A cidade serrana de Petrópolis, município do Rio de Janeiro, para mim é como se fosse um pomar com grande variedade de árvores frutíferas. Essas árvores tinham a capacidade de fazer brotar atraentes e talentosos frutos automobilísticos. Entre eles podemos destacar Irineu Correa, Antonio de Souza Lordeiro, o “Niquinho”, Mário Olivetti, Álvaro Varanda, Aylton Varanda, João Varanda Filho, “Jiquica”, Ademar Varanda Bastos, Carlos Bravo, Américo Veloso,Renato Peixoto, Hélvio Zanata, Helio Guilherme Kreischer, Aloísio Kreischer, Carlos F. Lima, Pedro Carvalho, Jorge Botelho, Amilcar Baroni,etc. Desculpem-me se omiti alguns, com certeza devo ter feito isso, os frutos são muitos e às vezes a memória dá uma rateada. Caso você leitor lembrar-se de mais algum, por favor, envie um e-mail para
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e tão logo possamos inseriremos o nome do fruto que ficou faltando. Alguém já disse que a paina que tem pouco valor encontramos logo na superfície da água, já o ouro, de grande valor, costuma ficar no fundo. Hoje pretendo trazer à tona um fruto de grande valor que, infelizmente, as revistas especializadas em automobilismo nunca lhe deram o destaque merecido. Com isso muitas pessoas que acompanhavam o automobilismo nas décadas de 50 e 60, conhecida hoje como a “época de ouro do automobilismo brasileiro”, não chegaram a conhecer seus resultados. Refiro-me a Aylton Varanda, um grande piloto, grande amigo, possuidor de uma grande alma e de um desprendimento capaz de se igualar aos mais famosos filantropos. Aylton agia assim com bastante simplicidade, essa era uma de suas marcas pessoais. Jamais fez publicidade de sua bondade, de sua generosidade, (da mesma forma seu primo João Varanda Filho, o “Jiquica”). Quem com eles teve o prazer de conviver – eu tive a sorte de ser um desses felizardos – pode atestar isso. Como disse acima as revistas falavam muito pouco do Aylton Varanda. Na época, portanto, sabia muito pouco dele também, apenas uma pequena nota aqui, outra acolá, que as revistas noticiavam. Para nós da década de 60 parecia que Aylton tinha sido um daqueles frutos que havia minguado antes de amadurecer. Mas que nada, como vocês verão a seguir Aylton era daqueles frutos que amadurecem logo. Já havia mostrado suas qualidades bem cedo. E a “Árvore-Varanda” continuava a dar bons frutos e o galho onde estava o“Fruto-Aylton”, assim como a Phoênix, continuava na roda do renascer sem fim, nós é que estávamos mal informados. Até que um dia por obra do destino numa noite nos encontramos pessoalmente lá em casa. Jamais me esquecerei desse dia, sua alma ficou indelevelmente marcada em mim. Não sou piegas e não gosto de gente piegas. Pelo contrário, gosto de gente alegre, de pessoas que nos ponham pra cima, mas agora escrevendo aqui sobre ele, estou tentando conter umas lágrimas de felicidade que insistem em se formar em meus olhos e caem pela minha face, tamanha são as lembranças boas que trago comigo do Aylton Varanda e de uma noite inesquecível quando tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente pela primeira vez. Nessa noite ele atendendo um chamado de meu irmão Sérgio Cardoso, que estava sem carro para correr as Mil Milhas de 1967, imediatamente deixou sua cidade Petrópolis e se dirigiu lá pra casa com seu mecânico Carlos Alberto, “Passarinho”, para atendê-lo. (se quiser saber mais sobre esse fato, após a leitura total desse texto, dê uma olhada nessa matéria): http://www.obvio.ind.br/O%20Lorena-Porsche%20GT%20-%201968.htm (mas só ao final, do contrário você perderia a