Caros amigos, O inverno teve tons no mínimo esquisitos neste mês que terminou. Entre as ondas de frio e de secura extrema, algumas das mudanças radicais também foram vistas nas pistas... e não apenas no Brasil, em outras partes do mundo também. A VICAR viveu dois lados de uma mesma moeda neste período, com as etapas no Rio de Janeiro da Stock Cars e da “ponte aérea” São Paulo – Rio na copa Petrobras de Marcas. Após a troca de comunicados das partes envolvidas na confusão de Campo Grande (leiam a coluna “Pit Wall”), o carro negro de Cacá Bueno não permitiu à concorrência nenhuma possibilidade de ataque dos seus concorrentes e venceu a prova praticamente de ponta a ponta, descontadas claro as paradas nos boxes. Foi a vitória do esporte, da competência – não apenas do piloto mas de toda a equipe comandada por Andreas Mattheis – e do trabalho sério, que certamente ficará marcada na memória de todos os fãs do automobilismo por muito tempo. Infelizmente, papéis, notas e comunicados não apagarão o ocorrido em Campo Grande e nem devolverá os pontos no campeonato que deixaram de ser computados naquele domingo. O domingão carioca, com mais de 40 mil pessoas no autódromo (segundo as estimativas das autoridades) poderia ter sido apenas um momento de glorificação do esporte a motor no mutilado autódromo de Jacarepaguá, contudo, logo no inicio da corrida o piloto Tuka Rocha viveu aquele que poderá ser – felizmente – contado como o maior drama de sua carreira nas pistas. Na etapa carioca da Stock, "de luto", Cacá Bueno e a equipe de Andreas Mattheis disseram tudo: Corrida é na Pista! A prova ainda estava no seu início quando o carro do paranaense começou a pegar fogo. A pequena chama na parte traseira, próximo ao pneu do lado direito não demorou a crescer e tomar a carenagem do carro, feita em fibra de vidro. As imagens na televisão não mostravam o drama vivido pelo piloto dentro do carro, completamente envolto em uma fumaça negra e tóxica. Tuka ainda conseguiu lançar fora a porta, soltar-se do cinto multiponto, mangueiras de fluidos e atirar-se fora do carro com o mesmo ainda em movimento pela reta dos boxes. O carro seguiu em frente, em baixa velocidade e altas labaredas enquanto o piloto, após um momento em que conseguiu colocar-se de pé e acenar para todos indicando estar bem, desabou na área de escape. Drama, perigo e - no final - alívio: O carro de Tuka Rocha pega fogo e o piloto salta do bólido com o mesmo em movimento. O socorro ao piloto e os bombeiros demoraram, talvez, um pouco mais do que deviam para chegar ao local, apesar da proximidade de onde estavam piloto e – o que sobrou do – carro. Contudo, o piloto saiu para o hospital e recebeu alta dois dias depois. Quem acabou, mais uma vez, com a imagem deteriorada foi a JL, empresa da família Giaffone, que este ano já foi colocada em xeque por conta do acidente que vitimou Gustavo Sondermann. Durante a transmissão da TV (por assinatura), Cacá Bueno, líder da prova, não poupou palavras em relação ao ocorrido: “Já falei mais de oitenta vezes sobre os riscos de incêndio neste carro, mas ninguém ouve”. Com isso, acumula-se mais uma pergunta incisiva sobre os ombros dos construtores, de uma família tão renomada na nossa história nas pistas. Nos últimos anos, Cacá Bueno tem se mostrado um duro crítico contra a forma como a categoria tem sido conduzida. Dez dias após o ocorrido, a JL divulgou nota, referente à investigação do ocorrido, que foi acompanhada pelo comissário Jean Brambilla (que não é parente dos velozes e insanos irmãos Brambilla, pilotos italianos). O “culpado” foi o escapamento, segundo a JL, mas além de apontar o problema, a empresa tratou de apresentar uma série de alterações no projeto atual, visando o aumento da prevenção contra incêndios. 1) Substituição do material de absorção de impacto lateral; 2) Remoção da entrada de ar do teto; 3) Troca do material do visor da parede corta-fogo; 4) Vedação completa da parede corta fogo-traseira; 5) Tratamento anti-chamas de novos componentes em locais que serão orientados pelo fabricante e serão vistoriados pela CBA; 6) Substituição da mangueira na saída do respiro do tanque até a parede corta fogo por um tubo de alumínio. Que funcionem! Quem não funcionou foi a tal chicane, construída na subida dos boxes em Interlagos com o intuito de reduzir a velocidade dos carros na chegada à curva do café. A mesma foi uma “guaribada” na chicane feita há alguns anos e que pouquíssimas vezes foi utilizada... por motos. Vista do alto (satélite), a chicane que um dia foi feita estava lá. Era uma questão de adequá-la como alternativa no "café". Segundo o administrador do autódromo, Octávio Guazzelli, ainda não existe um projeto para a criação da área de escape, embora já tenham sido feitas avaliações no local, inclusive com a vinda do Sr. Charlie Whitting ao Brasil. “Existem vários estudos, mas projeto definitivo, orientação e solicitação definitiva não há. Enquanto isso não for feito, não dá para planejar nenhuma intervenção. Ainda que houvesse, esse processo, em aprovando, teria que ser licitado e passar por uma dinâmica que não depende da nossa vontade ou interesse”. Ou seja: se o bom velhinho disser ‘não mexe ou, do contrário, eu tiro a F1 do Brasil’, não vão mexer! Só que “exageraram” na altura e no formato dos “inibidores de espertinhos” que toda chicane tem. Em Interlagos, a parte interna do meio da chicane e da saída, mais parecem com uma guia das ruas da cidade. Os pilotos “carinhosamente” batizaram as mesmas de “murinhos”. Bem, se a gente for olhar o exemplo de outros lugares – copiar o que é certo não é demérito – as zebras de Monza são altíssimas, mas nada que um impacto direto