Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Fórmula 1, MotoGP, F. Indy, WEC, TCR South América... e a NASCAR ficou pra segunda PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 01 May 2023 15:09

Olá leitores!

 

Tudo bem convosco? Espero que estejam aproveitando bem essa segunda feira, na qual em boa parte do mundo civilizado é comemorado o feriado do Dia do Trabalho, Dia do Trabalhador, ou seja qual for o nome local da efeméride (e sim, deliberadamente excluí os EEUU da classificação de “mundo civilizado”, saia da Flórida, New York City e California e verão que não é). Final de semana cheio de opções para o fã de esporte a motor, só não tivemos mais, pois as condições climáticas em Dover impediram a utilização da tradicional pista oval de uma milha em concreto, e que pelo que vi por cima na previsão meteorológica não vai ser muito fácil de disputar a prova na segunda-feira... enfim, não é minha pista favorita mesmo, então não estou muito preocupado.

 

Vamos começar com o WEC, que no sábado enfrentou novamente os maus humores climáticos em Spa-Francorchamps para mais uma etapa, as 6H de Spa, que novamente contou com narração ao vivo no canal oficial da categoria em português (gerenciamento de IPs do site deles é invejável, admito, deveria servir de exemplo para muitos outros por aí), o que sempre é uma iniciativa que deve ser louvada e propagandeada. Apesar do resultado final ser aquele já esperado (dobradinha da Toyota, com o carro #7 de Conway/Kobayashi/López na frente do #8 conduzido por Buémi/Hartley/Hirakawa), a corrida foi bem interessante do 3º lugar para trás. O Ferrari 499P #51 de Calado/Giovinazzi/Guidi, conduzido no stint final praticamente em ritmo de classificação pelo Calado, conquistou na última volta o degrau mais baixo do pódio deixando para trás o Porsche 963 #5 da equipe Penske. Em seu retorno às competições europeias, tivemos um Cadillac no 5ª lugar, o que dá uma ótima condição de 4 carros diferentes nas 5 primeiras posições. Na LMP2 um jogo de xadrez entre as equipes WRT e United, com o carro #41 da WRT, pilotado por Andrade/Deletraz/Kubica se impondo ao final da prova ao carro #23 de Blomqvist/Jarvis/Pierson por uma diferença de 6 segundos... numa prova de 6 horas. Fechando o pódio da categoria ficou o carro #34 conduzido por Costa/Scherer/Smiechowski. E na LMGTE tivemos um fato histórico: pela primeira vez na história do Mundial de Endurance uma mulher venceu na categoria em que competia. Quem merece os parabéns é Lilou Wadoux, que compartilhou o volante do Ferrari 488GTE Evo #83 da Richard Mille AF Corse com Luis Pérez Companc e Alessio Rovera para vencer na categoria, deixando o Corvette C8.R #33 de Catsburg/Keating/Varrone mais de 18 segundos atrás no degrau intermediário do pódio, Corvette esse que duelou intensamente contra o Aston Martin#25 de Dinan/Eastwood/Harthy pela posição, com a tripulação do Aston tendo de se contentar com a 3ª posição. Por oportuno, o carro #85 da equipe totalmente feminina Iron Dames fez a pole para a categoria, enfrentou alguns percalços durante a prova e terminou em um ótimo 5º lugar dentre os LMGTE. Agora é aguardar a etapa mais esperada do ano, a 100ª edição das 24 Horas de Le Mans, dias 10/11 de junho.

 

O Mundial de Motovelocidade foi até Jerez de la Frontera para mais uma etapa, para desagrado dos comentaristas de TV mal acostumados às pistas modernas em que o público só consegue ver os competidores na arquibancada em frente ao pit lane ou de binóculo no resto da pista, de tão longe que fica dela. Jerez, ainda que construída nos anos 80, ainda tem aquela coisa “old school” de ter áreas de público mais próximas da pista e alguns locais em que não aumentaram a área de escape por falta de espaço para tanto, não desbastaram o morro ao lado da pista para fazer área de escape. Então onde tinha espaço na pista original aumentaram a área, onde tinha morro... não aumentaram. Aí piloto cai (e ultimamente o pessoal anda bem inspirado para ir conhecer a textura do asfalto de cada pista) e o narrador surta... no sábado tivemos a etapa sprint da MotoGP, o que não tenho certeza se se trata de uma ideia das mais interessantes... se ao menos a etapa sprint servisse para classificar para a prova do domingo ainda vai lá, do jeito que está, e ainda com pontuação proporcionalmente inferior à corrida do domingo em consonância com a duração menor, parece-me um risco desnecessário. Logo no começo, bandeira vermelha para resgatar os envolvidos no strike da primeira volta (Morbidelli, Alex Márquez, Bezzecchi e Fernandez), e a corrida foi encurtada para 11 voltas, ao cabo das quais Brad Binder (KTM) venceu sua segunda prova sprint da temporada, acompanhado de perto por Bagnaia (Ducati) em 2º e Miller em 3º. Aparentemente o australiano gostou desse negócio de deixar a aposentadoria de lado... chegando ao domingo, o pacote completo. Logo cedo a Moto3 nos deu mais um espetáculo de altíssima qualidade, mais uma vez sendo decidida apenas na última volta, com os 7 primeiros colocados recebendo a bandeirada dentro do mesmo segundo. Quem se deu bem foi Ivan Ortola, que venceu David Alonso por minúsculos 34 milésimos de segundo, seguidos de perto pelo 3º colocado Jaume Masia, a 21 centésimos. O brasileiro Diogo Moreira acabou a prova em 10º, o que levando em conta as condições da prova não foi ruim. Em seguida a Moto2, que geralmente não costuma gerar boas corridas, mas dessa vez pelo menos a primeira metade foi bem interessante. Vitória do pole position Sam Lowes, que perdeu a liderança logo após a largada mas conseguiu se recuperar e acabou a prova com pouco mais de 2 segundos de vantagem sobre a grande esperança local, Pedro Acosta, ambos com ampla vantagem (mais de 7 segundos) sobre o 3º colocado Alonso Lopez. Finalmente, na categoria rainha, a MotoGP, tivemos uma baita de uma corrida extremamente interessante para o público e também para o campeonato. Sim, pois assim como na Argentina o Bagnaia fez bobagem e deixou a faca e o queijo na mão do Bezzecchi, dessa vez foi o Bezzecchi que jogou a liderança e a corrida no lixo ao ir conferir de perto o solo da área de escape. Não que a queda de Bezzechi tenha feito a vida de Bagnaia fácil, longe disso, já que Binder (2º) e Miller (3º) fizeram o que estava ao alcance pra dificultar a vida do atual campeão, que voltou à liderança do campeonato. Uma coisa é certa, além de longa (embora um pouco menos longa, já que a estreia do GP do Cazaquistão foi cancelada e a corrida não será substituída no campeonato) será bem emocionante.

