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Dia de festa é véspera de muita dor PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 04 June 2013 23:02

Olá pessoal que acompanha o Site dos Nobres do Grid,

 

Tem uma música do Vinicius de Moraes que tem este verso (Dia de festa é véspera de muita dor) que ele traduz bem o sentimento de todos aqueles que adoram automobilismo, como eu, está sentindo nesta semana, depois de comemorar tanto a vitória do nosso baiano Tony Kanaan nas 500 Milhas de Indianápolis.

 

Eu queria saber (se alguém puder explicar, mande um email para o site dos Nobres do Grid) como é que se faz uma corrida num autódromo todo errado como aquele de Brasília. O que aconteceu neste final de semana foi uma vergonha!  

 

Tem muita gente que critica o fato de se fazer uma corrida da Stock Car aqui em Salvador, num circuito de rua, “atrapalhando” um transito que já é atrapalhado, com ou sem corrida e que fala que “lugar de correr é em autódromo”.

 

Tudo bem... Tá certo... agora me diga onde, tirando São Paulo e Curitiba, a gente tem um autódromo cedente nesse país?

 

Os autódromos brasileiros estão sucateados. São construções com 20, 30, 40 anos... ou mais. E quando fazer uma reforma, ele fica bonito, mas fica ruim, como foi o caso de Cascavel. Ali, olhando o autódromo tá tudo bonito, tá tudo perfeito. Contudo, o asfalto tem ondulações iguais as do circuito de rua onde a Fórmula Indy correu neste final de semana, em Detroit.

 

No circuito de Brasília, que fica ao lado do maior elefante branco da copa do mundo, o estádio que querem tirar o nome do imortal Mané Garrincha para colocar um “nome comercial de ‘Arena’ não sei das quantas ou não sei de quem”, o estado é de desolação.

 

O asfalto nunca foi recapeado. As áreas de escape nunca foram modernizadas e ampliadas, apesar de haver espaço e neste final de semana, as zebras foram o motivo (ou a desculpa?) para a corrida ser o que foi.

 

Faltou um piloto macho pra dizer: “nessa bodega eu não corro”! Aí fica aparecendo na televisão, falando “mimimi”, depois da corrida vai criticar a CBA, que também não é “santa” nessa estória. Muita coisa no automobilismo brasileiro tem que ser repensada, tem que ser reformulada e isso é “pra ontem”.

 

Da corrida em si, só posso perguntar uma coisa:o que que as equipes colocam naqueles ‘squeezes’ que dão para os pilotos? Acho que está na hora de trocar aquilo que tem lá dentro por maracujina, chá de camomila ou algo mais suave. Uma coisa são toquinhos de corrida, outra é aquela porradaria sem noção que se viu em dados momentos da corrida.

 

Não bastasse tudo o que aconteceu no final de semana no Distrito Federal, na segunda-feira, explode a notícia de que, numa corrida clandestina de kart em Carpina, interior de Pernambuco, aconteceu um acidente fatal. Realizada sem o aval (entre aval e conhecimento vai uma travessia Salvador-Ilha de Itaparica) da Federação Pernambucana Automobilismo.

 

Não consigo acreditar que, num mundo com tanto acesso à informação, ninguém ligado à federação pernambucana (um piloto, um familiar de piloto, um membro da federação) não tenha visto, em momento algum, em lugar nenhum, uma notícia sobre a tal corrida de kart de Carpina, que certamente era um evento que agitaria a cidade naquele final de semana.

 

As pessoas que lidam com automobilismo precisam sentar, pensar, discutir, rever e alterar os rumos das coisas... antes que morra mais alguém.

 

Muito axé pra todo mundo,

 

Maria da Graça