provoque a quebra imediata de uma suspensão, de uma ponta ou manga de eixo ou mesmo de uma roda do carro, visto a altura e o perfil do tal do “murinho”. Depois de reformada, a chicane apresentou-se como um risco à integridade dos carros. A resposta foi "simplesmente sensacional"! A justificativa foi que “colocaram o gabarito ao contrário” e que era para ser o contrário... mas o melhor foi ouvir que a tal chicane foi feita à noite, sem ninguém para supervisionar! A “pérola” foi do – agora EX – coordenador técnico do autódromo, Artemis de Oliveira (que além desta protagonizou uma esdrúxula comparação dos acidentes do autódromo com os ocorridos na Rodovia dos Bandeirantes, que liga a capital ao ‘interiorrrr’). Como se não bastasse, a chicane – que será refeita com o gabarito, tomara, do lado certo – custou 100 mil reais. Se a gente for medir a extensão da mesma e dividir pelo número de zeros do custo da obra, as avenidas e rodovias do Maluf perderão feio! Oficialmente, a Superintendência de Usina de Asfalto (órgão da prefeitura) vai assumir o ônus da reforma da chicane e o Assessor Técnico, Chico Rosa acumulará a função do demitido coordenador. Um dos eventos promocionais da categoria é levar torcedores com seus carros (Civic/Astra/Focus) para desfilar no circuito. Esta nossa incursão por Interlagos teve como intuito conhecer a nova categoria: a Copa Petrobras de Marcas. Há que se louvar a busca da VICAR em promover mais uma categoria do nosso automobilismo. Não ache o leitor que isso é paixão pelo esporte a motor, claro que é um investimento para que haja um belo retorno – e o quanto antes melhor. Carlos Col e Cia conseguiu convencer, até agora, 3 montadoras das 24 instaladas no país (Honda, Ford e Chevrolet) a participar da chamada “Copa Petrobras de Marcas”. A petroleira entrou nessa, assim como patrocina oficialmente uma das equipes da “categoria hermana”, a TC 2000, que é quase igual e que é um enorme sucesso por lá. Por aqui, apesar de ser uma idéia bem vinda, tem muita gente “olhando torto” para a categoria pelo fato da mesma – assim como a categoria argentina – usar motores iguais e outros componentes padronizados. “Não se pode chamar isso de campeonato de marcas”, ouvimos de pilotos antigos, preparadores e aficcionados. Talvez não, mas como externamente os carros são praticamente iguais aos carros que vemos nas ruas, pode “dar liga”. Após um longo período longe dos autódromos, Paulo de Tarso voltou à cena, acompanhando Thiago Marques no "Marcas". No momento, além das 3 marcas que entraram oficialmente (Chevrolet, com o Astra; Ford, com o Focus e Honda, com o Civic), há também a equipe Bassani Racing, que corre com os Toyota Corolla... e na equipe do Bassani tem a Michelle de Jesus (que tinha gente chamando de ‘Michelle ai Jesus!’ pelo paddock). Mas é bom os mais atirados terem atenção: a moça é noiva e, pelo fato de ser alta (mais de 1,70, fácil) o noivo – já “apurado como ciumento” – não deve ser pequeno! Brincadeiras à parte, a piloto de Jundiaí mostrou durante todo o final de semana que não estava ali para “desfilar”. Treinou duro, acelerou muito, xingou o “murinho” – educadamente como convém a uma boa menina – mas nas duas baterias andou pouco. Uma série de problemas nem permitiu que ela largasse na segunda prova do dia. Seguindo o caminho de Graziela Fernandes, Maria Cristina Rosito, Suzane Carvalho e Bia Figueiredo, com a experiência acumulada no paulista de marcas, Michelle ainda vai dar trabalho pra ‘marmanjada’. Michelle de Jesus, um dos destaques do campeonato paulista de marcas e pilotos, enfrentou o desafio de uma categoria nacional. Outra “figura carimbada” que andou afastado das pistas por muito tempo foi Paulo de Tarso, pai dos pilotos Tarso e Thiago Marques, mantendo os olhos no caçula, que chegou a Interlagos como vice líder do campeonato. Com sua indefectível bandana na cabeça, Paulo foi cumprimentado por ‘quase todos’ os presentes no autódromo. Na pista, Thiago acabou abandonando as duas provas. Quem compareceu ao autódromo de Interlagos no domingo da corrida (pelos cálculos dos presentes, havia cerca de 5 mil pessoas nas arquibancadas... muito pouco para o espetáculo oferecido) viu o paraibano Valdeno Brito, piloto da Mico’s Racing. O piloto, que também corre no Itaipava GT Brasil e no na Stock Cars não teve vida fácil, mas conseguiu suportar os ataques dos adversários e vencer a primeira prova. Do dia. No Brasileiro de Marcas são duas provas, como no molde do WTCC. Com um "misto" de TC 2000 e WTCC, os carros, bem parecidos aos das nossas ruas enfrentam-se em 2 baterias aos domingos. Assim como foi em Tarumã, na etapa de abertura, que venceu a primeira corrida “passou em branco” na segunda e com isso, por conta da regularidade e de duas vitórias, sempre na segunda prova, o líder do campeonato é Thiago Camilo, com 73 pontos, seguido de Alceu Feldmann (52) e Galid Osman (51). Sobre a etapa do Rio, conversamos no mês que vem. Se o público ainda não “descobriu” o Brasileiro de Marcas, no início do mês Interlagos (sem as arquibancadas extras da F1) foi pequeno para mais uma etapa da Fórmula Truck. Sem chicane, mas com as famigeradas bandeiras amarelas na curva do café, os “brutos” aceleraram para a segunda das três provas que compõem o Campeonato Sulamericano. Diferente do que vem acontecendo no brasileiro da categoria, onde alguns resultados e algumas quebras vem atrapalhando a vida dos favoritos do início da temporada, no pauco paulistano Felipe Giaffone não tomou conhecimento da concorrência e venceu com sobras a prova, praticamente garantindo o título continental. Apenas Danilo Dirani e Valmir Benavides podem alcançá-lo. Com mais uma vitória no