Olá leitores! Espero que estejam todos bem. Apesar de definitivamente não ser um fã da Fórmula 2 (no geral, me lembra muito o ensino médio em escola particular, um bando de adolescentes filhinhos de papai um querendo aparecer mais que o outro, não importa o meio nem como), mas não tenho como não dar os parabéns ao Felipe Drugovich, que fez uma corrida muito boa e se manteve a salvo do pessoal dirigindo como paulistas tentando sair pra viajar num feriado prolongado. Foi um final de semana no qual, enfim, as coisas deram certo para ele. Agora é tentar manter a boa fase pelo menos até o meio da temporada para criar uma certa “gordura” na pontuação para a fase final. A Fórmula 1 foi até a Arábia Saudita para uma corrida noturna em uma pista que, sendo praticamente a beira mar, é muito mais bonita durante o dia que a noite. Evidentemente, qualquer visita da categoria ao Oriente Médio é um prato cheio para os péssimos jornalistas “especializados” que não sabem separar o país em que acontece a prova da corrida em si escreverem ou falarem bobagens por atacado. Sim, a Arábia Saudita têm lá seus problemas (como TODO país), mas não é motivo para os “especializados” ficarem potencializando as críticas à pista. Que pode ser melhorada sim, como praticamente toda pista no mundo, afinal a perfeição não existe, exceto em casos muito específicos e pontuais. O ponto em que o Mick Schumacher bateu, por exemplo, merece um soft wall, assim como outros trechos da pista em que se tem curvas velozes com o muro de concreto aguardando o piloto. Isso, principalmente com a grana que os árabes têm, pode facilmente ser resolvido no futuro. O importante é, a pista de Jeddah propicia corridas muito, mas infinitamente melhores, que a porcaria da pista de Montmelò, que infelizmente não sai do calendário por nada no mundo. E não estou dizendo que a corrida desse final de semana foi especialmente interessante, na verdade o interesse existiu praticamente nas últimas 15 voltas apenas, com os 2 primeiros terços da corrida tendo um eficiente efeito soporífero (e mais uma vez esqueci de gravar a corrida para me ajudar a dormir quando tiver insônia...). E o que se viu nas últimas 15 voltas da corrida foi uma disputa feroz mas leal entre dois pilotos, sem que um jogasse o outro no muro a mais de 200 km/h como um badalado piloto inglês fez ano passado... a vitória do Max Verstappen foi merecida, ele insistiu, estudou o adversário, e fez a manobra de ultrapassagem em um lugar que não permitia o troco quase imediato como aconteceu pouco antes. OK, a bandeira amarela no Setor 1 da pista por conta da incapacidade dos fiscais de retirarem rapidamente os carros que abandonam também ajudou, mas não se pode dizer que foi uma vitória casual. Logo atrás dele vieram os dois carros da Ferrari, Leclerc em 2º e Carlos Sainz em 3º, e Leclerc realmente vendeu bem caro a vitória pro Max. A escolha de um acerto aerodinâmico favorecendo o desempenho nas curvas ao invés da velocidade nas retas atrapalhou um bocado a tentativa de manter o Max atrás, porém o resultado final ainda foi altamente positivo tanto para o piloto como para a equipe. Sainz foi atrapalhado pela lentidão dos comissários em decidirem quem estava na frente em uma das saídas do pit-lane, e aí acabou perdendo a chance de ir incomodar os dois primeiros colocados lá no fim da prova. Mas, novamente, levando em conta a conjuntura geral, resultado excelente. Quem não estava muito feliz foi Sérgio Pérez, que após conquistar no sábado sua primeira pole na F-1 esteve 2 vezes nos boxes para troca de pneus no momento “errado” em relação ao safety-car. Acontece... mas poderia ser pior. Pérez poderia estar no carro do Hamilton, que tanto se esperava que boicotasse a corrida por conta de suas posições e seu ativismo político, e... apesar de não ter boicotado abertamente, na prática... bem, ficou no Q1 no sábado, largou lá atrás, e o menos pior que conseguiu foi terminar em 10º lugar, tendo perdido disputa na pista para ninguém menos que Lance Stroll... acredito que pode-se dizer sim que Hamilton boicotou o GP da Arábia Saudita. Em tempo, Russell foi melhor e levou o carro a um bom 5º lugar. Um bocado de gente abandonou, mas a única equipe que conseguiu não levar nenhum carro até a bandeirada foi a Williams... que dureza. E a NASCAR foi até Austin para sua primeira corrida em circuito misto da temporada. A prova demonstrou que além daquelas pistas ovais com mais de 20° de inclinação, o carro da nova geração também consegue propiciar espetáculo nos mistos. Ou ao menos no COTA. Enfim, o que vimos no Texas – além de um calor intenso que castigou carros e principalmente os pilotos – foram disputas acirradas e uma última volta de tirar o fôlego. Os dois primeiros estágios foram relativamente tranquilos, com Daniel Suárez conseguindo a vitória no 1º e Denny Hamlin no 2º. Aí veio o estágio final... e uma sequência de bandeiras amarelas nas voltas finais levou a um final com prorrogação, que foi absolutamente proibido para cardíacos. Merecida 1ª vitória de Ross Chastain e merecida 1ª vitória da equipe Trackhouse, sobrevivendo a uma ensandecida tentativa do Allmendinger de obter a vitória a todo e qualquer custo. Em 2º chegou Alex Bowman, de longe o melhor piloto da Hendrick nessa corrida, seguido por Christopher Bell em 3º, Chase Elliott em 4º e com o ótimo Tyler Reddick fechando o Top-5. E claro que uma vitória do Chastain teria que ser comemorada com uma melancia, fruta que os pais dele plantam num sítio na Flórida. Espero que seja a primeira de muitas vitórias, o garoto é bom. Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |