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Christian "Bino" Heins PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 15 December 2008 22:31

Christian Heins nasceu em 16 de janeiro de 1935, no bairro do Brooklin, em São Paulo. Era filho de um bem sucedido empresário na área de lavanderias industriais (Carl Heinrich Christian Heins), de origem alemã e sua mãe era de origem italiana (Giuliana de Fiori Heins).

 

Seu avô materno era um renomado médico e morava vizinho ao filho Carl Heinrich. Foi nos carros do avô que Christian começou a mexer ainda criança, tomando gosto por mecânica, foi também o avô que o ensinou a dirigir. Suas primeiras saídas foram com um pequeno Ford Anglia do avô, que inclusive chegou a capotar nas ruas do bairro.

 

Christian estudou no Colégio Visconde de Porto Seguro, onde concluiu os estudos que o levariam à faculdade. Contudo, em 1953, depois de ter terminado seus estudos em São Paulo, Mudou-se para Stuttgart, na Alemanha, onde foi cursar a  “Technische Hochschule” (Escola Técnica de Nível Superior), ao mesmo tempo fazia estágio no curso especial para estrangeiros da Mercedes Benz. Terminado esse curso, foi trabalhar na Fábrica de Pistões Mahle, ainda em Stuttgart.

 

Entre idas e vindas ao Brasil para passar algum tempo com a família, Christian, que já estava devidamente ‘infectado com o velocitococus’, sempre que podia estava no meio das corridas e foi neste meio que conheceu Victor Losacco... praticamente o responsável por colocá-lo nas pistas (no caso, na pista, uma vez que autódromo no Brasil só havia Interlagos).

 

Assim, aos 19 anos, fez sua estreia em competições automobilísticas no dia 16 de maio de 1954, numa prova em Interlagos que era preparatória para o campeonato paulista. Ao volante de um Porsche 356, equipado com um motor de 1286cc, Christian Heins venceu a categoria GT. Não é todo mundo que vence na sua primeira prova. Estava claro que ali estava um predestinado.

 

 Em 1956, Christian Heins vencendo em Interlagos com um Porsche preparado na oficina Argos, de Jorge Lettry, 

 

Naquele ano, Christian – que tinha o apelido de “Cometa” – chamado assim que seus amigos o chamavam, devido à andar sempre rápido, acabou ganhando outro apelido. Apelido este que tornou-se sua marca registrada: ao contrário da grande maioria dos pilotos daquela época que começavam a correr com mais idade, ele começou aos 19, era o mais novo dos pilotos, e por ser filho de uma italiana, foi chamado de “Bambino”, que rapidamente virou só “Bino”. Era o início da lenda.

 

Com este Porsche 356, adquirido naquele ano, começou a desenvolver e aprimorar suas técnicas de pilotagem, mesmo sem conseguir disputar provas com regularidade naqueles primeiros anos, tendo vencido mais uma corrida em 1954 – a 2ª etapa do campeonato paulista – com o mesmo Porsche 356 e disputado as 100 milhas do IV Centenário, em novembro daquele ano.

 

A volta às pistas deu-se mais de um ano depois, na prova prefeitura da cidade de São Paulo, no final de 1955, mas foi em 1956 que Christian Heins passou a ser visto como “gente grande” e não apenas “grande gente”. Filho de alemão, Bino tinha uma boa estatura, mais de 1,80, e era bem forte, até um pouco rechonchudo, numa época em que isso não era importante como é hoje em dia.

 

 O Volkswagen com motor com peças de um motor Porsche e com um radiador de óleo adaptado nas Mil Milhas de 1956.

 

 

Havia em São Paulo uma oficina que era especializada chamada Argos, cujo um dos proprietários era um também descendente de italianos chamado Jorge Lettry, que trabalhava na preparação de Porsches e Volkswagens para corridas. Levado pelas mãos do piloto e ex-sócio de Lettry na oficina, Eugênio Martins, Christian Heins era cliente e frequentador do local e ali foi convidado para participar das Mil Milhas Brasileiras em seu ano de estreia.

 

O grid repleto de possantes carreteras (carros dos anos 30/40, equipados com potentes motores de mais de 250 cv e aliviados no peso) e seus enormes motores tinha, entre elas, um Volkswagen 1952, 1200cc (na casca). Jorge Lettry preparou o motor com as peças de um motor Porsche 1,5 litros e instalou para melhor desempenho  deste, um cárter seco com um radiador de óleo no capô da frente, feito de fibra de vidro na oficina de João Amaral Gurgel. 

 

 O Volkswagen de Bino Heins e Eugênio Martins durante a prova. Por muito pouco eles quase venceram.

 

 

Na disputa, fazendo dupla com Eugênio Martins. Andaram boa parte da corrida na frente e poderiam ter derrotado as poderosas carreteras se não fosse um mísero cabo de acelerador quebrado e uma parada de Box não programada. Ainda assim terminaram em segundo lugar. Detalhe: enquanto o motor das carreteras beiravam os 250 CV, o do Volkswagen de Bino e Eugênio Martins davam apenas 74!

 

Ainda pela América do sul, Christian Heins participou, no início de 1957, ao volante de um Porsche 550RS, em parceria com Ciro Cayres, os 1000 km de Buenos Aires, no Circuito de la Costanera Norte, em Buenos Aires, na Argentina. Esta prova era de grande importância, uma vez que fazia parte do Campeonato Mundial de carros esportes da FIA (o equivalente ao atual Mundial de Endurance). Podemos dizer que esta prova foi sua estreia internacional, mesmo tendo sido ‘aqui do lado’. Na corrida, foi obrigado a abandonar no decorrer da mesma, com problemas mecânicos na caixa de câmbio.

 

 Faltou um detalhe para a vitória, mas a dupla comemorou muito o segundo lugar no pódio, como vê-se nos sorrisos.

 

Tendo retornado para a Europa e retomado seu emprego na Mahle, acabou sendo apresentado pelo presidente da Mahle do Brasil, que era vizinho da família em São Paulo, à diretoria da Porsche, que o contratou. Estando por lá, fez sua estreia em competições do velho continente nas 12 Horas de Reims em Julho, desta companhia de Carel de Beaufort. Novamente abandonou com problemas de motor.

 

Em 1958, Bino continuou fazendo algumas corridas no Brasil, sempre que podia, mas estando na Porsche e morando em Stugart, comprou um Porsche Carrera 356A em parceria com Hans Harzheim, para estrear nos 1000 km em Nürburgring em Junho, o inferno verde de 22,8 Km no qual Christian Heins nunca havia estado.

 

 No final dos anos 50, Christian foi correr pela Porsche na Europa e conquistou várias vitórias, chamando a atenção de todos.

 

Bino assombrou a concorrência! A dupla Eugênio Castellotti e Cesare Cabianca era tida como franca favorita, mas acabaram surpreendidos por aquele desconhecido brasileiro. Naquele ano Bino venceu também a corrida 10 horas em Messina na Sicília, em parceria com Paul Strähle, ao volante de um Porsche 550, depois de vencer também o ‘Giro delle Calabria’ e a subida de montanha Bolzano Mendola – tipo de competição muito particular e tradicional até hoje na Europa.

 

Em agosto recebeu um convite para ser parceiro de Carel Godin de Beaufort em um Porsche RS no Tourist Trophy em Goodwood, na Inglaterra. Mais uma vez Christian ia correr num lugar onde nunca esteve com um carro que nunca guiara. Chegaram em segundo, somente atrás da dupla Jean Behra/Edgar Barth com um modelo 718 RSK! No Brasil, disputou a prova prefeito Adhemar de Barros, no final do ano, vencendo com um Porsche 550RS na categoria carros esporte.

 

 Em 1959, durante os 1000 Km de Spa-Francorchamps, Christian Heins escapou da morte neste grave acidente na saída de Eau Rouge.

 

 

Em maio de 1959, Christian sofreu um sério acidente na pista belga de Spa-Francorchamps, escapando da morte milagrosamente. Neste mesmo ano fez sua estreia nas 24 Horas de Le Mans, mantendo dupla com Beaufort num Porsche 718RSK. Terminaram em 3º na categoria até 1.5 Litros. Ele também dirigiu uma série de outros carros, incluindo um Fórmula Júnior Stanguellini, onde chegou em segundo lugar no ‘Gran Premio di Messina’ no Lago Ganzirri, fazendo uma dobradinha brasileira – a primeira que se tem registro no exterior – com a vitória de Fritz D’Orey.

