Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge! Tivemos neste final de semana apenas duas categorias de acesso correndo com pilotos brasileiros envolvidos na disputa. Uma nos Estados Unidos e a outra na Europa. Depois daquela “overdose” de duas semanas atrás, fico em parte aliviado por conseguir tempo para respirar entre as corridas. Os candidatos a chegar na Fórmula Indy, assim como os 33 pilotos que disputarão as famosas 500 Milhas, também estão em Indianapolis, mas o desafio deles vai ser “um pouquinho menor”. Eles vão estar algumas milhas distante do famoso templo da velocidade, no Lucas Oil Raceway, um complexo automobilístico que também tem um oval, só que ao invés das 2,5 milhas, este tem 0,686 milhas (ou 1.104 metros). A etapa disputada no Lucas Oil Raceway é a única realizada em um circuito oval para os pilotos da USF2000, um desafio a mais para os pilotos brasileiros, Eduardo Barrichello e Francisco ‘Kiko’ Porto. Foram três treinos livres onde os brasileiros tiveram momentos bons e outros nem tanto. No final da tarde (já noite no Brasil), tivemos o treino classificatório, com os carros indo um a um para pista tentar em 2 voltas estabelecer o melhor tempo acumulado, diferente do que fazem em Indianapolis, onde eles consideram a melhor média horária. Desde os treinos livres as coisas foram se mostrando como complicadas para os brasileiros neste pequeno oval. Kiko Porto foi o segundo a tentar marcar seu tempo e conseguiu o tempo 46.6072s acumulado de suas voltas. O pernambucano manteve-se entre os 5 primeiros até os 11 primeiros irem para a pista. As coisas então começaram a complicar. Sua volta mais rápida mais de 6 décimos mais lenta que a do pole position e em uma volta de pouco mais de 22.5s isso é muita coisa. Eduardo Barrichello foi o antipenúltimo a ir para a pista e conseguiu o tempo de 46.5140. Na altura o 8° tempo, com Kiko Porto em 10°, mas ainda tínhamos dois carros para marcar tempo, um deles, o do líder do campeonato. Os brasileiros caíram 2 posições e na sexta-feira Barrichello largaria em 10° e Kiko Porto em 12°. Na hora da bandeira verde, Eduardo Barrichello (em primeiro plano) largou muito bem e ganhou posições, mas a corrida foi difícil. No dia seguinte, no final da tarde da sexta-feira, tivemos a Freedom 75, com muito sol e todo aquele protocolo pré-corrida antes das corridas americanas. Os pilotos deram 2 voltas atrás do safety car até tentarem largar, mas na primeira tentativa a direção de prova manteve a bandeira amarela por mal alinhamento dos carros. Na volta seguinte tivemos bandeira verde. Eduardo Barrichello fez um grande movimento e conquistou duas posições, subindo para 8°. Kiko Porto não foi tão bem, caindo para 13°. Nas primeiras voltas apenas os dois primeiros estavam conseguindo virar suas voltas na casa dos 22s. O terceiro colocado, eventualmente o fazia e os demais estavam na casa dos 23s. Barrichello perdia 3 a 4 décimos por volta e Kiko Porto 4 a 5 décimos em relação ao líder. A pouca inclinação das curvas não permitiam grandes “mergulhos” para tentativas de ultrapassagem. Em momento algum do final de semana Kiko Porto conseguiu um bom acerto para seu carro ao longo dos dois dias em Indianapolis. Com um terço de prova Kiko Porto estava mais para os ataques de Max Kaeser do que para buscar a 12ª posição enquanto Eduardo Barrichello buscava, mas não conseguia se posicionar para um ataque mais efetivo pela 7ª posição. Na volta 35 o líder começou a colocar encontrar retardatários. Na volta seguinte Barrichello acabou ultrapassado e caiu para 9° e algumas voltas depois para 10° enquanto Kiko Porto segurava dois perseguidores. Nas 10 voltas finais, enquanto a briga pelas primeiras posições ficava feroz, com os carros até em “three wide”, Kiko porto, no meio da briga entre o 3° e o 6° colocados acabou perdendo a 13ª posição enquanto Eduardo Barrichello tentava se segurar no 10° lugar. Assim ficaram até a volta 75 em um dia não muito bom para ambos no Lucas Oil Raceway. Assim eles deixaram agosto com Eduardo Barrichello em 4°, com 107 pontos e Kiko Porto em 16°, com 37. Fórmula Regional Europeia. Na tarde da sexta-feira a F3 Euopeia foi para a pista em um evento dissociado do campeonato italiano de F4 (lembrando que o Automóvel Clube da Itália é que faz a promoção e organização das duas categorias) e foi correr em Paul Ricard junto com a Eurofórmula e o GT Open. O grid com 12 carros fez dois treinos livres, onde o piloto da casa, Arthur Leclerc foi o mais rápido. Com a 3ª posição no treino 1, para a corrida 1 Petecof largou em terceiro e viu seu principal adversário largar na pole. No treino classificatório numero 1, a disputa se mostrou bem acirrada, com Leclerc conseguindo ser mais rápido no primeiro setor e Petecof no segundo. No final, o francês confirmou a supremacia em casa e cravou o melhor tempo da sessão. Gianluca Petecof e a equipe Prema ainda tiveram a “surpresa” da volta de Juri Vips, o que empurrou o brasileiro para a segunda fila, na 3ª posição. 