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Retrospectiva 2022 (parte 2) e as perspectivas para 2023 PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 02 January 2023 19:53

E aê Galera... agora é comigo!

 

O final de ano nos trás as possibilidades de vermos e fazermos nossas retrospectivas de vida e tentar evitar repetir os erros cometidos no último ano (ou nos últimos anos) assim como estabelecer perspectivas para o ano que começa, estruturando projetos, ideais, coisas que vão ser fruto do nosso esforço para sermos pessoas melhores para nós mesmos e para aqueles que convivem conosco.

 

No meu caso, essas perspectivas, assim como as resoluções de ano novo, nem todas costumam se tornar realidade. Uma delas foi pro vinagre (o destino não era bem esse...) em menos de 12 horas desde o estourar dos fogos quando alguns dos meus parentes, que vieram passar as festas de final de ano aqui em Palmas começaram a discutir sobre assistir ou não a posse do molusco em Brasília. Com toda da delicadeza que deus me deu, mandei todos “pro vinagre” (já sabem pra onde, né?) e deixei claro que quem quisesse politizar aquele encontro de família, ou pegava a estrada pra Goiás naquele momento ou eu ia jogar no canil “para diversão dos Rottweilers”. Eu juro que eu tento, mas o entorno não colabora!

 

Mas a coluna dessa semana é para falarmos de retrospectiva e perspectivas. Como eu disse na coluna da semana passada, vou concentrar minhas colunas em seis categorias nacionais: Stock Car, Stock Series (a Ex-Light), Porsche Cup, Copa Truck, Campeonato Brasileiro de Endurance e Turismo Nacional. Não vão faltar emoções, gozações, safanões e palavrões (devidamente censurados e controlados pela minha Editora, Chica da Silva, a Rainha da Bahia e, no momento, Rainha do Gelo no Canadá). Mas vamos ao que interessa: Retrospectivas e Perspectivas.

 

Stock Car.

A categoria mais badalada do país teve momentos de altos e baixos, dentro e fora da pista. O equilíbrio nas disputas foi intenso, com o “grupo dos pilotos de frente” se alternando nas primeiras posições, especialmente na corrida 1 e sabendo usar do regulamento com inteligência para conseguir bons resultados e marcar preciosos pontos na corrida 2. Como é corrida de carros e não de coelhos, vencer muitas corridas não foi garantia de chegar na briga pelo título no encerramento da temporada. Ricardo Mauricio que o diga, alternando vitórias e abandonos pelos mais diversos motivos.

 

 

O campeonato premiou o equilíbrio entre velocidade e estratégia (Foram 15 vencedores em 24 corridas). Nesse aspecto, o veterano Rubens Barrichello e o jovem campeão, Gabriel Casagrande, que chegaram à etapa final na briga pelo título, mas para este colunista, o piloto pra ganhar era Daniel Serra, que mostrou um equilíbrio mental e uma constância impressionante ao longo do ano. Além disso, ele ficou de fora de algumas corridas por estar competindo nas corridas de Gran Turismo pela Ferrari. Ainda assim, chegou na etapa final na briga pelo caneco. Nuestro Hermano Assador Oficial, Mathias Rossi, já bem adaptado à categoria, fez um grande campeonato e tornou-se o primeiro estrangeiro a disputar diretamente o título (se ele ganha, seria um “Interlagaço”).

 

O título ficou em boas mãos com Rubens Barrichello. O que eu não consigo entender e aceitar é ver os pilotos da maior categoria (com os pilotos mais badalados e – a princípio – competentes) fazendo aquela lambança no S da Sadia na corrida 2, numa cena típica de corrida de amadores (e olha que nem o pessoal da Turismo Nacional, da 1.4 ou da Copa HB20 aprontaram coisa do gênero. O campeonato acabou ali, com Barrichello sobrevivendo e ficando à beira da desidratação de tanto choro.

 

 

Fora da pista a categoria foi inovadora. D. Corleone Julianelli continuou promovendo mudanças e acertando o alvo nas ações de promoção e comunicação, mas um dos maiores projetos que a VICAR tinha (e tem) para colocar um terceiro fabricante no grid. Chegou mesmo a aparecer um “modelo estilizado” de uma outra montadora, mas a coisa (ainda) não foi pra frente. O que também não foi pra frente foi a corrida em Brasília uma vez que a reforma do autódromo que destruíram praticamente não andou, apesar do banco patrocinador da categoria ter anunciado que bancaria a obra.

 

Para 2023 teremos novidades. Sem copa do mundo, o calendário só começa em abril (e o Ogro vai ter que ficar enchendo linguiça) em sua coluna semanal. A corrida de Brasília está lá no calendário... agora marcada para 18 de junho (Vamos ver se sai do papel) e a corrida dos ingressos a valores surreais no Galeão não consta do calendário provisório divulgado. Entre pilotos e equipes, tivemos muitas trocas e a mais importante é a volta de Felipe Fraga à categoria, bancado pela farmacêutica Blau e seu piloto mecenas, Marcelo Hahn. Pode ser ainda que eu tenha uma grande alegria com o meu piloto, o Zezinho, subindo de categoria e vindo correr no meio de gente grande. A molecada tem que tomar seu lugar. Na corrida final, Felipe Baptista venceu de ponta a ponta (pit obrigatório à parte) mostrando que a renovação é realidade, mas daí achar que a velha guarda vai pendurar o capacete... ta aí o cinquentão Barrichello pra falar o contrário.