sulamericano, Felipe Giaffone está com as duas mãos no título continental da categoria. A prova teve uns “detalhes interessantes”, como a comemoração na arquibancada quando o caminhão com as cores do Corinthians pilotado por Luiz Lopes entrou lento nos boxes. Pelo visto, faltavam corintianos na arquibancada, especialmente com o time de futebol jogando na capital no mesmo dia pelo campeonato brasileiro. Por falar nisso, a próxima etapa a ser disputada vai ser em Londrina, pelo Brasileiro, onde além de Roberval, Felipe Giaffone também anda tendo problemas. Com isso, os adversários da Scania e da Volkswagen agradecem. Wellington Cirino lidera o Brasileiro com 54 pontos, seguido de Geraldo Piquet 48 e Regis Boesio com 40. Em Curitiba, mesmo com todos os carrões ali na pista, o frio falou mais alto que os motores e afugentou o público. Ainda pelas categorias nacionais, o Itaipava GT Brasil voltou a gelada Curitiba para aquecer o inverno da capital paranaense com mais uma etapa do “campeonato dos carrões”, sonho de consumo de qualquer um: são Ferraris, Maseratis, Lamborghinis, Fords GT40, Corvettes, Ginettas e vários dos melhores pilotos do país acelerando estas máquinas maravilhosas. Uma das melhores coisas do campeonato – tanto da GT3 quanto da GT4 – é o equilíbrio. Se na etapa anterior ninguém segurou os Ford GT40 da equipe de Washington Bezerra, na etapa seguinte nada garante o sucesso. Nem mesmo a visita de um grande piloto da terra como Carlos Eduardo Andrade (o Dado Andrade) e a ilustre ida do Nobre do Grid, Luiz Fernando Terra Smith (vencedor das Mil Milhas Brasileiras de 1967). Na GT4, a equipe Greco, fundada pelo Nobre do Grid - Luiz Antônio - e conduzida por seu filho - Fabio - estreou novo carro. Na primeira prova (no sábado), deu Marcelo Hahn e Allam Khodair... em boa parte por conta da mancada que a equipe Via Italia cometeu quando não cumpriu o tempo mínimo da parada no momento da troca de pilotos, que é de dois minutos. A superioridade da Ferrari 458 na primeira prova era tamanha que, mesmo com o “drive through”, a dupla formada por Daniel Serra e Chico Longo terminou a apenas 6s dos vencedores... mas apenas em 5º! Rafael Derani e Claudio Ricci ficaram em 2º e Wagner Ebrahim em 3º. Na segunda prova (domingo), a disputa foi até os últimos metros, com Wagner Ebrahim (com um Dodge Viper) entrando na reta de chegada praticamente lado a lado com o Ford GT40 de Valdeno Brito. O terceiro colocado, Xandy Negrão, chegou a apenas 0,3s com sua Lamborghini, no mais emocionante final da temporada até o momento. Uma foto com muita história (e vitórias): Carlos Eduardo "Dado" Andrade visitou o amigo de longa data, Washington Bezerra. O campeonato fecha o mês com muito equilíbrio. Valdeno Brito e Matheus Stumpf ainda lideram, com 112 pontos, apenas 1 à frente de Claudio Ricci e Rafael Derani. Cleber Faria segue em terceiro com 103. Na GT4, Caio Lara e Cristiano Frederico lideram com 158 pontos, seguidos da dupla Fabio Greco/Valter Rossete com 134 e Alan Helmeister/Sergio Laganá, com 132. A próxima etapa é no Rio de Janeiro, doa 28/8. Já na GT da FIA, Enrique Bernoldi continua seu calvário, agora sozinho uma vez que Ricardo Zonta parece ter resolvido focar de vez no campeonato da Stock Cars. Mesmo tendo um dos carros mais rápidos do grid, o Nissan GT-R, depois das etapas de Navarra na Espanha e Paul Ricard na França o título tornou-se quase uma utopia faltando apenas três etapas. Na corrida do domingo, uma perseguição frenética e um final de arrepiar quem esteve no Autódromo Internacional de Curitiba. A liderança do campeonato antes desta longa pausa das “férias de verão europeu” está com a dupla Lucas Luhr/Michael Krumm, com 11 pontos. Markus Winkelhock e Marc Basseng aparecem em seguida, com 97, seguidos por Andrea Piccini e Christian Hohenadel, com 84. Bernoldi aparece apenas em 12º, com 39. A próxima etapa vai ser em Ordos, na china, dia 4 de setembro. A grande novidade no mundo do GT ficou por conta do anúncio do retorno da Porsche às 24 horas de Le Mans. De acordo com Matthias Müller, presidente do conselho executivo da Porsche, a fábrica já pretendia retornar a Le Mans há algum tempo, mas estava esperado a hora certa para anunciar essa intenção. “Automobilismo sempre foi parte essencial de nossa marca”, afirmou Müller. “Então para nós foi apenas uma questão de tempo para retornarmos à elite das corridas”. Uma foto clássica para homenagear um clássico: A Porsche anuncia que vai voltar a disputar as 24 horas de Le Mans! Ao lembrar da história da Porsche e suas 16 vitórias, Matthias Müller foi categórico: “O sucesso da Porsche na Le Mans é imbatível. Queremos continuar, com a 17ª vitória”. A fábrica de Sttutgart ainda não revelou detalhes do projeto do carro, mas já sinalizou que pretende fazê-lo o mais “verde” possível, de acordo com as recomendações de tecnologias ambientais do Automóvel Clube de l'Ouest. A Porsche ainda indicou que pode contar com a possibilidade do modelo ter tecnologia híbrida. A ideia é usar o protótipo para chamar atenção para novas tecnologias, da mesma forma que foi feito recentemente com o modelo GT3 R Hybrid, que correu as 24 Horas de Nürburgring com o sistema KERS desenvolvido pela Williams. As coisas andam ficando estranhas no WTCC dentro da equipe Chevrolet. Neste mês de julho foram três provas, mas a gente vai deixar para falar sobre a corrida de Oschersleben no próximo mês, devido às altas doses de adrenalina que envolveram as etapas do Porto e de Donnington Park. Dois anos atrás, na corrida da cidade do Porto, os pilotos do WTCC conseguiram bater até no SC. Em 2011 foi um pouco mais calma. Enquanto Alain Menu liderou a primeira das provas