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A Stock Series na UTI PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 13 December 2022 22:47

A água passou do umbigo, vem pra beira! Quando eu ia com meus pais pra praia no Espírito Santo ou quando a gente ia pra represa lá de Furnas, perto daquele lugar onde o paredão de pedras caiu no início do ano. Se a água chegasse na linha do peito, a gente era tirado da água pelas orelhas e não entrava mais.

 

Para a Stock Series (ou Stock ex-Light como fala nosso amigo sem freio, o Shrek, colunista aqui do site) a água chegou na altura do pescoço e continua subindo. Mesmo depois de lançar um novo carro, com a aparência de um carro de rua, mas com recursos de um carro de corrida e carregando um motor de mais de 300 cv de potência, a temporada 2022 foi – para pegar leve – complicada. Com sete carros no grid no total e uma disputa, na prática, de apenas cinco, mesmo tendo havido corridas bem disputadas entre estes, uma situação dessas beira o desastre para qualquer promotor.

 

Apontar os erros é um bocado fácil: um custo por temporada que superou fácil a cada de um milhão de reais por carro na temporada (ninguém confirma oficialmente, mas nos bastidores há quem fale em ter chegado perto de um milhão e meio) é algo que desestimula qualquer jovem piloto a tentar correr na Stock Series, sendo mais barato correr na Porsche Cup ou na GT Sprint Race, que com seu novo projeto visual ficou bastante interessante.

 

 

Mas uma empresa que tem Carlos Col entre seus executivos e um CEO com mente aberta como Fernando Julianelli, alguma ideia para mudar este cenário teria que acontecer e se não dá para ser de todo criativo, é possível buscar as soluções trazendo-as de outros lugares e foi isso que a VICAR anunciou agora no final da temporada 2022 como projeto para a sua “categoria de acesso” à Stock Car a partir do ano que vem.

 

A maior das novidades agora anunciadas é a criação do “teto de gastos” (Alô Fórmula 1...), limitando e 750 mil reais por carro por toda a temporada. O que não dá pra levar a sério é quando o executivo fala que este valor é o menor em categorias brasileiras de Turismo que se propõem a descobrir e formar novos talentos. Será que alguém já apresentou para ele a GT Sprint Race? É uma categoria no modelo “one team” que o custo por temporada está na casa dos 500 mil reais e que, além de ter mais provas que a Stock Series, tem um grid de verdade, com 20 carros na disputa.

 

 

A Stock Series, desde quando ainda se chamava Stock Light, dava um prêmio para o campeão usar (exclusivamente) como parte do seu pacote de investimento para correr na categoria principal. Este prêmio chegou a ser de um milhão de reais... mas em uma época que uma temporada em uma equipe de primeira linha estava na faixa de três milhões. Para 2023, o prêmio para o campeão é de 700 mil reais, e o custo de uma temporada numa equipe de primeira linha na temporada 2022 bateu na casa dos quatro milhões. Vão fazer “teto de gastos” na categoria principal? Deviam!

 

O discurso é quase aquele que um candidato à presidência da república nas últimas eleições foi chamado por outro dos candidatos como “encantador de serpentes”, falando que além de não cobrar inscrição, os pilotos tem a chance de conviver diretamente com as equipes da categoria principal, seus proprietários, engenheiros e pilotos. Para que tem o objetivo de carreira chegar na Stock Car, aquele é o lugar certo (alguém precisa apresentar a internet para esse pessoal) para investir no relacionamento, na convivência com as equipes da categoria principal, que podem proporcionar oportunidades de aprendizado técnico, sem falar que a categoria oferece o triplo de jogos de pneus novos para uso ao longo do ano se comparada com categorias similares (mas ela não era – ou é – uma categoria sem “similares”, uai? E quem são as “similiares”?).

 

 

Em uma das transmissões na televisão foi falado que para 2023 vai ser possível a divisão do carro. Ou seja, com duas corridas no final de semana, um piloto corre a primeira corrida e o outro a segunda, o que divide o custo do assento por dois. Vamos ver se os projetos dão certo e conseguimos ter um grid pelo menos razoável no próximo ano.

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.