 

Stock Series (Ex-Light).

Fui obrigado pela minha editora, Chica da Silva, a Rainha da Bahia e atualmente Rainha do Gelo no Canadá, a colocar esse “series” no texto da Stock ex-Light, que teve dois campeonatos em 2022. Um campeonato com 5 pilotos (Vitor Baptista, Lucas Kohl, Rafael Reis, Arthur Leist e meu piloto, o Zezinho) e outro com dois “café com leite” pra aumentar o mirrado grid de 7 carros. No meio da temporada, até teve “troca de marca de café”, mas que não mudou muita coisa, apesar do ufanismo dos narradores em tentar mascarar o fiasco.

 

 

Entre os cinco pilotos que disputaram o campeonato, o que vimos foi muito equilíbrio técnico, várias disputas emocionantes entre eles na maior parte das corridas. Esse grid pequeno é o maior desafio que D. Corleone tem nas mão para 2023: Encher o grid e não derrubar a qualidade da disputa. Nivelar por baixo não é uma opção, uma vez que a VICAR busca formar novos pilotos para subirem para a categoria principal e para isso, estão até forçando um “teto de gastos”, mas que além de estar muito alto, apenas aumenta o abismo entre as duas categorias, uma vez que a Stock Car está num valor altíssimo (Ninguém assume, mas um carro numa equipe de ponta está custando mais de 4 milhões por temporada). A temporada terá uma etapa a mais (9 ao invés de 8) e vamos ver se os pilotos novos “mordem a isca” de entrar pra categoria.

 

Porsche Cup.

A categoria mais estilosa do automobilismo brasileiro teve um grande ano! Os dois campeonatos da “série sprint” foram disputadíssimos e só foram decididos no último evento do ano e com tons dramáticos e emocionantes, especialmente na Challenge, onde o campeão, o latifundiário da soja, Raijan Mascarello, comemorou o título depois de se envolver num acidente bizarro no início da corrida decisiva. Mas essa foi apenas a cereja do bolo de um ano onde as disputas foram intensas.

 

 

Uma característica da Porsche Cup sempre foi a presença e a disputa dos Gentleman Drivers. Este perfil vem mudando com o passar dos anos, especialmente na competição principal, a Cup, que tem os mesmos carros que correm na Europa e fazem as preliminares da Fórmula 1. Há algum tempo estamos assistindo a chegada de pilotos jovens e talentosos como Enzo Elias, Renan Piizi, Pedro Aguiar e Christian Hahn que elevaram o nível de competitividade da categoria, fazendo os “medalhões” Miguel Paludo, Marçal Muller, Werner Neugebauer e outros terem que suar o macacão para andar no ritmo deles. O resultado disso foi o título de Enzo Elias no “campeonato sprint” e Christian Hahn vencendo no “campeonato endurance”.

 

Para 2023 a promessa de um bom campeonato é real, mas a categoria sofre com uma questão que deixa aquele que gosta da categoria e das disputas com os carros alemães um tanto frustrados: Ao longo de 2022 as corridas ficaram restritas aos autódromos de Interlagos, Velocittà e Goiânia (no Brasil) Como gente rica é outra coisa, eles vão de mala e cuia (mas cuia com grife) para algum lugar chique como Termas de Rio Hondo na Argentina ou cruzam o atlântico pra correr no Estoril, em Portugal. Sem o Autódromo de Pinhais, que vai virar condomínio, as coisas ficaram limitadas por aqui. Pelo visto, não há interesse em ir para Santa Cruz do Sul ou Londrina. Vamos ver se nos autódromos que estão pra sair (Chapecó, Cuiabá e Itatiaia) algum consegue atrair a categoria pra se fugir da mesmice asfáltica.

 

Brasileiro de Endurance.

Alguns mais puristas e entusiasmados podem chamar a categoria dos protótipos e dos carrões de Gran Turismo como a mais democrática das categorias nacionais (eu discordo, mas vale a citação). Eu prefiro chamar de a categoria mais desafiadora para pilotos e equipes, uma vez que o regulamento coloca na pista carros de GT3 e GT4 junto com protótipos que vão dos tecnológicos P1 até alguns P3 que são bem próximos dos antigos Spider. Lembra aquela propaganda de desodorante que falava “sempre cabe mais um”!