continuidade desse texto). Interessante, vejam como o que falei da simplicidade do Aylton é verdadeira. A partir daquela noite convivemos muitos meses juntos e jamais Aylton Varanda nos relatou os seus excelentes resultados automobilísticos que irei publicar a seguir. Alguns desses resultados só os fiquei conhecendo nos dias de hoje graças à internet. Com a internet estamos vivendo numa aldeia global e as notícias não param de chegar, tanto as novas como as informações de tempos atrás. Há meses atrás passando no blog do amigo petropolitano Pedro Carvalho que, entre outras coisas, costuma divulgar notícias automobilísticas de Petrópolis, o www.puntata-taco.blogspot.com.br (o que me levou a chamá-lo de “Embaixador de Petrópolis), vi algumas fotos ali do Aylton correndo no antigo circuito de Botafogo, etc. com carros possantes e interessantes. Bem, após ver algumas fotos interessantíssimas, pedi ao amigo e pesquisador Ricardo Cunha que, por favor, me enviasse todos os resultados que ele possuísse do Aylton Varanda, pois estava decidido a compartilhar com os amigos essas fotos e seus ótimos resultados. Deduzi que assim como esses resultados estavam até então ocultos para mim, também deveriam estar para vocês. Pedi igualmente ao seu filho José Augusto Varanda que me enviasse mais fotos e resultados de seu saudoso pai e “surrupiei” amigavelmente algumas fotos do blog do amigo Luiz Salomão,“Saloma”, (brincadeira, pedi a ele que me cedeu com toda boa vontade. “Saloma” também é de Petrópolis e conhecia essa turma toda da “terrinha”, como ele costuma chamar essa cidade). www.interney.net/blogs/saloma Bem, vamos aos resultados de Aylton Varanda e suas fotos. De algumas corridas temos apenas as fotos e nos faltam os resultados, em outras temos os resultados e nos faltam as fotos. Se você leitor, por acaso tiver algum resultado que nos falta, pedimos, por favor, entrar em contato conosco por e-mail nos passando. Antecipadamente agradecemos. Circuito de Petrópolis 1951. Aylton Varanda com Simca # 25. 3º lugar. Foto cedida por José Augusto Varanda. Resultado por Ricardo Cunha: 1º Antonio Lordeiro “Niquinho” Simca #26 2º Gerde Stoltemberg Volkswagen # 23 3º Aylton Varanda Simca # 26 4º Arthur Troulia Volkswagen # 22 1956:17-06-1956. Circuito da Praia de Botafogo, RJ. Esporte 1,5. Aylton Varanda, 2º lugar, MG TC 1250. Esquerda para direita, Aylton Varanda é o quarto com seu MG TC 1250. Aqui um close de Aylton Varanda e seu MG TC 1250. Bela foto de Aylton Varanda com seu MG TC 1250 durante a prova no Circuito de Rua de Botafogo. Mapa do Circuito de Rua de Botafogo. Cortesia de Claude Fondeville. Transcrevo a seguir um relato interessante de José Augusto Varanda, filho do Aylton, sobre “as internas” que antecederam essa prova: “Só para dar uma idéia de como as coisas aconteciam na tal ‘época romântica do automobilismo’, narrarei, a seguir, um episódio que se passou na véspera do Circuito de Botafogo, em 1956. A prova foi disputada num domingo. E no sábado aconteceria o casamento de uma irmã de minha mãe, que se casou com um amigo dele de infância. Minha mãe já havia se deslocado para o Rio, com antecedência, para ajudar nos preparativos do casório e ele ficara em Petrópolis, trabalhando e cuidando da preparação do carro, um MG (pela foto da largada, vê-se que a prova era restrita a esse tipo de carro e o do Aylton, além de ser o mais antigo, era o único com volante do lado direito). Ele saiu de Petrópolis já bem atrasado para o casamento, pé em baixo na descida da serra, aproveitando para testar o desempenho do carro. Ao