portuguesas de ponta a ponta, largando na frente e sem enfrentar dificuldades em abrir distância para seus adversários e não teve rivais durante toda a disputa. A vida do suíço foi facilitada pela disputa entre Muller e Huff pelo segundo lugar. Dessa maneira, Alain conseguia abrir cerca de 0s2 por volta e terminou com 1,2s de vantagem para Muller, em mais um 1-2-3 dos Cruze no campeonato. O babado rolou foi na prova nº2, quando Robert Huff e Yvan Muller se “estranharam” na pista. Muller assumiu a ponta na terceira volta, após ultrapassar Stefano D’Aste, da Wiechers – que depois foi punido por queimar a largada – e conseguiu abrir 2s de vantagem, enquanto Huff lutava para superar o italiano. Mas na segunda corrida o clima "esquentou" entre os companheiros de equipe da Chevrolet, Yvan Muller e Robert Huff. Huff conseguiu tirar a diferença, e quando foi dar o bote em uma chicane, a dupla ficou lado a lado. O piloto conseguiu escapar pela chicane, passou Muller e assumiu a ponta. Os fiscais consideraram a manobra legal e a vitória foi confirmada. O português Tiago monteiro completou um pódio com olhares azedos dos homens de azul. Em Donnington, conhecendo o “temperamento kamikase” dos pilotos da categoria, o risco de um “troco” era quase garantido... e assim o foi! Na primeira corrida, Yvan Muller venceu de forma – digamos – tranquila. Após largar na pole-position, o campeão de 2010 só foi ameaçado quando faltava uma volta para a bandeirada final. Robert Huff, seu companheiro de equipe, superou o tráfego que se postou entre ele e Muller para ameaçar a liderança do francês. A diferença de 1s sumiu rapidamente, mas um erro de Huff a recolocou e o inglês terminou a prova 1,1s atrás de Muller. Alain Menu foi o 3º. Outro 1-2-3! Em Donnington Park, um circuito, com mais espaço e rendendo mais, A Chevrolet fez mais um 1-2-3 com Muller, Huff e Menu. Assim como na etapa do Porto, a coisa complicou foi na segunda prova do dia. Yvan Muller largou da 10ª colocação na segunda prova, mas avençou rápido até chegar aos ponteiros. Na luta pelas primeiras posições mais uma vez surgiu Robert Huff no meio do caminho... e um toque entre os dois fez o inglês rodar! Muller acabou conquistando a liderança ao ultrapassar Gabriele Tarquini e embora Huff tenha permanecido na corrida e terminado na segunda colocação, o incidente foi investigado pelos comissários de prova. Muller, que insistiu que o choque não foi intencional, recebeu uma punição de perda de três posições no grid de largada. No entanto, o cumprimento dessa ordem está suspenso será cumprido apenas daqui a duas corridas do campeonato. Isso ainda não acabou, podem ter certeza! Na corrida 2, novamente vencida por Yvan Muller, outro "enrosco" entre o francês e o inglês Robert Huff. Vem coisa por aí. No DTM, onde a disputa entre Audi e Mercedes tem um nível mais “automobilísticos e não pugilístico”, deu Mercedes na etapa de Norisring, para compensar os dois últimos revezes. Bruno Spenggler não apenas venceu, mas reassumiu a liderança do campeonato uma vez que Martin Tomcyzk foi apenas o terceiro colocado. Além da corrida, valendo pontos para o campeonato, a categoria fez o seu evento de exibição no estádio. É um evento nos moldes daquela “corrida dos campeões” que já é feita há alguns anos. Edoardo Mortara venceu no sábado e Bruno Spengler no domingo, tendo os dois pilotos feito ambas as finais. O mico, como sempre, ficou com os exF1, Ralf Schumacher e David Couthard. Bruno Spengler venceu a corrida em Norisring e - de quebra - o desafio dos campeões no estádio olímpico de Munique (acima). A BMW finalmente apresentou o carro que será utilizado no retorno da montadora ao DTM, a partir de 2012: o BMW M3, que conta com um recém-desenvolvido motor V8. No mesmo evento, a equipe anunciou o brasileiro Augusto Farfus como um de seus pilotos em um dos três times (seis carros no total) que disputarão a temporada. Andy Priaulx, que era companheiro de Farfus no WTCC, na equipe oficial da BMW estará na mesma equipe, que deve ser a principal das três. Será a primeira vez que um brasileiro participará efetivamente do campeonato de turismo alemão... uma “pedreira” que vai começar dentro do mesmo Box! A BMW apresentou seu carro e sua principal dupla para o DTM em 2012. augusto Farfus vai ter que encarar Andy Priaulx novamente! A Audi, por sua vez, anunciou que vai correr a partir do ano que vem com o A5 de duas portas no campeonato de turismo alemão. A nova máquina conta com atualizações de segurança para os pilotos, como chassi reforçado com fibra de carbono, pilares para proteção da cabeça do atleta, estrutura reforçada para impactos laterais e, inclusive, proteção contra risco de incêndio, com um tanque de gasolina reforçado. “Evoluímos continuamente nessa área. Os novos veículos para o DTM são a prova que podemos fazer uma coisa já segura ainda mais segura”, afirmou Wolfgang Ullrich, chefe da divisão de competições da ‘senhora dos anéis’. O campeonato de 2012 vai ser quente! Ao invés de tagarelarmos sobre as incontáveis voltas nos variados ovais da NASCAR, vamos falar da saga de três filhos ilustres que correm na terra do ‘tio Sam’: O “filho da lenda”, o “filho do cara” e o “filho da filha”. Provavelmente o leitor que segue a NASCAR “pescou apenas que um de nossos personagens trata-se de Dale Earnhardt Jr. Já os outros dois... Depois de um começo de temporada promissor, mesmo sem tirar a zica das – agora – mais de 100 provas sem vitórias, Dale Jr até que vinha bem no campeonato, sempre andando na frente, “batendo na trave” e candidatíssimo a uma vitória angustiadamente esperada. Contudo, no melhor estilo “cavalo paraguaio” (que depois dos “coices” dados