 

 

Com corridas de 4 horas de duração, o grau de equilíbrio e compensação entre os pilotos e seus respectivos níveis de pilotagem são capitais para a conquista de um bom resultado. Nesse aspecto, na classe P1 a dupla Pedro Queirolo/David Muffato e na GT3 com Marcos Gomes/Xandinho Negrão mostram o maior equilíbrio, mas isso não é garantia de vitória e tampouco de título. Esse foi o caso na classe P1, onde a dupla Gustavo Kiryla/Vicente Orige, sem que nenhum deles tivesse passagem por categorias como a Stock Car ou categorias no exterior conquistassem o título da temporada. Na GT3, deu a lógica, com a dupla Marcos Gomes/Xandinho Negrão levando a taça.

 

A categoria mostrou – ao contrário da gourmetizada Porsche Cup – um perfil de categoria nacional, com corridas em todas as praças autorizadas pela Confederação Brasileira de Automobilismo para cumprir as normas de segurança, com corridas em Interlagos, Goiânia, Velocittà e Santa Cruz do Sul, ficando para 2023 a esperança de que a categoria também vá correr em Brasília – caso as intermináveis obras terminem – e já temos uma certeza: de que teremos mais carros nas classes de Gran Turismo e evoluções nos protótipos. Essa é a categoria que mais promete!

 

Copa Truck.

Fazendo uso do meu conhecimento shakesperiano (o Ogro também é cultura): “há algo de podre no reino da Dinamarca!”. Apesar de toda a pompa que a categoria dos caminhões estrelados, após a mudança de administração, após o apoio dos canais glogêsticos (a segunda vogal não era bem essa...), mesmo com a volta das transmissões na TV aberta pela Bandeirantes, tem algo que não está funcionando e – informações confiáveis de gente lá dentro – está difícil fechar as contas!

 

 

Na pista, a equipe do Véio da Kombi não conseguiu frear o time Mercedão sob nova direção depois que o campeão (que não aguentou a “aposentadoria” e voltou no meio do campeonato, correndo para a concorrência) vendeu a equipe para o Corintiano Fake. Depois de um início mais equilibrado, o Menestrel pelos Mercedões e o Cabra pelo time do Véio da Kombi se destacaram na disputa pelo título, que poderia ter ido para o Cabra se suas disputas internas com o Beato Salu não ultrapassassem as raias do bom sendo e feito o Véio da Kombi arrancar alguns tufos de cabelo da cabeça.

 

Ele pode só falar bobagens (o advérbio não era bem esse...) quando coloca o microfone na mão pra comentar corridas, especialmente as da Fórmula 1, mas quando o assunto é pilotar um caminhão, o Dr. Smith é o melhor piloto da categoria. Em todas as etapas ele tirou leite de pedra daquele “ivequinho” azul calcinha pra chegar na etapa final com chances de ser campeão em um campeonato que chegou ao seu final com 4 pilotos podendo – matematicamente – levar o caneco pra casa. No final, o Menestrel levou o título e se despediu da marca de três pontas, mas ainda não falou pra onde ia. Será que vai correr pro Véio da Kombi? Veremos. Quan sabe uma troca com o Beato Salu ou com o Cabra uma vez que a Kombi está se mostrando pequena demais para os dois.

 

Turismo Nacional.

Deixei por último a minha categoria favorita. A melhor categoria do automobilismo brasileiro. A Turismo Nacional é a mais competitiva, mais equilibrada, mais emocionante de todas as categorias que acompanhamos. Com seu modelo de corridas rápidas e a diversidade de modelos, a cada largada temos o coração acelerado nas provas que acontecem pelos principais autódromos do país, inclusive os “raízes”, como Tarumã e Cascavel, onde eles não limitação imposta pela CBA.

 

 

Com quatro classes (A e B) e (Super e Elite) correndo juntas, duas a duas, com grids cheios, os campeões só foram decididos na última etapa, deixando evidente a o equilíbrio da categoria com 19 modelos de 11 fabricantes diferentes. Uma fórmula de sucesso que deve se repetir em 2023. Os campeões foram Ricardo Raimundo na Classe B, Henrique Basso na Classe A, a dupla Fabrício Lançoni/Nilton Rossoni na Classe Elite e Gustavo Magnabosco na Classe Super mostraram velocidade e regularidade ao longo do ano. Entre os pilotos Sênior, o campeão foi Guto Baldo.

 

A categoria fez a estreia da Turismo Nacional PRO, com corridas separadas, um carro com mais preparação, motores 2.0, mais rápidos e ariscos. Um atrativo que não atraiu os pilotos. A categoria penou com um grid pequeno por todo o ano, chegando a 10 carros e deixando uma bomba nas mãos do promotor da categoria, Ângelo Correa, que está associada à VICAR desde 2021. Até onde vão insistir, ninguém fala nada. A categoria deve continuar em 2023 e teve como campeão Juninho Berlanda, que protagonizou disputas sensacionais com Mathias de Valle.

 

Sessão Rivotril. 

Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana.

 

- O Doutor continua de férias e não deu notícias de quando vai voltar!

 

Felicidades e velocidade,

 

Paulo Alencar

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.