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A Silly Season e a temporada de verão PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Saturday, 28 December 2019 19:04

Alô galera que lê os Nobres do Grid... salve Jorge!

 

Dezembro é um mês que a gente tem pouco de corrida para falar, mas a resenha rola forte nos bastidores e nesta coluna de final de ano, assim como no início de 2020, vamos falar muito sobre o que os nossos pilotos que querem chegar nas categorias top do automobilismo irão fazer.

 

Mas ainda assim teremos brasileiros na pista nessas nossas férias de verão. Pietro Fittipaldi vai estar na disputa da F3 asiática, correndo atrás dos pontos que faltam para conseguir a sonhada superlicença e poder assumir um carro de Fórmula 1, levando uma terceira geração da família para a categoria.

 

Na Nova Zelândia, no cada vez mais famoso Toyota Racing Series vai receber (até o momento) dois brasileiros na disputa que contará com diversos nomes que já se tornaram conhecidos dos leitores da minha coluna. Igor Fraga e Caio Collet serão nossos representantes e neste ano o campeonato vai dar pontos para a superlicença. Acho que nem vou ter férias este início de ano...

 

Lá do outro lado do mundo encerrou-se a temporada 2019 da Fórmula Renault Ásia em bom estilo, com muita disputa e brasileiro no pódio no belo circuito chinês, o Zhuhai International Circuit (dias 7 e 8 de dezembro). O piloto brasileiro Bruno Carneiro tornou-se o vice-campeão da temporada de 2019, quando Jack Chan levou a Elite Class (para carros de competição Tatuus 2008) conquistou outra vitória.

 

   Na u´ltima corrida do ano pela F. Renault Ásia, Bruno Carneiro cravou a pole position. Terminou a prova em 2°.

 

Encerrando a temporada de altos e baixos, a equipe de Zhuhai, fundada em Macau, retornou ao pódio com dois segundos lugares de Bruno Carneiro e um terceiro lugar de Peter Li Zhi Cong durante o final de temporada de rodada dupla.

 

O primeiro treino foi particularmente forte para o piloto brasileiro, que terminou a sessão como o mais rápido, com Ni Weiliang em quarto. Mais tarde, na sexta-feira, Bruno Carneiro marcou o segundo tempo mais rápido, com Li Zhi Cong melhorando e conseguindo o terceiro lugar no final do segundo treino, com Ni Weiliang em sexto.

 

A qualificação seguiu no sábado com o sol aquecendo a pista, teve Bruno Carneiro completando as voltas com tempos consistentes e sólidos, o que lhe permitiu começar em segundo no grid apenas um décimo do primeiro. O companheiro de equipe Li foi o terceiro mais rápido da sessão. Nos segundos melhores tempos, que decidem o grid de largada da segunda corrida, Carneiro foi o mais rápido, seguido por Li enquanto Weiliang terminava entre os cinco primeiros.

 

   Em um campeonato muito duro, Bruno Carneiro mostrou seu talento e esforço, terminando como vice campeão.

 

O sábado com uma corrida emocionante para o público de Zhuhai, tivemos Bruno Carneiro terminando em segundo, apesar dos valentes esforços para conquistar a vitória. Li terminou em terceiro e Weiliang terminou em sexto, logo atrás do 5º colocado, à frente de Jack Chan, P8 no geral, segundo na Master Class e vencedor na categoria Troféu de Elite.

 

Para a corrida final da temporada, rodada 12, Bruno Carneiro marcou a pole position e com Li Zhi Cong começaram da primeira fila no grid, respectivamente. Infelizmente, os dois pilotos da Asia Racing Team não conseguiram aproveitar ao máximo e, mesmo antes da intervenção do Safety-Car, eles caíram uma posição cada. Bruno Carneiro manteve o segundo lugar até o final. Li foi o 4°.

 

Aqui na América do Sul o final da temporada do outro guerreiro das pistas, o paraibano Leo Barbosa foi prematuramente encerrado por conta da situação política no Chile, que interrompeu o campeonato da Fórmula Codasur e cancelou as etapas finais que seriam disputadas no circuito de Codegua. Uma pena para o esporte, uma pena para os pilotos, mas não havia como colocar em risco a vida das pessoas envolvidas. Inclusive um grande evento político, a COP 25, convenção sobre o clima, foi transferida do Chile para a Espanha.

 

   Os problemas políticos no Chile atrapalharam a F. Codasur, cancelando as últimas etapas. Leo Barbosa terminou em 3°.

 

Com o campeonato sem ter suas etapas finais disputadas, Leo Barbosa terminou o campeonato na terceira posição, em uma categoria onde era um novato, disputando provas onde nunca havia corrido antes. Para não ficar sem atividade, o paraibano disputou algumas corridas com os carros da antiga F3 brasileira em eventos dentro do calendário dos campeonatos paulistas. Ficar parado é que não dá!

 

Silly Season

 

O período entre as temporadas, pelo menos eu li muitas vezes este termo, é chamada de “silly season”, ou “temporada das bobagens”. Só que nem tudo é bobagem e para os pilotos que estão buscando novos ares ou se consolidar na categoria que disputou no ano de 2019 ou correr atrás dos erros de gerenciamento de carreira que fez os pilotos perderem tempo nos anos anteriores.

 

Esse é o caso de Pietro Fittipaldi, que depois de ganhar o esvaziado campeonato da F.Renault 3.5 em 2017, onde conquistou 20 pontos para superlicença, que expiram ao final do próximo ano, depois de andar de tudo um pouco, sofrer um sério acidente no WEC e não conseguir resultados sólidos nos últimos dois anos, o neto de Emerson Fittipaldi voltou seus olhos para a Ásia onde vai disputar dois campeonatos: a Fórmula 3 da Ásia (que premia o campeão com 18 pontos) e a Superfórmula japonesa (que dá ao campeão 25 pontos).

 

Na ponta do lápis, Pietro precisa de 4 pontos (ele tem 36 atualmente) para conseguir a licença para competir na F1, mas não tem tido chance de fazer esses pontos na Haas, que não tem liberado dias de treino para ele e mesmo tendo mostrado velocidade quando sentou no carro preto e dourado, foram poucos dias e não muitas voltas. O chefe da equipe parece ter “um pé atrás” com ele, que pode contar – e isso é sério – com a falta de bom senso dos pilotos titulares (Kevin Magnussen e Romain Grosjean).

 

   Com os olhos voltados para a Fórmula 1, Pietro Fittipaldi precisa conquistar os pontos que faltam para a superlicença.

 

Mas a vida do brasileiro não vai ser fácil. Entre os adversários ele terá o russo Nikita Mazepin, que esteve na F2 este ano e compete pela Hitech, equipe que o seu pai quer levar para a categoria preliminar à F1. No mesmo time está o experiente britânico Jake Hughes, que disputou a F3 FIA este ano. Também estarão a primeira campeã da W-Series, a britânica Jamie Chadwick, na Absolute Racing e a colombiana Tatiana Calderon, que esteve na F2 em 2019, competirá pela Seven GP, além dos pilotos asiáticos, especialmente os japoneses, que olham para Honda como uma porta de entrada na F1. Seu companheiro de equipe na Pinnacle Motorsport é Jack Doohan, filho do campeão da Moto GP, Michael Doohan.

 

A temporada, inclusive, já começou... e não começou muito bem para o brasileiro. Na rodada tripla de abertura, em Seapang, na corrida 1, depois de ter problemas, Pietro ficou em 14°, com duas voltas de desvantagem, mas durante a corrida, nunca esteve entre os 6 primeiros. Na corrida 2, sob chuva, Pietro foi o 12° e na corrida 3, ele não passou de 11°. Pior que isso, foi ver Jack Doohan ser o 2° colocado na corrida 1 e vencer a corrida 3.

 

   Com os olhos e o foco na Ásia, além dos pontos necessários, Pietro precisa convencer o chefe da equipe Haas de sua capacidade.

 

A Superfórmula, a outra categoria, Pietro estará na equipe BMax, com apoio da Motopark e se o objetivo é repetir a trajetória de sucesso de Pierre Gasly, que está indo para sua 3ª temporada na F1 como titular da agora Alpha Tauri (ex-Toro Rosso), e Stoffel Vandoorne, que após “ser pego pra Judas” na McLaren-Honda hoje corre na Fórmula E, Pietro vai ter que pilotar mais do que pilotou até hoje na vida.

 

Ainda na família Fittipaldi, o irmão mais novo – Enzo – está buscando um lugar na F3 FIA. Piloto da Academia da Ferrari, ele não teve o apoio da Prema, equipe pela qual foi vice campeão da F3 europeia este ano, tendo sido preterido, ao contrário do seu companheiro de equipe e campeão da temporada, Frederik Vesti. A equipe dominou a temporada 2019, fazendo os 3 primeiros colocados. Caso não consiga um lugar, terá que tentar vaga em outra equipe.

 

   Os pilotos da Academia da Ferrari, Enzo Fittipaldi e Gianluca Petecof buscam novos desafios e afirmação em 2020.

 

O também piloto da Academia da Ferrari, Gianluca Petecof, que tem apoio do programa da Shell do Brasil para levar pilotos ao menos próximos da F1 deve correr na F3 europeia pela equipe Prema. Ele não conseguiu os resultados que ele e a equipe desejavam em 2019, mas é um valor que não pode ser desperdiçado ou subestimado. Por isso a Prema deve apostar nele para 2020, mas é preciso ter cuidado. Outra temporada de instabilidade pode ser fatal para suas pretensões.

 

Outro “sobrenome famoso” também já tem destino certo para 2020: Depois de duas temporadas na F3 FIA, ficando em 5° lugar no campeonato de 2019, Pedro Piquet foi para Abu Dhabi no início do mês e acelerou pela Charouz Racing System nos três dias de testes coletivos realizados em Yas Marina após o término da temporada 2019.

 

   Pedro Piquet andou bem na equipe pela qual testou em Abu Dhabi com um F2 e assinou contrato para a temporada 2020.

 

O herdeiro do tricampeão mostrou-se bem à vontade como o novo carro, completando 245 voltas (isso dá mais de 1.360 km). Em três das seis sessões ficou no top10, terminando uma vez em sexto e outra em quarto, à frente de alguns competidores regulares da F2. A equipe não é uma das mais fortes, mas isso pode deixar o brasileiro com menos pressão para “entender a categoria” nesse primeiro ano.

 

Felipe Drugovich, que também disputou a F3 FIA em 2019, foi para Abu Dhabi e também andou com os carros da equipe MP Motorsport depois de uma temporada difícil pela equipe Carlin, tendo que fazer corridas de recuperação ao longo da temporada e, na única chance razoável que teve, conseguiu pontuar no grande grid de 30 carros. Ainda não foi assinado nenhum contrato e fazer mais um ano na F3 FIA é algo que não está descartado.

 

   Felipe Drugovich também andou bem, mas em um time com menos recursos. Seu destino para 2020 ainda é incerto.

 

Quem vai continuar onde está é Caio Collet. Depois de vencer o “campeonato dos novatos, o brasileiro da academia da Renault desde o início deste ano, Caio Collet cumpriu seu objetivo traçado pela montadora francesa neste ano e foi o melhor estreante da F-3 Eurocup, que está em nível semelhante à Regional e dá ao campeão da categoria 18 pontos para a superlicença.

 

Tanto Caio quanto o chefe do programa de automobilismo da Renault, Cyril Abiteboul, comentou sobre a situação do brasileiro, com a consciência de que é preciso fazer uma evolução passo-a-passo para que o piloto cresça em sua carreira. Caio já tem 18 pontos no processo de preparação. 12 da F4 francesa no ano passado e 6 do 5° lugar na F. Renault este ano.  

 

   Caio Collet fará mais um ano de F Renault Europa e corre atrás dos pontos para a superlicença, que pode acontecer ainda este ano.

 

No próximo mês a gente fala sobre o pessoal que está buscando novas opções nos EUA e vamos ver quem vem como novidade para os campeonatos da F4 pela Europa e ter mais confirmações sobre nossos bravos pilotos, além de falar do desempenho na pista dos pilotos que não terão férias nesse verão.

 

Um abraço a todos e um veloz 2020,

 

Genilson Santos

    
Last Updated ( Saturday, 04 January 2020 14:27 )