por nossos jogadores na agonia dos penais da Copa América deveria nos atribuir tal “deferência”), vem despencando tabela de pontuação abaixo. Dale Earnhardt Jr. "o filho da lenda", como é chamado é o "queridinho da torcida"... mas não consegue vencer há mais de 100 corridas. Como não tem vitórias, corre o sério risco de ficar fora do “chase”, o grupo de 12 pilotos que disputarão as 12 provas finais com chances de conquistar o campeonato deste ano e que provavelmente será uma disputa do “todos contra um”. Afinal, o pentacampeão Jimmy Johnson dificilmente ficará fora do “chase” e ele é o típico piloto de reta de chegada. Não tão bem quisto pelo público em geral, os americanos preferiam ver o “filho da lenda” triunfando e emocionando a assistência. Já o “filho do cara”, vem se revelando um bom aprendiz. Nelson Ângelo Piquet, já rebatizado comercialmente de Piquet Jr. começou um tanto cambaleante na Camping Truck Series, a categoria nacional das Pickups da NASCAR. O outro brasileiro da categoria, o gaúcho Miguel Paludo era bem mais consistente que o filho do tricampeão da F1. Contudo, bastou pouco mais de 1/3 do campeonato para as coisas mudadem de figura. Pelo menos com os carros andando, Piquet Jr. vem mostrando velocidade, consistência e arrojo, largando e andando sempre no bloco da frente. O problema, por enquanto, está nas relargadas das bandeiras amarelas. O ainda aprendiz foi uma das vítimas do “pedala Robinho” que o bem rodado Kyle Busch aplicou no final da prova de Kentucky nos seu seguidores diretos. Nelson Ângelo Piquet tem andado bem, apesar de ainda não ter vencido. As largadas e relargadas tem sido um problema. Piquet Jr. acabou batendo e estragando uma bela corrida. Nas provas seguintes, em Iowa e Nashville, progressos com um 8º e um 4º lugar. Depois, um lugar que tem uma página na memória da família Piquet: Indianápolis. Ali o pai, Nelson Piquet "deu adeus" ao automobilismo e Nelsinho, mesmo tendo terminado a prova, não foi além de um 14º lugar. Miguel Paludo foi o 4º! Por fim, se nenhum dos filhos quis seguir a vitoriosa carreira do pai, eis que o filho da primogênita, Juliana – cujo o marido é o piloto Max Papis – e que carrega o sobrenome Fittipaldi vai trilhando seu caminho no – vamos chamar de diferente, ok? – automobilismo americano. Depois de alguns anos no kart, Pietro Fittipaldi (ele não usa o Papis), atualmente com 15 anos está correndo em uma das categorias escola da NASCAR, a All American Series, que tem carros de turismo, com mais de 200 cv para andar. E o fã saudosista que prepare a caixa de lenços de papel... mais um herdeiro do clã Fittipaldi vem aí para alegria de todos. Se o leitor prestar bem atenção na foto e comparar o carro, os adultos, a altura do muro e o “tamanho do pirralho” com o troféu na mão ao lado do carro... Nesta categoria, as diversas divisões fazem a temporada cada uma em apenas uma pista. No caso, Pietro corre na pista de Hickory, em Charlotte, na Carolina do Norte. Essa foi a primeira vitória do neto de Emerson Fittipaldi na temporada. Com o resultado, Pietro ocupa a terceira colocação no campeonato de pilotos de Hickory, com 476 pontos, uma desvantagem de 14 pontos para o atual líder, Tyler Church. A NASCAR encerrou o mês de julho em Indianápolis e o vencedor da Brickyard 400, Paul Mennard, seguiu a "tradição do beijo". Depois das provas deste mês, na Sprint Cup, a classificação ainda tem como líder Carl Eduardsm com 682 pontos, com Jimmy Johnson bem perto, com 671, em segundo e Kevin Harvick com 670. Kyle Busch e Matt kenseth somam 666 e Dale Jr. caiu para 10º! Agosto nos reserva mais 4 etapas, sendo uma, a do misto de Watkins Glen. Saindo dos autódromos, onde a maioria dos campeonatos segue indefinido, o WRC, caso algo não mude, vai coroar novamente o francês Sebastien Loeb campeão... pela oitava vez consecutiva! No Rally da Finlândia o campeão não teve vida fácil, com seu companheiro de time, Sebastien Ogier e Jari-Matti Latvala a menos de 5s durante os dois primeiros dias. Apenas no último dia a diferença aumentou (8,1s para Latvala e 12,8s para Ogier). Loeb tem agora 27 pontos de vantagem para o 2º colocado na tabela, Mikko Hirvonen. A Volkswagen negou um carro para Al-Attiyah disputar o "DE CÁ" 2012... e ele recusou assinar o contrato para correr o WRC! Mas a notícia que surpreendeu muita gente foi a recusa do piloto – e Príncipe do Qatar – Nasser Al-Attiyah rejeitou assinar um contrato de longo prazo com a montadora para a disputa do WRC até o fim de 2013. A principal razão está na recusa dos alemães em não oferecer um carro para Nasser defender o título no ano que vem. A negativa da cúpula da montadora alemã em oferecer equipamento e suporte ao nobre para disputar o Dacar em 2012 com um Touareg 3, defendendo o título de 2011 teria sido o motivo. Investindo na sua entrada no WRC, a Volkswagen pode perder não apenas o piloto, mas o bolso dele também! Aqui pelo Brasil, seguem os preparativos para o Rally dos Sertões, que este ano sofreu alterações... pelo visto para pior. Apesar do evento ter um forte apelo social, com as ações desenvolvidas há anos pelos organizadores e pelo Instituto Brasil Solidário, a mudança do trajeto não parece ter agradado muito os participantes dos anos anteriores. Além disso, pouco tem se lido ou visto nos canais de comunicação sobre o evento. O “Sertões 2011” terá um percurso total de 4.026 km, sendo 2411 km de especiais, numa rota que atravessará cinco Estados (Goiás, Tocantins, Maranhão, Piaui e Ceará), sendo disputado em quatro categorias (Caminhões, Carros, Motos e Quadricíclos) entre os dias 9 e 20 de agosto. Durante o briefing de apresentação do traçado e do planejamento visando a