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Turismo domina o final de semana com NASCAR, IMSA, WEC e TCR, mas teve Indy e MotoGP PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 17 April 2023 08:11

Olá leitores!

 

Como vocês estão? Espero que todos se encontrem bem. Esse final de semana foi daqueles de dar gosto, teve uma quantidade de corridas suficiente para agradar até o mais ranzinza dos fãs de esporte a motor. Só o Grande Patrão Roger Penske teve seus comandados correndo em 4 categorias diferentes (IMSA, WEC, Indycar e NASCAR). Este domingo teve momento em que eu estava acompanhando corridas em 3 telas diferentes ao mesmo tempo, haja vista que houve coincidência de horários entre a corrida da MotoGP e o começo das provas da Indy e da NASCAR. Eu até tinha pensado em comentar alguma coisa sobre o iluminado (no melhor sentido Stephen King da expressão) Miojinho – aquele ex piloto de Fórmula Um que não consegue vencer nem na Stock Car – e sua tentativa de conseguir um título via fax como o Palmeiras conseguiu o reconhecimento do Mundial de 1951, mas felizmente o Maurício já expressou opinião muito semelhante à minha e não vou ficar batendo palmas pra ex-piloto dançar. Acho que a coisa já escapou aos domínios da Catarina, haja vista que o caso dele já não é mais de psicólogo mas sim de psiquiatra. Realmente a molada na cabeça fez muito mal ao cidadão...

 

Mas vamos ao que interessa, motores roncando mundo afora. Vamos começar logo com algo mais próximo geograficamente falando: ali na Argentina, mais especificamente na bela pista situada em Rosário, tivemos este domingo a segunda etapa do TCR South America. As duas corridas da etapa foram dominadas por aquele que eu considero a grata revelação do campeonato, Ignacio Montenegro, argentino de apenas 18 anos que não se impressionou com adversários muito mais experientes, alguns até já competiam quando ele nasceu, e não deu chance para os que queriam ocupar o degrau mais alto do pódio. Iniciou a etapa na liderança do campeonato, e terminou ainda mais afastado na liderança. Na primeira corrida, Juan Angel Rosso tentou fazer valer a sua pole position, mas não largou tão bem assim, perdeu a posição mas a recuperou em seguida. Até menino Montenegro chegar e emparelhar com ele; depois de um leve toque entre os carros, Ignacio prevaleceu e Rosso perdeu 3 posições naquele instante. Ali mais pra trás o pessoal também estava “inspirado” nas trocas de posições, e certamente os mecânicos das equipes terão algum trabalho de funilaria e pintura a fazer até a próxima etapa, final do mês, em Termas do Rio Hondo. No momento da bandeirada final, logo atrás de Montenegro cruzaram a linha de chegada Juan Manuel Casella em 2º e Bernardo Llaver em 3º. No Top-10 ainda encontramos os brasileiros Galid Osman em 5º, Raphael Reis em 6º, Pedro Cardoso em 7º e Rafael Suzuki em 9º. A segunda corrida do dia mostrou um show de pilotagem de Montenegro, que com o grid invertido largou em 10º e veio escalando o pelotão até novo triunfo, conquistado com uma ultrapassagem feita por fora na penúltima volta. Esse garoto, se conseguir suporte financeiro para tentar carreira internacional, tem grandes chances de trazer boas surpresas. Atrás dele terminaram Juan Manuel Casella novamente na 2ª posição, e Manuel Sapag em 3º. Dessa vez o vice líder do campeonato, Llaver, chegou apenas em 4º. Brasileiros novamente aparecendo apenas no Top-10, com Rafael Suzuki em 6º, Raphael Reis em 8º, Pedro Cardoso em 9º e Fabio Casagrande em 10º. Que tenham melhor sorte em Termas do Rio Hondo...

