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A Hyundai no Automobilismo Brasileiro PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 04 January 2019 21:46

Durante o Salão do Automóvel em São Paulo foi feito o anúncio oficial da chegada da Hyundai como categoria no automobilismo brasileiro. 

 

Desde o final de 2009 quando a Renault decidiu por um ponto final à Copa Clio, o Brasil deixou de ter uma categoria nacional de turismo com os chamados “Carros de Entrada” (carros com baixa cilindrada cúbica e preparação básica) para ser o primeiro passo dos pilotos que optavam por fazer carreira nacional em carros de turismo.

 

Em 2012 a CBA deu o primeiro passo para retomar o caminho que voltássemos a ter uma competição nacional com carros de pouca preparação, criando a Copa Brasil de Marcas e Pilotos 1600, convidando os melhores colocados dos campeonatos regionais a disputarem um final de semana de competição, o que viria a ser o embrião do campeonato brasileiro de marcas e pilotos 1600. A CBA, inclusive, disponibilizava dois caminhões cegonha para o transporte dos carros, uma saindo do sul e outra do nordeste do país.

 

Contudo, um problema de diferença de regulamentos entre os regionais de diversos estados era um fator complicador e isso desestimulou, por exemplo, os pilotos e carros de São Paulo a comparecer nas edições da competição, mas ainda assim a disputa aconteceu. Primeiro em Goiânia, depois em Pinhais e em Campo Grande. Até a primeira edição do campeonato em 2016, com corridas o ano inteiro, mas sem o envolvimento de uma montadora.

 

O carro tem uma preparação que é feita à quatro mãos, pela Hyundai e uma empresa privada de preparação de corrida.

 

Foram muitas as conversas e negociações para que uma montadora decidisse voltar a fazer parte deste meio de competição no Brasil, mas no último Salão do Automóvel de São Paulo, a Hyundai confirmou sua entrada nas competições, não no rally, como faz a nível internacional, mas com uma copa de pista para seu HB20, sucesso de vendas dos sul-coreanos.

 

Fruto da visão empresarial de um apaixonado por competições, Daniel Kelemen, presidente da Associação dos Revendedores Hyundai do Brasil e diretor do grupo Maxmotors e que negociou diretamente com William Lee, o presidente da unidade brasileira da fábrica coreana, para acertar detalhes do projeto, contando com a participação direta do presidente da CBA, Waldner Bernardo, a categoria vai disputar a sua primeira temporada em 2019, como parte da programação da Copa Truck.

 

O interior do carro mostra um carro simples, sem aquela grande bagagem eletrônica, mas trata-se de um carro moderno.

 

Mas antes de enfrentar o desafio de se estabelecer como categoria, os carros foram testados. Dois modelos HB 20 1.6 participaram de uma prova do Campeonato Paulista de Marcas e Pilotos para avaliar duas receitas de preparação desenvolvidas por Alexandre Rheinlander (motor) e Fabiano Cardoso (piloto e preparador de chassi). Independente do resultado final, o desempenho dos HB 20 de numerais 45 e 54 pilotados por Daniel Kelemen/Pedro Pimenta e Fabiano Cardoso/Rafael Lopes, respectivamente, mostraram potencial mais do que animador.

 

Ambos modelos foram preparados segundo o regulamento do Campeonato Brasileiro de Turismo 1600. O outro carro da Max Motors também foi inscrito nessa categoria, mas correu equipado com motor de série cuja única modificação era de ordem eletrônica. Sem o envolvimento direto da fábrica neste estágio, era preciso ter o cuidado de explorar o “potencial cru” do carro e ver o que poderia ser feito para que a categoria, caso saísse do papel, fosse atrativa para os pilotos e canalizasse viabilidade para o promotor.

 

Detalhe para o câmbio, de alavanca e "tipo H", o que via exigir dos pilotos habilidade e precisão.

 

O engenheiro gaúcho cuida do motor enquanto o desenvolvimento de chassi está a cargo da Scuderia Fast Racing, do piloto e preparador Fabiano Cardoso disse que foram usados pistões forjados, com um retrabalho no comando de válvulas, bielas e usamos a versão mais moderna da injeção eletrônica da Pro-Tune, tudo isso no carro 54. No outro mantivemos um motor praticamente standard.

 

O projeto é fazer a categoria ser viável e atrativa. A receita para acerto de chassi e suspensão e o trabalho feito no motor quatro cilindros em linha 1.600cc (potência de 160cv) servirão de base para os modelos da Copa. E entre os apoiadores técnicos confirmados estão Pirelli (pneus), Sparco (vestuário, bancos e cintos), além do patrocínio da Mobis, empresa de autopeças do próprio grupo Hyundai.

 

A Hyundai entende que muitas das montadoras rivais tem um histórico não apenas nas ruas, como também nas pistas. Por isso a marca coreana vem trabalhando para colocar se estabelecer no mundo do automobilismo de duas formas. Há alguns anos estabelecida e conquistando vitórias no Campeonato Mundial de Rally (WRC), a nova frente é a velocidade em pista e a primeira etapa é com a criação da Hyundai N, sua divisão de carros de alto desempenho. Já a segunda é participando ou criando novas competições. Para o Brasil, a fabricante estará diretamente envolvida com a criação da HB20 Motorsport, com a promessa de ser uma porta de entrada bastante acessível para as categorias de turismo.

 

Os responsáveis pela categoria se tornar uma realidade estavam juntos em São Paulo. 

 

O projeto é ambicioso: Inicialmente serão disponibilizados 30 carros nesta primeira etapa, todos os carros idênticos, preparados pela própria e Hyundai e por uma empresa de preparação. Os motores serão sorteados para cada etapa, para equilibrar e desenvolver as habilidades do piloto, segundo as palavras de Jan Telecki, chefe de marketing da Hyundai Motor Brasil.

 

Além disso, uma das novidades será o fato de estarem disponibilizados 5 carros reserva para, em caso de acidente, algum problema mecânico que não seja rapidamente reparável, o piloto – a categoria será do tipo “preparação única”, como é a Porsche, mas com a diferença de que o piloto apenas “aluga” o carro – não ficar sem disputar alguma das 16 corridas divididas nas 8 etapas com rodadas duplas, que serão transmitidas pelo canal Band Sports além das redes sociais.

 

O HB20, mais especificamente na versão R spec, ao contrário da versão de rua que tem apenas visual esportivo, o modelo para as pistas receberá alterações mecânicas, com uma nova configuração das suspensões, sistema de telemetria do carro e adaptação na carroceria para competições. O motor 1.6 recebeu ajustes na admissão e escape, e uma injeção Pro Tune PR4, aumentando a potência máxima para cerca de 160 cv e com velocidade máxima de 200 km/h. A transmissão será a manual de 6 marchas não-sequencial já utilizada no carro de rua.

 

Com uma proposta de categoria de (não tão) baixo custo, mas com muitas vantagens, a categoria é promissora.

 

O custo da categoria será de aproximadamente R$ 200 mil ao ano, ou de quase R$ 17 mil por mês, que pode parecer alto para uma categoria de entrada, mas os carros serão preparados por uma única garagem e vão encontrar ali mecânicos e telemetristas treinados pela fábrica, que vão prestar todo o serviço de pista para eles, durante todo o final de semana. Irão contar ainda com jogos de pneus para todo o final de semana e o combustível incluso no pacote, além do “inédito carro reserva”.

 

Este é o primeiro passo – ao menos esperamos – na direção de trazer as montadoras instaladas no Brasil a vir para os autódromos como acontece em todo o mundo. O exemplo da nossa vizinha Argentina precisa ser seguido e voltarmos a colocar o automobilismo nos noticiários da televisão, jornais, revistas e expandir os canais de mídia para que os patrocinadores tenham um maior retorno.

 

Da Redação

  
Last Updated ( Friday, 04 January 2019 22:09 )