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De volta para as ruas de Toronto / O “Efeito McLaren” e as turbulências na Andretti e na Ganassi PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 14 July 2022 07:40

Olá amigos, tudo bem?

 

Espero que sim. Por aqui, como vocês sabem, a maratona continua e, dessa vez, será no Canadá. Neste domingo, 17, a partir das 16:00, no horário do Brasil, participarei do Honda Indy Toronto, décima etapa do NTT IndyCar Series. Serão 85 voltas pelo traçado urbano de 2.800 metros, bem no centro da cidade.

 

A prova de Toronto já fazia parte do calendário da CART, que significava Championship Auto Racing Teams, quando entrei na Indy, em 1998, ainda na equipe Bettenhausen. Fiz a pole em 2000 e, em 2002, quando a Penske se mudou de mala e cuia para a Indy Racing League (IRL), só voltei a correr em Toronto em 2009, quando passou a integrar o calendário da IRL – que depois passou a ser denominada IndyCar.

 

Nesse meu segundo período correndo em Toronto, digamos assim, cheguei em 2º lugar três vezes (2013, 2014 e 2016), uma em 3º (2015) e marquei mais um pole (2014). Mas, realmente, nunca venci nesse traçado. Nos anos de IMSA WeatherTech SportsCar Championship, de 2018 a 2020, corri no Canadá, mas em Mosport Park.  

 

Isso tudo para dizer que estou voltando ao traçado urbano canadense depois de cinco anos, com um carro totalmente diferente e sem referências de acerto. É um desafio e tanto, principalmente porque, somando os dois treinos livres antes do Qualifying, serão apenas duas horas e 15 minutos de prática para preparar o carro. Mas se a gente levar em conta que a etapa esteve fora do calendário em 2020 e 2021 por causa da pandemia, não estarei sozinho nessa situação. 

 

 

Apesar dessa dificuldade, que é real, o negócio é aproveitar cada minuto na pista e ser o máximo eficiente possível. Na prática, isso funciona mais ou menos assim. A gente já chega na pista com um tipo de informação, baseado em provas passadas e simulações no computador. Isso gera alguns pacotes de acerto, então, o negócio é testar logo, não perder tempo com aquele que não funcionou, e dedicar todo o tempo disponível para refinar aquele que melhor se adequou à pista. E como tem também o asfalto de rua, com suas inevitáveis intercorrências, é muita informação para lidar em pouco tempo. Daí as decisões precisam ser rápidas e precisas. Se ficar pensando na morte da bezerra, aí, danou-se.

 

Uma coisa em tenho certeza, vai ser uma prova muito quente, dentro e fora da pista. Os acontecimentos estão muito acelerados nos bastidores da categoria e é capaz de ter mudança de última hora para deixar a coisa mais eletrizante ainda. 

 

Como sempre, o fã da Indy vai poder acompanhar tudo ao vivo pela TV Cultura, com o Geferson Kern e Rodrigo Mattar, e pelo ESPN/Star+, com o Thiago Alves, Victor Martins e Edgar Melo Filho.

 

Anotem a programação:

Sexta-feira, 15

15:30 – Practice 1

Sábado, 16

11:00 - Practice 2

15:00 – Qualifying

Domingo, 17

Warm-up – 11:55

Corrida: 16:00

 

Forte abraço a todos e até semana que vem.

 

Helio Castroneves

 

Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br

 

 

Como vão vocês, Amigos?!

 

Mudei minha chamada por ter visto que ela estava praticamente igual a chamada do Helio Castroneves e, como a coluna é dele – eu sou só um fã metido a jornalista – tenho que dar a prioridade para quem tem o background maior.

 

Neste intervalo entre as etapas de Mid-Ohio e Toronto a temperatura andou elevada. Na Andretti Autosport, depois dos conflitos de pista que expuseram os conflitos internos na equipe, onde se tentou “baixar a temperatura” no dia de testes no Iowa Speedway na quinta-feira passada como uma chance para a equipe se reagrupar após uma turbulenta corrida da IndyCar em Mid-Ohio que foi marcada por quatro incidentes de contato entre companheiros de equipe.

 

Enquanto Michael Andretti buscava contemporizar a situação dentro de casa para se recuperar no campeonato e ainda tentar chegar ao título da temporada, em outro ponto das garagens um vulcão tipo Yellowstone explodiu na Ganassi com Alex Palou e a McLaren anunciando a assinatura de um contrato para 2023 onde estariam envolvidos interesses financeiros e a possibilidade do atual campeão da categoria poder pilotar para a equipe de Fórmula 1 (Como campeão, ele já tem os pontos da superlicença da FIA para pilotar na categoria).

 

 

Começando pela Andretti, as conversas pós-corrida não foram nada fáceis e as temperaturas entre alguns dos pilotos da equipe ainda estão diminuindo após os confrontos. O COO da Andretti Autosport, Rob Edwards, acredita que o teste chega em um bom momento – depois de um abençoado intervalo de dois finais de semana – para permitir que todos tenham a chance de reiniciar antes da viagem do próximo fim de semana a Toronto.

 

Na visão de Edwards, foi muito bom haver um pouco de tempo entre Mid-Ohio e todos indo para a pista novamente em um teste, um ambiente menos competitivo e melhor do que se eles (os pilotos) Ficassem sem se ver por 10 dias, as coisas poderiam piorar. Fazer os quatro pilotos trabalhem juntos no teste para garantir que a equipe esteja bem preparada técnica e emocionalmente para quando retornarmos à Iowa. Este equilíbrio é o que a equipe busca e precisa para as próximas corridas.