 

E no sábado a IMSA fez sua primeira prova sprint da temporada, lá nas ruas de Long Beach, e os carros alemães dominaram; tivemos até brasileiro no pódio. Os Porsche da equipe Penske levaram 1º e 3º lugares, respectivamente com as duplas Tandy/Jaminet e Campbell/Nasr, enquanto os BMW M Hybrid ficaram com 2º e 4º lugares, com as duplas De Phillippi/Yelloly e Eng/Farfus. Completando a trifeta de brasileiros, o Cadillac da dupla Derani/Sims chegou em 5º. Dentre os GTs, na GTD Pro o Lexus RC F GT3 terminou na frente, seguido pelo Corvette C8.R GTD e completando o pódio com o Porsche 911 GT3 R. Na GTD, deu vitória do BMW M4, seguido do Aston Martin Vantage e do Lexus RC F.

 

O WEC foi até Portimão e tivemos uma grata surpresa aqui no Brasil: como não existe mais TV por assinatura interessada em transmitir a categoria, o canal de YouTube oficial da categoria disponibilizou narração em português da categoria, trabalho esse feito pelo narrador Sérgio Milani tendo o Rodrigo Mattar como comentarista. E tenho que dizer que a dupla mandou MUITO bem na narração da corrida, espero que o mesmo esquema seja mantido até o final da temporada. A corrida em si foi bem movimentada, auxiliada pelo sinuoso traçado português recebendo 37 carros divididos em 3 categorias (Hypercar, LMP2 e LMGTE-Am), que viu apenas um período de safety-car em suas 6 horas de corrida, causado pela saída de pista do Vanwall de Jacques Villeneuve, ao que tudo indica vitimado por problema no sistema de freios. Na classe Hypercar uma vitória relativamente tranquila do Toyota #8 do trio Buemi/Hartley/Hirakawa, que não teve mais adversário depois que o outro Toyota teve que parar nos boxes para um reparo que custou 7 voltas e 8 posições. Mas o resultado final pode parecer enganador, pois a prova acabou sendo muito boa. Tivemos 5 fabricantes diferentes nas 5 primeiras posições. Em 2º chegou a Ferrari 499 #50 do trio Fuoco/Molina/Nielsen, dando à equipe AF Corse o seu melhor resultado na categoria Geral desde que a equipe começou. O pódio ficou completo com o Porsche 963 da equipe Penske tripulado por Estre/Lotterer/Vanthoor. A 4ª posição ficou com o Cadillac V-Series R Hypercar #2 de Bamber/Lynn/Westbrooke, um bom resultado para a primeira aparição da marca em território europeu desde aquela 24 Horas de Le Mans do Pós Segunda Guerra em que a marca enviou 2 carros para competir, um deles quase original “de rua”. Completando o quinteto de marcas diferentes, em 5º chegou o Peugeot 9X8 de Duval/Menezes/Müller, Peugeot aliás que surpreendeu não apenas pelo design mais futurista que os concorrentes mas também pela rapidez na parte mais travada da pista. Tudo indica que o projeto “nasceu bem”, ainda quero ver se ele aguenta as 24 horas de lenha em Le Mans (claro, principal objetivo da marca) sem quebrar. Se não quebrar, poderemos ter boa surpresa. Dentre os LMP2, dobradinha da equipe United Autosports, com o carro #23 (Jarvis/Pierson/van der Garde) na 1ª posição e o carro #22 (Hanley/Hanson/Lubin) em 2º; completou o pódio o carro #41 da equipe WRT, com os pilotos Andrade/Deletraz/Kubica chegando a pouco menos de 5 segundos dos líderes. Os brasileiros não se deram muito bem: Pietro Fittipaldi (equipe Jota) chegou em 8º ao passo que o Alpine de André Negrão foi o 11º e penúltimo colocado na categoria, com 2 voltas de atraso. Na LMGTE-Am, vitória do Corvette #33 do trio Catsburg/Keating/Varrone, que assim ampliou ainda mais sua liderança na pontuação da categoria. Mas não foi uma vitória fácil: a Ferrari 488 GTE Evo de Luis Companc/Alessio Rovera/Lilou Wadoux pressionou fortemente a equipe estadunidense e cruzaram a linha de chegada apenas 26 centésimos de segundo atrás do líder. O degrau mais baixo foi ocupado pelo Porsche 911 RSR-19 da equipe feminina Iron Dames, carro pilotado por Sarah Bovy/Rahel Frey/Michelle Gatting. Somando tudo, tivemos o recorde de 4 mulheres no pódio lá em Portimão, pela primeira vez na história do WEC. Excelente notícia, espero que mais e mais vezes aconteça e que esse recorde seja ainda ampliado. Vamos ver no final do mês (sábado dia 29) o que acontece lá em Spa-Francorchamps...

