E aê Galera... agora é comigo! O final de ano está chegando e este é era pra ser o último final de semana da temporada de 2021, mas como em alguns anos do campeonato de futebol aqui da “República Sebastianista de Banânia”, como bem define o meu camarada e colunista aqui no site, Alexandre Gargamel, vamos ficar com um “pendura” no prego do boteco (ou seria tratoria?) da VICAR de D. Corleone. Por ter sido necessária a acomodação com corridas diurnas e noturnas no último final de semana em Interlagos, na hora que apertaram os tirantes do corpete, a melhor e mais importante categoria do automobilismo brasileiro, a Turismo Nacional, ficou sem espaço para fazer a sua rodada final. Procurei o contato de algumas pessoas ligadas à categoria (pilotos, pessoal das equipes, etc.) e o combinado é fazer esta etapa na abertura da temporada da Stock Pro-Series e da Stock Series (novo nome da Stock Light), que em 2022 vai acontecer em fevereiro. Para esse final de semana, além da final do Campeonato Brasileiro de Endurance, no sábado, à meia noite do domingo tivemos a largada para as tradicionais 12 horas de Tarumã, que no ano passado terminou com uma grande confusão, contada aqui nessa coluna. A corrida da Endurance Brasil veio com tudo para Goiânia e sem o calorão do de outros períodos do ano para a definição do título com quatro hora de corrida pela frente e, na largada, Marcelo Viana foi com tudo pra cima de Gustavo Kiryla na categoria P1 e toma a ponta, mas Kiryla veio babando e toma a ponta na volta 2. Para Marcelo Viana e Emílio Padron, o 2° lugar garantiria o título. Na GT3 Guilherme Salas tomou a ponta da categoria, mas a briga pelo título envolvia o McLaren de Marcelo Hahn, parceiro de Allam Khodair, que vinha em 3° na categoria e precisava não apenas vencer, mas colocar um carro entre eles e Cacá Bueno e Ricardo Baptista, os líderes da categoria, que começou a prova na P4 nas primeiras voltas da categoria. Na primeira fila na largada em Goiânia, os dois candidatos ao título e pela frente 4 horas de tensão (Reprodução: youtube). Gustavo Kyrila foi abrindo vantagem enquanto Ricardo Rodrigues encostou em Marcelo Viana. Preso por dois retardatários, Fernando Ohashi encostou em Ricardo Rodrigues. Na entrada para a reta dos boxes, Ohashi errou a aproximação e acertou forte a traseira do P1 de Rodrigues, tirando-o da pista e avariando a suspensão dianteira esquerda, precisando ir para os boxes. Marcelo Viana agradeceu a folga e foi virando voltas tranqüilas ao ponto de ver o P1 de David Muffato, que largou da última posição e veio voando para assumir a P2 com menos de 30 minutos de corrida. O ritmo de Viana era tão tranquilo que eles nem brigaram com Guilherme Salas, que tomou a P3 no geral com sua Mercedes GT3. Com 40 minutos de corrida o P1 de Ricardo Rodrigues perdeu rendimento e ficou lento na pista. O piloto tentou levar o carro de volta aos boxes, mas acabou ficando pela grama e foi levado para os boxes com auxílio do resgate. Ricardo Baptista conseguiu superar Marcelo Hahn que caiu para 5° na categoria e a equipe Blau não conseguia por em prática o plano para tirar o título da dupla Cacá Bueno e Ricardo Baptista. Surpreendentemente, com uma hora de corrida, nenhuma interrupção do Safety Car e com a janela de paradas aberta, as estratégias de trocas – ou não – de pilotos acontecendo. Nas paradas desta primeira hora, a equipe de Pedro Queirolo e David Muffato encontraram uma quebra no coletor, aumentando o tempo da parada, mas nada que impedisse – até o momento – a volta para a pista. As coisas também ficaram ruins para Allam Khodair, que parou o carro pouco depois de voltar para a pista. Pela posição que a McLaren parou, o diretor de prova, ele mesmo, o PIROCA (é... esse é o nome dele) precisou botar pra fora o Safety Car. Carros alinhados, 4 GT3 estavam nas 5 primeiras posições. O líder era Vicente Orige e só um dos outros carros estava na mesma volta, o P2, Alexandre Auler. Com o abandono de Allam Khodair, para Ricardo Baptista