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Bem além de um abraço PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 28 February 2013 11:54

 

 

Fórmula-1 é algo que faz parte de praticamente 70% de minha vida. Comecei a acompanhar todas as corridas quando tinha nove anos; hoje, estou com 28. E, ao longo dessas 20 temporadas, confesso que poucas vezes vi uma cena tão simbólica na categoria quanto o abraço entre os alemães Michael Schumacher e Sebastian Vettel, pouco após o GP do Brasil do ano passado. Não foi uma mera celebração à conquista do título da temporada 2012 por Vettel. Tal imagem representa o limiar entre gerações vitoriosas. 

 

Aos 43 anos, Michael, dono de 68 poles, 155 pódios, 91 vitórias e sete títulos, está de saída da Fórmula-1. Pela segunda vez. Já Sebastian, 25 anos, tornou-se o mais jovem tricampeão na história da categoria. Ambos foram descobertos pelo mesmo caça-talentos (Gerhard Noack) e se conhecem há pelo menos 15 anos. À época, Vettel era somente um promissor kartista, que possuía pôsteres de Schumacher em seu quarto e dado fanatismo por outros dois “Michaels”: Jordan e Jackson. 

 

O simbolismo deste abraço é quase o da passagem do cetro e da coroa do "Reich" para o novo "Kaiser" do automobilismo alemão.

 

Diante das recentes conquistas de Sebastian, surge uma questão: o jovem alemão possui chances quebrar os recordes impostos pelo veterano conterrâneo na Fórmula-1? Embora seja plausível afirmar que Vettel ainda terá, ao menos, mais dez anos para buscar números incríveis na categoria, cravar apostas é extremamente complicado. Impossível, praticamente. Sobretudo porque F-1 é uma categoria onde vale a máxima de que “não basta ser um grande piloto, é preciso ter carro competitivo”. 

 

Tudo bem... Está certo que a Red Bull é uma equipe de estrutura fantástica, dessas que nos dão a impressão de que serão fortes por muito tempo; mas Ferrari e McLaren também possuem tal status. Nada impede que um desses dois times, assim como Lotus ou Mercedes, deixe a Red Bull para trás e assuma a condição de principal força do certame em anos vindouros. O próprio Vettel sabe dessa possibilidade. E já deixou claro que os recordes de Schumacher ainda estão “incrivelmente distantes”. 

 

Mas se o futuro de Sebastian é algo fora de análise, dois pontos são indiscutíveis. Primeiro: a progressão da carreira do piloto natural de Heppenheim, cidade alemã com pouco mais de 25 mil habitantes, é meteórica, assombrosa. Em 2008, um ano após a estreia em corridas na F-1, conseguia pole e vitória, com um modesto Toro Rosso; na temporada seguinte, faturava o vice-campeonato; entre 2010 e 2012, três títulos. Segundo ponto: nenhum piloto chegou aos 25 anos já detentor de tantos triunfos na categoria quanto Vettel. O próprio Michael Schumacher, por exemplo, tinha 26 anos quando faturou o segundo de seus sete títulos. 

 

Quem achava que os caminhos de Sebastian Vettel e Michael Schumacher é algo recente, de F1, a foto acima desmente tudo!

 

Claro que não pretendo abrir espaço para comparações técnicas entre pilotos de épocas distintas. Estas são ineficientes, geralmente injustas e apenas abrem espaço para blablablás intermináveis. Cada piloto é grande à sua época e ponto final. Porém, restrito aos bons e velhos números, Sebastian Vettel impressiona: é o mais jovem tricampeão na história da Fórmula-1 – o dono anterior era Ayrton Senna, com 31 anos e 213 dias. O alemão também já é o terceiro piloto com mais pole positions na história da categoria (38) e o sétimo em número de vitórias (26). Com os mesmos 101 GPs disputados por Vettel, Senna possuía 46 poles; Schumacher, 17; e Prost, 16. Já em primeiros lugares: Michael, 27; Alain, 24; e Ayrton, 23. 

 

Aliás, Sebastian é dono de dois recordes desde 2006. O primeiro foi uma punição sofrida com apenas cinco segundos de carreira! O alemão, à época piloto de testes da BMW Sauber, excedeu o limite de velocidade nos boxes logo em sua primeira ida à pista no treino de estreia na categoria, em Istambul. Segundo recorde: ainda naquela sexta-feira, Seb, então aos 19 anos e 53 dias, tornou-se o mais jovem piloto a cravar volta mais rápida em um treino de Fórmula-1. Parece até um indício do que estaria por vir. E uma ascensão que, assim como na recente conquista em Interlagos, rendeu a Vettel um abraço daquele sujeito que pilotava os carros ilustrados nos pôsteres de seu quarto.

 

Abraços,

 

Rafael Ligeiro

 

 

Crédito das fotos: Sutton Images 

 

 

 

 

Last Updated ( Friday, 01 March 2013 04:14 )