 

O Mundial de Motovelocidade foi até Austin para uma etapa que fez a felicidade dos fornecedores de macacões de couro e carenagens, afinal de contas os pilotos conferiram várias vezes a textura do solo... a corrida Sprint no sábado já deu um tempero do que seria o final de semana, com Bagnaia (Ducati) largando na pole e lá permanecendo até o fina da prova enquanto o couro comia atrás dele. Quem se deu melhor nas brigas por posições foi Alex Rins (Honda LCR), que duelou fortemente com Aleix Espargaró (Aprilia) por posições e chegou em 2º, pouco mais de 2 segundos e meio atrás de Bagnaia. A 3ª posição acabou ficando com Jorge Martin, que veio lá da 12ª posição e escalou o pelotão com sua Ducati Pramac. No domingo, como de costume, o show começou com a Moto3, que viu uma largada espetacular do Diogo Moreira, lá da 4ª fila para a liderança logo na Curva 1. O brasileiro não ficou muito tempo na liderança, haja vista que sua moto evoluiu consideravelmente do ano passado para esse aqui (agora pelo menos ela não vai “derretendo” no meio da corrida como fazia ano passado) mas ainda não está no mesmo patamar daquelas das equipes grandes como a Leopard ou a Ajo. A vitória acabou ficando com Ivan Ortola, a primeira de sua carreira no Mundial, muito grato pelas quedas que tornaram a luta dele um pouco menos difícil. Atrás dele a tradicional confusão da Moto3, com as posições se definindo apenas na bandeirada. Sentimento de tristeza para Moreira, que tinha chances de terminar novamente em 2º mas acabou em 4º, perdendo 2 posições na saída da última curva para Jaume Masia (2º) e Xavier Artigas (3º). Em 2 semanas teremos a próxima etapa em Jerez de la Frontera, pista bem mais travada e onde a cavalaria das motos de equipes oficiais tem um pouco menos de importância. Na Moto2, categoria onde tradicionalmente acontecem corridas mais calmas, a disputa também foi acirrada, embora sem a mesma intensidade da Moto3, por questões óbvias. Vitória de Pedro Acosta, da poderosa equipe Red Bull KTM Ajo, apenas 14 centésimos de segundo à frente de Tony Arbolino (Elf Marc VDS). A quase 6 segundos de distância dos líderes, Bo Bendsneyder conseguiu se impor sobre Jeremy Alcoba e ficou com a 3ª posição, uma posição muito batalhada, por sinal, já que Alcoba não facilitou a vida dele nem um pouco. Chegando na categoria rainha, um festival de tombos: Alex Márquez foi levado pelo Jorge Martin, que perdeu a aderência da dianteira e fez um strike no compatriota, depois vieram Aleix Espargaró, Pecco Bagnaia (que não suportou a pressão do Rins e cometeu um daqueles erros bobos que ele é especialista em fazer), Jack Miller, Raul Fernandez, Joan Mir, Nakagami e Bradl. Quem se deu bem nessa história toda foi Alex Rins, que em sua 3ª corrida pela Honda já conquistou uma vitória. Luca Marini (Ducati do VR46 Racing Team) bem que tentou, mas não conseguiu ameaçar suficientemente Rins e acabou se contentando com a 2ª posição. Rins e Marini foram acompanhados no pódio por Fabio Quartararo, que mais uma vez arrancou desempenho que sua Yamaha definitivamente não possui para conseguir um bom resultado e terminar em 3º.

 

E num dia de primeiras vitórias, essa escrita chegou também na Indy, que foi para sua tradicional prova nas ruas de Long Beach. Após estrear ano passado pela equipe de A.J. Foyt e mostrar um bom serviço, esse ano Kyle Kirkwood foi contratado para fazer parte da equipe Andretti, e em sua 3ª corrida pela equipe capitaneada pelo Michael não decepcionou: fez a pole position, correu com inteligência, seguiu as instruções de economia de combustível determinadas pelo seu estrategista e conseguiu a primeira vitória de sua carreira na categoria. Seu companheiro de equipe Romain Grosjean até tentou ensaiar um ataque, mas também estava “curto” de combustível e teve que economizar nas últimas voltas, quase perdendo a posição para Marcus Ericsson (Ganassi), que veio com atitude nas últimas voltas mas não conseguiu encontrar o espaço necessário para concretizar a ultrapassagem. Primeira dobradinha da equipe Andretti desde 2020, a propósito... a vitória ficou nas mãos de quem mais batalhou por ela, efetivamente, já que Kirkwood liderou mais da metade da corrida (53 das 85 voltas disputadas). Infelizmente quem não teve muito a comemorar foi Helio Castroneves, que poderia ter recuperado a volta de atraso que tinha se o Agustín Canapino não tivesse tentado uma estratégia não exatamente das mais inteligentes e permanecido na pista na última bandeira amarela. Aliás, parabéns para a direção da corrida, só colocou o pace car na pista quando realmente era necessário (foram apenas 2 intervenções desse tipo na corrida). Talvez eles possam ensinar alguma coisa para os senhores da Praça da Concórdia lá em Paris...

 

E a NASCAR foi até o Clipe de Papel, ops, Martinsville, para mais uma etapa. Esta é, de longe, uma das pistas que menos gosto na categoria, mas até que a corrida não foi das piores. No primeiro segmento a grande sensação foi Ryan Preece, que dirigiu seu Ford #41 como se fosse um dos mais experientes da categoria e venceu o segmento. Já o segundo segmento ficou nas mãos de Kevin Harvick, sempre um piloto que se mostra forte nessa pista. As trocas de posição na liderança foram – como de costume – variadas, e das 400 voltas da corrida apenas 2 pilotos alcançaram a marca de 3 dígitos na liderança, o já mencionado Ryan Preece com 135 voltas e Chase Briscoe com 109. No último segmento, a 30 voltas do final, Kyle Larson assumiu a liderança pela primeira vez e de lá não mais saiu para conquistar sua segunda vitória na temporada e sua primeira da carreira nessa pista, a qual ele mesmo reconhece que não se adapta bem. Foi seguido por Joey Logano em 2º, colocação impressionante haja vista que teve que largar no funcho do grid por conta de ajustes feitos no carro após a classificação. 3º e 4º lugares ficaram com carros da Joe Gibbs, com Martin Truex Jr. em 3º e Denny Hamlin em 4º. Top-5 se encerrou com Chase Briscoe, aproveitando o excelente acerto que a Stewart Haas conseguiu para a pista (segundo a própria categoria, os 4 carros da equipe lideraram mais da metade das voltas da prova). Vamos ver o que acontece semana que vem em Talladega... esse final de semana o BandBola não conseguiu encontrar nenhum jogo de futebol para colocar no horário da corrida e transmitiu ao vivo, mas quando começar o campeonato brasileiro da Série B, podem anotar, voltam os VTs às 21h.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.