e Cacá Bueno bastava apenas terminar a corrida. Na P1, Emilio Padron vinha na P6 geral e com a mesma tranquilidade para segurar o título. Queirolo voltou para os boxes para uma revisada no problema do coletor. Precisando vencer, a dupla Vicente Orige e Gustavo Kiryla tomou a ponta e foi impondo vantagem (Reprodução: youtube). A relargada veio 15 minutos depois e Vicente Orige mandou o pé! Quem também veio pisando fundo foi Pedro Queirolo, passando por cima do pelotão, mas estava 2 voltas atrás do líder, em 5° lugar na categoria P1. Pensando no título, Emílio Padron chegou a subir para a P4 geral e o 2° na categoria P1, mas para ele e Marcelo Viana, tanto que não brigaram com o protótipo Sigma, nas mãos de José Ribeiro. Pela transmissão do Alexi Lalas, foi informado que o protótipo de Pedro Queirolo e David Muffato estava com um cilindro sem queimar, apenas 7 empurrando o #113. Demorou pra ter outra paralisação na pista. No final da curva 1, o P3 de Hugo Cibien perdeu uma roda e ficou na grama. Na mesma curva a Mercedes de Flavio Abrunhosa ficou ao contrário e o diretor de prova, ele, o PIROCA, botou pra fora novamente o Safety Car. Abrunhosa deu um cavalo de pau e voltou a tomar o rumo correto na corrida enquanto Cibien engatou uma primeira foi, em 3 rodas, de volta para os boxes pra tentar voltar para a corrida. A intervenção foi rápida, mas na relargada Henry Visconde saiu lotado na grama e pegou de lado a barreira de pneus. O PIROCA nem respirou e botou pra fora o Safety Car, A coisa deveria ir longe para ser refeita a barreira de pneus, mas o diretor de prova não demorou a dar bandeira verde. Depois de quase 50 minutos parados, a McLaren voltou pra pista com Allam Khodair, pouco antes da 2ª janela de paradas ser aberta. Não deu certo e a McLaren parou no meio da reta dos boxes. O diretor de provas, o PIROCA, botou pra fora o Safety Car no meio da janela de paradas para o carro ser rebocado para um local seguro. A bandeira verde veio com 1h46m para o final de corrida. Vicente Orige mandou o pé e deixou a briga para trás. A bandeira amarela no meio da janela complicou a vida dos líderes do campeonato na P1. Os virtuais campeões caíram para 11° e precisando chegar em 7° para somar os pontos necessários para garantir o título, que no momento passava para as mãos de Vicente Orige e Gustavo Kiryla. William Freire precisava acelerar para recolocar o protótipo #11 novamente em posição de título. E pra animar a corrida, o céu foi ficando pesado e o sol sumiu. Freire recuperou uma volta em relação ao líder, Kiryla, mas faltando 1h15m de prova ele precisava recuperar quase 40s para o 7° colocado, a Mercedes GT3 de Cacá Bueno. A chuva começou a cair em alguns pontos da pista, mas como a janela estava próxima e a pista ainda estava mais seca que molhada, os pilotos iam se segurando na pista. Faltando 3 minutos para a janela, o P1 de Gaetano Di Mauro parou no meio da pista e ele, o PIROCA, botou pra fora o Safety Car. A pista estava molhada, mas não havia spray. Gaetano Di Mauro conseguiu fazer o motor funcionar e tivemos bandeira verde pouco antes da abertura da janela de paradas. Quem fez uma hora de prova espetacular foi Sergio Jimenez, que aproveitou o Safety Car para encurtar a diferença para Marcelo Kiryla para 10s. E mesmo com pista molhada e algum spray, teve pilotos que não entraram para os boxes. Pouco antes da última janela de paradas obrigatórias, a chuva bagunçou as estratégias de corrida (Reprodução: youtube). Quem entrou nos boxes foi trocando os pneus slick por pneus de chuva. A equipe de Sergio Jimenez ficou uma volta a mais com a pista molhada e com isso perdeu tempo em relação ao P1 #444, agora nas mãos de Vicente Orige. Havia um “rio” na pista na entrada do miolo e complicando a vida de muita gente. Complicação mesmo foi a chuva diminuir muito e a pista começar a secar. Os GT3 foram colocando pneus slick novamente – Cacá Bueno, que só precisava completar as voltas para garantir o título foi o último a parar – e faltando 32 minutos para o fim, William Freire foi para os boxes... e complicou a corrida! A equipe fez um trabalho horrível e eles caíram para a 10ª posição e tinha meia hora para recuperar 3 posições para retomarem o título na categoria P1, que poderia ser decidido com o fantástico ritmo de Sergio Jimenez, que tirava diferença volta a volta para o líder, Orige. Alexandre Alder era o 3° e o líder na GT3, mas César Ramos vinha muito rápido. Com 23 minutos para o fim da corrida, o pneu de Marcio Mauro explodiu na reta, que rodou e quase pega o carro de Vicente Orige. Ele, o PIROCA, botou pra fora o Safety Car. Sergio Jimenez foi para os boxes e colocou pneus novos e de pista seca. Vicente Orige ficou na pista, com pneus gastos e de pista molhada. William Freire era o P9, precisando passar 2 carros para conquistar o título. A bandeira verde veio com 17 minutos para o fim da prova. Sergio Jimenez voou e tomou a ponta a 12 minutos do final de corrida. Com o 8° lugar William Freire era o campeão e Vicente Orige precisava vencer para conquistar o título. Na GT3 o Goleiro de Pebolim, correndo com os Billi (pai e filho) estava na liderança, numa disputa com César Ramos e Julio Campos, mas o título estava nas mãos de Cacá Bueno. Julio Campos e César Ramos trocaram tinta e o Goleiro de Pebolim agradeceu! Na antepenúltima volta, William Freira quase colocou tudo a perder numa freada dividida com o P3 de Marcelo Peixoto. Freire levou o carro de Padron e Viana para o título. Cacá Bueno confirmou o título em dupla com Ricardo Baptista. Nas demais categorias os campeões foram: na P2, Fernando Poeta e Cláudio Ricci; na P3, João Pedro Maia e Tiel Andrade; na GT3 Light, Sérgio Ribas e Guilherme Ribas; na GT4, André Moraes Jr. e Cássio Homem de Melo; e GT4 Light, Chico Horta e Nelson Monteiro. A pista secou e, numa entrada do Safety Car, Sergio Jimenez parou, trocou os pneus e foi para a liderança (Reprodução: youtube) Para coroar a temporada, tivemos as 12 Horas de Tarumã, no veloz e desafiador circuito gaúcho. Se eu for comentar 12 horas de corrida a minha editora, Chica da Silva, a Rainha da Bahia vai surtar lá no Canadá. Vou fazer um resumão pra evitar confusão. Afinal, ainda temos que fazer as pílulas. Na manhã de domingo fui prestigiar meus camaradas Pedro Malazartes e o Urso do Cabelo Duro na transmissão, mas a transmissão foi feita por Rodrigo Vicente e Fabiano Bernardes, que fizeram uma ótima transmissão. Com os carros largando em diagonal na reta dos boxes, os pilotos partiram para as 12 Hs de Tarumã (Reprodução: youtube). Desta vez não teve confusão no final da corrida. Quem lembra da minha coluna no ano passado, comentei o que aconteceu – inconformado – com a decisão dos ‘comissacos’, que tiraram a vitória de Fabiano Cardoso (um dos melhores pilotos de turismo de baixa cilindrada do país). Este ano os vencedores, Analino Sirtuti / Jonas Simon, ao volante de um GM Onix, fizeram uma corrida muito bem planejada e receberam a bandeirada com uma volta de vantagem para o 2° colocados, Leonardo Flores / Alex Sitron / Diego Mariante, ao volante de outro Onix. Foi um bicampeonato da dupla, que venceram na edição de 2019. O terceiro colocado foi da dupla Alex Ribeiro / Christian Matuzalém (que não é parente do comentarista de automobilismo da F1), ao volante de um GM Corsa. A madrugada foi agitada e cobrou um preço alto de alguns dos favoritos à vitória (Reprodução: youtube). Apesar da vantagem de uma volta para o 2° colocado, os vencedores e a equipe teve seus perrengues durante a longa prova (e corrida longa tem disso). Logo depois que assumiram a ponta e abriram uma vantagem relativamente tranquila, o carro dos líderes parou na Curva do Laço, com problemas. Eles conseguiram retornar aos boxes e os reparos feitos consumiram uma volta inteira e eles retornaram para pista uma volta atrás dos novos líderes. Foi preciso um bom ritmo e uma boa estratégia de paradas para recuperar a volta e depois recuperar a ponta por volta das 8 horas