chegar ao Rio, perto da igreja, viu uma das rodas dianteiras passar à sua frente e cair dentro da Lagoa Rodrigo de Freitas. Por sorte, naquele momento já não estava em alta velocidade e conseguiu controlar o carro com certa facilidade. Ele, já vestido para o casamento, teve que dar uma gratificação a um morador da antiga favela ali situada, para que mergulhasse e procurasse a roda no fundo da lagoa. Enquanto essa pessoa procurava a roda, meu pai constatou que o mecânico havia montado as duas rodas dianteiras invertidas, de tal maneira que a borboleta central, cuja rosca deveria dar maior aperto quanto mais a roda girasse, trabalhou justamente no sentido contrário, afrouxando as rodas gradativamente. Imaginem se a roda tivesse soltado na Rio-Petrópolis!” 11-11-1956. Circuito de Volta Redonda, RJ. Mecânica Nacional, Esporte 2.0 Aylton Varanda, 3º lugar, MG TC (não temos foto ainda). 1957:24-11-1957. II Mil Milhas Brasileiras, Interlagos,SP. Turismo Força Livre. 19º lugar. Carretera Ford, em parceria com seu primo Álvaro Varanda. Carretera #52 Aylton Varanda / Álvaro Varanda, Carretera #2 Catharino Andreatta / Diogo Ellwanger, DKW #76 Karl Iwers / Jorge Truda. Foto cedida por Vicente Miranda. Resultado: 1º Aristides Bertuol/Orlando Menegaz – Carretera Chevrolet #4 2º Catharino Andreatta/Diogo Ellwanger – Carretera Ford #2 3º Julio Andreatta/Dirceu Oliveira – Carretera Ford #6 4º José Guidini/Pascoal Landi – Ford #24 5º Luiz Valente/Arlindo Aguiar – Ford #22 6º José Asmuz/João Galvani – Carretera Ford #32 Nota: Nessa corrida Chico Landi/José Gimenes – Carretera Chevrolet # 82 foram os vencedores na pista, porém foram desclassificados dois dias após a corrida por terem descumprido a sinalização para reparo das lanternas traseiras, já na 2ª volta. José Gimenes que estava pilotando a carretera, após a sinalização tinha 5 voltas para parar, seria na 7ªvolta. Parou na 9ªvolta. É uma pena... Imagino como o Chico Landi não deve ter ficado chateado com isso.Já pensou, você ganhar uma corrida longuíssima como essa e ser derrotado dois dias depois... 1958: 16-03-1958. VI Circuito de Petrópolis, RJ. Esporte. Aylton Varanda, Ferrari 225 s, não terminou. A Ferrari de Aylton apresentou vazamento de óleo. Categoria Esporte - 1 - Henrique Casini - Maserati 300 S 2 - Arthur de Souza Costa Filho - Ferrari 750 Monza 3 - Antonio Pinheiro Pires - Maserati 200 S 4 - Victor Levi - Maserati A 6 GCS Não terminaram :Aylton Varanda - Ferrari 225 SSeverino Gomes Silva - Maserati 200 S ----------------------------------------------------------------------------- Categoria Mecânica Nacional - 1 - Camilo Christófaro - Camilo Especial Corvette 2 - Mario Olivetti - Ford V-8 3 - Nelson Leal Bastos - Bastos Especial Corvette ---------------------------------------------------------------------------------------- Categoria Turismo - 1 - Camilo Christófaro - Carretera Chevrolet 2 - Emílio Zambello - Carretera Fiat 3 - Victor Levi - Alfa Romeo 4 - Armando Silva - Ford 5 - José Altemar - Ford 6 - Hélio Kreischer - Ford 7 - Nelson Leal Bastos - Ford 8 - Mario Olivetti - Citroen Não terminaram -Edgard Guedes - FordJosé Carlos Braga - VolkswagenGabriel de Novaes - Volkswagen Foto preciosa enviada por José Augusto Varanda. Álvaro Varanda com Ferrari no circuito da Quinta da Boa Vista. Outra raridade enviada por José Augusto Varanda. Juan Manuel Fangio (camisa quadriculada) na casa de Álvaro Varanda (de óculos) em Petrópolis. Atrás de Fangio, Aylton Varanda. Foto feita no final da década de 50. 1960:03-07-1960. 1ª 24 Horas de Interlagos, SP. Turismo, FNM 2000, 1º lugar, Aylton Varanda/ Álvaro Varanda. Os dois JK da equipe de fábrica, passando defronte aos boxes. #2 Chico Landi / Camilo Christófaro e mais atrás # 3 Aylton Varanda / Álvaro Varanda. Aylton Varanda ou Álvaro Varanda, miolo de Interlagos. Aylton Varanda e Carlo Lissoni, engenheiro italiano da FNM que também pilotou o JK que chegou em 3º lugar. Álvaro Varanda no volante e Aylton Varanda conversando com ele, provavelmente falando como estava o carro e a pista, após fazerem a troca de pilotos. Foto pega no blog do Luiz Salomão, “Saloma”. Álvaro Varanda recebendo a bandeirada de chegada com FNM 2000 JK. Foto: essa e as outras abaixo dessa corrida foram cedidas por José Augusto Varanda, filho de Aylton Varanda. No pódio esquerda para direita, Álvaro Varanda e Aylton Varanda. Publicidade das velas Champion com os 1º e 2º colocados. Esq. p dir. Camilo Christófaro, Chico Landi, Álvaro Varanda e Aylton Varanda. Jantar de gala com a premiação aos vencedores da 1ª 24 Horas de Interlagos. Aylton Varanda e seu primo Álvaro Varanda recebendo o troféu. Resultado dessa corrida enviada por Ricardo Cunha: 1º - Álvaro Varanda/Aylton Varanda JK # 3, 209 voltas. 2º - Chico Landi/Camilo Christófaro JK # 2, 208 voltas. 3º - Carlo Lisssoni/Luciano Della Porta JK # 4, 203 voltas. 4º - Karl Iwers/Diogo Elwanger DKW # 9, 180 voltas. 5º - Valdemir Costa Zoroastro/Iro Avon Simca Chambord # 7, 180 voltas. 6º - Catarino Andreata/Breno Fornari Simca Chambord # 5, 179 voltas. 7º - Eugenio Martins/Cristian Heins DKW # 18, 178 voltas. 8º - Mario Cesar Camargo Filho/Eduardo Scuracchio DKW # 17, 175 voltas. 9º - Ciro Cayres/Bird Clemente Simca Chambord # 6, 108 voltas. Interessante relato “das internas” dessa corrida, na época romântica do automobilismo, nos traz José Augusto Varanda. Fala aí José! “Esse relato que vou fazer agora, sobre a I 24 horas de Interlagos, em julho de 1960, ouvi dele próprio e de minha mãe, que só o faziam com muita discrição e em ambientes restritos, talvez porque não quisessem que alguém atribuísse qualquer diferença entre a contribuição dele e a do Álvaro naquela vitória, já que ambos dividiram, praticamente em partes iguais, o tempo de pilotagem na prova. Além disso, ele sempre considerou Álvaro, que era um pouco mais velho, muito mais que um primo, que um grande amigo, era como se fosse um ídolo para ele, um piloto que aliava técnica com muita coragem. Mas o fato é que Álvaro tinha uma deficiência visual importante e, ainda novo, usava óculos ‘fundo de garrafa’. Já meu pai tinha uma visão muito boa e só passou a usar óculos depois dos 50 anos de idade. Naquela prova, ao anoitecer, começou a baixar uma forte cerração em Interlagos. Meu pai, após uma tocada de umas três horas, parou nos boxes para reabastecimento, troca de pneus e de piloto (possivelmente aquela registrada na foto). Àquela altura, já estavam em primeiro lugar. Álvaro pegou o carro, deu algumas poucas voltas e entrou novamente nos boxes. A equipe e meu pai foram pegos de surpresa e acharam que havia algum problema mecânico. Álvaro, no entanto, disse que o carro estava ótimo, mas que não conseguia enxergar um palmo à frente do nariz e que, nessas condições, não teria como continuar pilotando. Meu pai, que mal havia iniciado seu período de descanso, pegou novamente o volante. Pelas fotos, percebe-se a precariedade da pista de Interlagos, naquela época. A ausência de acostamento e áreas de escape limitava muito a margem para erros. O estado do asfalto e a parca sinalização dificultavam ainda mais uma corrida naquelas condições. Era tamanha dificuldade que numa tomada de curva errada o carro rodou e, quando parou, meu pai teve que abrir a porta, colocar a mão no chão, para saber se estava na pista ou fora dela. Em seguida, verificando que ainda estava no asfalto, precisou aguardar, até avistar o primeiro farol, para saber qual o sentido correto a seguir. Só entregou o carro para Álvaro após o amanhecer, quando o nevoeiro já estava se dissipando. Foram, ao todo, mais de nove horas seguidas de pilotagem à noite, naquelas condições. Teve que ser retirado do carro nos braços da equipe, em posição quase fetal, pois não conseguia ficar em pé. Seus olhos lacrimejavam sem parar e, com a ruptura das luvas de pelica fina, suas mãos estavam repletas de bolhas de sangue. Imaginem o peso do volante de um JK! Foi levado ao ônibus que servia de hospital e não pode mais voltar a pegar o carro, que foi conduzido até o final da prova, ao meio dia, por Álvaro. Registre-se que no regulamento daquela prova ainda não havia qualquer limitação de tempo para que cada piloto conduzisse o carro. Tal providência só foi tomada nas edições posteriores, talvez motivada por esse episódio”. 27-11-1960. Mil Milhas Brasileiras, Interlagos, SP.Turismo, 3º Lugar, FNM 2000 Aylton Varanda/ Álvaro Varanda. (não temos fotos). Resultado: 1º. Chico Landi/Christian Heins – JK 2º. Ivo Rizzardi/Alfredo Santilli – Carretera Chevrolet 3º. Alvaro Varanda/Aylton Varanda – JK 4º. Camilo Christofaro/Celso Lara Barberis – Carretera Chevrolet 5º. Joluan Oliveira/Mario Oliveira – JK 6º. Enio Machado/Afonso Hoch – Carretera Ford 7º. Paulo Marinho/Geraldo Bandeira – DKW Vemag 8º. Antonio Versa/Eugenio Cardinalli – Carretera Chevrolet 9º. Orlando Menegaz/ItaloBertão – Carretera Chevrolet 10º. Mario Cesar Camargo Filho/Ciro Cayres – DKW Vemag 11º. Danilo Lemos/LuisAntonioGrecco – DKW Vemag 12º. Jose Tobias/Jose Francisco – CarreteraCadillac 13º. Julio Andreatta/Haroldo Vaz Lobo – Carretera Ford 14º. Albino Brentar/Eduardo Ribeiro - Volvo 1961: 04-06-1961. 24 Horas de Interlagos, SP. Turismo 4º Lugar, FNM 2000. Aylton Varanda / Mário Olivetti. 04-06-1961. 24 Horas de Interlagos, SP. Turismo 4º Lugar, FNM 2000. Aylton Varanda / Mário Olivetti. 24 Horas de Interlagos de 1961, 4 de junho de 1961... 1º Chico Landi/Christian Heins (Alfa Romeo JK) – 308 voltas (102,166 km/h)
2º Álvaro Varanda/Eugenio Martins (Alfa Romeo JK) – 307 voltas 3º Camillo Christófaro/Jean Louis Lacerda (Alfa Romeo JK) – 307 voltas 4º Aylton Varanda/Mário Olivetti (Alfa Romeo JK) – 307 voltas. Resultado pego com Luiz Salomão. 26-11-1961. Mil Milhas Brasileiras, Interlagos, SP. Turismo Força Livre. 3º lugar. Protótipo FNM Aylton Varanda / Mário Olivetti. Olha o “Tanto Faz” em ação aí na corrida! Foto pega com Rubens Casses. Da esq. p direita. Carretera # 21 (não sei quem é), DKW # 11 Luiz Antonio Greco / Juvenal Terra, “Tanto Faz” # 5 Aylton Varanda / Mário Olivetti e FNM JK# 70 de Sérgio Palhares Peixoto de Castro / José Francisco Silva. Resultado: 1º Ítalo Bertão / Orlando Menegas Carretera -Chevrolet Corvette 2º Chico Landi / Christian Heins- FNMJK 3º Aylton Varanda / Mário Olivetti - Protótipo FNM (“Tanto Faz”) 4º José Asmuz / Aristides Bertuol – Carretera Ford 5º Ivo Rizzardi / Caetano Damiani – Carretera Chevrolet Corvette 6º Mário César Camargo Filho / Bird Clemente - DKW Vemag 7º Luiz Antonio Greco / Juvenal Terra – DKW Vemag 8º Antonio Carlos Aguiar / Antonio Carlos Avallone – Carretera Chevrolet Corvette 9º Waldemar Costa / Waldemar Costa Filho – Simca Chambord 10º Ciro Cayres / Danilo de Lemos – Simca Chambord 11º Eugenio Martins / Agnaldo de Góes Filho – FNM JK 12º Sérgio Palhares Peixoto de Castro / José Francisco Silva – FNM JK O protótipo “Tanto Faz” sendo construído na oficina de Renato Peixoto, “Peixotinho”. Foto José Augusto Varanda. Aylton Varanda e Mário Olivetti com o protótipo FNM Força Livre. Esse carro acabou ficando com o nome de “Tanto Faz”, porque olhando para ele tanto faz a frente como a traseira. Foto cedida pelo piloto Nelson Cintra. Essa foto foi feita em frente à Catedral de Petrópolis, ao lado do monumento a Julio Frederico Koeller, fundador da Cidade. Aylton Varanda e Mário Olivetti com o “Tanto Faz”. Foto cedida pelo piloto Nelson Cintra. O “Tanto Faz” defronte a prefeitura de Petrópolis. Até que de frente ele não parece estranho. Foto José Augusto Varanda. 1963: 28-07-1963. VIII Circuito de Petrópolis, Gran Turismo, 1º lugar, Willys Interlagos, Aylton Varanda / Álvaro Varanda. Resultado enviado pelo pesquisador do RJ Francisco Muniz. Foram realizada duas provas: Grupo III: 1º Wilson Fittipaldi Jr ( Interlagos ) 2º Mario Olivetti (FNM 2000) 3º Hamilcar Barone (FNM 2000 ) 4º Jaime Silva (Simca Chambord ) . Grupo I: 1º Aylton Varanda / Álvaro Varanda (Interlagos). 2º Dirceu Soares (DKW ) 3º Carol Figueiredo (Gordini ). Nota: O piloto Helio Mazza (DKW) sofreu um acidente e caiu no rio.Todas as fotos abaixo foram cedidas por José Augusto Varanda. Mário Olivetti, JK, Wilson Fittipaldi Jr. com Interlagos de Álvaro Varanda, cedido gentilmente a ele. Wilson Fittipaldi Jr. Interlagos, mais atrás Mário Olivetti, JK. Aylton Varanda com Interlagos coupé. Aylton Varanda ou Álvaro Varanda, durante a prova. Aylton Varanda ou Álvaro Varanda. Esquerda para direita: terceiro Emerson Fittipaldi, bem novinho, Álvaro Varanda, Wilson Fittipaldi Jr.,Wilson Fittipaldi, pai, o “Barão” e Aylton Varanda. Foto cedida por José Augusto Varanda, filho do Aylton. Outra foto da seqüencia dos vencedores caminhando em Petrópolis. Esq. p dir. Álvaro Varanda, Wilson Fittipaldi Jr. e Aylton Varanda. Esq. p dir. Álvaro Varanda, Aylton Varanda, seu filho José Augusto Varanda, ainda menino, e Luiz Antonio Greco. 10-11-1963. 1500 km de Interlagos, SP. Gran Turismo. Não terminou. Willys Interlagos, Aylton Varanda /Álvaro Varanda. (não conseguimos fotos e resultado com outros concorrentes). 24-11-1963. 1600 KM de Interlagos, SP. Gran Turismo,4º lugar, Willys Interlagos, Aylton Varanda / Álvaro Varanda. Largada dos 1.600 Km de Interlagos (foto do arquivo pessoal do Nobre do Grid Geraldo Meirelles) Segundo Geraldo Meirelles a equipe A Willys não participou desta prova abertamente, mas equipou a Berlineta dos Varanda de Petrópolis, com suspensão, câmbio e o motor da Berlineta 21. (creio que em retribuição a Aylton Varanda ter cedido sua Berlineta à equipe Willys no VIII Circuito de Petrópolis em 28-07-1963, já mostrado aqui). 1º Jaime Silva / Ciro Cayres- Simca 2º Catharino Andreatta / Breno Fornari – Carretera Chevrolet Corvette 3º Ubaldo Lolly / José Fernando Martins – Simca 4º Aylton Varanda / Álvaro Varanda – Willys Interlagos 5º Vitório Andreatta / AntonioTergolina – Carretera Ford 6º Camilo Christófaro / Antonio Carlos Aguiar – Carretera Chevrolet Corvette. 1964: 07-06-1964. I GP Estado da Guanabara, Ilha do Fundão. Turismo, 9º lugar, Aylton Varanda, FNM 2000. 1º Luiz Pereira Bueno – Gran Turismo, Willys Interlagos 2º Wilson Fittipaldi Jr. – Gran Turismo ,Willys Interlagos. 1966: 01-05-1966.1000 KM de Brasília. Gran Turismo, Não terminou, Aylton Varanda / João Varanda Filho, “Jiquica”, Brasinca/Uirapuru. João Varanda Filho, “Jiquica”, com o Brasinca/Uirapuru, em ação na corrida de Brasília. Essa e as fotos abaixo foram cedidas por José Augusto Varanda. Brasinca/Uirapuru que correu com Aylton Varanda e seu primo João Varanda Filho, “Jiquica”. Brasinca/Uirapuru que correu com Aylton Varanda e seu primo João Varanda Filho, “Jiquica”. Mais uma foto do belo esportivo Brasinca Uirapuru de Aylton e João Varanda Filho. Comentário do José Augusto: “Fotos da Brasinca Uirapuru que ele correu, com o Jiquica, nos 1000km de Brasília, em 1966. Estava em segundo lugar, atrás do Emerson com uma Alfa Zagato, mas quando passou o carro para o Jiquica, ele deu poucas voltas e quebrou o câmbio”. Pois é José Augusto, não foi apenas o “Jiquica” que teve problemas em corrida com o belo Uirapuru. Nessa mesma corrida o Walter Hahn Jr. e Expedito Marazzi também correram com outro Uirapuru e quebraram. Esse carro tinha um design avançado para a época e, pra mim, ainda é belo contemporaneamente. Repare por exemplo na curvatura do vidro traseiro. O problema é que essa bela carroceria, com boa aerodinâmica, fabricada no Brasil, além de ser de chapa - mais pesada que a resina - carregava dentro de si um motor Chevrolet de 4.200cc que era da Pick-up Chevrolet Brasil. Ora, motor de caminhão e pic-kup foram projetados para carregar peso e andar devagar. O câmbio dele era apenas de 3 marchas. Ele não tinha freio hidro-vácuo. Com isso quando o carro vinha embalado para reduzir era brabo. Eu e meu irmão sempre adoramos esse carro. Creio que se ele tivesse carroceria de fibra, freios a disco e câmbio com no mínimo 4 marchas, teria feito o maior sucesso nas pistas. 10-07-1966. Inauguração Autódromo do Rio de Janeiro. Gran Turismo, não terminou, Aylton Varanda, Brasinca/Uirapuru. Amigos, a família Varanda teve tantos participantes em corridas que a gente acaba fazendo uma confusão do tipo quem é quem, não é? Solicitei ao José Augusto Varanda, filho do Aylton, que passasse para vocês um pequeno resumo da origem da família e os graus de parentesco. Está aqui: “O Álvaro era primo de meu pai, assim como o João Varanda Filho, “Jiquica”. Eram filhos de três irmãos (Álvaro, José - meu avô - e João). Os três de origem muito pobre, nascidos em Bicas (MG), onde meu pai também nasceu, se tornaram comerciantes de sucesso em Petrópolis. Álvaro era dono de padarias, meu avô José chegou a ter uma concessionária Ford, fechada na época da segunda grande guerra, e depois um cinema. João, pai do “Jiquica”, era dono da concessionária Chevrolet (Filpan) que apoiava a manutenção dos carros de corrida, de uma rede de postos de gasolina e de lojas de material de construção”. Amigos, Estou vendo que ainda tem muitas corridas do Aylton para comentarmos. Não é brincadeira não, ele correu de 1951 a 1968, são 17 anos... Estou sentindo que essa matéria está ficando longa, portanto acho melhor fazê-la em duas partes. Vamos finalizar a primeira parte aqui e no próximo mês narramos as outras corridas do Aylton com mais fotos interessantes. Creio que se fosse postar tudo de uma vez iria exceder em muito esse espaço e isso não seria conveniente para o site. Portanto, conto com a compreensão de você leitor, me despedindo por aqui e no mês que vem tem mais. Até lá! Senti-me muito feliz em prestar essa pequena homenagem a um grande amigo, um amigo inesquecível! Nota. Esta 1ª parte da matéria e a 2ª só foram possíveis, com tantos resultados apurados e com essa variedade de fotos, graças ao precioso auxílio do pesquisador Ricardo Cunha e de José Augusto Varanda. Meu muito obrigado aos dois. Abraços, Sidney Cardoso |