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Godspeed Peteco PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Saturday, 07 September 2019 14:22

Uma das coisas mais difíceis que me vejo obrigado a fazer é preparar um texto para ser publicado como artigo no Site dos Nobres do Grid. Costumo dizer que sou um razoável repórter de campo, mas a elaboração de um texto, “de bate pronto” e “contra o relógio” não é algo que consiga fazer com a facilidade que vejo os profissionais das salas de imprensa nos autódromos fazer. Infelizmente, hoje isso se faz necessário e por um dos piores motivos.

 

Na madrugada deste 7 de setembro, uma data histórica para o Brasil, deixou o nosso convívio o proprietário do autódromo de Pinhais, cidade da região metropolitana de Curitiba e conhecido como AIC, Jauneval de Oms, o grande responsável pela reforma que o autódromo sofreu em 1995 e que colocou a região leste do Paraná e a capital do estado em lugar de destaque no automobilismo nacional.

 

O AIC foi palco ao longo de 20 anos de alguns dos mais importantes eventos do automobilismo e motociclismo nacional e internacional, como a Stock Car, Fórmula Truck, Superbike, Porsche Cup, Brasileiro de Gran Turismo, o Mundial de Carros de Turismo, a Eurofórmula, entre outros. Neste período, o autódromo era considerado o segundo melhor autódromo do país, tinha credenciamento internacional FIA 3 e, fora das atividades de pista, tinha um projeto social (Vovó Durvina), uma escola de mecânica e era sempre um prazer ir até lá.

 

Jauneval era uma pessoa apaixonada pelo automobilismo e tinha pelo seu autódromo, junto com seu sócio e parceiro, Fortunato Guedes, uma maneira muito particular de receber as pessoas que iam ao autódromo, era quase como se fôssemos convidados da casa ao invés de profissionais que iriam lá com o compromisso profissional do jornalismo e que lá estavam “por obrigação”. Ir até lá era um prazer.

 

 

 

Poucas pessoas, jornalistas, entusiastas ou apenas simpatizantes do esporte a motor conseguiram separar a paixão que Jauneval de Oms tinha pelo autódromo da necessidade de, após 20 anos, ele precisar dar outra destinação para a área de 560 mil metros quadrados, que incluem o kartódromo Raceland, palco do Campeonato Brasileiro de Kart em 2009, entre outros eventos. O respeito à decisão dele, suas necessidades e os motivos alegados para tal sempre foram uma tônica entre as pessoas que fazem parte do Projeto Nobres do Grid. A propriedade era sua e, como proprietário, a vontade dele tinha que ser respeitada. Lamentada? Sim. Contestada? Não.

 

No nosso país contamos nos dedos pessoas que, tendo condições de fazer o que Jauneval fez, fariam ou fizeram o que ele fez. Eduardo Souza Ramos é um raro exemplo da grandiosidade da atitude de Jauneval, que décadas antes do proprietário do Velocittà abrir as portas aos eventos públicos, fez de uma pista praticamente abandonada um autódromo de padrão internacional e um dos melhores kartódromos do país.

 

As coisas mudaram? Sim, mudaram. Os últimos anos de funcionamento do autódromo e do kartódromo não fizeram jus a história escrita ao longo de duas décadas e, lamentavelmente, vemos o fim das atividades cada vez mais próximo e de uma forma que não enaltece em nada uma história de grandes fatos e feitos.

 

 

 

Apesar disso, o nome de Jauneval de Oms, que no meio da família e dos amigos era conhecido pelo apelido de Peteco, precisa ser lembrado por todas as coisas boas que ele fez pelo esporte a motor do Brasil e, por uma dessas circunstâncias da vida, ele nos deixa em um dia de demonstração de civismo para todos os brasileiros.

 

Godspeed Peteco...
Last Updated ( Sunday, 08 September 2019 09:44 )