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Duas colunas em uma! Pilotos de Pernambuco voam na Itália e nos EUA. Kiko Porto Vence em Mid-Ohio PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 04 July 2022 19:00

Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!

 

Nesse final de semana como tivemos uma verdadeira maratona de corridas e um mega textão seria inevitável, eu tive uma ideia: fazer dois textos! Vamos fazer rodada dupla nesse final de semana como experiência. As editoras aprovaram a ideia e eu espero que os leitores também aprovem.

 

Neste texto farei a cobertura da categoria de acesso da Fórmula Indy, a PRO2000, com Francisco ‘Kiko’ Porto, em Mid-Ohio, e a FIA Fórmula 4 italiana, com a etapa de Vallelunga, com Rafael Câmara defendendo a liderança do campeonato e também com Emmo Fittipaldi Jr., categorias que as provas posso acompanhar pela internet.

 

Na outra coluna (as duas serão publicadas no final do domingo) teremos o acompanhamento das categorias suporte da Fórmula 1 em Silverstone, com a FIA Fórmula 2, onde correm Felipe Drugovich e Enzo Fittipaldi, e também a FIA Fórmula 3, onde temos Caio Collet. As duas categorias que posso acompanhar pela TV por assinatura.

 

FIA Fórmula 4 Italiana

A categoria mais competitiva entre as categorias de entrada para acesso à Fórmula 1, a FIA Fórmula 4 italiana foi para Vallelunga, cumprir a 4ª etapa do campeonato e Rafael Câmara tendo que defender a liderança do campeonato diante de um dominador Andréa Kimi Antonelli, simplesmente imparável nas últimas corridas da categoria.

 

 

Além do pernambucano, Emmo Fittipaldi Jr. vem evoluindo prova a prova e, nesta etapa, teremos mais dois brasileiros, ambos pela Cram Motorsport: Nicholas Monteiro – que já correu em Spa-Francorchamps – e Nelson Neto. São 38 pilotos inscritos para essa etapa. Um processo de aprendizado muito interessante para esses pilotos em contato com a categoria de entrada mais competitiva do mundo.

 

 

Na quinta-feira foram feitas duas sessões de testes coletivos. Nos tempos combinados das duas entradas em pista, Rafael Câmara foi o P3, Emmo Fittipaldi Jr. o P13, Nicholas Monteiro o P36 e Nelson Neto o P37. Na sexta-feira tivemos os treinos livres e no primeiro treino Rafael Câmara mostrou força e ficou com a P1. Emmo Fittipaldi Jr. não conseguiu repetir a performance do dia anterior e ficou com a P20. Nelson Neto foi o P34 e Nicholas Monteiro o P36. Na segunda sessão Kimi Antonelli recolocou ordem na casa e Rafael Câmara ficou com a P2. Emmo Fittipaldi Jr. conseguiu alguma evolução e subiu para a P17. Nelson Neto foi o P34 e Nicholas Monteiro o P36.

 

 

Na manhã do sábado aconteceram os treinos de classificação para as três corridas. Rafael Câmara tentou, mas acabou ficando como “o melhor do resto”, com Kimi Antonelli garantindo o primeiro lugar para as três provas. Emmo Fittipaldi Jr. conseguiu ficar entre o 15° e o 17° lugar. Os outros dois pilotos brasileiros, que estão “descobrindo a Europa”, ficaram em todas as provas acima da P30 no competitivo grid de 38 carros.

 

Na tarde do sábado os 38 pilotos voltaram à pista para a primeira das três corridas da etapa de Vallelunga numa escaldante temperatura de 35°C. Rafael Câmara estava largando na P2, com 4 carros da Prema nas duas primeiras filas. Emmo Fittipaldi Jr. largava na P18. Nelson Neto saía na na P33 e Nicholas Monteiro na P34.

 

 

Rafael Câmara não largou bem, mas manteve a P2 Fittipaldi fez uma grande largada e subiu para a P15, Nicholas Monteiro também largou bem, subindo para a P31 e Nelson Neto manteve sua P33. Na primeira volta Rafael Câmara foi pra cima de Kimi Antonelli. Emmo Fittipaldi Jr foi superado na volta 2 por Charlie Wurz que ficou parado no grid na largada enquanto Nicholas Monteiro se envolveu num acidente e complicou sua corrida. Nelson Neto ganhou com isso e subiu para a P30.

 

Com o passar das voltas, lentamente Kimi Antonelli foi abrindo vantagem para Rafael Câmara e, com um terço de prova, essa chegava a 1s. Na volta 7 Nikhil Bohra conseguiu superar Emmo Fittipaldi e o brasileiro foi para a P17. Nelson Neto era o P33. Rafael Câmara trocava voltas mais rápidas com Kimi Antonelli, mas a diferença estava aumentando e chegava a 1,4s. Nikita Bedrin superou Emmo Fittipaldi Jr. e tomou a P17 do brasileiro.

 

 

Um carro foi pra brita faltando 12 minutos pro fim e isso agrupou o pelotão, dando uma chance para Rafael Câmara atacar pela ponta. A bandeira verde veio com 5 minutos para o final da corrida e mesmo não tendo largado tão bem, Rafael Câmara foi para o ataque pela liderança. Emmo Fittipaldi Jr. manteve a P18, Nelson Neto subiu para a P28 e Nicholas Monteiro era o P32. Antonelli conseguiu se defender e segurou a ponta até o final. Rafael Câmara ficou na P2, Emmo Fitipaldi Jr. foi superado por Alfio Spina na última volta e terminou na P19. Nelson Neto foi o P28 com Nicholas Monteiro na P34.

 

 

Na ensolarada manhã do domingo, ainda não tão quente, os 38 (demais... 38!) pilotos voltaram à pista para a segunda corrida da rodada tripla de Vallelunga, a primeira corrida do dia. Rafael Câmara, que no sábado perdeu a liderança do campeonato para Andréa Kimi Antonelli, precisava encontrar um meio de reagir e derrotar o companheiro de equipe Prema. Emmo Fittipaldi Jr. largava na P16, Nelson Neto na P34 e Nicholas Monteiro na P35.

 

Após a volta de apresentação os pilotos voltaram ao grid para 30 minutos (+1 volta) e, apagadas as luzes vermelhas, Rafael Câmara largou mal e perdeu a posição para Alex Dunne, que foi pra cima de Kimi Antonelli, chegando a colocar o carro lado a lado com ele. Rafael Câmara se recuperou e veio colado nos dois, chegou a passar ambos, por fora, na curva 6, mas voltou pra P3 na saída. Dunne e Câmara se tocaram na curva 9. Melhor para Kimi Antonelli, que fugiu na ponta.

 

 

Na segunda volta Rafael Câmara tomou a P2, mas errou em seguida, saiu da pista e perdeu muitas posições. O mesmo aconteceu com Emmo Fittipaldi Jr., que ficou parado no grid caiu para final do pelotão na classificação. Rafael Câmara foi para os boxes e precisou trocar o pneu dianteiro esquerdo, caindo pra último com 5 minutos de corrida, mas acabou abandonando a prova. Os demais pilotos brasileiros estavam além do top-30, uma manhã terrível.

 

 

Emmo Fittipaldi Jr. vinha fazendo uma corrida de recuperação e, com 10 minutos de prova chegava à P24. Nelson Neto e Nicholas Monteiro também ganharam posições na pista e eram o P27 e o P28, respectivamente. Com 2/3 de corrida disputada, Emmo Fittipaldi Jr. já era o P20, no pelotão que brigava pela P17 e Nelson Neto estava mais à vontade, subindo para P25, colado no líder do seu pelotão. Lucas Monteiro ainda era o P28. No final, Emmo Fittipaldi Jr. ficou mesmo com a P20, Nelson Neto com a P25 e Nicholas Monteiro subiu até a P26.

 

Naquela tarde mesmo os pilotos voltaram para a terceira e última etapa da rodada de Vallelunga. Depois do abandono forçado na corrida 2, Rafael Câmara precisava de uma reação em corrida. Kimi Antonelli era o pole novamente e o pernambucano era novamente o P2. Emmo Fittipaldi Jr. largava na P15, com Nicholas Monteiro e Nelson neto respectivamente na P33 e P35, prontos para derreter os pneus na escaldante temperatura (37°C no ar e 62°C no asfalto).

 

 

Após a volta de apresentação os pilotos se reposicionaram no grid e apagadas as luzes vermelhas, Rafael Câmara fez sua melhor largada do final de semana, mas insuficiente para atacar pela liderança na primeira curva. Emmo Fittipaldi Jr. perdeu duas posições e fechou a primeira volta na P17. Nelson Neto ganhou posições e era o P32 enquanto Nicholas Monteiro caía para a P37, o último na pista.

 

Emmo Fittipaldi Jr. recuperou as duas posições perdidas e voltou para a P15 enquanto Nelson Neto ganhava mais uma e era o P31. Nicholas Monteiro continuava na P37. Na frente, Rafael Câmara não conseguia acompanhar Kimi Antonelli e era Pressionado por Charlie Wurz. A briga pela P15 estava envolvendo 6 carros e Emmo Fittipaldi Jr, empurrado pra fora da pista, caiu para 18°. Rafael Câmara se livrou de Charlie Wurz, mas estava 2s atrás do líder.

 

 

Emmo Fittipaldi Jr. conseguiu recuperar uma posição na volta 6 e subiu para P17 e com Alfio Spina indo reto para a caixa de brita por um pneu furado num toque com Emmo Fittipaldi Jr., os brasileiros atrás dele ganharam uma posição e a entrada do safety car agrupou o pelotão. Emmo Fittipaldi Jr. danificada e já tinha caído para P18. Forçado a ir para os boxes, voltou na P36 e última posição de pista. Nelson Neto era o P30 e Nicholas Monteiro o P32.

 

A bandeira verde veio com 13 minutos para o fim. Rafael Câmara relargou bem, mas sem chances de um ataque sobre Kimi Antonelli. Emmo Fittipaldi Jr. vinha buscando o terreno perdido e faltando 10 minutos de corrida era o P32. Nelson Neto e Nicholas Monteiro eram P28 e P29, respectivamente. No final da corrida, Rafael Câmara encurtou a distância para o líder, mas não conseguiu fazer um ataque pela vitória, tendo que se contentar com a P2 como no sábado.

 

 

Emmo Fittipaldi Jr. só conseguiu recuperar até a P25. Nelson Neto terminou na P27 e Nicholas Monteiro na P31. No campeonato, Rafael Câmara é o 2°, 36 pontos atrás de Kimi Antonelli. Emmo Fittipaldi Jr. é o 16° com 1 ponto. A próxima etapa é em setembro, no Red Bull Ring.

 

PRO 2000

Francisco ‘Kiko’ Porto chegou em Mid-Ohio buscando algo que ainda não havia encontrado ao longo do campeonato: seu verdadeiro ritmo de corrida, aquele que o levou ao título na USF2000.  com duas corridas pela frente, o brasileiro teria mais uma chance de tentar encontrar este ritmo e, com três sessões de testes na quinta-feira, era hora de procurar o acerto ideal para o carro, fundamental em Mid-Ohio, onde ultrapassar é complicado.

 

 

Na primeira sessão, pela manhã, Kiko Porto ficou a P5, mas 916 milésimos distante do P1, o que não era bom. No início da tarde, na segunda sessão, a situação parecia que ia se complicar com a P9 e 1s044 de diferença para a P1. Mais para o final da tarde veio a reação e o piloto brasileiro acertou o ritmo e ficou com a P2, apenas 269 milésimos do piloto mais rápido, dando boas esperanças.

 

A programação da sexta-feira trazia uma sessão de treinos livres pela manhã e as duas sessões de classificação. Na sessão de treino livre Kiko Porto foi novamente o segundo mais rápido, 280 milésimos atrás de Louis Foster. Na classificação para a corrida 1, a diferença para Foster caiu para 123 milésimos, mas Nolan Siegel achou uma grande volta e ficou entre eles, com Kiko Porto ficando com a P3. Na sessão da corrida 2, não teve raio caindo duas vezes no mesmo lugar e Kiko Porto ficou com a P2, 140 milésimos mais lento que Louis Foster.

 

 

O sábado foi o dia das duas corridas e a primeira aconteceu no final da manhã, com céu claro, zero chances de chuva e Kiko Porto largando na P3, apesar do erro nos créditos da transmissão. Após uma volta atrás do safety car os carros alinharam dois a dois e receberam a bandeira verde para as 30 voltas programadas. Kiko Porto largou bem e manteve a P3 nas primeiras curvas, mas exagerou e colocou as rodas na terra na curva 4. com isso, perdeu a P3 para Salvador de Alba.

 

Yuven Sundaramoorthy escapou e ficou na brita da curva 2 e isso chamou a primeira bandeira amarela. A bandeira verde veio na abertura da volta 4 e Kiko Porto segurou bem sua P4. e vinha colado em Nolan Seagal, o novo P3. O líder abriu uma confortável vantagem e a briga pela P2 envolvia De Alba, Seagal e Porto. A liderança folgada de Louis Foster acabou com a segunda bandeira amarela na volta 9 com Jonathan Browne parado na saída de uma das curvas.

 

 

A relargada veio na volta 11 e Kiko Porto foi para a pressão sobre Nolan Seagal, mas seu companheiro de equipe se defendeu bem. O líder escapou novamente. Na volta 14 o brasileiro colou de vez no seu companheiro de equipe, mas não conseguia transformar sua velocidade superior em uma ultrapassagem. No terço final da corrida a briga virou disputa pela P2, com Salvador de Alba segurando os dois pilotos da DeForce.

 

Kiko Porto precisava tomar uma decisão com o novo P5, Josh Green, diminuindo a diferença para o pelotão volta a volta. A três voltas para o fim o pelotão da disputa pela P3 ganhou um novo concorrente e o piloto brasileiro precisava começar a cuidar dos seus retrovisores. Kiko Porto entrou na volta final mais perto do que nunca de Nolan Seagal e na curva 2 se jogou por dentro para tomar a P3. Seagal não desistiu e colocou o carro lado a lado com o brasileiro e recuperou a posição na curva 6. Kiko Porto teve que se contentar com a P4.

 

 

No final da tarde os pilotos voltaram à pista para a segunda corrida do final de semana e nesta o nosso representante estava largando na primeira fila, na P2, ao lado do líder do campeonato, Louis Foster. Era preciso estar atento para não perder posições na largada lançada. Após uma volta atrás do safety car os pilotos alinharam dois a dois e receberam a bandeira verde para as 25 voltas de prova.

 

Kiko Porto largou muito bem e tomou a ponta na curva 2, resistindo aos ataques de Louis Foster nas curvas seguintes. No fechamento da primeira volta, Kiko Porto tinha conseguido abrir uma pequena e segura vantagem para o grupo que brigava pela P2. Essa vantagem, mesmo pequena, deixou de existir já na volta 3, com Louis Foster andando bem perto do nosso representante que precisava não errar e assim não dar chances ao adversário.

 

 

Kiko Porto e Louis Foster se afastaram do P3, Yuven Sundaramoorthy, que se defendia de Reece Gold, mas era evidente que se Foster tivesse uma chance e tomasse a ponta, abriria vantagem. Na metade da corrida a situação estava nas mãos de Kiko Porto que controlava bem a distância e fazia um traçado que não abria margem para ataques, mesmo sem uma guiada puramente defensiva.

 

Tudo o que Kiko Porto não precisava era uma bandeira amarela provocada por algum adversário no fim do grid para colocar Louis Foster mais próximo e nas 5 voltas finais, o líder do campeonato foi para o ataque de uma vez, mas o piloto brasileiro mostrou uma enorme capacidade de controle mental para segurar a posição e vencer sua primeira corrida na temporada, fruto de um grande final de semana de trabalho.

 

 

Kiko Porto sai de Mid-Ohio como P7 no campeonato, com 195 pontos. Distante do líder disparado da competição, Louis Foster, mas – quem sabe – essa pode vir a ser uma virada na performance do piloto brasileiro que tem agora, daqui duas semanas, a corrida em Toronto.

 

E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando as categorias de base com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em qualquer dos continentes pelo mundo e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. 

 

Um abraço a todos,

 

Genilson Santos

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.

 
Last Updated ( Monday, 04 July 2022 21:04 )