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Quem precisa vencer é o automobilismo PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 15 January 2021 22:16

Desde o início da semana fui escalado para, depois de termos o resultado da eleição para presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, apresentar uma posição do nosso veículo de mídia sobre o pleito, que esperavamos transcorrer sem maiores conflitos.

 

Essa determinação me obrigou a buscar através dos nossos colaboradores nos estados pelo país, alguns pilotos de algumas categorias, alguns colegas da mídia e observando os movimentos nas redes sociais para tentar escrever algo minimamente legível.

 

Os quatro anos de mandato de Waldner Bernardo acabaram parcialmente mutilado por conta da pandemia e todos tiveram que se reinventar para conseguirem fazer alguma coisa em 2020, dentro e fora das pistas. Fora isso, é inegável que houve uma visível evolução em relação aos 8 anos dos dois mandatos de Cleyton Pinteiro, sobre os quais prefiro deixar os relatos ao que já foi publicado antes.

 

Não me lembro de uma eleição para a presidência da CBA com tantos votantes. 22 federações estaduais e mais a Associação Brasileira dos Pilotos de Automobilismo, que passou a ter direito a voto e sobre o qual fomos fortes lobistas junto ao então presidente da entidade para que tivéssemos o ineditismo de vermos pilotos sendo diretamente representados e com direito a voto. Para quem não sabe, isso não acontece por aí pelo mundo. Quem não acredita, pergunte para quem tem estrada e pode falar sobre isso como o Reginaldo Leme e o Livio Oricchio.

 

 Dr. Paulo Scaglione (Ex-presidente da CBA e atual vice presidente da FASP) ao lado do Dr. Felippe Zeraik, diretor jurídico da CBA.

 

Com a sessão presidida pelo representante da Federação de Automobilismo de São Paulo (FASP), o seu vice presidente e ex-presidente da CBA, Dr. Paulo Scaglione certamente saberia como conduzir o pleito, mas lamentavelmente as cenas que se seguiram obriga-nos a questionar: o que querem as pessoas que buscam ter o protagonismo no automobilismo brasileiro?

 

A chapa encabeçada por Milton Sperafico tentou impugnar os votos das federações dos estados do Maranhão, Piaui e Tocantins com a justificativa (e isso está no estatuto da CBA) que uma federação precisa realizar campeonatos de ao menos três categorias sob sua chancela e por promotores a elas filiados. Somado a isso, incluíram também a federação de Alagoas, que segundo a chapa, possui apenas 11 pilotos federados (possui 195).

 

Partamos do princípio que as alegações estariam corretas. Seriam quatro votos impugnados, reduzindo o universo dos votantes de 23 para 19. Entretanto, a chamada chapa da situação continuaria com uma vantagem de 10 votos contra 9 dos opositores. E nesta hora vem o momento mais deprimente das argumentações, onde tentaram – pela segunda vez – impugnar o voto da ABPA, como foi em 2017, dsta feita com a alegação de que a referida associação não teria feito uma “consulta pública” junto aos pilotos, quando a entidade fez esta consulta junto aos seus associados, que em sua maioria, preferiram dirigir o voto para Giovanni Guerra. Não podemos tirar desta situação o fato de no pleito passado o voto ter sido dado a Milton Sperafico e o então – e ainda – presidente da Federação Gaúcha, Sr. Carlos de Deus, ter tentado impugnar este voto em seu próprio candidato.

 

 Visão da Assembleia antes do lamentável ato de retirada por parte dos integrantes e apoiadores da chapa de oposição.

 

Só podemos lamentar o ato que se seguiu, quando os opositores decidiram por retirar-se da assembleia. Perde assim a legalidade, a democracia e o direito. O voto unitário, por muitos contestado, foi uma mudança no estatuto da Confederação Brasileira de Automobilismo estabelecida em 2008, que antes tinha os chamados votos proporcionais, referentes ao número de campeonatos que cada federação realizava, mas que foi alterado pelas próprias federações e não por uma imposição do presidente, então Dr. Paulo Scaglione.

 

Perde a democracia quando pessoas que sentam-se nas suas cadeiras nas federações que presidem há 15, 20, 25, 30 anos e falam em “mudanças”, mas não promovem as mesmas ou abrem espaço para isso em seus estados. Perde a democracia quando os pilotos, que deveriam ser os maiores interessados em serem protagonistas como estrelas maiores do espetáculo da velocidade e pouco ou nada se envolvem com a gestão do automobilismo e que deveriam fazer da ABPA uma associação de alguns milhares de pilotos e não de algumas centenas.

 

Fazendo um parâmetro com a polarização e divisão existente hoje no automobilismo que se mostrou novamente e da pior maneira nesta assembleia com a divisão extremista que vemos na nossa política e no que está acontecendo no processo pré e pós-eleitoral nos Estados Unidos, onde a radicalização pode gerar grandes danos para a história e a realidade do país.

 

 É assim que o automobilismo deve ser: minimizar as diferenças e juntos se trabalhar por automobilismo cada vez melhor.

 

Agora é hora de se fazer a coisa certa: cobrar do presidente uma gestão para todos. O presidente da CBA é o mandatário do automobilismo no país, não apenas em alguns estados ou regiões. Que as mudanças necessárias sejam feitas e que os opositores trabalhem pelo automobilismo, sendo fomentadores e também fiscais da gestão que agora começa. É assim que democracias se tornam fortes e que direitos se fazem compridos. A nós, da imprensa, caberão sempre as sugestões, cobranças, críticas e elogios quando forem o caso. Estaremos atentos.

 

Flávio Pinheiro
Assessor de Comunicação e Marketing

 

Fotos: Cortesia da CBA e do ex-presidente Waldner Bernardo 

Last Updated ( Friday, 07 May 2021 22:19 )