Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!

Nesse final de semana não tivemos corridas envolvendo os pilotos brasileiros, aspirantes ao topo da carreira nas categorias de acesso mais importantes do automobilismo mundial.

Mesmo sem corridas, nesta semana que passou tivemos três dias de testes da FIA Fórmula 3 no autódromo de Jerez de la Frontera, na Espanha. Um circuito extremamente técnico e que tanto permite aos pilotos descobrirem todos os recursos técnicos que os carros da categoria oferecem com serve para as equipes avaliarem a capacidade técnica dos pilotos em seus carros e o potencial para conseguirem se estabelecer na categoria que teve em 2021 e 2022 um grid com 30 carros e muito equilíbrio nas disputas.

O QUE ESPERAR

Esta sessão que teve início a partir de quarta-feira, 21 de setembro, sendo o último teste oficial de pós-temporada do Campeonato, procurou dar aos pilotos e equipes uma chance de traçar uma linha em suas campanhas de 2022, avaliar os potenciais candidatos à categoria e avaliar as oportunidades de mudar o foco para os preparativos para a nova temporada, com algumas apostas vindas de categorias menores. O evento de três dias aconteceu de 21 a 23 de setembro no circuito espanhol, que recebeu um dos dois testes da temporada no início deste ano. Cada dia foi dividido em uma sessão da manhã e da tarde, com um total de 18 horas de tempo de pista disponíveis durante o teste.

Nos três dias, a sessão da manhã começou às 09:00 hora local (GMT+2), terminando às 12:00. As sessões da tarde de quarta e quinta-feira começaram ás 14:00, terminando às 17:00, enquanto a sessão final de sexta-feira começou às 13:00 e terminou às 16:00. Foram utilizados os compostos duros de (laterais brancas) da Pirelli, com cada carro alocado oito conjuntos de pneus slick e três conjuntos de pneus de chuva durante o teste.

Tivemos três brasileiros envolvidos nestes três dias de testes: Emerson Fittipaldi Jr. (atualmente na equipe Van Amersfoort na FIA Fórmula 4 italiana) treinou na – fraca – Charouz, onde seu sobrinho (6 anos mais velho, que bizarro!), Enzo Fittipaldi, compete na FIA Fórmula 2, mas apenas no primeiro dos três dias. Gabriel Bortoleto (atualmente na equipe R-Ace na Fórmula Regional Europeia) treinou os três dias pela equipe Trident, campeã por equipes em 2021 e vice em 2022. Roberto Faria (atualmente na equipe Carlin na GB3) treinou pela equipe Van Amersfoort no primeiro dia, pela Art GP no segundo e no terceiro dia.

Evidente que os torcedores e fãs brasileiros querem saber como nossos pilotos ficaram colocados nas sessões de treino. É importante lembrar que nesses testes os pilotos são testados em diversos aspectos, não apenas a velocidade. Na verdade, a capacidade de interpretar dados e o feedback passado por eles para as equipes tem uma importância talvez maior, uma vez que um piloto que “entrega” dados e gera evolução do carro, algo que ao longo de uma temporada pode ser muito mais importante do que uma P1 num treino.

Por exemplo: Gabriel Bortoleto, que fez os 3 dias na Trident, no primeiro dia foi o P19 pela manhã e a P5 no treino da tarde. No segundo dia, o brasileiro foi o P1 pela manhã e o P10 na parte da tarde. No terceiro dia, Bortoleto foi o P3 pela manhã e o P15 à tarde. Roberto Faria e Emerson Fittipaldi Jr. não conseguiram ficar entre os 20 primeiros em nenhuma das sessões que participaram. Mas isso não implica que eles fracassaram no teste. Na verdade, correndo em categorias com menos recursos, a FIA Fórmula 3 seria “queimar uma etapa”, sem passar pela Fórmula Regional Europeia, categoria onde Gabriel Bortoleto está disputando sua segunda temporada, o que lhe dá uma vantagem tecnica sobre Faria e Fittipaldi.

Como venho acompanhando os passos destes brasileiros nas categorias onde competem, arrisco-me a dizer que Gabriel Bortoleto está pronto para encarar a FIA Fórmula 3. Roberto Faria precisa conquistar um lugar numa boa equipe na Fórmula Regional Europeia e Emmo Fittipaldi Jr. deveria fazer mais uma temporada de FIA Fórmula 4 na Itália, como fez Gianluca Petecof.

E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando as categorias de base com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em qualquer dos continentes pelo mundo e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. 

Um abraço a todos,

Genilson Santos

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.