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Longa duração, fórmulas e o retorno da tradição. PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 30 March 2016 10:41

Já não é de hoje o ressurgimento da força dos campeonatos de endurance ao redor do globo, tal como a revitalização da versão mundial (FIA WEC) e a norte-americana (IMSA United Sports). Atraindo atenção de público, patrocinadores e pilotos, os eventos de longa duração resgataram o charme e as disputas, no passado recente focados mais em algumas grandes provas tradicionais.

 

Entre os pilotos que buscam seu espaço neste novo leque aberto, encontramos diversos brasileiros, mas nenhum tem chamado mais atenção neste início de do Pipo Derani. Nascido em São Paulo, Derani iniciou no kart, passando por diversas categorias do automobilismo mundial, como a Formula Renault 2.0 NEC, a Eurocup da Formula Renault 2.0, a GT3 Brasil, a Formula 3 alemã, a Formula 3 britânica, a Formula 3 internacional, Formula 3 Brasil, entre outras, antes de mudar o foco de sua carreira para os protótipos do endurance.

 

Pipo Derani comemorando vitória em Brands Hatch, na F3 Britânica (2012). Foto: Jacob Ebrey

 

O jovem Pipo Derani iniciou seu caminho nesta modalidade do automobilismo em 2014, guiando o Oreca #48 da irlandesa Murphy Prototypes, no European Le Mans Series. Apesar de correr apenas nos dois últimos eventos, pipo e seus companheiros de equipe conquistaram um terceiro lugar em Paul Ricard e sexto em Estoril, na categoria LMP2.

 

Em seguida, assinou com a G-Drive para ocupar uma das vagas do #28, na mesma LMP2 e conduzindo o Ligier JS P2, com mesmo motor utilizado no ELMS. E o garoto mostrou seu valor, conquistando 7 pódios em oito provas, sendo a vitória nas 6 horas de Spa-Francorchamps o ponto alto, e terminando em 3° na classificação final. Para este ano, o brasileiro sentará dentro do #31 da Extreme Speed, equipe dos EUA que compete com o mesmo motor e chassi com o qual Derani competiu anteriormente. Enquanto o WEC não começa, Pipo Derani faz história. É o primeiro brasileiro a vencer nas 24 horas de Daytona e 12 horas de Sebring em uma mesma temporada.

 

Vitória muito comemorada nas 24 horas de Daytona. Estreia com os dois pés direitos. Foto: Divulgação

 

"É difícil encontrar as palavras, mas estou muito feliz por vencer em minha primeira corrida na América do Norte e fazer isso aqui nas 24 Horas de Daytona é inacreditável. Que corrida e que performance da equipe. Os pit stops foram fantásticos e o trabalho da equipe excepcional. Foi um começo brilhante para a temporada 2016 e isso mostra que temos muito pela frente, com outros desafios como Sebring, WEC e, claro, Le Mans", disse o jovem brasileiro, antes de triunfar novamente na Florida. aliás, ainda quanto a Daytona, a hora final de prova coube a Derani, assim como cruzar a bandeirada com cerca de 26 segundos para o segundo lugar, um Corvette DP do qual Rubens Barrichello fez parte do time.

 

Sete semanas após, outra pista nova a ser encarada, nas 12 horas de Sebring. Novamente formando equipe com Scott Sharp, Ed Brown e Johannes van Overbeek a bordo do Tequila Patrón ESM Ligier JS P2 Honda #2. A vitória somente fora consolidada nos minutos finais, após a última bandeira amarela da corrida, que foram muitas, inclusive vermelha, por conta da chuva. Derani ocupava a quarta posição e foi pra cima nos 10 minutos finais para garantir a conquista com duas lindas ultrapassagens em cima dos Corvettes da equipe Action Express Racing. “Nos últimos 15 minutos, estávamos em quarto lugar, depois de fazer um stint liderando, então foi realmente espetacular conseguir vencer. A equipe fez um grande trabalho para me dar este carro em condições de fazer essas ultrapassagens no final e tinha de ser hoje. Eu tinha a chance de ganhar e não poderia deixar passar”, comemorou. Agora, é torcer por nosso representante no WEC, no qual disputará com a mesma equipe vitoriosa nos EUA. Lembrando que as 24 Heures du Mans será entre os dias 15 e 16 de Junho, e a abertura do campeonato em 17 de Abril, com as 6 horas de Silverstone.