 

O TCR South America teve uma etapa “Endurance”, uma hora de corrida com troca de pilotos (aquele tipo de etapa onde aparecem os pilotos convidados), lá em Termas de Rio Hondo. A vitória ficou com o Cupra da dupla Raphael Reis e Jorge Barrio, que conseguiu abrir uma vantagem inesperada em relação ao restante do pelotão (nessa categoria, mais de 6 segundos de vantagem é uma enormidade). A segunda posição ficou com a dupla Damián Fineschi/Facundo Marques (observação aleatória: não consigo ler ou ouvir o nome Damián sem lembrar do clássico do El Cuarteto de Nos, “Yendo a Casa de Damián”), enquanto o degrau mais baixo do pódio ficou com a dupla Gastón Iansa/Bernardo Llaver. Próxima etapa, também seguindo o esquema Endurance, será em Interlagos no final de semana do feriado de Corpus Christi, de 09 a 11/06. Feriado esse que, em acontecendo o que foi previsto para esse mês de maio, pretendo aproveitar para retornar ao Museu da TAM, que foi fechado após a companhia ser encampada pelos chilenos e que tem a reabertura prevista para esse mês de maio. Em acontecendo, lá retornarei, já que esse museu aeronáutico deixa (ou deixava, antes de ser fechado) pouco a dever em termos de qualidade de material exposto aos museus do mundo civilizado.

 

A Fórmula Um foi até o Azerbaijão para a etapa no inacreditável circuito de rua de Baku (inacreditável por conta do tamanho da reta e da velocidade que os carros atingem nela; a pista de Baku, sozinha, deve ter a metragem de retas de uns 3 ou 4 autódromos tapuias somados), para mais um show da Red Bull, que além do grande piloto da atualidade, Max Verstappen, ainda tem o grande especialista em pistas de rua Sérgio Pérez, que liderou a dobradinha da fábrica de energéticos. Eu confesso que fiquei aguardando aquela ordem de equipe para o Pérez deixar o Max vencer, que ao menos aparentemente não foi feita. Acompanhando os dois pilotos da Red Bull no pódio estava Charles Leclerc, em seu primeiro pódio desse ano, segurando como podia a pressão recebida de Fernando Alonso, que almejava muito mais um pódio com o Aston Martin. Não foi uma corrida das mais interessantes, mas já tivemos coisa pior. Agora é torcer por um espetáculo melhor em Miami...

 

Por falar em terras estadunidenses, a Indy foi até o Barber Motorsports Park para sua última etapa antes do grande mês da categoria, Maio, o mês dedicado a Indianapolis. Barber é a prova que você pode fazer uma pista dedicada ao uso particular (nasceu como suporte para a escola de automobilismo de mesmo nome), ou seja, uma pista “de track day”, e ainda ter pontos de ultrapassagem. A pista está longe de ser veloz, mas possui retas de tamanho respeitável, curvas fechadas mas com um raio razoável, e mais de um ponto de ultrapassagem – coisas que são quase tabu nas pistas construídas na Banânia. A vitória ficou com Scott McLaughlin, que utilizou de estratégia e inteligência para impedir a vitória de Romain Grosjean, que largou muito bem, acelerou muito, mas cometeu um único erro na corrida... erro esse aproveitado pelo Scott para o ultrapassar. Sorte de McLaughlin? Talvez. Se ele não tivesse ajudado a sorte e não estivesse no lugar certo para a aproveitar, teríamos a vitória de Grosjean. O certo é que Grosjean e McLaughlin trocaram de posições mais de uma vez, e a contenda se decidiu na volta 72 de 90, quando o francês acabou alargando uma vez a trajetória na curva 5, deixando o lado de dentro aberto para a ultrapassagem do neozelandês. O terceiro lugar ficou dom Will Power, seu primeiro pódio da temporada. Helinho Castroneves terminou em 21º lugar.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini 

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.