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Até onde é difícil mudar? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 22 January 2020 21:19

No último dia 17 de janeiro o Sr. José Aloizio Cardozo Bastos, foi reeleito para um novo mandato de quatro anos à frente da Federação de Automobilismo de São Paulo após eleição realizada na sede da entidade, em São Paulo. Completam a chapa apoiada por 14 clubes dos 22 filiados à FASP os nomes de Élcio de São Thiago (Primeiro Vice-presidente) e Paulo Scaglione (Segundo Vice-presidente). Desse total afiliados, três não estavam em condição de votar por problemas burocráticos e um por estar em prazo de carência. Em sua plataforma para a reeleição, o calendário do Campeonato Paulista de Automobilismo e a reaproximação com as empresas do setor automobilístico foram apresentadas entre as principais frentes de trabalho defendidas por sua chapa, além do fortalecimento das atividades no interior do Estado e a promoção do Campeonato Paulista de Automobilismo, em especial das categorias Open Paulista e Marcas e Pilotos, além do seu tema principal, a garantia do calendário do automobilismo paulista em Interlagos, que deverá passar (os envelopes da concorrência serão abertos no próximo dia 23 de janeiro) para administração privada por processo de concessão em 2020.

 

Tenho uma ótima relação com o Bastos – como o chamo e todos o chamam – há muito tempo, desde quando ele era o vice presidente do querido Professor Rubens Carpinelli, que foi professor no instituto Mackenzie de vários dos Nobres do Grid nos anos 50 e 60. Apesar disso, quando vejo a composição da chapa, com Élcio São Thiago e Dr. Paulo Scaglione, por quem tenho enorme apreço, não tenho como não questionar o que há de errado com o automobilismo brasileiro.

 

Em Goiás temos um “interminável” José Ney Lins Rocha, no poder desde os anos 90. No Paraná, temos há mais de 10 anos a figura do Sr. Rubens Maurilio Gatti. No Rio Grande do Sul, temos também a período semelhante a presença de Carlos Alberto Rodrigues de Deus, assim como Djalma Faria Neves no Rio de Janeiro. O ponto em questão é mais complexo do que uma crítica a um nome ou outro, ao tempo à frente da entidade ou qualquer divergência pessoal, que não há. Mas será que não existem, nos quadros dos afiliados dessas e de outras federações, pessoas com novas ideias, novos projetos e menos idade do que estes que aí estão?

 

E não é uma questão de “ah, está ‘velho’, não serve mais”. Mas sim a necessidade de se buscar novas mentalidades, novas ideias, novas plataformas de negócios e projetos para que o automobilismo se desenvolva de forma positiva, saudável e viável em todos os estados do Brasil e no Brasil como um todo. Não é possível que, por exemplo, já no final de janeiro não tenhamos os calendários das temporadas do automobilismo nacional definidas, algumas em conflitos com projetos estaduais. Será que é tão difícil, em pleno terceiro milênio, com as facilidades de comunicação propiciadas pela internet, que não haja um trabalho coordenado e que esse possa começar em agosto do ano anterior e ser apresentado em novembro ao menos um escopo para os calendários do ano seguinte?

 

Em 2020 teremos eleições para a presidência da CBA. Durante o período pré-eleitoral, cobramos duramente dos dois candidatos que quem fosse eleito implementasse uma metodologia de administração profissional na entidade. Não posso deixar de reconhecer que houve avanços em relação a gestão anterior, mas também não posso deixar de dizer que esperava mais.

 

E nesse processo, onde poderia haver mudanças? Sendo o Presidente da CBA dependente da aprovação dos presidentes de Federações e estes, dos Clubes de seus respectivos estados, até onde há liberdade para atuar sem contrariar interesses? Até onde os pilotos – que deveriam ser os principais interessados – se comprometem com o processo de eleição no clube onde ele é filiado? Desde a última eleição a ABPA, Associação Brasileira dos Pilotos de Automobilismo, teve direito a voto (algo que não existe em outros países) e de forma decepcionante, na própria associação, apenas 1/6 dos associados participou da votação interna para decidir em qual candidato o presidente Felipe Giaffone deveria votar (a decisão foi pelo voto no candidato Milton Sperafico).

 

Sendo os pilotos os maiores interessados, não deveriam ser mais atuantes? Quando vamos aos autódromos e fazemos perguntas sobre questões políticas e administrativas, poucos demonstram interesse e/ou conhecimento sobre o assunto. Isso só ajuda a manutenção da estrutura na forma que ela existe e não será isso,  a manutenção do ‘status quo’, o maior impedimento para que novas lideranças, novas ideias e novos processos sejam implementados?

 

Fica o convite para a reflexão.

 

Flavio Pinheiro