Ça va mes amis, Há alguns dias, numa troca de emails com os amigos do site dos Nobres do Grid, acabei recebendo um convite para escrever uma coluna e “matar a saudade” das cobranças de prazo de todo final de mês quando escrevia regularmente. A vida aqui na França tem sido desafiadora. Estou em curso do meu terceiro ano aqui na Europa, concluindo meu trabalho e, quem sabe, retornando para o Brasil no meio do ano. Apesar das saudades dos amigos e familiares, colegas de trabalho e de todo ambiente amigável, sinto que, quando partir, uma parte de mim ficará aqui. Bem, mas deixemos de lado o sentimentalismo e tratemos do assunto pelo qual todos tem acessado cada vez mais o site dos Nobres do Grid, que faz muito sucesso aqui na universidade, diga-se de passagem. Neste último sábado tivemos o encerramento do segundo período de testes dos carros que disputarão o campeonato mundial de Fórmula 1 de 2014. Bem, “disputarão” é uma coisa... acho que “participarão” seria o termo mais adequado uma vez que a “disputa” parece estar restrita aos carros de cor prateada. Aquilo que se falou ao longo do período de inverno, do final da temporada passada e antes dos carros entrarem na pista, de que os motores fabricados pela Mercedes Benz eram os melhores motores desta nova era da Fórmula 1. E quando os carros deram as primeiras voltas em Jerez de la Frontera, as suspeitas de que os alemães encontrariam uma nova forma de continuar dominando a categoria começaram a se mostrar verdadeiras. Contudo, foi agora, na segunda rodada de testes, realizados no Bahrein, que o domínio dos motores Mercedes se mostraram mais evidentes, o que certamente deve estar fazendo ferver as cabeças dos engenheiros da Ferrari e da Renault, bem como provocar reações de quase euforia e controlado desânimo por parte dos 22 pilotos que alinharão seus carros no próximo dia 16 de março para a largada do GP da Austrália. Duas questões devem ser pontuadas nesta coluna para os leitores: a primeira é que diz respeito ao tempo obtido por Nico Rosberg, três segundos mais lento que a melhor volta obtida em treino para a corrida do Bahrein no ano passado. Este não é sintoma, é a realidade de que os carros estão mais lentos, seja por conta do aumento do peso, seja por conta das imposições do regulamento na questão aerodinâmica. A segunda é a questão do “blefe”, do “jogo de esconde-esconde”. Afinal, quem garante que a McLaren, que andou bem tanto no Bahrein quanto em Jerez evitou ir para a pista com pouco combustível, pneus novos e com o piloto dando tudo o que podia? Em todo caso, não se pode subestimar a capacidade dos corpos técnicos das equipes. Basta lembrar que, em 1998, a McLaren começou o ano com seus carros sendo quase dois segundos mais velozes por volta que o mais rápido dos demais, Michael Schumacher e a Ferrari. Contudo, na terceira corrida daquele ano, o alemão derrotou os carros prateados em Buenos Aires e, na metade do campeonato, já disputava de igual para igual todas as corridas. Por enquanto, contudo, devemos reconhecer e reverenciar a competência dos alemães da Mercedes, que estão fazendo a sua famosa estrela brilhar ainda mais forte na principal categoria do mundo e esperar que as demais equipes consigam reagir. Afinal, nós que gostamos de automobilismo queremos ver corridas e não “desfiles”. Um abraço, Luiz Mariano |