competição, Marcos Moraes, presidente da Dunas Race, falou também sobre as novidades que compreendem o evento desse ano. Umas que nos chamou muita atenção foi o inventário de neutralização dos gases de efeito estufa durante a competição, seguindo a “linha verde” que vem norteando as competições em geral nos últimos anos. Em um mês que a F3 inglesa correu fora da ilha, Felipe Nasr continuou sua saga de vitórias e continua dominando a categoria. As categorias de base dos monopostos andaram agitadas nas últimas semanas. Na Europa, Felipe Nasr segue liderando o campeonato britânico, que também corre em outros países e ainda é a principal etapa antes da GP2 ou do World Series, que vem tentando rivalizar com a categoria de Bernie Ecclestone com muito mais sucesso que a F2, “inventada” por Max Mosley. Nas duas rodadas triplas, realizadas em Nurburgring e Paul Ricard, Nasr conseguiu mais três vitórias e um segundo lugar e seguiu ampliando a sua vantagem para os concorrentes, com mais de 100 pontos de frente ante o segundo colocado. Contudo, a rodada tripla de Spa Francorchamps foi muito ruim... para todos os brasileiros. Nenhum dos nosso pilotos ou suas equipes conseguiu encontrar o acerto ideal para a desafiadora pista na Bélgica. Reunindo as três prova, o melhor resultado foi um 7º lugar obtido por Felipe Nasr, que continua líder do campeonato, com 267 pontos, 114 de vantagem para William Buller e Carlos Huertas. Lucas Foresti caiu para 5º. Augusto Cesário (de azul) vem, em parceria com Fernando Croceri (à direita) abrindo as portas para Scabin e Bueno na F3. Aqui no Brasil, depois do longo hiato desde a abertura do campeonato, Interlagos dividiu seu espaço entre a Copa Petrobras de Marcas e a 2ª etapa do sulamericano de Fórmula 3. A reformulação do calendário, fruto do esforço de organizadores e equipes envolvidas é uma tentativa para manter a categoria ativa. Um sinal claro de que a aposta pode não ser tão segura assim foi que o vencedor das três provas na abertura do campeonato, Guilherme Silva, piloto da Hitech Racing, optou por correr a rodada dupla da F. Future em Londrina, de olho numa chance de retorno para a Europa. Com poucos adversários e quase nenhum público, Fabiano Machado dominou o final de semana em Interlagos. A decisão do líder do campeonato até então abriu o caminho para Fabiano Machado, piloto da Cesário Fórmula, repetir o feito e vencer em todas as disputas da rodada tripla no grande palco nacional. Como tinha feito uma boa pontuação na etapa de abertura, Fabiano Machado assumiu a liderança do campeonato, com 120 pontos, contra 81 de Fernando ‘Kid’ Resende e os 75 de Guilherme Silva. A boa novidade da etapa paulistana foi a presença do Argentino Fernando Croceri com dois dos jovens pilotos – Augusto Scalbi e Hernan Bueno – que, após uma rodada de treinos com os carros da equipe Cesário Fórmula em junho, vieram disputar suas primeiras provas no certame. Conhecendo pouco o circuito, os argentinos andaram bem na categoria light, Augusto Scalbi conseguiu chegar em 2º e 3º na geral. O “Chefe” esteve no autódromo e conversou com o grupo de argentinos sobre as expectativas em relação à categoria e o planejamento para trazer mais pilotos argentinos para o campeonato. Fernando Croceri, que disputou a categoria nos anos 90 e que hoje é o vicepresidente da Associação Argentina de Volantes, mostrou-se extremamente animado com as perspectivas e praticamente garantiu uma “equipe argentina” para a temporada de 2012. Tomara! A categoria não pode morrer. Quem deve estar morrendo – de raiva – deve ser o responsável pela indicação do Jules Bianchi para der o “piloto de testes” da Ferrari. A menos, claro, que seja para “piloto de chash test”, de tantas pancadas que o francês andou envolvido. A coisa anda tão feia para Bianchi que a Ferrari decidiu fazer um “teste”, colocando-o na pista juntamente com o vicecampeão da GP2 no ano passado e atual piloto da Sauber, o mexicano Sergio Perez, que com os GPs disputados na categoria principal este ano, vai ter uma boa vantagem técnica. Depois de muitas trapalhadas e acidentes, finalmente Jules Bianchi fez uma corrida à altura do que dele se espera em Silverstone. Certamente preocupado com as nuvens negras se aproximando, Nos chuvosos finais de semana de Silverstone e Nurburgring, Bianchi tratou de “andar mais e bater menos”. Fez mais pontos em Silverstone que em todas as provas anteriores (14 contra 8 – em 4 etapas) e repetiu a dose em Nurburgring (10 contra 8). O problema é que seu “adversário direto na disputa à piloto francês da F1”, Romain Grosjean fez 25 pontos contra seus 24, e ainda induziu Bianchi a cometer um erro que custou-lhe a vitória na corrida do domingo na Alemanha, que – diga-se de passagem – foi a melhor prova deste ano na categoria. Valeu a pena acordar cedo para assistir! Se na Inglaterra, debaixo de chuva, Bianchi fez uma corrida irrepreensível e conquistou uma vitória maiúscula na prova do sábado na Inglaterra depois de cravar a pole no dia anterior. Se a “falta de água” era um problema ou uma simples coincidência ninguém pode afirmar, mas que Bianchi andou muito bem no molhado, andou! A corrida do domingo em Nurburgring foi a melhor do ano, com Grosjean, Bianchi e Filippi brigando até o fim. Deu Grosjean! Antes da etapa magiar, que comentaremos no próximo mês, o campeonato tem um Grosjean tranquilo na liderança, com 59 pontos, 18 a mais que Giedo Van Der Garde (41). Charles Pic, Sam Bird e Jules Bianchi vem com 34/33/32 respectivamente. Contando com a Hungria, faltarão 3 rodadas duplas para o final do campeonato e mesmo com o favoritismo de Grosjean, o título ainda está em aberto. Enquanto os comissários de