 

No final do ano de 1959, disputou as Mil Milhas brasileiras ao lado do antigo parceiro, Eugênio Martins, em um DKW. Jorge Lettry já havia iniciado seu projeto junto a montadora alemã que estava se instalando no Brasil e os caminhos de Bino e Lettry ficariam ainda mais estreitos. Além da batida em Spa, Bino teve outro acidente, desta vez em Nürburgring, que o fez permanecer no Brasil o resto do ano.

 

Em 1960, numa de suas voltas para o Brasil, Christian trouxe uma namorada alemã: Marie Waltraud, e também seus troféus, aí ocorreu um fato insólito: como os troféus não tinham nota fiscal, é claro, a alfândega apreendeu todos por suspeita de contrabando. Indignada, sua irmã, Ornella Heins, escreveu ao então Presidente da República, Juscelino Kubitschek, pedindo providências. Juscelino, um nacionalista de corpo e alma, enviou um telegrama ao serviço alfandegário para que este liberasse o desembarque de um “tesouro nacional”. Da mesma forma, também passou um telegrama ao piloto, pedindo desculpas, e dizendo que Christian era um “monumento nacional” de mesma grandeza que Pelé e Maria Ester Bueno.

 

 Quando surgiu a F. Junior, Christian Heins mostrou que não era apenas piloto de carros de turismo e venceu também com motor Porsche. 

 

Nesse mesmo ano, disputou os 1000 Km de Buenos Aires, prova de abertura do Campeonato Mundial de Marcas. Terminou em 4º lugar, dividindo uma Maserati 300S com outra fera brasileira, Celso Lara Barberis. Christian decidiu ficar em definitivo no Brasil depois de então e dedicar-se exclusivamente ao automobilismo, correndo inicialmente pela equipe "Serva Ribeiro", o mais representativo revendedor Vemag da época, equipe essa comandada por seu amigo Jorge Lettry, onde foi 2º na prova de inauguração de Brasília e nas 24 horas de Interlagos.

 

Ficou até os treinos das Mil Milhas brasileiras daquele ano, que iria disputar em dupla com Eugênio Martins, mas após uma discussão com o chefe de equipe (O Jorge Lettry tinha um ritual todo particular. Fica nos boxes com um sobretudo e mandava, com sinais, o piloto entrar no carro, ligar o motor e assim ia. Neste dia o Bino começou a debochar dos gestos de Lettry e os dois quase chegaram as vias de fato. Bino largou o carro da Vemag ali mesmo e disse que não pilotaria mais para a equipe).

 

Christian Heins foi substituído na Vemag  por Bird Clemente. Já era outubro e tendo pouco tempo para procurar outro esquema, Christian, conseguiu (sorte de campeão) fazer uma dupla com ninguém menos que Francisco Sacco Landi, ao volante de um FNM/JK nº 28, com o qual venceram a corrida.

 

 Ao lado de Chico Landi, Christian Heins conquistou o respeito e a admiração dele. Juntos, venceram as Mil Milhas de 1960.

 

 

No momento de receber a bandeirada, quis parar nos boxes uma volta antes para entregar o volante a Chico Landi, que recusou, considerando que a participação de Bino fora bem maior na pista, pilotando e a dele, nos boxes. Esta vitória marcou a quebra da hegemonia dos pilotos gaúchos e suas careteras nas Mil Milhas. Neste mesmo ano, casou-se com Marie Waltraud, com quem teve uma filha, Bettina, nascida no inicio de 1962.

 

Bino fez ainda algumas outras corridas ao lado de Chico Landi no FNM/JK em 1961, vencendo as 24 Horas de Interlagos e ficando em segundo lugar nas Mil Milhas daquele ano, mas o grande projeto que apresentou-se à ele, deu-se um ano antes.

 

 Christian Heins manteve-se correndo em dupla com Chico Landi, o ídolo de todos, e foram 2º nas Mil Milhas de 1961, já pensava mais adiante.

 

 

Em outubro de 1960, quando visitava o Salão do Automóvel de Paris, William Max Pearce, presidente da Willys Overland do Brasil, encontrou-se com o preparador Jean Rédélé, e dessa conversa nasceu a ideia de desenvolver o projeto Alpine A-108 no Brasil. Ao voltar ao Brasil, Pearce procurou o jornalista e publicitário Mauro Salles e conversaram sobre essa possibilidade.

 

Ao final de 1960 Christian já estava afastado da Vemag, e sendo ele um dos mais consagrados pilotos nacionais, tendo significativa participação em provas internacionais, foi convidado por Max Pearce para ser gerente do Departamento de Carros Esporte no Brasil, onde iniciou efetivamente em setembro de 1961 o departamento que iria desenvolver o carro, e buscar com sua competência eliminar as deficiências do carro. Isso fez muita gente praticamente “morrer de inveja”. O esquema da Willys era grandioso, havia um enorme investimento por trás para conquistar o mercado consumidor brasileiro.

 

 Em 1962 começava uma nova no automobilismo nacional e Christian Heins, aos 27 anos, era uma estrela e empresário.

 

 

A ideia de Pearce era manter o nome "Alpine", mas por sugestão de Mauro Salles, o carro foi batizado como “Interlagos” em homenagem ao autódromo paulistano. A Willys apresentou o carro no II Salão do Automóvel, realizado no Pavilhão do Ibirapuera em outubro de 1961 em três versões: Coupê, Conversível e Berlinetta.

 

No início de 1962 Christian foi transferido para montar e organizar o Departamento de Competições, do qual foi gerente e piloto. Como seu braço direito, levou Luiz Antonio Greco, passando a correr com as Berlinettas Interlagos. Estreou o carro em competições nos I Mil Quilômetros de Brasília em 1962, ao lado de Aguinaldo de Góes Filho. A competição tinha largada à meia-noite e Christian, que tinha muita experiência nas pistas européias, já havia participado de muitas provas longas, inclusive de Le Mans em 1958, estava seguro.

 

 Christian Heins ao lado do mecânico Nelson Enzo Brizzi e de Luiz Antônio Greco, seu braço direito na equipe Willys de competição.

 

 

Essa prova tem uma história interessante: Camillo Christófaro largou na frente, como sempre. Seu hábito era nunca dar passagem e Christian sabia disso. Assim, fez uma ladeira toda com os faróis apagados, para não ser visto, e, quando entrou na curva, já estava ao lado de Camilo. Só então Christian acendeu os faróis. Seu carro, porém, chegou em terceiro, atrás de dois carros FNM/JK muito mais potentes.

 

Bino correu em várias categorias e com carros diferentes, como os Fórmula Júnior, vencendo muitas etapas e conquistando o campeonato paulista de 1962.

 

 Perseguindo Celso Lara Barberis (FNM/JK) com sua Berlinetta Interlagos. Bino tirava na técnica e na estratégia a diferença. 

 

 

Sua maior vitória foi nos 500 Milhas de Interlagos, quando teve como parceiro seu grande amigo Greco, ao volante de uma Berlinetta Willys Interlagos, nacional, contra a dupla Chico Landi e Mário César de Camargo Filho, o “Marinho”, pilotando um Porsche 90-S. Foram quase 800 km de perseguição. Apesar do Interlagos dominar os tempos, o Porsche levava vantagem nas subidas e retas longas, mas Bino sempre soube como recuperar a posição na hora certa e segurar o adversário. Acabaram vencendo, por usar corretamente essa tática.

 

Em 1963 consagrado como piloto e chefe de equipe recebeu um convite para participar das famosas 24 Horas de Le Mans com um Alpine M63 Renault oficial da Equipe Alpine. Havia rumores que ele vinha pensando em parar de correr, mas ele aceitou. O carro foi pintado com faixas longitudinais com o verde/amarelo e inscreveu na lateral: Equipe Interlagos - Alpine. Em uma das declarações que deu antes de viajar, Christian falou: 

 

 Le Mans, 1963. O carro de Christian Heins nos boxes para as 24 horas. As faixas verde e amarela no carro era o Brasil na pista.

 

 

“Fui convidado pela fábrica do Alpine na França para pilotar o carro de sua fabricação na corrida de Le Mans, na França. O Alpine é um automóvel idêntico ao que aqui na Willys fabricamos com a denominação de Interlagos. O que irei pilotar desta feita, por convite da fábrica é um modelo novo que concorrerá na classificação como protótipo”.

 

Dia 8 de junho à 20 hs. Embarcou com a esposa para Paris de onde foi para Le Mans. Em seus planos estava gozar, após a corrida duas semanas de férias antes de retornar ao Brasil. Seu parceiro seria o piloto José Rosinski. Bino conhecia muito bem os perigos dessa corrida, mas mesmo assim conseguiu tirar quase 8 segundos a menos que Rosinaski, considerado o melhor piloto do time oficial Alpine France.

