A temporada da Fórmula 1 de 2024 tem características muito próprias, alguns acontecimentos inéditos, e está repleta de lances incomuns. Vamos, então, analisar a situação com mais detalhes. Até a 10ª etapa do atual campeonato Max Verstappen e seu Red Bull RB20 reinaram absolutos, vencendo sete corridas (Bahrein, Arábia Saudita, Japão, China, Emília-Romagna, Canadá e Espanha). Carlos Sainz (Ferrari) venceu na Austrália, Charles Leclerc (Ferrari) venceu em Mônaco e Lando Norris (McLaren) venceu em Miami. Naquele momento acreditamos que o contexto não se alteraria. Max triunfaria na maior parte das provas, deixando algumas para a concorrência. Ocorreu que a partir da 11ª até a 19ª etapas Verstappen não chegou mais em primeiro. Oscar Piastri (McLaren) ganhou duas vezes (Hungria e Azerbaijão), Lewis Hamilton (Mercedes) chegou na frente duas vezes (Reino Unido e Bélgica), Lando Norris (McLaren) venceu dois GPs (Holanda e Singapura), Charles Leclerc ganhou duas (Itália e Estados Unidos) e com uma vitória (Áustria) George Russell (Mercedes). O único piloto dos oito que guiam para as quatro maiores equipes que não venceu nenhuma vez foi Sergio Perez, da Red Bull. O mexicano tem decepcionado em quase todas as corridas. Faltando cinco etapas (México, São Paulo, Las Vegas, Catar e Abu Dhabi), só se pode afirmar que o favorito ao título de pilotos é Verstappen. O holandês voador soma 354 pontos contra 297 de Lando Norris e 275 de Charles Leclerc. Max mostrou que sabe administrar o campeonato com paciência, controlando os 57 pontos que tem de vantagem e acumulando todos os pontos possíveis, mesmo não dispondo de carro para vencer, com o objetivo bem traçado de chegar ao quarto título mundial. E conseguirá! Entre os construtores está um pouco mais difícil prever. A McLaren lidera com 544 pontos, seguida da Red Bull com 504 e da Ferrari com 496. Com 344 pontos dificilmente a Mercedes conseguirá alcançar as outras três. São cinco corridas para a decisão. A diferença de pontos entre elas será ainda menor do que o quadro atual. Durante o presente campeonato vínhamos alertando sobre a proximidade dos tempos de volta entre os carros. Na última corrida, em Austin, a diferença do primeiro (Norris) para o sexto colocado (Russell) foi de 0s644. Chegamos a ter grid com diferença de 0s500 entre oito carros. Outro aspecto notável em 2024 é o número muito pequeno de carros que abandonam corridas por defeitos. Na atual temporada a média de carros que concluem as provas é de 18, dos 20 que largam. Em três corridas, Bahrein, Espanha e Holanda, os 20 que largaram também chegaram. São informações que demonstram o nível de confiabilidade que se encontra a Fórmula 1. Notável também têm sido os pilotos cada vez mais jovens que estão sendo contratados como titulares, com idades entre 18 e 21 anos, já experientes em corridas. Na maioria dos casos são pilotos que iniciaram carreira no kart aos 8 ou 9 anos de idade, se destacam como os melhores, primeiramente na telemetria e depois no acompanhamento de pista, por especialistas. O desempenho dos notáveis passa a ser monitorado pelas equipes da Fórmula 1, que já os contrata e estabelece um acompanhamento nas categorias de base. Já estão contratados para 2025 o italiano Andrea Kimi Antonelli, 19 anos, que guiará para a Mercedes, o inglês Oliver Bearman, 19 anos, que será piloto da Haas, o neozelandês Liam Lawson, 22 anos, que estará ao volante de um RB e o australiano Jack Doohan, de 21 anos, que pilotará para a Alpine. Grata surpresa tem sido o argentino Franco Colapinto, que está substituindo Logan Sargeant na Williams e está guiando como um veterano. E continuamos torcendo pelos brasileiros Gabriel Bortoleto, de 20 anos, e Felipe Drugovich, de 24 anos, para que encontrem seus merecidos espaços. Próximo encontro: GP do México, em 27 de outubro. Luiz Carlos Lima Visite o site do nosso colunista Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |