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Entrevista: Marcelo Pinto – Interlagos na palma da mão PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 03 October 2024 20:54

Há cerca de 15 anos o Autódromo Internacional José Carlos Pace (ou o Autódromo de Interlagos como costuma ser mais chamado) passou a ser administrado pela SPTuris, órgão da Prefeitura da cidade de São Paulo que transformou o cargo de diretor e administrador do espaço em um cargo de indicação política. Em 2010, às vésperas do GP Brasil de Fórmula 1, entrevistamos Octavio Guazzelli e o Nobre do Grid Chico Rosa, que eram os responsáveis pelo Autódromo.

 

Prefeitos mudaram, partidos onde estes prefeitos eram filiados mudaram e outros nomes passaram pelo cargo. Atualmente, na gestão do prefeito Ricardo Nunes, candidato a reeleição, temos como Administrador do principal autódromo do país o Sr. Marcelo Pinto, Paulistano da zona leste, formado em Design e há 17 anos trabalhando ligado à política, já ocupou alguns cargos públicos comissionados – como este atual – estando no cargo desde maio de 2021.  

 

Assim como fizemos em 2010, fomos a Interlagos entrevistar seu administrador, conhecer um pouco da pessoa, do profissional e do que podemos esperar encontrar em Interlagos para os próximos anos (caso o prefeito seja reeleito), que vem passando por uma transformação cada vez maior do autódromo inaugurado em 1940 em um espaço multiuso.

 

NdG: Antes de vir a ser indicado para administrar o Autódromo de Interlagos, você tinha alguma ligação com o automobilismo?

 

 Minha relação com Interlagos era a de amor pela velocidade. Depois de 17 anos na vida pública, fui convidado a estar aqui.

 

Marcelo Pinto: Só o amor! Eu sempre gostei de corridas e sempre que podia vinha para corridas aqui. Fórmula 1, Stock Car, no WEC em sua primeira passagem pelo Brasil. A minha primeira vez vim com minha família para uma corrida da Stock Car e tinha 11 para 12 anos de idade. Era o final de 1980. A primeira Fórmula 1 foi em 2013.

 

NdG: São 17 anos trabalhando no meio político, mas há 3 anos e meio você assumiu a administração do principal autódromo do país. Como foi que Interlagos cruzou o seu caminho?

 

Marcelo Pinto: Em 2018 e 2019 eu era Chefe de Gabinete da Câmara de Vereadores da cidade e depois da eleição de 2020 vem aquela parada para preparar a gestão e ver como seria feita a gestão do atual mandato e que possibilidades poderiam surgir. E um dia, um amigo, que é um dos Secretários da gestão Ricardo Nunes entrou em contato comigo e perguntou o que eu estava fazendo e me convidou para “tomar um café” e ele me perguntou o que eu achava de ser o Diretor do Autódromo de Interlagos...

 

NdG: Assim, “na lata”? Sem rodeios? (risos gerais)

 

Marcelo Pinto: Eu perguntei se ele estava de brincadeira com a minha cara... você me acorda cedo, me faz sair de casa para fazer piada com a minha cara? Mas ele estava falando sério! Depois de respirar um pouco eu disse para ele falar o que ele tinha pra falar enquanto eu ia comer o meu pãozinho com manteiga. Ele falou o que eles queriam e que ia sair o edital (para o cargo) e no dia seguinte fui na prefeitura e aí virou conversa oficial, com ele, secretário, com vereadores e depois com o próprio prefeito. Eu precisava saber o que eles esperavam de mim como Diretor do autódromo. Eu não acreditava que eles me queriam... mas eu aceitei, de coração cheio de alegria e num período ainda na pandemia que ia ser um desafio.

 

NdG: Administrar um autódromo era algo totalmente novo na sua vida e logo o maior e mais importante do país. Como foi o primeiro contato, começar a entender o que é Interlagos?

 

Marcelo Pinto: Ainda enquanto conversávamos sobre o que seria meu trabalho em Interlagos eles foram me falando das questões e algumas dificuldades que eram os pontos mais sensíveis, mas que de resto “era tranquilo”. O prefeito Ricardo Nunes era o vice-prefeito que assumiu a prefeitura com a morte do prefeito Bruno Covas e eu perguntei para ele o que ele queria exatamente de Interlagos e ele foi muito claro, dizendo que queria Interlagos ativo, gerando receita, gerando empregos e renda para as pessoas e para a cidade.

 

NdG: Que dificuldades eram essas?

 

 O maior problema de Interlagos é fazer um calendário que procure atender a todos. Após 3 meses, achei que não ia conseguir. 

 

Marcelo Pinto: O maior problema, a maior dificuldade em Interlagos é calendário. O espaço é muito concorrido e é preciso tentar fazer um calendário que atenda a todos e nisso é preciso lidar com muita gente importante. Tem o CEO da Stock Car, o CEO da Porsche, o da Truck, todas essas grandes categorias nacionais do automobilismo, tudo gente muito poderosa, e tem também o campeonato regional, a Federação. Aí tem o lado da prefeitura, com vereadores, secretário, o próprio prefeito, que a gente tem que atender com os interesses da cidade e conciliar tudo com os interesses do autódromo. Eu cheguei, fui me inteirando de como as coisas funcionavam e depois de 15 dias eu comecei a achar que não ia conseguir e que não ia durar 3 meses no cargo. Eram muitos desafios. Ainda tinha a pandemia, com os eventos com pouco público, com os protocolos da Covid, todo mundo de máscara. Eu achava que não ia conseguir, mas a gente dá aquela respirada e vai buscando acertar as coisas e fui conseguindo estabilizar as coisas, tratando os pontos, conversando com as partes com muita transparência, que sempre foi minha maneira de trabalhar e as pessoas também foram me conhecendo e entendendo que era possível fazer as coisas quando viram que o trabalho com uma pessoa simples, honesta e transparente ia dar certo.

 

NdG: Quantas pessoas você tem na equipe para gerir Interlagos?

 

Marcelo Pinto: Da prefeitura sou eu e mais um. O restante é todo terceirizado. O comercial, a manutenção, a jardinagem, a segurança... no total são 120 pessoas.

 

NdG: Estando há tanto tempo acompanhando o automobilismo e trabalhando no serviço público da cidade, certamente você vivenciou o período do prefeito João Doria quando tentou privatizar Interlagos e que, felizmente, as coisas mudaram quando ele foi eleito governador e foi disputar protagonismo com o então presidente do país, lançando-se candidato. Isso salvou Interlagos?

 

Marcelo Pinto: O que salvou foi uma série de fatores. Eu trabalhava na câmara de vereadores e se falava na despesa que Interlagos dava ao município. Eu acompanhei várias sessões, por curiosidade, e nisso eu já tinha ideia de alguns números do autódromo. Na cabeça de um empresário, como a do ex-prefeito João Doria, uma área de 1 milhão de metros quadrados teria que dar muito retorno financeiro, muito lucro. E o nosso entendimento, dos vereadores, de quem usa o autódromo, era que o maior lucro do autódromo não era para o autódromo, mas sim para a cidade, por toda a geração de emprego, por toda a economia que gira na cidade, pelo turismo, pelos restaurantes e tudo o mais. Quando vim para Interlagos eu já tinha esse conhecimento – mínimo – e no que fui me inteirando dos números, da parte financeira, analisando o histórico nas gestões anteriores, em 2019 o autódromo tinha um faturamento de 7,5 milhões de reais. Em 2023 o faturamento foi de 15 milhões. Comparando períodos sem pandemia, antes e depois, dobramos o faturamento do autódromo. O custo operacional do autódromo é de cerca de 1 milhão de reais por ano e o que temos é um equipamento superavitário, funcionando, em pleno funcionamento de suas atividades e que dá lucro para a cidade.

 

NdG: Esses 15 milhões de faturamento anual, eles custeiam a manutenção de Interlagos?

 

Marcelo Pinto: Hoje custeiam e ainda “sobra um pouquinho”.

 

NdG: Esse “um pouquinho”, o que é feito com ele?

 

Marcelo Pinto: Vai para o tesouro. Vai para o caixa da prefeitura. Toda a arrecadação do autódromo vai direto para o caixa da prefeitura.

 

NdG: Essa questão da “visão sobre o autódromo” quando começou a disputa por protagonismo entre João Doria e Jair Bolsonaro vimos que coisas mudaram em relação a como Interlagos era visto pela administração pública como o autódromo vem passando por uma transformação positiva em suas instalações. A disputa deles foi um gatilho?

 

 Não existe automobilismo no Brasil sem Interlagos e a visão da prefeitura mudou. Vimos a importância que Interlagos possui.

 