da manhã, numa disputa dura por 4 voltas com o segundo colocado. Alguns favoritos ficaram pelo caminho e isso é algo que sempre pode acontecer em corridas tão longas. A equipe de Fabiano Cardoso / Tiago Tambasco / Maicon Roncen tiveram problemas durante o período noturno e a corrida acabou para o trio quando uma batida de frente na curva 1, a mais rápida do circuito. Os vencedores do ano passado também ficaram longe da vitória. Depois de sofrerem com problemas durante a madrugada e perderem 10 voltas para o líder, o trio Paulo Preto / Guto Rotta / Luiz Moroni foram competidores honrados e levaram o GM Celta #3 até a bandeirada, na 8ª posição, 11 voltas atrás dos vencedores. Já pela manhã, a disputa na pista pela liderança e o Onix #8 tomou a ponta e seguiu para a vitória (Reprodução: youtube). Como sempre acontece, as 12 Horas de Tarumã são um grande espetáculo de competição e dedicação em um estado onde – apesar das derrapadas políticas com gente se eternizando no poder – o espírito competitivo dos preparadores, mecânicos e pilotos, que são a alma e a essência do automobilismo gaúcho desde os tempos da Equipe Galgos Brancos, que consagraram os irmãos Andreatta. Ano que vem, tem mais! Sessão Rivotril. Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana. - Como eu já havia falado em setembro nesta coluna, a Stock Car vai fazer uma corrida no aeroporto do Galeão. A notícia correu em um site de aviação e muita gente achou que o Ogro do Cerrado estava “viajando na margarina”... não estava! - Eu achava que, com a obra em Brasília atrasada, poderia ser o local de encerramento da temporada, mas como rola muito negócio e essas coisas de HC, etc. até onde ia ser viável fazer isso no Rio em pouco tempo, o negócio foi fazer um bem bolado com o pessoal da FASP e juntar tudo em Interlagos onde sempre rolam mais negócios. - A destruição do Autódromo de Pinhais ganhou tons épicos neste final de semana, com uma escavadeira indo pra pista e arrancando uma parte do asfalto até serem parados... primeiro por dois defensores do autódromo. Uma pessoa se colocou na frente da escavadeira e outra do caminhão. - A demolição foi paralisada por uma ação judicial onde o grupo que defende a permanência do circuito pediu o tombamento da área como patrimônio histórico e cultural. É um processo desgastante para todos. No momento, depois do estrago feito. Os cretinos (o adjetivo não era bem esse...) tinham diversos lugares pra começar o trabalho, as arquibancadas, por exemplo, mas foram direto para o asfalto. Agora está tudo parado... até quando, não sabemos. - Durante a transmissão do Endurance Brasil, o comentarista que puxa o saco do patrocinador (eu tenho um vídeo com ele aparecendo e a legenda com seu “nome plebeu”), tentando encher linguiça, falou que estavam acontecendo menos batidas na corrida porque o nível dos pilotos está aumentando... Meu Jesus Cristo (a expressão com 3 palavras não era bem essa...), o nível dos pilotos é o mesmo, os pilotos são os mesmos, mas como a pontuação é progressiva (a corrida valia uma quantidade de pontos muito maior que nas etapas anteriores), um acidente e a não marcação de pontos seria uma perda maior do que nas etapas anteriores. - A Band fez uma retrospectiva da F1. Eu tentei evitar assistir para não me aborrecer e desfrutar um tranqüilo domingo com meus cortes maturados de entrecote e meus litrões de cerveja puro malte, mas meu moleque inventou de ligar a televisão justamente na hora que falavam sobre as novas rodas do carro de 2022 e a Chapolim Colorada perguntou para os especialistas de automobilismo “o que seria isso de 18 polegadas?” O “Meu Jesus Cristo” (a expressão com 3 palavras não era bem essa...) foi ouvido num raio de 10 km! E o diâmetro do que seriam (e onde) essas 18 polegadas também! Custa-me crer que alguém tenha conseguido entrar numa universidade – pior – se formado e fazer este tipo de pergunta. Felicidades e velocidade, Paulo Alencar Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |