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As previsões de Pai Alex para o esporte a motor em 2022 PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 10 January 2022 08:36

Olá leitores!

 

Eu confesso que achei que as previsões do Pai Alex não viriam; como ele passou os últimos tempos fazendo novos cursos para se aperfeiçoar em sua mediunidade, as vagas para atendimento estavam muito reduzidas, além do terreiro dele ter sofrido alguns ataques de alguns moradores neopentecostais que se mudaram lá para perto, o que levou a ficar alguns dias fechado para reformas. Mas finalmente na última sexta-feira consegui um horário para ser atendido a fim de repassar para vocês as previsões para 2022 no mundo do esporte a motor. De cara, além do muro (bem) mais alto, a presença de dois seguranças na porta era uma visível diferença. Atrás deles mais dois seguranças com cães, um Dobermann e um Pitbull. Bom, se houver outro ataque de intolerância religiosa, acredito que a chance de insucesso é considerável...

 

Fui chamado para a sala de atendimento e encontrei Pai Alex já sentado no chão, fumando um cachimbo, com os búzios, tarô e runas a postos para nossa sessão. Após os cumprimentos iniciais, perguntei sobre o que está previsto para a Fórmula Um esse ano. Após duas baforadas e um grande gole no copo de bebida com gelo que estava ao lado (parecia gim; ao menos o copo que ele me ofereceu, era gim), embaralhou as cartas, fez uma breve oração, e disse “Muita agitação; tudo parece um mar encrespado. Quem perdeu a frente (Mercedes, eu presumo) vai vir com força total, e o adversário (Red Bull, creio) vai ter que brigar muito pra manter a frente. E vai ter mais gente nessa disputa, gente que até agora estava só olhando o que acontecia na frente, e que pode usar a experiência em outros lugares distantes para chegar lá”. Experiência em outros lugares... será que a experiência com efeito solo na Indy pode ajudar McLaren e Haas? Pode ser. Afinal, não é só o efeito solo que vai ter que fazer o pessoal correr atrás de novas soluções: até ano passado, bastava fazer uma suspensão dura feito uma pedra que o perfil relativamente alto do pneu fazia uma parte do trabalho; agora com rodas maiores e perfil baixo, a suspensão vai ter efetivamente que trabalhar, e esse será um desafio no projeto dos carros de 2022. Perguntei se tinha algo mais que pudesse falar sobre a Fórmula Um, e ele deu mais alguns goles (esvaziou o copo, na verdade), outras baforadas, leu novamente as cartas, jogou os búzios, e afirmou que a agitação também vai acontecer fora da pista, “muita confusão por trás da cortina”, nas palavras dele. Pode ser ou algo na FIA ou nos bastidores mesmo envolvendo os responsáveis pelas equipes, o total da fala não deixou claro. Eu diria que ambos...

 

Perguntei então sobre as categorias que apontam para o futuro, as de carros elétricos. Ele reabasteceu o copo dele e completou o meu (que estava pouco acima da metade), fumou mais um pouco do cachimbo, leu as cartas e dessa vez consultou também as runas. “Caminhos diferentes, com finais diferentes. Tem quem está subindo e vai continuar subindo, tem quem está descendo e vai continuar descendo, e tem quem vai mudar de direção. Tem que pensar muito e usar bastante a cabeça pra não ir pro fracasso sem volta”. Bom, aparentemente a Extreme-E (que eu vi como um caminho ascendente em 2021) deve continuar melhorando, as outras duas eu fiquei na dúvida sobre qual seria a Fórmula E e a Moto E. Não tenho como opinar a respeito das previsões nesse campo...

 

Questionei então a respeito das categorias norte americanas. Terminou o copo de gim, chamou o assistente com uma campainha (esqueci o nome do rapaz, lembro que era... exótico, por assim dizer, mas fiquei com vergonha de perguntar) e pediu novos copos e nova bebida. Enquanto o rapaz trazia o Bourbon e outros copos, deu diversas baforadas no cachimbo e consultou novamente as runas e as cartas. Saiu uma longa previsão, que vou tentar destrinchar para vocês. Na NASCAR, “quem foi campeão pode ser de novo, mas vai ser muito difícil, pois tem rival querendo se reerguer”, ou seja, a temporada de 2022 já foi ótima e a de 2022 tem tudo para ser daí para melhor. Na IMSA (“os carros que correm por muito tempo”) aparentemente deverá ter uma embaralhada nas cartas da categoria... como são várias categorias dentro de um final de semana de competição, não ficou exatamente claro, mas novos nomes devem aparecer com sucesso, o que sempre é interessante. Na Indy, ele só disse que “quem estava com pouca confiança vai recuperar e vai ganhar corridas e disputar o título”. Confesso que o rol de envolvidos nesse ponto é razoavelmente grande... houve épocas em que os guias davam previsões mais precisas; seria efeito de 2020? Creio que sim. Lembro do quão acabrunhado ele estava quando fui pedir as previsões pra 2021...

 

Perguntei então das motos, e as runas entraram em ação. Após algumas leituras, ele pegou os búzios e jogou algumas vezes. Logo de cara, informou que “o rapaz adoentado” vai se recuperar, mas nunca mais vai andar tão rápido como antes. Também leu que a sede do título vai mudar de lugar (será que enfim a Ducati vai fazer um campeão depois do Casey Stoner?) e que “novos lobos vão chegar mordendo os lobos mais velhos”. Esperemos... nessa parte eu não entendi bem se seria o pessoal novo que já está lá que vai crescer de desempenho ou se seria gente vinda de categorias abaixo. De qualquer forma, também tem um número razoável de pilotos para os quais essa previsão pode servir... de qualquer forma sempre é bom ver novos nomes disputando a liderança. E de previsões em previsões, de leituras em leituras, mais uma garrafa se esvaziou. Novamente ele chamou o assistente, que dessa vez trouxe um litrão de vodca praticamente incrustado num bloco de gelo e novos copos. Para mim ele também trouxe uma garrafa de água com gás, já que não tenho a resistência etílica do Pai Alex.

 

Perguntei então sobre o automobilismo nacional, e ele trocou o cachimbo por um charuto e praticamente apenas consultou os búzios. Com um ar grave, anunciou que “um lugar de corrida se perdeu, e tem mais lugar que vai deixar de receber corrida”, o que parece ser o prenúncio de outra(s) pista(s) tendo o triste destino do autódromo de Pinhais... continuou: “Muita dificuldade, pouco dinheiro, e quase sem solução a vista”. Aparentemente o ano eleitoral fará o já escasso dinheiro disponível legalmente no país ter outros destinos... enfim, torçamos. Acrescentou que “Tem categoria que existe e pode minguar, e outras que iriam crescer, mas no máximo vão ficar onde estão”.  Se isso não for uma previsão pessimista, não sei o que seria.

 

E os pilotos brasileiros lá fora, Pai Alex? “Quem tem sucesso vai continuar tendo, mas a dificuldade pra chegar lá em cima está maior que nunca. Muito trabalho pra quem quiser crescer, e mudar de caminho pode ser uma alternativa, ter cartucho não ajuda mais como já ajudou”. Ou seja, nunca foi fácil, mas agora piorou. Questionei ao menos se esses que já estão bem estabelecidos lá fora terão chance de conquistar títulos, e a resposta não foi das mais animadoras: “Para trabalho bem feito sempre terá recompensa, mas vai ter que trabalhar mais bem feito ainda pra alcançar a recompensa”. Ó vida, ó céus, mais dificuldades ainda? Enfim...

 

Nesse momento o assistente chegou informando que o horário marcado estava no fim e o próximo cliente já estava aguardando. Agradeci enormemente Pai Alex, ele me deu um patuá “para sua proteção, tem muita energia negativa por aí” e nos despedimos ali. O difícil depois foi achar uma condução de volta pra casa, já que os carros de aplicativo não estavam atendendo mais as cercanias do terreiro de Pai Alex e demorou um pouco para achar um táxi que viesse me buscar lá.

 

Quanto a mim, nas próximas duas semanas não serei eu a redigir a coluna, provavelmente o texto estará nas mãos do Capitão Pinheiro, estarei aproveitando minhas férias longe de São Paulo. Por oportuno, comunico que na noite de 09/01/2022 o site da Copa Truck AINDA não tinha nem o resultado da última corrida da temporada, quanto mais o calendário de 2022... depois o Shrek vem dando canelada no assessor de imprensa e a “imprensa especializada” fica cheia de não-me-toques com as críticas... difícil esse país aqui, viu. Cuidem-se e juízo...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.