15 minutos de intervalo e começou a classificação para a corrida 2. Todo mundo enfrentando os 30 graus e temperatura do ar e os 50 graus de temperatura da pista e um outro piloto francês (Pierre-Louis Chovet) querendo a pole. Petecof diminuiu a diferença para Leclerc no primeiro setor e continuou mais rápido no segundo. Mas com um terceiro setor voador o brasileiro cravou a pole para as corridas 2 e 3 na classificação 2, bateu o recorde da pista e deixou os franceses comendo croissants! Em uma manobra sensacional, Gianluca Petecof superou Juri Vips e foi para segundo. Mas não dava mais tempo de tentar a ponta. O sábado começou complicado... na França. O link de transmissão da corrida não funcionava no site que transmite a prova e eu, que tinha saído do turno no trabalho a meia noite e tinha ido dormir quase às 2 da manhã, levantei 4 horas depois para nada. Ficou aquela angústia de esperar para ver no youtube ou na página da categoria, de preferência antes da corrida 2. Felizmente deu certo. E ainda vi antes da Stock Car. O sol e o calor Estevam fortes e nessa primeira corrida Gianluca Petecof largava na segunda fila, em terceiro. Apagadas as luzes vermelhas, o brasileiro largou bem, manteve sua posição e evitou qualquer ataque do quarto colocado. Nas primeiras voltas os 4 primeiros logo se destacaram do restante do pelotão, em uma luta particular, com um francês em cada ponta. Na corrida 2, com uma largada segura e muito arrojo nas primeiras curvas, Petecof segurou a ponta e partiu para a vitória. Assim como nas corridas da F1, ultrapassagens nessa configuração de Paul Ricard são muito complicadas, sem uma reta de tamanho considerável. Depois de 10 minutos de corrida, com Leclerc começando a abrir vantagem, Petecof partiu para o tudo ou nada contra Vips, que reagiu e encostou novamente no líder por um momento, mas depois passou a uma postura mais defensiva e o líder escapava. Foi somente nos 10 minutos finais, que Gianluca Patecof conseguiu superar Juri Vips, na 11ª volta depois de um mergulho sinistro no final da reta dos boxes. Vips saiu da pista, mas o outro francês, Chovet, veio com tudo e por duas voltas atacou o brasileiro com tudo. Bom para Leclerc, que abriu vantagem. Petecof conseguiu segurar a posição e estabeleceu, nos minutos finais, uma pequena, mas segura, vantagem e terminou a corrida 1 em 2° lugar. Gianluca Petecof não só manteve a ponta, mas também cravou a volta mais rápida da corrida algumas vezes. Na parte da tarde, a história tinha tudo para ser outra. Afinal, Gianluca Petecof largaria na pole para tentar se manter à frente do campeonato que passou a liderar sozinho depois da vitória na corrida pela manhã. Apagadas as luzes vermelhas, Gianluca Petecof e Arthur Leclerc chegaram a fazer algumas das primeiras curvas lado a lado, mas o brasileiro conseguiu se impor e completou a primeira volta na frente. Inicialmente o Leclerc parecia ter um carro mais rápido do que o de Petecof, mas ambos foram abrindo vantagem para os que vinham atrás. Leclerc parecia mais rápido nas retas, mas Petecof contornava melhor as curvas e ia segurando a ponta. Após um terço de prova, o outro francês na prova, Pierre-Louis Chovet começou a se aproximar dos líderes depois de livrar-se de Juri Vips. Isso poderia ajudar Petecof a manter a ponta. E na tarde de sábado tivemos brasileiro vibrando, no alto do pódio e hino brasileiro tocando em Paul Ricard. Nas ultimas 5 voltas da corrida o francês Leclerc procurou uma maior aproximação do nosso piloto, mas Gianluca Petecof pilotava como um veterano, mantendo o adversário a uma distância segura e contornando as curvas com perfeição. No final dos 30 minutos ele ainda cravou a volta mais rápida da prova e ao final de 16 voltas. Isso balançou Leclerc e Gianluca Petecof foi para a quadriculada. No domingo a corrida foi pela manhã como a corrida 1 e, novamente, Luca Petecof largaria na pole position e, mais uma vez, como ficou bem claro na corrida 2, largar na frente e segurar a ponta na primeira volta poderia definir a corrida. Apagadas as luzes vermelhas, Petecof largou muito mal. Depois de uma boa arrancada, ele simplesmente perdeu velocidade e foi engolido pela segunda fila, caindo para 4°. Depois de uma má largada e cair para 4°, Gianluca Petecof fez uma rápida recuperação e foi buscar a vitória. Na primeira passagem ele já recuperou a 3ª posição sobre Rasmussen e agora precisava tentar chegar da boa briga entre Leclerc e Vips pela liderança e cravou a melhor volta pra alcançar os líderes. O problema é conseguir passar nessa pista chata que é Paul Ricard, mas na 4ª volta, depois de cravar novamente a melhor volta, o brasileiro tomou a 2ª posição. Mas Leclerc tinha aberto 1,5s de vantagem e faltavam 20 minutos de corrida. Petecof reduziu a diferença para Leclerc e na volta 9 era de 0,6s, mas ele se viu na situação inversa a da tarde de ontem, quando liderava com o monegasco atrás. A distância para Juri Vips era tranquila naquela altura, faltando menos de 10 minutos para o fim da corrida. Petecof tentou um ataque nos minutos finais, mas teve que pagar o preço pela má largada e terminou em 2° na prova, mas ainda líder do campeonato. Petecof sai da França com 116 pontos. Leclerc é o 2º com 111. Mesmo tirando a diferença para o líder em poucas voltas e fazendo várias vezes a volta mais rápida, não foi possível vencer no domingo. Gente, foi o que tivemos neste final de semana para nossos pilotos que buscam chegar na Fórmula 1 e na Fórmula Indy. Um final de semana com brasileiro no alto do pódio e liderando campeonato. Mais um desafio vencido e espero que todos tenham gostado. No próximo final de semana tem mais. Um abraço a todos, Genilson Santos |