Marcelo Pinto: Muita coisa mudou nos últimos anos. Começou com uma mudança de visão na própria prefeitura não tinha um quadro claro do tanto de coisas que aconteciam no autódromo. Eu comecei a levar isso para a prefeitura, trazer secretários da administração, vereadores, pessoas que trabalhavam na prefeitura para entender a realidade, para ver o funcionamento, para ver que muita gente depende do autódromo, que o automobilismo brasileiro depende de Interlagos. Não existe automobilismo no Brasil sem Interlagos. Essa é a realidade. Por mais que se façam corridas em outros autódromos, em outros estados, sem Interlagos o automobilismo acaba perdendo muito da relevância até para o mundo. Este ano completam-se 30 anos da morte do Ayrton Senna, um dos maiores nomes do automobilismo mundial e o quanto ele é importante, as vezes mais para os estrangeiros do que dentro para nós. Quando eles começaram a entender melhor estes aspectos e o prefeito tinha recém assinado o contrato para o “The Town” (festival de música) em Interlagos, algumas obras precisavam ser feitas para melhorar o espaço para receber este tipo de evento e Interlagos não tinha uma grande reforma havia muito tempo. O prefeito teve a iniciativa de disponibilizar os recursos e a nós coube fazer as obras com o mínimo de interferência possível dentro da pista. O Autódromo de Interlagos faz parte de um projeto de geração de empregos e renda. Um festival como o “The Town”, como “Lollapalooza”, geram milhares de empregos, ainda que temporários, mais geram, assim como a vinda de uma Fórmula 1 ou o WEC que voltou ao Brasil este ano. Com o sucesso que temos tido com os eventos de automobilismo e os outros eventos que são feitos, o calendário passou a ser o meu maior desafio para atender a todos que querem usar Interlagos.

 

NdG: Como então conciliar os eventos do esporte a motor com os eventos que não são do esporte a motor?

 

Marcelo Pinto: Antes do ano começar fazemos diversas reuniões na prefeitura para sabermos quais os eventos de relevância para o entretenimento que valem a pena fecharmos o autódromo para o esporte a motor, fechar para o esporte, para termos esse retorno. Em exemplo: o Loolapalooza dura um final de semana, mas para montar o evento precisamos fechar o autódromo praticamente por um mês, envolvendo montagem, evento e desmontagem. Aí vem a negociação, a conversa, a habilidade para tentar conciliar as coisas. A gente programa os serviços que não interferem na pista para manter o circuito aberto e nisso diminuir o impacto, parando apenas o necessário para a realização do evento.

 

NdG: No tempo do Bernie [Ecclestone], da CVC, vinham os delegados da FIA e representantes da F1 inspecionar o autódromo e saia uma lista de “reformas” que parava o autódromo por 2, até 3 meses para preparação do GP Brasil. Como está esse processo hoje?

 

Marcelo Pinto: Com muita parceria, com muita conversa, com muito acordo, conseguimos diminuir esse período de preparação de preparação do autódromo de 3 para 2 meses. Mas esse período é de grande necessidade tanto pra F1 como para o autódromo. São os únicos 2 meses do ano que paramos para uma manutenção anual da pista. As normas internacionais de segurança demandam que coisas como a integridade das barreiras de proteção, guard rails e pneus, estejam perfeitas, as zebras, as caixas de brita, tudo. Precisamos garantir que o evento tenha o máximo segurança e também a imagem de Interlagos e de São Paulo para o mundo.

 

NdG: Falando em equipamento de segurança, muitos autódromos trocaram as barreiras de pneus por aquela barreira modular (TechPro). Há um plano de uso deste tipo de equipamento em substituição às barreiras de pneus?

 

 Estamos fazendo obras para deixar Interlagos mais confortável e mais funcional. Logo poderemos fazer 2 eventos totalmente distintos.

 

Marcelo Pinto: Nós tínhamos o TechPro em muitos pontos aqui em Interlagos, mas decidimos e isso aprovado pela FIA, retirar esse material e voltar a usar as barreiras de pneus. O TechPro é muito caro, é um material importado e com isso a reposição é complicada, A manutenção também é cara. Quando um promotor de evento vem pedir e tem a concessão para usar Interlagos, nossa obrigação é entregar o autódromo 100% funcional e seguro. Após o evento, esse promotor tem a mesma obrigação. Se um guard rail é danificado, ele vai pagar o reparo ou a troca das lâminas e é assim com tudo. Dos banheiros, das salas, das barreiras de pneus, tudo. Se trocássemos as barreiras de pneus por TechPro na pista toda, o custo de um reparo para um promotor de um evento menor sairia muito caro. Como é aceito pela FIA o uso das barreiras de pneus, estamos usando as barreiras de pneus em substituição ao TechPro.

 

NdG: A F1 está com contrato com a prefeitura de São Paulo até 2030 e este ano tivemos a volta do WEC, com um contrato inicialmente para 5 anos. Qual a perspectiva de vocês, administradores, de retorno e também de desafio de trabalho ao longo destes anos?

 

Marcelo Pinto: O grande desafio é manter Interlagos o mais bonito, o mais funcional, o mais seguro e o mais atraente possível para o público e para os promotores destes eventos. A nossa expectativa é manter estes eventos internacionais e se possível trazer outros eventos que são os eventos que dão visibilidade para Interlagos e para a cidade de São Paulo. Interlagos é o principal autódromo do hemisfério sul, tem uma história e uma relevância muito grandes a nível internacional. Eu já conversei até com pilotos da NASCAR, dos EUA, que praticamente só andam em circuitos ovais e você pergunta se ele gostaria de andar em Interlagos eles dizem que sim, que querem andar no traçado que temos hoje, não em um oval ou um anel externo. Então estamos de olho e quanto mais eventos internacionais puderem ser realizados aqui, melhor.

 

NdG: Interlagos está com uma obra em andamento, um túnel sob o antigo retão, pela reta oposta, que vai permitir o acesso à parte interna do autódromo sem passar pelo traçado. Autódromos modernos tem opções de traçado. Haveria chance de termos uma reforma que criasse alternativas de traçado em Interlagos?

 

 Em um final de semana temos até três eventos de automobilismo, com o uso do circuito, arrancadas no Retão e provas no kartódromo.

 

Marcelo Pinto: Começando pelo túnel, o projeto do túnel não vai atender apenas os caminhões que chegam com equipamento para os eventos. A ideia é podermos conciliar eventos aqui em Interlagos. A criação de um novo acesso poderá permitir a realização de um show, por exemplo, e manter a data aberta para eventos de automobilismo ou motociclismo e isolar o acesso dos dois públicos. Com relação ao traçado que existe hoje em Interlagos, ele é um traçado com grau FIA 1 e fazer uma alteração no traçado, com a inclusão de alternativas iria implicar em toda uma análise para manter o grau 1. Nós chegamos a fazer algumas reuniões sobre isso e acabamos por abdicar da ideia. Pensamos em isolar o miolo do autódromo para dar mais tempo dos festivais montarem palco e suas estruturas. Seria fazer algo paliativo, mas que com o decorrer do tempo iria se tornar definitivo. Quanto a essa ideia de aumentar o traçado, usando algumas partes do antigo circuito reduziria nossa área de atuação externa. É normal termos 3 eventos no final de semana. Termos evento no kartódromo, termos evento de arrancada, no antigo retão e termos algum campeonato no circuito de 4.309 metros. As áreas de serviço ficariam prejudicadas se ampliássemos o traçado. Por exemplo: refazer o anel externo inviabilizaria os eventos de arrancada.

 

NdG: Além do túnel e essa ideia de termos eventos paralelos de esporte a motor e entretenimento, o que mais vocês estão pensando?

 

Marcelo Pinto: A área de hospitalidade que chamávamos de “lajão” está sendo demolida e uma nova estrutura vai ser construída, com capacidade para 10 mil pessoas. Para esta edição da Fórmula 1 em 2024 faremos uma estrutura provisória, mas ela estará pronta para 2025. Era mais barato demolir e reconstruir do que adaptar a estrutura existente e como apostamos no retorno destas áreas, a opção foi essa. Vai ser um espaço mais acessível, mais confortável, com 3 níveis. Está em nosso escopo a duplicação da arquibancada do setor A, que vai oferecer mais de 13 mil lugares permanentes, uma nova arquibancada no laranjinha... isso vai dar mais uns dois anos de obra.

 

NdG: Isso é muito interessante, mas precisamos pensar num “pequeno detalhe”: estamos em ano de eleições para as prefeituras. E se o prefeito Ricardo Nunes não for reeleito?

 

Marcelo Pinto: Os compromissos para estas obras já foram assumidos. Caberá ao prefeito – se for outro o candidato eleito – honrar os compromissos assumidos. As obras do túnel e do novo “lajão” foram licitadas, estão contratadas e em andamento, não tem mais como voltar atrás. As demais também já estão em fase final de licitação. A ideia é que tudo termine.

 

NdG: Você falou da sua paixão pelo automobilismo, de suas tantas vindas à Interlagos, de estar aqui, à frente da administração do autódromo ao longo deste mandato do prefeito Ricardo Nunes, É verdade que você não senta apenas nesta cadeira, mas em “outros assentos”?

 

 Temos mais dois anos de obras pela frente. Serão 13 mil lugares em arquibancada e o novo "lajão" com 3 níveis para 10 mil pessoas.

 

Marcelo Pinto: Eu fiz o curso na escola do Roberto Manzini, tirei minha carteira de piloto e hoje eu disputo o campeonato paulista pela categoria Turismo 1.4. Fiquei em 5° lugar no campeonato de 2022 e 2023 e tenho me aventurado. Este ano fui para Daytona e disputei as 14 horas de Daytona. Era uma coisa que para mim era inalcançável, impensável e quando vim parar aqui fui estudar e ver como era possível fazer parte deste meio. Hoje eu posso dizer que sou um piloto em aprendizado!

 

NdG: Então aquele café da manhã, aquele pão torrado já valeu a pena?

 

Marcelo Pinto: Nossa, como valeu e espero que continue valendo por mais anos. Sou muito agradecido e honrado por tudo que tenho vivido, tudo que aconteceu, mas vai ter sempre a parte da responsabilidade por fazer com que algo que é visto pelo mundo todo seja visto com bons olhos.

 

Last Updated ( Friday, 04 October 2024 11:26 )