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Written by Administrator   
Sunday, 06 July 2014 23:11

Olá leitores!

 

Com a F-1 de volta ao palco da primeira corrida da categoria em 1950 (embora a pista da época fosse muito mais veloz que a de hoje em dia) os espectadores foram presenteados com uma corrida à moda antiga. Há quanto tempo não víamos uma corrida ser interrompida com bandeira vermelha por causa de um acidente? Há quanto tempo não víamos uma briga com as facas entre os dentes como a protagonizada por Alonso e Vettel? A corrida não foi espetacular pois o atual regulamento não favorece o carros a andarem muito próximos, e ainda tem a questão da economia de combustível, mas nas limitações impostas pelo regulamento foi suficientemente boa.

 

Vitória (27ª da carreira) há muito esperada por Hamilton, que não se classificou muito bem mas correu com inteligência e arrojo, empurrado pela fanática torcida britânica (ao contrário daquela propaganda que diz que “brasileiro é apaixonado por carro”, o título na verdade pertence aos britânicos) que vibrou intensamente quando viu o Rosberg abandonar com o câmbio quebrado. De quebra, ainda ficou com a volta mais rápida da corrida. De quebra, ainda viu a diferença na pontuação do campeonato para o seu companheiro cair de 29 para 4 pontos. Ou seja: temos um campeonato em aberto. Seu companheiro Rosberg largou na pole, fez tudo certinho, estava poupando o carro... mas foi traído pelo câmbio, que a princípio começou a apresentar dificuldades nas reduções de marcha, depois nas subidas de marcha, até que travou.

 

Em 2º lugar, melhor resultado do ano para a equipe Williams, chegou Valtteri Bottas. Em uma palavra: CORRIDAÇA. Largou em 14º e terminou em 2º, o primeiro entre os carros “normais”, já que os Mercedes estão competindo entre eles mesmos. Na primeira largada já pulou de 14º para 9º, após a segunda largada foi galgando posições e estava preparado para terminar em 3º quando o carro do Rosberg quebrou. Corrida monumental, talvez a grande apresentação do final de semana – afinal, Hamilton ganhou mas com o carro que tem e sem o companheiro na pista não fez nada mais que a obrigação dele. Afirmo sem medo que, com um carro que permita que ele dispute vitórias, ele tem grande chances de ser campeão mundial. Já está em 6º lugar na pontuação dos pilotos. Seu companheiro Massa, que estava comemorando seu 200º GP, teve um final de semana para esquecer: além do erro da equipe na classificação, teve uma falha na embreagem na largada, caiu para último, e no meio da reta Wellington, logo após passar sob a ponte que cruza a pista, encontrou uma Ferrari atravessada na pista. A grande sorte do Kimi foi o reflexo do Massa ser o de desviar, pois se tivesse apenas freado teria acertado o finlandês à meia nau, e o resultado poderia ser trágico, já que o choque em T (um carro acertando o outro a aproximadamente 90°) é um dos mais mortais do automobilismo. Lembremos de Alessandro Zanardi, que correndo pela CART (no Brasil, Fórmula Indy) não morreu pois não era a hora dele, mas teve as pernas instantaneamente amputadas no acidente. Ou dos dois acidentes na Curva do Café, em Interlagos, na Stock Car. Enfim, não foi o 200° GP que o Massa esperava, mas podia ter sido pior. Sempre pode.

 

Em 3º chegou Ricciardo, que apostou suas fichas em uma estratégia de apenas uma parada para troca de pneus e deu certo, conquistando mais um pódio. Com isso, ele já está em 3º no campeonato, apenas atrás dos dois pilotos da Mercedes. Muito bom. Seu companheiro Vettel chegou em 5º após protagonizar um belíssimo duelo com o Alonso... mas admito que esse duelo ficou ofuscado pela chuva de reclamações de ambas as partes pelo rádio. Sabe, é muito chato esse pessoal que vai disputar posição e depois fica chorando no rádio feito criança que brigou na escola. Só faltou sair um “Mamãe, ele me fechou, vai lá e reclama com esse bobo!”, foi ridículo.

 

Em 4º chegou Jenson Button, que correu com um capacete rosa homenageando seu pai, John Button, falecido no começo do ano e grande fã de camisas cor de rosa. Mesmo admitindo ficar decepcionado por perder uma chance de subir ao pódio (chegou a menos de 1 segundo do Ricciardo), teve um bom desempenho na corrida e fez uma atuação no limite do que o carro permitiu. Seu companheiro Magnussen (7º) fez uma corrida correta, nada mais que isso.

 

Em 5º chegou Alonso, grande piloto cujo talento para pilotar pode apenas ser comparado ao talento para reclamar. Como ele e o Vettel reclamam, impressionante. Depois da corrida disse que estava com “problemas aerodinâmicos” no carro e que “pensava em recolher o carro aos boxes”. Ora, se fosse verdade não teria oferecido tanta resistência ao Vettel e teria recolhido mesmo, não é? Fala muito esse Fernando... Seu companheiro Räikkönen não largou bem, depois na saída da curva Aintree “espalhou” muito na disputa com um carro da Force India, foi na área de escape asfaltada, e na volta – acelerando fundo, diga-se de passagem – perdeu o controle do carro numa faixa de grama que separa a pista da área de escape, que existe justamente para o piloto não se empolgar muito na volta da área de escape, rodou, bateu de frente no guard-rail (que nesse ponto é próximo à pista por causa das fundações de uma ponte que atravessa a pista e serve para circulação interna da pista) e ricocheteou para o meio da pista... o resto é história. Na batida sofreu uma pancada forte no joelho, vai ficar uns dias dolorido e roxo onde o cinto de segurança o prendeu, mas deve voltar à pista na próxima etapa.

 

Em 8º, pontuando mais uma vez, chegou Hülkemberg com sua Force India. Admito que por causa da boa velocidade máxima do carro indiano eu esperava um resultado melhor, mas ele não largou bem e depois teve problemas no equilíbrio do carro. Seu companheiro Pérez chegou apenas em 11º, após se tocar com o Vergne e cair para último na largada.

 

Em 9º e 10º, encerrando a zona de pontuação, apareceu novamente a dupla da Toro Rosso, respectivamente Kvyat e Vergne. Corrida correta para ambos, nada mais.

 

Próxima etapa dia 20/07, em Hockemhein, uma pista que já foi muuuuuuuuuuuuuito legal mas que ficou meia boca depois de ter sofrido uma “intervenção” do Tilke... Ainda oferece emoção, mas nada parecido com o que era no passado.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini