017 com a PREMA, onde obteve seis vitórias a caminho do quarto lugar no campeonato. Ele também correu pela equipe no Grande Prêmio de Macau daquele ano, onde venceu a corrida de qualificação. Será que a equipe aposta em sua experiência para não ter que contratar um piloto mais “rodado” e deixar a segunda vaga para alguém “novo e com dinheiro”? Ninguém queria assumir, mas estava diante dos olhos de todos que o contrato de parceria técnica entre a Meyer Shank Racing e a Chip Ganassi Racing, somada a redução de tamanho da operação da equipe bi-campeã da NTT IndyCar Series iria acabar levando um dos pilotos da equipe à assinar com a nova associada. Assim, apesar das muitas conversas abertas e “despistes” por parte dos sócios da MSR, inclusive meu colega colunista do Nobres do Grid, Helio Castroneves, a equipe anunciou a contratação de Marcus Armstrong para ser o companheiro de Felix Rosenqvist em 2025. Restam poucas vagas no grid e algumas são bem interessantes na falta de confirmação oficial por parte de algumas equipes. Tem gente fazendo testes importantes, como foram os casos de Logan Sargeant e Felipe Drugovich, mas ainda é cedo para se falar algo. Vamos acelerar! Sam Briggs Fotos: site IndyCar Media Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |