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Não há limite para Lewis Hamilton PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 26 February 2021 23:10

Olá fãs do esporte a motor,

 

Depois de umas “férias”, voltadas para minha defesa de tese do doutorado que está em andamento, volto para meus afazeres aqui como editora e dou uma folga para minha querida Maria, que está congelando no Canadá.

 

O conceito de “férias” está cada vem mais efêmero diante do grau de conexão em que vivemos. Ninguém consegue se desligar de suas atividades profissionais como as pessoas faziam na geração dos meus pais, onde a gente fugia para a praia em Barra Velha, litoral de Santa Catarina para virarmos polacos polenteiros cor de rosa (hahaha).

 

Apesar das férias do site, não deixei de atender meus pacientes, inclusive com a chegada de alguns novos e que, caso eles concordem, também farei colunas com base nas nossas sessões. Mas entre os que tiveram as sessões dois foram protagonistas de momentos bem interessantes: Romain, que vai correr na Fórmula Indy este ano e Lewis, com sua interminável negociação de contrato.

 

 Lewis se colocou à frente de ações em defesa dos negros e contra o racismo e a violência, levando a F1 para esta luta.

 

Lewis é uma pessoa de uma personalidade interessantíssima. Ao longo destes 6 anos de trabalho ele cresceu muito e hoje ele é uma figura pública respeitada dentro e fora das pistas. Este crescimento fora do meio do esporte a motor se deu numa curva ascendente impressionante com o posicionamento dele em causas sociais, indo das ruas as ações realizadas nas corridas da Fórmula 1.

 

Insuperável? Inalcançável? Lewis vem tomando todos os recordes estabelecidos na história da categoria e, exibindo uma forma física invejável, ale da força mental, que hoje em nada se parece com a montanha russa dos tempos da guerra contra Nico, Lewis se sentiu (e quem não se sentiria) confiante o suficiente para propor tudo o que ele desejava para o contrato que entraria em vigor este ano: mais dinheiro, menos compromissos, mais envolvimento com suas causas, três anos de duração e nada de Verstappen na equipe!

 

 Lewis e Toto fazem uma combinação vencedora e ambos sabem disso, mas nem todos os interesses são comuns.

 

Mas a Mercedes não apenas discordou dos valores, como também não concordou com o tempo de contrato, entre outros pontos, e as coisas se arrastaram até o início do mês. É claro que nem Lewis nem Mercedes iriam concordar em todas as coisas, caso contrário, um acordo teria sido feito muito mais cedo para salvar a todos de um desgaste como se viu e do risco da frustração de todos, apesar de Lewis – e certamente Toto – jamais considerou a real possibilidade de um rompimento.

 

Lewis disse que deseja que seu próximo contrato (o de 2022) não se concentre apenas nele e em seu acordo pessoal com a equipe, mas também tenha um escopo mais amplo, como a continuidade do apoio combinado à diversidade e inclusão. Isso foi algo que ele já conseguiu para 2021, com a dupla lançando uma fundação dedicada à diversidade e inclusão na F1. Este é um acordo de longo prazo, o que sugere que eles pretendem continuar trabalhando juntos. E qual seria o problema, então?

 

 Entre as mudanças para 2022, uma delas pode afetar em grande parte o comportamento dos carros: os aros de 18 polegadas!

 

O regulamento da categoria vai mudar consideravelmente para 2022 e uma das mudanças – o aro das rodas passando de 13 para 18 polegadas – foi algo duramente criticado nos testes iniciais e Lewis foi um dos maiores críticos. Novos testes acontecerão este ano e uma má adaptação dele ou não adaptação pode antecipar uma saída da categoria. Quando as regras mudaram em 2014, o tetracampeão Sebastian Vettel sofreu com as mudanças e foi superado dentro da equipe por Daniel Ricciardo. Novos testes acontecerão este ano e as coisa podem mudar na categoria.

 

No contrato de apenas 1 ano Lewis sabe que há riscos para ambos os lados em um acordo tão curto. Ele pode decidir deixar a Fórmula 1 ou buscar opções com outra equipe, e isso lhe dá alguma vantagem nas discussões, mas ele fez uma “garantia”, que foi o poder de vetar um companheiro de equipe que não seja do seu agrado. Apesar desta cláusula apontar diretamente para Max Verstappen, ela pode ser também – algo que ele não assume – um impeditivo para a promoção de George Russell, piloto Mercedes e que já mostrou ter um incrível potencial. As negociações de um contrato com uma mudança de equipe ocorre no decorrer da temporada e o contrato estará em vigor, impedindo – em teoria – a contratação de outro piloto sem que Lewis concorde, mas seria tolice acreditar que outras formas de compromisso não sejam feitas.

 

 Até onde Lewis Hamilton pode ir? Essa pergunta não tem uma resposta, mas se depender dele, não há limite.

 

Muito, então, está para se discutir nos próximos meses e, no momento, Lewis tem apenas uma coisa em mente: ser dominador na primeira metade da temporada e usar isso como o maior dos argumentos para um novo contrato que não só garanta sua hegemonia – o que já se estabeleceria com um oitavo campeonato mundial sem precedentes – mas empurrar seus números mais além, quem sabe mesmo conseguir 10 títulos, com mais de 10 vitórias e poles.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares