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Bruno: Profissão, Piloto! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 25 March 2016 11:50

Olá fãs do automobilismo,

 

Acho que nem precisaria dizer que esta quinzena recém terminada, depois da reabertura do campeonato de mundial de fórmula 1 foi uma verdadeira loucura aqui em San Diego. Não tive paz nem nos sábados para poder conseguir atender a todos que me procuraram e dos pilotos que correram na Austrália foram 18 dos 22, mais alguns pilotos de testes a passar pelo meu Divã.

 

Como eu não atendo apenas pilotos da Fórmula 1 e desde a minha vinda para os Estados Unidos formei uma clientela considerável com os pilotos locais, especialmente os da NASCAR, organizar a agenda depois das corridas de Fórmula 1, onde  os pilotos vão de um lado para outro no mundo, criaram uma rota “Austrália-EUA-Dubai”.

 

Mas dentre as sessões que tive neste período, escolhi partilhar com vocês um momento de felicidade de uma pessoa que é meu paciente há mais de cinco anos e que apesar de tudo que viveu em dissabores na vida, é muito difícil não vê-lo com uma atitude positiva, com um sorriso no rosto e sempre sendo simpático com quem dele se aproxima.

 

Bruno Senna é uma das pessoas mais positivas, mesmo com todo o histórico de momentos difíceis na vida.

 

As vidas de Bruno ao meu consultório são quinzenais, uma vez que ele vive mais tempo na Europa e seu destino regular de viagens costuma ser o Brasil, por sua forte ligação com a família. Mas as vindas até aqui são sempre festivas e, para meu desespero, acompanhadas de chocolates de presente, torturando-me e tentando-me em meu projeto de dieta.

 

Nos dois últimos anos, Bruno está vivendo um período de grande realização profissional. Primeiro com a conquista de um lugar no grid da Fórmula-E, então incógnita e hoje sucesso de público e crítica. Em seguida, conquistando um lugar McLaren na Blancpain Series, a categoria que seria o campeonato europeu de gran turismo e para 2016.

 

Desde o ano passado que Bruno faz parte da Equipe McLaren na Blancpain Series.

 

Para ele, que sempre teve um olhar de desconfiança por parte de muitos que não acreditavam ser justo um jovem sentar em um carro de corridas sem ter passado por um processo de formação como o kart... e este não foi o caso de Bruno, que acabou sendo afastado das pistas depois do falecimento do tio e ainda mais um pouco depois da perda do pai.

 

Bruno tem plena consciência de que se não fosse sobrinho de quem é, dificilmente teria as oportunidades que teve para se estabelecer como piloto, mas ele não apenas conseguiu fazer isso como mostrou ter capacidade de estar onde estava, de chegar onde chegou, pilotando e vencendo corridas como um piloto igual aos outros.

 

 

Bruno já esteve no Mundial de Endurance, fazendo parte da famosa equipe Aston Martin.

 

Este talvez tenha sido um dos maiores desafios de Bruno: ser um piloto igual aos outros. Em nossas sessões, falamos várias vezes sobre isso e por ser sobrinho de quem é, sempre houve a esperança por parte dos fãs do tio para que ele fizesse e por outro lado, ser um piloto como outros tantos e não um piloto diferenciado, talvez não tenha propiciado as oportunidades que ele desejava.

 

Independente de ter ou não se estabelecido na Formula 1, Bruno conseguiu estabelecer-se como piloto e realizando o sonho de fazer aquilo que mais gosta, mas uma pergunta do passado vez por outra volta à tona em nossas conversas. Em 2008 uma oportunidade de testar na equipe Honda, que acabava de ser vendida para Ross Brawn poderia ter alterado toda a trajetória de Bruno.

 

Atualmente Bruno é um dos pilotos da revolucionária Fórmula E.

 

Caso ele tivesse sido escolhido como segundo piloto de Jenson Button para a temporada de 2009. Um desempenho andando entre os mais rápidos, conquistando pódios e talvez conseguindo vencer alguma corrida poderia ter aberto portas que jamais se abriram para Bruno.

 

Naquele ano Bruno teve seu primeiro contato com um carro protótipo, disputando algumas etapas do campeonato europeu de endurance e andou muito bem, mas foi na categoria LMGTE-Am no mundial da categoria que ele conseguiu disputar uma temporada completa, em 2013.

 

Este é o carro que pode levar Bruno Senna à conquista de um título mundial.

 

Agora um novo desafio se apresenta: Disputar o Mundial de Endurance na categoria LMP2, ao volante de um protótipo Ligier JS, equipado com motor Nissan, pela equipe RGR Sport by Morand, tendo como como companheiros o mexicano Rodolfo Gonzalez e o português Filipe Albuquerque.

 

A categoria tem uma disputa muito equilibrada e pode ser um caminho para que Bruno alcance outro sonho: conquistar um título. Algo que esteve perto na GP2 e na Fórmula 3 inglesa. Ele está empolgado... a equipe é bem estruturada e tem condições reais de disputar o título, algo que a Mahindra Racing na Fórmula-E não tem mostrado ter como oferecer.

 

Para quem não lembra, Bruno já correu de protótipos... e saiu-se muito bem!

 

Um outro aspecto que Bruno ressaltou é que ele vai disputar mais de 25 corridas ao longo de 2016, somando-se as três categorias que irá participar, como um piloto profissional, algo que ele sempre quis ser e está conseguindo concretizar.

 

Que seja no mundial de endurance que Bruno consiga conquistar seu primeiro título, logo um título mundial. Depois de tudo que ele passou para chegar onde chegou, seria algo mais do que merecido.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares