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F1 em Jeddah com pós-corrida irritante, vitórias brasileiras nos EUA, WRC, NASCAR e muito mais PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 20 March 2023 09:26

Olá leitores!

 

Como vocês estão? Faço votos que todos bem. Para a felicidade nossa, que gostamos de acompanhar esportes a motor, esse final de semana foi recheado de atividades. Duas grandes corridas na Flórida, Rally do México, Copa Truck em Goiânia, tendo a Nascar Brasil como evento de apoio (Nascar BR que terá a detalhada cobertura do Shrek, nosso especialista em competições nacionais, em sua coluna), Fórmula Várzea em Jeddah e a NASCAR Cup no mini SuperSpeedway de Atlanta. Um bocado de coisa, convenhamos. Então, sem mais delongas, vamos ao que interessa, corridas.

 

Em plena sexta-feira o WEC colocou seu esquadrão na tradicional e ondulada pista de Sebring para a etapa inaugural da temporada 2023. Antes de mais nada, não estou criticando as ondulações da pista, OK? Elas fazem parte do “caráter” e da mística do lugar, e uma completa obra de recapeamento para acabar com as ondulações e os diferentes tipos de pavimento seria como “matar” a pista. Isto posto, continuemos. Ao passo que tivemos a estreia do Ferrari 499P e do Vanwall (que enfrentou alguns “problemas de juventude” e acabou em 8º na categoria e 30º na Geral, imediatamente à frente dos dois Peugeot 9X8 – o que para uma estreia pode ser um bom sinal), os dois primeiros lugares no pódio foram para os ocupantes tradicionais: os dois carros Toyota, com o trio do carro #7 (Conway/Kobayashi/ López) à frente do trio do carro #8 (Buemi/Hartley/Hirakawa). O degrau mais baixo do pódio da Geral ficou com o estreante Ferrari 499P #50 pilotado por Fuoco/Nielsen/Molina, que largaram na pole position. O resultado foi ainda melhor por ser a primeira vez que a marca de Maranello retornou à categoria principal do Endurance desde 1973. Esse resultado não foi fácil, já que o Cadillac #2 de Bamber/Lynn/Westbrooke tentou com afinco passar o carro #50 na parte final da corrida. Atrás do Cadillac vieram os 2 Porsche da equipe Penske. Na LMP2, um final eletrizante entre os carros #48 (Team Jota) e #22 (United Autosports), com o trio Beckmann/Stevens/Ye levando o carro da Jota ao degrau mais alto do pódio com pouco menos de 3 segundos de vantagem para o carro da United.  Com isso, Yifei Ye passou a ser o primeiro piloto chinês a conquistar uma vitória em competições do WEC. O degrau mais baixo do pódio foi ocupado pelo carro #63 da Prema, conduzido pelo trio Bortolotti/Kvyat/Pin. Grande trabalho da Dorianne Pin, que no meio da prova fez um stint triplo nessa que foi sua estreia na LMP2. Dentre os GTE, vitória do Corvette #33 da equipe oficial, seguido pelo Porsche #77 da Dempsey Racing e com o Ferrari #75 da Kessel Racing, com Daniel Serra ao volante, ocupando o degrau mais baixo do pódio da categoria.

 

No sábado a mesma pista recebeu outra corrida, dessa vez pelo IMSA, as 12 Horas de Sebring. Desta vez o resultado final foi melhor para nós brasileiros, já que no degrau mais alto da Geral estava Pipo Derani, que hoje talvez seja o melhor piloto brasileiro em atividade. O Cadillac #31 largou na pole, e dentre as diversas situações ocorridas na longa corrida estava em 4º a meia hora da bandeirada... até que, inacreditavelmente, os 3 primeiros colocados (dentre os quais o Penske Porsche em que estava Felipe Nasr) se envolveram em um acidente a 19 minutos do final. Após a relargada, foi pisar fundo e garantir a vitória para o trio Aitken/Derani/Sims. Em 2º chegou o BMW M Hybrid #25 do trio de Phillppi/van der Linde/Yelloly. E como os primeiros colocados se envolveram em acidente a pouco tempo do final, o 3º lugar na Geral ficou com o vencedor na LMP2, o carro #8 da equipe Tower, aos cuidados do trio Farano/McLaughlin/Simpson. Mesmo imobilizado pelo acidente, o Penske #6 do trio Cameron/Jaminet/Tandy terminou em 3º na GTP e 9º na geral. Na LMP3 outra vitória brasileira, com o Ligier #74 do trio Burdon/Felipe Fraga/Robinson se impondo sobre o trio de carros Duqueine que ocuparam da 2ª até a 4ª posição na categoria. Na GTD PRO mais um pódio com 3 marcas diferentes. Com Porsche em 1º, Lexus em 2º e Mercedes na 3ª posição. Daniel Serra e o Ferrari 296 da Risi Competizione terminaram em 6º na categoria. O carro com o qual Pietro Fittipaldi corria na LMP2 acabou abandonando a cerca de uma hora e meia do final.

 

A Copa Truck iniciou sua temporada 2023 com algumas novidades para tentar se manter atrativa com o ressurgimento da Fórmula Truck: tem caminhão com motorização híbrida (por enquanto liberado apenas nos treinos livres, já que ainda falta a equalização para ele poder participar dos treinos e das corridas) e a presença de Bia Figueiredo estreando em meio aos pesos pesados na categoria Super (a de acesso para a Pro). Bia fez uma estreia interessante, 3º lugar na primeira corrida e 4º na segunda, ao menos numa pista com bastante espaço para os caminhões. Vamos ver como ela se comportará nas pistas mais acanhadas como Londrina, por exemplo, mas a princípio o prognóstico é bom. Descrição mais detalhada da corrida deixarei com o Shrek, ele sabe ser muito mais detalhista que eu nesse quesito, mas devo dizer que as duas corridas foram gostosas de assistir, com os pilotos utilizando o (curto) tempo das corridas para buscar a posição alheia e garantir o entretenimento do público, que, em última instância, é o que mais importa. Ninguém vai para um autódromo para ficar assistindo procissão em fila única. Na categoria principal, a primeira corrida teve vitória de Felipe Giaffone, mostrando que é MUITO melhor piloto que tradutor de rádios na Bandeirantes, seguido por André Marques em 2º, Roberval Andrade em 3º, Beto Monteiro em 4º e Jadson Zini em 5º. A segunda corrida, com grid invertido na largada, teve a vitória de Jadson Zini, com Beto Monteiro em 2º, Débora Rodrigues em 3º, Victor Franzoni em 4º e Raphael Abatte (eta sobrenome bom para fazer trocadilhos...) fechando o pódio na 5ª posição. Espero que o restante da temporada seja tão interessante quanto a etapa de abertura!

 

No WRC vimos mais uma vez a história sendo escrita, com Sébastien Ogier vencendo o rally mexicano pela 7ª vez e se tornando o maior vencedor da história do rali. Foi acompanhado no pódio por Thierry Neuville, que ao perceber que não conseguiria alcançar Ogier pensou no campeonato e garantiu o 2º lugar apenas 4 décimos de segundo adiante do 3º colocado, Elfyn Evans. Top 5 bem dividido entre Toyota e Hyundai: 1º, 3º e 4º da Toyota e 2º e 5º da Hyundai. A temporada promete... maiores detalhes na coluna dos nossos especialistas em rally, confiram.

 

A Fórmula Um foi até Jeddah para um dos espetáculos mais deprimentes causados por essas figuras vetustas chamadas de “comissários”... os seres iluminados (no melhor sentido Stephen King da expressão) demoraram um tempo inaceitável para investigar uma possível irregularidade da equipe no cumprimento da parada de 5 segundos imposta ao Alonso por não alinhar milimetricamente o carro no colchete de largada, deixaram o pódio acontecer, tiraram o pódio do Alonso para entregar pra Russell (curiosamente, da Mercedes, equipe em crise... FIAcedes em ação novamente?), aí houve o recurso da punição e eles perceberam que extrapolaram no poder e na interpretação do regulamento. Este é bem claro: a equipe não pode TRABALHAR no carro durante a punição. Deixar o macaco encostado para a troca de pneus não é trabalhar. Ponto. Aí voltaram atrás e, uma hora da madrugada no horário local, devolveram merecidamente o pódio e os pontos para o Alonso. Desde a época daquele GP do Canadá em que os comissários despudoradamente prejudicaram o Vettel para entregar a vitória no colo do Hamilton que eu defendo que, já que os elementos perniciosos não INTERPRETAM o regulamento e quando o fazem, fazem de maneira errônea/equivocada, não existe a necessidade de comissários. Existem sensores eletrônicos suficientes para substituir com vantagens os mesmos na investigação de 98% das irregularidades. Muitas e muitas profissões desapareceram com o avanço da tecnologia. O pessoal que vinha acendendo os lampiões nas ruas perdeu emprego com o advento da energia elétrica. Revisores de texto em redações não existem mais há décadas. Por que ainda existem comissários, se não for para dar uma margem para favorecimentos a esta ou aquela equipe? Não, podem acabar com o cargo, pois evidentemente não faz falta. Pior que a punição foi o longo texto cheio de tertúlia flácida para acalentar bovino que a FIA fez para (tentar) justificar a punição errônea e o “difícil e trabalhoso” procedimento para analisar a petição e reconsiderar a... bobagem que fizeram. Seria cômico se não fosse trágico. E não foi o primeiro erro, já que o safety car provocado pelo abandono do Stroll seria total e absolutamente evitável, um Virtual Safety Car já ficaria de excelente tamanho, mas... novamente, os “senhores da razão” fizeram bobagem. E sim, estou sendo repetitivo com o termo “bobagem” para evitar a utilização da minha educação britânica de hooligan e seu vocabulário apropriado. Na PISTA, que é o que importa, o pole position Sérgio Pérez conseguiu se recuperar de uma largada não exatamente brilhante, reassumiu a liderança e lá permaneceu, em que pese a equipe tentar mandar sutilmente umas mensagens pelo rádio para ele reduzir o ritmo e deixar a vitória para o primeiro piloto, Max Verstappen, que teve de se contentar com o segundo lugar e a volta mais rápida da corrida após largar lá da segunda metade do grid por conta de problema na classificação. Claro que a “prima donna” ficou de biquinho, como boa criança mimada que é, declarando que “não estou aqui para terminar em segundo”... vai, chato, vai chorar pro Ciclope, chato... Em 3º, na pista, merecidamente, Fernando Alonso, que com esse pódio alcançou a marca de 1000 pódios na sua longa carreira. A Mercedes fez o melhor possível, e como terceira força do campeonato cruzaram a bandeirada em 4º (Russell) e 5º (Hamilton). Os pangarés de Maranello, na melhor das hipóteses 4ª força do campeonato, fizeram aquilo que a falta de confiabilidade e de desempenho do carro permitiram: 6º para Sainz Jr. e 7º para Leclerc, que até se classificou bem, mas com a necessidade da troca de componente eletrônico provocada pela quebra na corrida anterior perdeu 10 posições na largada e saiu lá no meio do tiroteio, prejudicado por ser o único a largar com pneus macios em meio a um monte de carros largando de médios para então passar para os pneus duros no meio da corrida. A equipe até esticou o stint com os macios o quanto deu, mas quando ele parou para trocar (junto com o pessoal dos médios) o desempenho dos pneus já era prejudicado. Enfim, o Vasseur vai ter MUITO trabalho para por o botequim em ordem... quem também pontuou com os dois carros foi a Alpine, apesar da dupla de pilotos quase terem se tirado da disputa mais de uma vez durante a prova. Ocon em 8º, Gasly em 9º, e dor de cabeça para o Szafnauer convencer um a respeitar o outro na pista até o fim da temporada... Encerando a zona de pontuação, Kevin Magnussen, arrancando do seu Haas o desempenho que era possível – e o carro aparentemente não pode muito. Mas já pode mais do que a McLaren, que conforme eu previ, “travou” na pista com os maus fluidos advindos do patrocínio do Google Chrome. Fosse Mozilla Firefox ou Opera era mais rápido, mas enfim... problema deles.

 

E a NASCAR foi até Atlanta, uma das pistas favoritas do público habitual (mas não minha), para mais uma etapa. Tradicionalmente é uma “pista Ford”, e o resultado final não mentiu: em todos os segmentos, só deu Ford. Logano venceu o primeiro segmento, Austin Cindric venceu o segundo, e na bandeirada final os dois primeiros lugares eram Ford: Logano em 1º, o interminável Keselowski em 2º, com a ajuda por meio de empurrões providenciais do Toyota de Christopher Bell em diversos momentos do último segmento. Em 4º chegou o Chevrolet de Corey Lajoie, piloto que já demonstrou que gosta de superspeedways, seguido pelo Toyota do ascendente Tyler Reddick fechando o Top 5. Não foi uma corrida das mais emocionantes, reconheço, pelo menos até as últimas 50 voltas, mas não dá para dizer que foi ruim. Agora é aguardar as boas surpresas que o Circuito das Américas nos trará, com alguns convidados especiais que deverão apimentar a disputa no circuito misto.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.

    
Last Updated ( Monday, 20 March 2023 09:59 )