 

O processo de colocar os quatro pilotos da equipe de volta na mesma página começou assim que eles retornaram ao motorhome após a corrida de domingo. Edwards disse que, embora haja mérito em permitir que os pilotos esfriem e reflitam sobre o que aconteceu, também havia a necessidade de uma resposta imediata dentro da organização. Naquele momento era importante deixar claro que o que tinha acontecido não era aceitável e não era a forma como a Andretti trabalha.

 

 

Nos debriefings das equipes – e na Andretti funciona desta forma – há uma sessão de avaliação com o vídeo das corridas onde Michael e Rob analisam e comentam situações de corrida, mas tendo em vista como foi o domingo em Mid-Ohio era importante que Michael [Andretti] reunisse os quatro pilotos para uma conversa séria. Alguns deles foram vítimas e outros causadores de incidentes, mas era importante que todos recebessem a mesma mensagem ao mesmo tempo: o lembrete de que isso não é o esperado, que não é assim que a equipe trabalhava e terá que ser diferente daqui para frente. Por mais decepcionante e inaceitável que tenha sido o que aconteceu na etapa de Mid-Ohio foi um bom caso de redefinição para o resto do ano.

 

As informações de bastidores que consegui levantar disse que Michael Andertti passou a mensagem “de forma muito clara” e que os pilotos ficaram todos muito quietos. Foi quase um monólogo. O que Michael tinha a dizer era uma declaração de fato, e não havia realmente razão para qualquer debate ou qualquer coisa além disso. Mas este foi o momento pós-corrida. Era a ação do momento, mas não poderia terminar ali.

 

Michael Andretti seguiu com conversas individuais com todos os quatro pilotos nos dias seguintes. As questões não são apenas técnicas e de “situações de corrida”. Existem outros problemas e alguns são bem evidentes, como conflitos de personalidade específicos – amplamente compreendidos entre Alexander Rossi e Romain Grosjean – que já estavam sendo monitorados antes de Mid-Ohio e precisam ser gerenciados no restante da temporada atual antes de Rossi partir para a Arrow McLaren SP em 2023.

 

 

Essa questão não é “um problema de toda a equipe”. Os quatro engenheiros trabalham bem juntos, particularmente Olivier [Boisson] no carro de Romain Grosjean e Jeremy [Milless] no carro de Alexander Rossi. Todos os quatro chefes mecânicos e equipes se dão muito bem. As questões são muito específicas para o que aconteceu na pista e, provavelmente, na realidade, estavam borbulhando entre certos indivíduos antes que isso viesse à tona. Mas não há problemas em toda a equipe.

 

Eu já estava fechando a coluna quando a “bomba” da Ganassi explodiu: em um intervalo de menos de quatro horas a Chip Ganassi Racing e a McLaren anunciaram que Alex Palou pilotaria para suas respectivas equipes em 2023! Para explicar isso, precisamos voltar um pouco no tempo. Em 2021 Alex Palou teria assinado um contrato de 2 anos com a Chip Ganassi, saindo da Dale Coyne. No ano de estreia, foi campeão e neste ano, está na 4ª posição no campeonato deste ano. Possivelmente, na cabeça de Chip Ganassi, era o piloto que lideraria a equipe quando Scott Dixon pendurasse o capacete.

 

Chegando na Ganassi como “parte do time liderado por Dixon”, é possível presumir que o salário oferecido não foi um salário de piloto top. Contudo, depois de ganhar o campeonato, não seria absurdo o piloto buscar uma renegociação de contrato. Tal solicitação não é incomum em outros esportes, onde jogadores jovens e de alto calibre buscam contratos revisados ​​que incluem aumento da remuneração, o que mostra o maior valor que eles representam para a organização.

 

 

 

As conversas entre McLaren e Palou apareceram na mídia em maio, e acredita-se que o caminho foi da equipe para o piloto, e não o contrário. A inspiração por trás do contato com Palou e se ela se originou da McLaren ou foi sugerida à equipe por seu manager? Não se sabe! Além da oferta de um aumento salarial considerável, as ofertas de testes da McLaren na Fórmula 1 tornaram as rodadas uma das principais razões pelas quais Palou gostaria de sair da Ganassi no final da temporada. É bom lembrar: ele é espanhol, europeu, e para eles, a Fórmula 1 tem um peso enorme.

 

Teriam a Chip Ganassi e a McLaren um contrato assinado por Alex Palou para 2023? O contrato em vigor com a Ganassi tem alguma cláusula de renovação automática por parte da equipe se for interesse desta? Em junho, quando as conversas sobre uma troca de Palou da Ganassi para a McLaren, Chip Ganassi foi firme em afirmar que todas as portas estavam fechadas.

 

A disputa pelo jovem campeão espanhol ainda terá muitos capítulos e este thriller está apenas começando. Podemos ter certeza apenas de uma coisa: o caso vai parar na justiça e uma batalha jurídica será mais dura do que foram as disputas entre os pilotos da Andretti em Mid-Ohio, que por sua vez, espera que as broncas dadas – em grupo e individuais – surtam efeito e seus pilotos corram para a equipe a partir de Toronto.

 

Vamos acelerar!

 

Sam Briggs

Fotos: site IndyCar Media

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.