Quando entramos na “conference room” onde os vencedores das 6 Horas de Interlagos fariam a entrevista coletiva, nos colocamos – estrategicamente – na ‘pole position’, em frente ao centro da mesa, na primeira fila. Ao nosso lado, a bela Suzane Carvalho que verificava a luz para fazer as fotos do momento em que os pilotos da Toyota e Audi iriam fazer suas declarações. O jornalista responsável pela entrevista, da transmissão oficial do evento, costuma vir com uma série de perguntas que geralmente atendem aos anseios de todos os presentes, não deixando muita margem para novas perguntas por parte da assistência. Mas, desta vez, foi um pouco diferente. O site dos Nobres do Grid foi o único veículo de mídia a ter o microfone colocado à disposição para fazer uma pergunta aos pilotos ali presentes. Após cumprimentar a dupla vencedora – Alexander Wurz e Nicolas Lapierre – da Toyota, fizemos uma pergunta ao brasileiro Lucas Di Grassi que tinha uma ligação com a história do site. NdG: Lucas, você declarou que sentiu-se muito bem guiando para a Audi e marcou a volta mais rápida da corrida. A Audi alinhou, este ano, quatro carros no grid para Le Mans, com 12 pilotos, e, no ano que vem, estaremos completando 50 anos da perda de Christian ‘Bino’ Heins em Le Mans, nas 24 horas, numa prova que ele tinha chances reais de vitória, algo que um brasileiro nunca conseguiu. Dá para nós sonharmos com a sua presença na equipe para o futuro depois do trabalho que você desempenhou aqui em Interlagos? Lucas Di Grassi: Bem, isso não depende apenas de mim, mas da equipe e da montadora (Nesta hora, apontou para Martin Pass, arrancando risos de todos). O que posso dizer é que gostei muito deste período em que estive trabalhando com a equipe. Foi a minha primeira vez neste tipo de corrida, mas eu gostei e me senti confiante dentro do carro. Consegui ser o mais rápido da Audi na quinta, na sexta e no sábado e, na corrida, fiz a melhor volta mesmo com o carro turbo diesel, sem os recursos dos carros híbridos. Le Mans é uma das principais corridas do mundo e ao meu lado está um cara que venceu, o que... oito vezes?. É uma inspiração e tanto. Neste momento, Tom Kristensen mandou um daqueles típicos olhares gozadores que faz parte de sua personalidade e largou um: “É, sou bom mesmo”, arrancando algumas risadas. E completou que, caso Lucas pagasse o jantar, ele daria um jeito para o convite ser feito. Aí todo mundo riu! Di Grassi, retrucou: pagar o jantar de novo? Aí as gargalhadas foram estridentes. Recuperando o fôlego e recompondo-se da “sessão comédia”, Lucas Continuou: Não sabia desta data e dos detalhes da morte do piloto brasileiro em Le Mans 50 anos atrás, mas posso dizer que, se for convidado para ir disputar as 24 horas de Le Mans, vou fazer o possível para vencer. Saio daqui super satisfeito. Nas condições que me deram, eu não podia fazer um trabalho melhor do que fiz, na minha opinião. Dá para melhorar muito e, se Deus quiser, quando eu voltar em uma próxima vez, estarei mais forte. Agora, se um novo convite vai ser feito, é algo a se perguntar para Doctor [Wolfgang] Ullrich (o Diretor-Esportivo da Audi), concluiu. |