 

 Durante a Prova, o Alpine M63 liderou a classe até 1000cc. Bino voava pelas retas e curvas do circuito de Le Sarthe. Detalhe na lateral do carro.

 

 

Dia 16 de junho às 15 horas foi dada a largada. Tudo correu dentro do plano no início da corrida e cerca de 5 horas de prova Christian e Jose Rosinski estavam em primeiro na sua classe. Mas as coisas estavam prestes a dar errado e em apenas alguns segundos o inesperado aconteceu. Passava um pouco das 20 horas quando o carro do neozelandês Bruce McLaren teve um estouro de motor e o óleo derramado na pista provocou algumas derrapagens e batidas. Bruce McLaren ainda tentou avisar os demais competidores do perigo no local onde os carros passavam amais de 200 Km/h.

 

O primeiro foi Roy Salvadori que acabou saltando do carro antes que este pegasse fogo.e em seguida Lightweight e Dewes também bateram, mas Jean Pierre Manzon não pode desviar e bateu forte, sendo atirado na pista. O Alpini Renault de Bino vinha a seguir e este conseguiu desviar do corpo de Manzon estirado no asfalto, com isso perdeu o controle do carro batendo forte com seu carro também explodindo em chamas.

 

 Mesmo com menos potência que outros carros, a distância para carros de maior cilindrada não existia. 

 

 

 

Bino ainda foi levado com urgência para o hospital. Além das queimaduras, sofrera uma forte traumatismo craniano. Já não era mais possível salvá-lo. enquanto os destroços do Alpine de Christian continuavam ardendo intensamente junto à pista. Em chegando no hospital, os médicos constataram simplesmente que ele já estava morto. Os médicos legistas declararam que o piloto faleceu instantaneamente em consequência dos ferimentos na cabeça e teve o corpo parcialmente carbonizado. Sua esposa, seu pai e o amigo e patrão Max Pearce assistiam tranquilamente a competição quando receberam a trágica notícia.

 

Christian Heins tinha aquela aura que só os campeões tem. Estava à frente de seu tempo, pois era metódico e calculista, tinha boa resistência física e conhecia muito bem os carros e motores daqueles tempos. Segundo Luiz Antônio Greco, seu parceiro em algumas competições várias competições, Heins sempre foi um piloto completo, de muita sensibilidade. Guiava bem carros com tração dianteira, traseira ou central, e saía de um e entrava em outro como todos fossem iguais. Tinha excelente desempenho e seus piores resultados sempre foram decorrentes de quebras mecânicas, tendo sido raros os acidentes.

 

 Na manhã do dia seguinte ao acidente que vitimou Christian Heins, o que sobrou do carro que ele pilotavaera observado por espectadores.

 

 

A notícia de sua morte teve um enorme impacto nos meios esportivos, em especial na geração de pilotos que tinham nele uma referência e uma inspiração. Christian Heins tinha apenas 28 anos quando veio a falecer. Seu corpo foi transladado para o Brasil e sepultado dia 27 de junho no Cemitério Redentor em São Paulo.

 

O bairro de Interlagos ainda tem o nome de Christian Heins vivo em sua história. Quem passar ali na região próxima ao kartódromo seguindo pela Av. Jacinto Julio, entrando na Rua Celso Lara Barberis, vai chegar à esquina onde estes campeões se encontram.

 

 Imagem do google mostra que Christian Heins jamais ficará longe de Interlagos.

 

 

Três anos após a morte de Christian Heins, a equipe Willys projetou com Toni Bianco um novo carro de corridas que recebeu o nome do homem que começou seu departamento de competições: o Bino Mk I. Em 1967 este carro venceu as Mil Milhas Brasileiras pelas mãos de Luiz Pereira Bueno  e Luiz Fernando Terra Smith.

 

 

 

Em 2015 o historiador Paulo Scali lançou o livro “Bino. A trajetória de um vencedor”. Uma obra imperdível para os fãs do automobilismo brasileiro que narra toda sua passagem pelo automobilismo brasileiro e europeu, ricamente ilustrado. Em 2013, um grupo de aficcionados e muitos dos pilotos daquela geração fzeram uma missa pelos 50 anos da perda daquele que era uma referência entre os pilotos da época.

 

 

Fontes: Site Obvio, Revista Autoesporte, Yellowpages, ACO, Jornal Folha da Tarde, Jornal Folha de São Paulo, CDO. 

 

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Last Updated ( Friday, 24 July 2020 20:56 )