prova na F1 punem qualquer excesso de arrojo ou atitude que consideram antidesportiva, na Fórmula Indy, de uma forma geral – e na etapa de Toronto em especial – a coisa “corre mais frouxa”... e isso é o mínimo que se pode dizer diante do verdadeiro “derby da demolição que foi a prova canadense. A curva no final da onduladíssima "reta" de toronto foi palco de diversos acidentes bizarros... e ninguém foi punido! Menos da metade do grid cruzou a linha de chegada e sabe-se lá Deus como. Dentre os pilotos, Will Power estava transtornado diante do fato de ter sido – na opinião dele – alijado da disputa na corrida de forma desleal por Dario Franchitti. “Não posso entender como, diante do que as imagens mostraram, ele não foi sequer advertido”, declarou o australiano. As voltas finais foram uma sequência de relargadas – seguidas de acidentes – onde a regra estabelecida para este ano de relargadas com os carros lado a lado foi completamente ignorada e desrespeitada diante de um diretor de provas – no mínimo – omisso durante toda a prova. No final, sem punição alguma a equipe de Chip Ganassi fez a dobradinha, com Franchitti e Dixon. Apesar dos protestos de Will Power, Dario Franchitti venceu e fez dobradinha com Scott Dixon (e ainda é casado com a Ashley Judd!). Em Edmonton, a chuva foi a vilã da sexta-feira (se fosse em São Paulo, seria um fiasco, culpa da prefeitura, mal uso do dinheiro público...), com direito a “barquinhos” como o feito por Simona de Silvestro e uma correria por parte dos organizadores da prova para reorganizar a agenda. Simona de Silvestro diverte-se com o excesso de água em Edmonton na sexta-feira. Felizmente não choveu nos dias seguintes. Como a corrida usa uma pista de aeroporto – assim como St. Petersburgo – a montagem é complicada. Os pilotos, de uma forma geral, gostaram do novo traçado que adotaram. Apesar dos “quebramolas” – ondulação é o que encontramos no Anhembi. Aquilo que vimos na TV está mais para as lombadas das nossas ruas – a coluna dos pilotos e pilotas resistiram as 85 voltas na pista. Sem toques e sem esquinas apertadas, Will Power conseguiu se estabelecer e vencer sua 3ª corrida na temporada. Com Helio Castro neves chegando em 2º a – para alegria do brasileiro e de Roger Penske. O 3º lugar de Dario Franchitti resultou em uma diminuição de 15 pontos na vantagem do escocês na liderança do campeonato, que ainda é de 38 (388 x 350). Com uma estratégia diferente, no final da prova Helio Castro Neves até poderia ter vencido... mas a quadriculada foi para Will Power. Os Brasileiros Tony Kanaan e Helio Castro Neves – Tony foi o 4º colocado na prova e agora ocupa a 4ª posição no campeonato, sendo o brasileiro melhor classificado – andaram bem, com uma estratégia diferenciada, avançaram na corrida e, nas voltas finais Helinho deve ter recebido um “keep the gap” vindo dos boxes. Diferente de Mark Webber, o brasileiro não atacou, deixando para Mid-Ohio a tentativa de uma vitória neste ano de vacas magras para nossos pilotos na categoria. Por falar em vaca, tem um certo touro que parece não ser mais o mesmo, para alegria do bom velhinho, dono do parquinho da F1. Depois de um início de temporada desanimador, a Ferrari vence sua primeira corrida em 2011... se bem que a Red Bull ajudou. Se bem que, esta pode ser uma das poucas alegrias que Bernie Ecclestone pode estar saboreando nestas últimas semanas por conta de um enorme escândalo que se avizinha, com curvas bem delineadas. Depois que a FIA mudou – e depois “desmudou” – o regulamento sobre os gases do escapamento e o sistema de gerenciamento dos motores, algumas coisas mudaram na F1. Claro que nem tudo – ou quase nada – saiu como o planejado: Em Valência, Vettel “ignorou a mudança” e venceu de forma incontestável. Na Inglaterra, o campeão do mundo liderava quando sua equipe fez uma desastrosa operação nos boxes e Fernando Alonso tomou a ponta para não mais perdê-la. Ainda assim, Vettel foi o 2º. Felipe Massa tem se mostrado combativo, mas além de não conseguir manter o ritmo de prova de Alonso, o box ainda "ajuda"... Na prova inglesa, a grande disputa foi mesmo a das voltas finais entre Lewis Hamilton e Felipe Massa, com o brasileiro tentando por fora, na última curva, uma cartada final. O que ninguém pode dizer é que ele não está tentando. O grande problema de Felipe é o parâmetro: Alonso é um piloto diferenciado! Se no GP da Europa a influência da alteração no tal do mapeamento dos motores não apareceu muito, na Inglaterra, não teve como não ver quem ganhou e quem perdeu na mudança. McLaren e – principalmente – a Renault/Genii/Lotus, que de “apedrejada” da música do Chico Buarque tirou o Heidfeld para levar os petardos por conta do fraco desempenho na temporada. Além de estar com o "assento em xeque" por um desempenho aquém do esperado, Heidfield ainda deu um prejuízo para a equipe. Todos esperavam mais do alemão, que pode ser substituído... por Romain Grosjean após o final da GP2 e, quem sabe, Bruno Senna no encerramento da temporada, no GP do Brasil (imaginem o narrador oficial e suas divagações... vai ser dureza). O brasileiro fez sua primeira aparição como “piloto da sexta-feira”. Ficou 8 décimos atrás de Vitaly Petrov, mas isso seria natural diante da falta de práticas do regulamento atual. Falando em divagações... alguém lembra do Aldo Costa? Aquele que era o Diretor Técnico da Ferrari (cargo hoje ocupado por Pat Fry, cooptado junto à McLaren) e que foi trabalhar no desenvolvimento de carros de rua. Seria um empregaço com um baita salário... mas o italiano “mudou seus planos e transferiu-se para outra equipe” (que ninguém sabe qual é. Devia estar “muito prestigiado”, como se fala no futebol!). O "olhar perdido" do mecânico da Ferrari dispensa qualquer descrição da cena: na hora do "vamos ver", Massa ficou na mão. Voltando para a pista e já que o assunto é a Ferrari... é simplesmente impressionante como eles conseguem errar e sempre no mesmo lugar! O problema é que, desta vez, acabaram por prejudicar o “dono” da equipe ao se atrapalharem no derradeiro pitstop de Felipe Massa e dar o 4º lugar a Sebastian Vettel, que enfrentou problemas de freios no primeiro terço da corrida e, com isso, ficou longe da luta pela vitória. Sem Vettel ditando o ritmo na ponta, a disputa pela liderança foi intensa – entre Lewis Hamilton, Fernando Alonso e Mark Webber – e cheia de alternativas, com as mudanças nas estratégias de box, uma vez que o trecho onde a asa podia ser aberta era mais curto que em outras pistas. A disputa seguiu até as voltas finais de uma boa corrida (mas se tivesse chovido, teria sido mais divertido, com certeza). Durante mais da metade da prova, a disputa pela liderança entre três carros de diferentes equipes reviveu a boa F1 do passado. Diversão vai rolar agora – ao menos para alguns – nas férias de verão após o GP da Hungria, que foi salvo pela chuva! No mesmo estilo Barcelona, onde ninguém passa ninguém (quando a pista secou, mesmo com KERS, pneus de farinha e asas móveis, quem forçou a barra na freada da reta, foi passear na área de escape. Apesar de ter conseguido a pole, com a volta das vantagens do "blow difuser", a McLaren mostrou que, em corrida, já chegou no nível da Red Bull. E só não aconteceu uma dobradinha do time de Woking porque "pegaram pesado" com o Hamilton. Tá certo que o "cavalo de pau" que ele deu depois de rodar não foi a manobra mais segura do mundo... mas daí "matarem" a corrida do piloto... certamente isso é culpa dos últimos incidentes e das polêmicas declarações dadas por ele: se os pilotos são "estrelas", os comissários também o são. Perdeu o esporte. Num circuito que sempre foi muito difícil conseguir uma ultrapassagem, a chuva acabou permitindo grande emoções e disputas. Quem ganhou foi que assistiu a corrida, que devido à chuva (antes e no final da prova) fizeram os chefes de equipe quebrar a cabeça (e alguns quebraram a cara) com as escolhas de pneus. Sobre os pilotos, Vettel parece já estar "correndo para o título, evitando combates e marcando o maior número de pontos possível. Com o resultado da Hungria, a diferença para o 2º colocado aumentou! Dos brasileiros, mais uma vez, a lamentar. Depois de uma classificação à frente de Alonso, Massa largou mal, buscou na pista até... bem, alguém explica como ele, que vinha acompanhando de perto o Alonso, depois do espanhol escapar e perder a posição para ele, ficar relativamente distante, conseguir recuperar tudo e passar do jeito que passou na reta? A corrida de Massa acabou ali. Depois daquilo, uma rodada que quase acabou no toque na barreira de pneus e o brasileiro termina quase 1 minuto atrás de Alonso. Sobre barrichello... bem, tudo aponta para ser seu último ano na F1. Agora, vamos as férias. Com esta vitória de Button, completam-se 3 provas sem vitórias da Red Bull. Com isso, o campeonato não "acabará" na Europa. Quem não vai ter sossego e não anda se divertindo nada é o nosso bom velhinho... todo enrolado com uma seríssima acusação de suborno envolvendo o exbanqueiro Gerhard Gribkowsky, que estaria envolvido em um esquema de corrupção relacionado às vendas de ações da F1 em 2006. Naquela época, o banco de Gribkwosky, o Bayerische Landesbank, possuía 48% das ações da SLEC Holdings, que controlava as receitas dos direitos comerciais da F1 antes do grupo CVC, o atual responsável. O banqueiro foi o intermediador da venda dessas ações ao CVC, mas teria recebido uma propina de Bernie Ecclestone (avaliado em US$ 44 milhões – dinheiro que voltou para Ecclestone – em uma negociata que envolveria as empresas Bambino – Holding e Trust – de propriedade do mandatário da F1) para negociá-las abaixo do preço de mercado. O atual proprietário dos direitoas – o grupo CVC – nega (claro) qualquer tipo de conhecimento ou envolvimento nos pagamentos ao banqueiro. Envolvido em um escândalo (mais um) na Alemanha, Bernie Ecclestone não teve como negar seu envolvimento no caso de suborno. O grupo comprou as ações de Ecclestone e do BayernLB e as reagrupou em uma companhia nomeada Alpha Prema, tornando-se assim o sócio majoritário da F1. Por sua vez, Bernie Ecclestone, primeiro, negou veementemente ter se envolvido em tamanha maracutaia. Diante do desenrolar do processo, mudou de “estratégia” e disse ter sido chantageado por Gerhard Gribkowsky para fazer o negócio. E como a memória do nosso povo é curta mesmo, lembram-se do Rubert Murdoch, aquele empresário das comunicações que andou “sondando” uma possível compra da F1? É o mesmo envolvido no escândalo dos tablóides ingleses e que, junto com seu staff próximo está com a reputação mais suja do que pau de galinheiro. Ó mundinho esse... O artista e sua arte: Sid, além de capacetes, pintava carros e fez fama na F1 ainda nos anos 70 (Foto de Duda Barrios). Tristeza por tristeza, ficamos nós com a nossa e a perda do grande artista da pintura – de carros, capacetes e imaginários – Sid Mosca, depois de anos de luta contra um câncer. Um homem que, com sua arte e sem nunca ter acelerado um bólido na vida, conseguiu escrever seu nome na história do automobilismo, conquistar fãs por todas as partes do mundo e muitos pilotos que faziam questão de ter seus capacetes pintados por ele. Saudades, Sid. Saudades. O mundo ficará menos colorido sem você! Até a próxima, Colaboraram para esta coluna: Mauricio Paiva; Willy Möller; Paulo Alencar; Fernando Paiva e 'o Chefe'. |