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A perigosa estreia do TCR no Velocittà, a MotoGP na Argentina e a NASCAR em Richmond PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 04 April 2022 08:33

Olá leitores!

 

Como vocês estão? Certamente mais descansados que esse vosso escriba, para o qual faltam horas no dia... mas a vida é assim mesmo. E equilibrando o tempo entre a pista, os treinamentos físicos necessários ao bom desempenho nas pistas e os estudos universitários, nossa representante na WSeries alcançou mais um objetivo e nesta semana comunicou sua formatura no curso de Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E já começo a coluna dando os PARABÉNS (em caixa alta mesmo, com toda a pompa e circunstância necessárias) para a Bruna, que ao receber o diploma já se tornou uma jornalista melhor que pelo menos metade da imprensa especializada em automobilismo no Brasil... os outros 50% ela alcança em breve, podem estar certos. Com certeza ela não deve defender a adoção de luvas antichamas de 20mm (sim, 2 centímetros) de espessura como um flutuante jornalista que possui fiel séquito de bajuladores e ama bloquear quem o critica nas redes sociais... enfim, muito sucesso em tudo que fizer, Bruna!

 

E nesse final de semana começou mais uma temporada de uma das categorias que eu mais torço para dar muito certo no Cone Sul, a TCR South America. Infelizmente, por questões sócio-político-econômicas ela jamais terá por essas bandas o grande volume de carros que as suas irmãs do primeiro mundo têm, mas é uma oportunidade de ouro para pilotos brasileiros terem contato com carros de corrida no mesmo patamar do que se encontra na Europa e, principalmente, ter contato com pilotos de países com mais tradição no automobilismo que nós, no caso Argentina e Uruguai, assim como com diretores de prova que são menos paternalistas que os brasileiros. Por que esse introito, Alexandre? Ora, a categoria começou sua temporada em um autódromo que não foi concebido para disputas intensas, mas para disputas de track day, hot lap, até mesmo automobilismo indoor (como era a finada copa Lancer, que competia apenas e tão somente naquela pista), mas que realmente deixa a desejar no quesito receber competições mais acirradas. Quantas e quantas vezes já vimos o quão perigosa é a saída dos boxes do Velocittà nas corridas de Stock Car? Pois é, esse é apenas um dos pontos que mostra a finalidade para a qual foi feita a pista. Sim, o lugar é lindo, as placas indicando a distância para a frenagem da próxima curva são engraçadinhas, assim como os nomes das curvas, as subidas e descidas da pista tornam a direção lá bem interessante... mas serve para competições “comportadas”. Quando a competição não é “comportada” e o diretor de prova não é brasileiro, pode ser que situações complicadas como a da segunda corrida da primeira etapa aconteçam. Mas não coloquemos o carro na frente dos bois, afinal a corrida 1 foi bem interessante. Essa primeira etapa do campeonato marcou a estreia da Bia Figueiredo na categoria, em uma categoria que certamente é um ótimo meio para voltar à ativa após um tempo afastada se dedicando à maternidade. Também tivemos novos carros na pista: a equipe W2 Pro trouxe os Seat Cupra e a equipe PMO Racing esse ano vai de Peugeot 308. E logo na primeira corrida os Cupra já disseram ao que vieram, com Raphael Reis liderando a corrida de ponta a ponta e Antônio Junqueira chegando em 4º na Geral, obtendo a vitória na categoria Trophy. Raphael foi acompanhado no pódio por Fabricio Pezzini (Lynk & Co) no 2º lugar e por Juan Angel Rosso (Honda) em 3º. Bia (Audi) chegou a andar em 6º lugar, mas acabou perdendo um pouco de rendimento no final e terminou em 9º lugar. A segunda corrida já começou com enrosco na largada, que levou ao imediato acionamento do safety-car; corrida relargou na volta 3, só que dessa vez quem ficou pelo caminho foi Antônio Junqueira... e aí veio o lance polêmico: o diretor de prova argentino, achando que estava num dos autódromos de sua terra natal, deixou a prova rolando enquanto o carro era resgatado. Bom, quase o pelotão acertou a equipe de resgate quando passou a toda velocidade, disputando posição, pelo local do resgate. Nas amplas e bem projetadas pistas argentinas, talvez dê para fazer esse tipo de coisa sem neutralizar a corrida com safety-car... nos “técnicos” autódromos tapuias, sem condições. Apesar do grande susto, felizmente ninguém foi atropelado no procedimento e aí então o diretor acionou novamente o safety-car para evitar novos problemas. Após a relargada na volta 9 as disputas continuaram intensas, com destaque para Pablo Otero (Peugeot), que trocou tinta com praticamente todo mundo, mostrando como se compete em uma prova de TCR. Aparentemente os comissários ao final da prova acharam que ele se excedeu, de forma que ele acabou perdendo o 3º lugar conquistado na pista e – com a punição recebida – terminou oficialmente em 9º lugar. Tivemos dobradinha da equipe PMO Motorsport e seus sedãs chineses Lynk & Co no pódio, com Fabricio Pezzini em 1º e Manuel Sapag em 2º. O 3º lugar na classificação oficial foi herdado por Raphael Reis. Próxima etapa será em Interlagos, pista com mais espaço para as disputas da categoria, e onde em tese teremos menos probabilidade de problemas...

 

O Mundial de Motovelocidade foi até a Argentina para sua etapa na maravilhosa pista de Termas de Rio Hondo, autódromo moderno, seguro, com todos os tipos de curva e – ainda assim – com muito mais retas que as “técnicas” pistas tabajaras. A programação teve que ser comprimida em 2 dias pois, graças ao planejamento feito por um “jênio” da logística, um atraso ocorrido na saída das motos lá da Indonésia fez com que aquilo que deveria ser uma sexta-feira de treinos livres se transformasse numa sexta-feira de acompanhamento do vôo trazendo os equipamentos lá do outro lado do mundo... no fim acabou dando tudo certo, ainda na própria sexta o equipamento foi entregue no autódromo e os mecânicos trabalharam rapidamente para deixar tudo pronto para os treinos e classificação do sábado. Na Moto 3, os narradores da transmissão brasileira estavam super-hiper-mega empolgados com Diogo Moreira largando em 10º, e quase tiveram surtos de felicidade nos momentos em que ele andou em 4º e 5º lugar; infelizmente pachequismo não aumenta o desempenho da moto, e o competente piloto brasileiro terminou em 6º lugar, o melhor colocado dentre aqueles correndo com KTM, o que mostra o quanto ele é bom e tem potencial a ser desenvolvido... basta ele conseguir manter a cabeça fria e não “entrar na pilha” da imprensa que a coisa vai adiante. Se começar a acreditar nos “pachecos” e se achar o Giacomo Agostini tabajara, lascou tudo. A disputa lá na frente foi bem intensa nas últimas voltas, e a vitória – com méritos – ficou para Sérgio García, que na última volta passou duas motos da poderosa equipe Honda Leopard (Tatsuki Suzuki e Dennis Foggia) com sua GasGas para conseguir sua primeira vitória em 2022. Foi acompanhado no pódio por Foggia em 2º e Ayumu Sasaki (Husqvarna) em 3º, se recuperando de uma punição de volta longa. Na Moto2, o topo do pódio ficou com um dos pupilos do Dottore: vitória de Celestino Vietti, do VR46 Racing Team; e a festa indonésia deve ter continuado, já que Somkiat Chantra, vencedor da etapa anterior, chegou em 2º lugar e seu companheiro na Idemitsu Honda Team Asia, Ai Ogura, terminou em 3º. Chantra esteve na liderança por algumas voltas, e certamente vendeu caro a vitória, já que Vietti teve de insistir muito até enfim conseguir fazer a manobra correta sem “receber o troco” depois. Na MotoGP tivemos uma lição de persistência: após 200 corridas, finalmente Aleix Espargaró conseguiu sua primeira vitória. Um sinal foi dado no sábado, quando ele conseguiu a pole position, mas logo na largada ele perdeu duas posições e teve de usar o cérebro e a paciência para recuperar a liderança. Trabalho que foi duro, pois Jorge Martin não facilitou nem um pouco as coisas, mas que compensou ao final. Jorge Martin conquistou mais um ótimo resultado para a equipe satélite da Ducati sobre a equipe oficial ao terminar em 2º, e Alex Rins chegou em 3º logo a frente do seu companheiro – e campeão de 2020 – Joan Mir, que teve o desprazer de ser chamado na transmissão de “Jamir”... huge facepalm. A melhor Ducati oficial chegou em 5º, cinco segundos atrás do Martin... agora é ver se as motos conseguem chegar até 5ª feira em Austin para termos treinos na próxima sexta.

 

A NASCAR foi até Richmond, onde os carros New Generation fizeram uma prova “old school”, fortemente baseada nas estratégias por conta da quase ausência de bandeiras amarelas. E esse tipo de corrida baseada em estratégia geralmente acaba favorecendo pilotos mais cerebrais; foi o que aconteceu neste domingo. Enquanto os dois primeiros estágios foram vencidos por pilotos mais arrojados e que tradicionalmente já procuram ficar na liderança desde as primeiras voltas (1º estágio ficou com Ryan Blaney e o 2º com Martin Truex Jr.), quietinho, quietinho, veio lá do meio do pelotão, crescendo paulatinamente na corrida, para assumir a liderança a 5 voltas do final e lá permanecer, Denny Hamlin. Sim, nesse tipo de corrida ele é um mestre, e fez valer toda a sua experiência para obter a primeira vitória nessa temporada de um piloto com idade acima de 30 anos. Em 2º chegou outro piloto bem experiente, Kevin Harvick, que tentou bravamente passar Hamlin mas não foi bem sucedido. Em 3º terminou William Byron, que liderou 122 das 400 voltas, tinha grandes esperanças de conseguir a vitória... mas acabou tendo de se contentar em ser o melhor Chevrolet da prova. Martin Truex Jr. terminou em um ótimo 4º lugar (fazia muito tempo que não víamos 2 Toyota entre os 5 primeiros) e o atual campeão Kyle Larson fechou o Top-5.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.