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Foco no Dakar: começa o desafio na Arábia Saudita PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 03 January 2021 23:06

Olá leitores!

 

Espero que tenham começado bem 2021, passando menos raiva do que eu passei, encontrando virtualmente os entes queridos e comemorando por terem sobrevivido a 2020. Que esse ano seja mais leve, inclusive levando embora aqueles que nos fizeram sofrer em 2020. Felizmente esse ano já começa com o pé direito no acelerador, nas areias dos desertos da Arábia Saudita.

 

Após uma largada promocional mais chata que lâmina de barbear realizada no sábado, neste domingo tivemos a primeira etapa do Rali Dakar, saindo de Jeddah (onde também será a chegada dia 15/01) e percorrendo 623km, dos quais 277 cronometrados, até Bisha. Esta segunda-feira terá o percurso de Bisha até Wadi Ad-Dawasir. Na terça-feira 05/01 teremos a primeira “etapa laço”, com largada e chegada em Wadi Ad-Dawasir, e na quarta-feira o percurso sairá de Wadi Ad-Dawasir até Riyadh. Na quinta-feira vai de Riyadh até Al Qaisumah, na sexta-feira de Al Qaisumah até Ha'il, onde sábado será o dia de descanso dos pilotos (duvido que os mecânicos terão algum descanso, mas...), voltando às atividades no domingo para a etapa de Ha'il até Sakaka.

 

Esse ano as divisões de categorias estão ainda mais complicadas, e os antigos UTVs, atuais SSVs, agora fazem parte da categoria Lightweight Vehicles, ou seja, veículos leves. Os SSVs correspondem à categoria T4, baseados em veículos de produção, e estão acompanhados dos T3 (Lightweight Prototype), veículos puramente protótipos e que correspondem ao passo imediato entre os SSVs e as categorias de carros.

 

Desde a edição passada existe uma categoria específica – na qual participam motos e quadriciclos – chamada “Original by Motul”, para os competidores que vão para o rali sem qualquer tipo de assistência, como diria um antigo slogan, “com a cara e a coragem”. Acho que a ideia é reviver o que faziam os competidores independentes de motos nos primórdios do Paris-Dakar, que iam para o deserto com a moto revisada previamente e contando com a sorte e o próprio talento para completar a competição. Claro que a Motul e a organização dão uma ajudinha para esse pessoal, com a organização propiciando o transporte de alguns itens (dentro de um baú específico providenciado pela organização) e acesso irrestrito a geradores, compressores e caixas de ferramentas e a Motul fornecendo o macaco para levantar as motos para manutenção e equipamentos pessoais como tendas, mochilas e kit de higiene, por exemplo.

 

Esse ano também apareceu a categoria Classic, para aqueles veículos que competiram nas edições dos anos 80 e 90, no formato de regularidade, largando junto com os carros modernos mas assumindo uma rota paralela menos exigente para evitar danos como superaquecimento nos carros antigos. Excelente oportunidade para rever aqueles Mitsubishi Pajero/Montero, VW Iltis, UMM e outros competidores dos primórdios do Paris-Dakar.

 

Os carros continuam divididos entre as categorias T1 (protótipos, os mais velozes da competição), T2 (carros de produção normal adaptados para as durezas da competição) e Open (permitindo a entrada de veículos com combustíveis alternativos, ou aqueles carros que competem nas competições de Baja na América do Norte), e os caminhões divididos entre os T5.1 (baseados em veículos de produção normal adaptados às exigências da FIA), T5.2 (os protótipos, aqueles mais comuns de se ver nas imagens da competição, como os Kamaz, Iveco, DAF, entre outros) e T5.3 (os “veículos de suporte rápido”, antigos caminhões da T5.1 ou T5.2 que transportam peças de reposição e podem servir de oficina móvel para ajudar outros tipos de veículos, sejam carros ou motos).

 

Essa primeira etapa teve como principal característica o ritmo forte imposto por alguns competidores, que não pareceram exatamente preocupados com o fato da competição durar duas semanas e sentaram o pé direito com fé no acelerador logo no primeiro dia. Trilhas cheias de pedras acabaram causando percalços para alguns competidores, como por exemplo Sébastien Loeb, que teve 3 pneus furados nessa etapa inicial.

 

Entre as motos, vitória do australiano Toby Price (KTM), que superou o argentino Kevin Benavides (Honda) e o austríaco Matthias Walkner (KTM) por apenas 35 segundos. Sim, 2º e 3º colocados fizeram um tempo igual. Entre os quadriciclos, vitória do francês Alexandre Giroud, que chegou quase 3 minutos à frente do italiano Giovanni Enrico e 4m46 à frente do estadunidense Pablo Copetti. Nos carros, dobradinha dos buggys da X-Raid Mini JCW, com Carlos Sainz (o original, não o filho)/Lucas Cruz chegando 22 segundos à frente da lenda viva Stéphane Peterhansel (correndo com Édouard Boulanger como navegador), com o protótipo Ford Raptor pilotado da dupla checa Martin Prokop/Viktor Chytka terminando a etapa com 4m42 de desvantagem. No tocante aos brasileiros, a dupla Marcelo Gastaldi/Lourival Roldan (Buggy Century) terminou a etapa em 11º a quase 15 minutos do líder, ao passo que a dupla Guiga Spinelli/Youssef Haddad (X-Raid) chegou em 29º, com 36 minutos e meio de desvantagem. Nos protótipos leves (T3) dobradinha da equipe Red Bull Off Road USA, e teve vitória feminina, com a espanhola Cristina Gutierrez Herrero (com o francês François Cazalet como navegador) vencendo a etapa com confortáveis 20m47 sobre seu companheiro de equipe Seth Quintero (em dupla com Dennis Zenz), com a dupla checa Josef Machacek/Pavel Vyoral em 3º. Nos SSV continua o domínio da equipe Monster Energy, fazendo 4 dos 5 primeiros colocados... e já começou com um gostinho amargo para o Brasil. A dupla Reinaldo Varela/Maykel Justo terminou em 4º lugar, a 49 segundos do primeiro colocado... MAS eles receberam uma punição de 1 minuto por entrarem a 54 km/h em uma área urbana onde o limite era de 50 km/h. Sim, logo após entrarem baixaram para o limite regulamentar, entretanto onde foi colocado o radar ainda estavam acima da velocidade prevista. Ainda assim tivemos brasileiro na frente, pois o vencedor (o estadunidense Austin Jones) tem como navegador o brasileiro Gustavo Gugelmin. Eles chegaram 37 segundos à frente dos chilenos Francisco Contardo/Juan Pablo Vinagre (2º) e 44 segundos adiante dos poloneses Aron Domzala/Maciej Marton (3º). Entre os caminhões, sem grandes novidades: vitória do Kamaz de Dmitry Sotnikov, 8 minutos à frente do caminhão checo marca Praga (sim, eu também não conhecia) de Ales Loprais (2º colocado) e 8m12 à frente do companheiro de equipe Kamaz Anton Shibalov (3º). Mau dia para a lenda da categoria Andrey Karginov, que terminou apenas em 21º, com pouco mais de 1 hora e meia de desvantagem.

 

Agora é ver como a competição se desenrola... acho que – mais uma vez – a categoria dos SSVs será aquela com competição mais ferrenha entre os participantes, até pelo fato da maioria usar o mesmo veículo, da fabricante Can-Am. E confesso estar curioso para ver o que os protótipos leves (T3) podem fazer nos trechos mais técnicos da competição em relação as carros da T1.

 

Vocês devem estar se perguntando “E cadê as previsões de Pai Alex para 2021???”... pois bem, ele tinha marcado comigo na tarde do dia 31/12, mas desmarcou de última hora e ainda não consegui a consulta com ele. Vou ver se consigo para a próxima coluna, a última antes de eu sair de férias...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini