Durante a etapa da Stock Car em Curitiba nós iniciamos um novo projeto: o de trazer o passado ao presente. Depois de algumas décadas longe dos autódromos, levamos o Nobre do Grid, Luis Fernando Terra Smith, piloto da Equipe Willys nos anos 60 visitou no sábado que antecedeu a prova realizada no domingo, dia 15 de abril de 2012. O ensolarado sábado num atípico dia quente de abril (que nesta altura do ano já tem temperaturas amenas na capital paranaense) mostrou que certas coisas não mudam, por mais que os anos passem. Pouco antes de começar o treino classificatório, o nosso eterno piloto perguntou se havia um bom ponto onde pudéssemos ver os carros passando na pista. Como estávamos nos boxes e não podíamos ir para a mureta, a fim de não atrapalhar o trabalho das equipes, além do que, a visão da reta seria limitada pelas grades de proteção, levamos o nosso Nobre do Grid para a área dos camarotes VIPs no lado oposto do autódromo. A área em questão propiciava uma boa vista do “S” de alta, com a chegada nesta curva, vindo da saída do pinheirinho e que leva a segunda perna da reta oposta. Um trecho em que se pode ganhar ou perder tempo, dependendo de uma boa saída da do trecho de baixa e de um contorno prefeito da curva da alta, com a primeira “perna” do “S” para a esquerda e a segunda para a direita. Eis que, para nossa surpresa, o decano piloto fez aquilo que se fazia nos tempos em que ele corria, quando não havia um batalhão de pessoas na equipe para fazer de tudo e o piloto se concentrar em correr, recebendo uma avalanche de informações da telemetria instalada em seus carros. O inesperado (pelo menos para este 'retratista'). Nosso Nobre 'sacou' do bolso um cronômetro e começou a marcar tempos! Luis Fernando Ferra Smith enfiou a mão no bolso direito da calça e sacou um cronômetro (ok, era um cronômetro digital, diferente dos analógicos dos seus tempos) e começou a cronometrar um trecho que ele marcou, indo de um ponto cerca de 50 metros antes da entrada do “S” de alta até um outro, 50 metros após a saída da curva, entrando pela reta. Neste momento simplesmente sublime o Editor Chefe do site, que acompanhava o piloto, limitou-se a dar dois passos para trás e registrar o momento. A imagem dos olhos atentos e brilhando diante dos bólidos que rasgavam a pista pareciam tê-lo levado de volta ao autódromo de Interlagos, onde conquistou a maior de suas vitórias na carreira: as Mil Milhas Brasileiras de 1967. Terminado o treino e “de volta aos dias de hoje”, Luis Fernando Terra Smith parecia ter retornado de uma viagem no tempo. Era hora de levá-lo de volta a área dos boxes e apresentar “A História” aos pilotos que hoje participam do campeonato de mais alto nível técnico do continente. Andando pelo pit lane, Um encontro de ídolo e fã. Ingo contou que muitas vezes foi vê-lo correr em Interlagos, e vice-versa. Uma das primeiras pessoas que encontramos foi o super campeão Ingo Hoffmann, que confessou ter ido diversas vezes a Interlagos acompanhar as provas com as Berlinetas e posteriormente os Bino Mk I da equipe de Luiz Antônio Greco. Cruzando o pit lane, Luiz Fernando encontrou com um velho companheiro: Amadeu Girão. O papo estava animado quando, no Box do lado, chegava com sua scooter o diretor presidente da VICAR, Carlos Col. Saindo de fininho, fomos até ele – que sempre tratou o nosso trabalho com muito carinho – para falar o que estava acontecendo e convidá-lo a ir até lá para apresentar o nosso nobre piloto. Quando conversava com Amadeu Girão, comentei com Carlos Col sobre quem estava ali. Ele pediu: Por favor, me apresenta. Quando começamos a falar o que estava acontecendo no Box do lado e quem era o “senhor de camiseta do site dos Nobres do Grid o dirigente interrompeu e pediu: “por favor, me apresente”. Para nós, um sinal de reconhecimento e respeito para com o grande piloto que escreveu seu nome na história. Nos boxes da equipe de Valdeno Brito, na companhia de Adalberto Jardim, o Nobre parece ter passado os flúidos para a vitória! Quem também veio falar com Luiz Fernando Terra Smith foi o paraibano Valdeno Brito, que estava acompanhado de um dos grande pilotos da história da categoria, Adalberto Jardim, outro que teve a chance de ver o nosso Nobre do Grid em ação pela equipe Willys. Aqui entre nós, achamos que os “Deuses da velocidade” acabaram por iluminar aquele momento. No domingo, Valdeno estava mais veloz que todos e venceu com maestria a etapa. Maurício Slaviero, Diretor Geral da VICAR também fou um que fez questão de cumprimentar Luiz Fernando Terra Smith. Saindo do pit lane para o paddock, mais encontros ilustres. Maurício Slaviero reconheceu a camiseta e logo apresentamos os dois. O diretor executivo da VICAR agradeceu a visita e procurou saber um pouco mais sobre a carreira do piloto e sobre como eram as corridas daqueles tempos. Ricardinho Maurício parou para conhecer aquele senhor que vestia nossa camisa. Ficou encantado com as narrativas do Nobre. Outro que fez questão de parar foi o piloto da RC Eurofarma, Ricardo Maurício, sempre esbanjando simpatia, parou para uma foto e para saber o que o nosso piloto estava achando dos carros, da categoria, do ambiente da Stock. Zeca Giaffone, um velho e bom amigo fez questão de parar para cumprimentar o amigo e apresentar seu filho, Felipe, No final da visita, um outro reencontro deu um toque de “ária” à ida de Luiz Fernando Terra Smith. Zeca Giaffone, acompanhado de seu filho Felipe, piloto da Fórmula Truck, pararam para bater um bom papo e relembrar os bons tempos do automobilismo dos anos 60/70 na terra da garoa. Os dois nunca chegaram a se enfrentar, mas o fundador da JL, a empresa que constrói os carros da Stock Car era outro que sempre estava em Interlagos para ver os grandes ases das pistas brasileiras... como era o nosso Nobre do Grid e como Zeca e seus filhos vieram a ser. |