 

Enzo Bortoleto estará no retorno da F3 Britânica. Na foto, a primeira pole da história da F4 Sulamericana. Foto: Divulgação

 

Após o hiato na realização da Formula 3 britânica, o BRDC buscou resgatar a tradicional F3 na terra da rainha. E, apesar de certo ceticismo por parte da crítica, a organização conseguiu reavivar a categoria, formadora de gerações de grandes pilotos para a Formula 1. Decadente nos seus últimos anos, o certame de monopostos promete resgatar a competitividade de outrora, utilizando como base a Formula 4, iniciada em 2013 pelo clube britânico. Seguindo esta linha, até o momento consegui-se reduzir consideravelmente os custos, perante outras Fórmula 3 existentes, e um dos principais motivos para o término da versão inglesa em 2014.

 

Herdando equipes e pilotos da BRDC F4, o certame contará com 8 etapas triplas, nas quais nós brasileiros estaremos representados por Matheus Leist e Enzo Bortoleto. Enquanto Enzo fará sua primeira temporada completa na Europa, Matheus seguirá para seu segundo ano no Velho Continente, sendo que em 2015 conquistou 7 pódios e duas vitórias na MSA Formula, outra categoria de F4 existente no Reino Unido, finalizando o ano na quinta colocação. Vindo desta categoria também, Lando Norris aparece como principal nome a ser observado, por conta do título de 2015 na MSA e no Toyota Racing Series de 2016. Na F4 inglesa, assim pode-se denominar extra-oficialmente, seguirá Rafa Martins, agora na forte equipe Arden, após ano de muita luta em um time mediano pra baixo, e ainda assim conquistando dois pódios e terminando em nono o campeonato. o retorno da F3 Britânica será em Snetterton Park, em 23 e 24 de Abril.

 

Enquanto isso, de volta aos EUA, alguns nomes brasileiros começaram a aparecer nas categorias de base para Indy Car Series. André Negrão na Indy Lights, Victor Franzoni (conseguindo uma vaga, com muito suor e batalhas para seguir no sonho da Indy) e Felipe Ortiz na USF 2000. por último, Lucas Kohl, também ocupa um dos cockpits na série inicial do Road to Indy. Lucas Kohl, de 17 anos, fez sua primeira etapa na categoria, na rodada dupla em Saint Petersburg, na Flórida.

 

Enfrentando algumas dificuldades nesta primeira etapa, Lucas avaliou como muito importante para seu aprendizado os treinos e as duas provas do final de semana, onde na segunda mostrou muito equilíbrio sendo o competidor que mais ultrapassagens. "Tivemos um problema na classificação e sofremos uma penalização por estarmos usando uma peça inadequada que não sabíamos. Então, na primeira corrida larguei em 23º e acabei tendo um problema na corrida que forçou meu abandono. Por consequência na segunda corrida largamos em 26º e consegui chegar em 14º. Por isso, foi um final de semana positivo onde consegui aprender bastante e foi ótimo para tirar o peso da estreia."

 

Lucas Kohl em sua estreia na USF 2000, nas ruas de St Petersburg (Flórida/EUA). foto: Divulgação

 

Já tendo iniciada a temporada pelos lados da Indy, um breve espaço para como andaram nossos pilotos, além do Lucas, acima relatado: Na Indy Lights, André Negrão conseguiu resultados consistentes, pontuando em 6° e 5° nas duas corridas realizadas, se posicionando em 5° na classificação; Na USF 2000, Franzoni fez 6° e 12°, enquanto Felipe Ortiz não teve tanta sorte e terminou as provas de St Petersburg em 21° e 11°. A próxima rodada dupla será em Barber, Alabama, nos dias 23 e 24 de Abril.

 

Saudações, agora em São Paulo,

 

Fabiano Esteves.