Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!

Nesse final de semana tivemos apenas as corridas da PRO2000 no misto de Indianápolis com a participação do piloto pernambucano Francisco ‘Kiko’ Porto, e do paulista Nicholas Monteiro, mas a atividade envolvendo os pilotos brasileiros não parou por aí ao longo da semana que passou.

Enzo Fittipaldi foi pra pista em Barcelona por três dias com todas as equipes de Fórmula 2 da FIA. Os testes foram proveitosos e a variação nas condições meteorológicas fizeram alguns resultados surpreendentes. O piloto brasileiro mostrou-se rápido e consistente, regularmente à frente do seu companheiro de equipe. A categoria irá correr em três semanas no circuito catalão e sendo uma pista de poucas ultrapassagens andar rápido e largar bem é fundamental.

PRO2000

O circuito misto de Indianápolis é a pista com a maior média de velocidade no calendário da categoria e um lugar onde o brasileiro Francisco ‘Kiko’ Porto costuma andar bem e andar bem, marcando bons pontos é algo que ele precisa fazer para alcançar o líder do campeonato, Myles Rowe depois da complicada etapa em Sebring, onde as coisas foram complicadas no final de semana. Nicholas Monteiro ia correr pela primeira vez em Indianápolis, onde já havia feito alguns testes.

Mostrando muito bom entendimento com o carro, o piloto brasileiro conseguiu ser o mais rápido em três das quatro sessões de treinos para a rodada dupla do final de semana, incluindo os treinos livres e o treino que definia o grid para a primeira corrida. Nicholas Monteiro, único piloto da NeoTech Motorsports, foi fazendo o possível sem uma referência na equipe, ele conseguiu a P16 em um grid de 20 carros.

A primeira corrida aconteceu na tarde da sexta-feira, com céu encoberto, mas com pista seca. Os carros saíram do pit lane e seguiram o safety car pelos quase quatro quilômetros e após alinharem dois a dois, entraram na reta. Agitada a bandeira verde para as 25 voltas, Kiko Porto não fez o melhor arranque, com Jack Miller tomando a ponta, mas o brasileiro se recuperou ainda na reta e contornou a curva 1 na liderança. Nicholas Monteiro caiu para P17 com a superlargada de Yuven Sundaramoorthy.

Os três primeiros se destacaram, mas logo o pelotão se agrupou. Kiko Porto completou a primeira volta na frente enquanto Michael D’Orlando tomava a P2 de Jack Miller antes da bandeira amarela ser agitada. A relargada só veio no início da volta 6 e Kiko Porto acelerou bem antes e segurou a liderança no final das duas retas, mas Michael D’Orlando estava muito rápido e atacava forte o brasileiro, com Jack Miller na P3 e os três abrindo dos demais. Nicholas monteiro mantinha a P17 após completarem uma volta e a disputa estava intensa.

Kiko Porto vinha controlando bem a situação até que começou a chover e a direção de prova colocou a bandeira amarela em toda a pista. Nicholas Monteiro tinha conseguido avançar e subido para a P15. Além de mudar a condição de pista, a bandeira amarela agrupou o pelotão e ajudou o líder do campeonato, que já estava na P6. Faltando 13 voltas pro final veio a bandeira vermelha e os carros recolheram para o pit lane.

Após os carros trocarem para pneus de chuva e a intensidade da chuva diminuir, os carros voltaram pra pista sob bandeira amarela atrás do safety car com 21 minutos de corrida no relógio ou 12 voltas. Na relargada, Kiko Porto conseguiu segurar o ataque de Michael D’Orlando e se manteve na liderança após as duas longas retas. Nicholas Monteiro se manteve na P15. Na passagem seguinte, depois de defender por fora a ponta, Kiko Porto espalhou na curva 3 e caiu pra P3.

Com os pneus de chuva seu carro não rendia como no seco e ele não acompanhava os 2 primeiros, e vendo Jonathan Browne e Ricardo Escotto chegando. O brasileiro perdeu as duas posições e caiu pra P5 enquanto Nicholas Monteiro ganhava a P14. Na reta oposta Kiko Porto caiu pra P6. parecia pilotar no sabão e foi caindo até a terminar a prova numa negativamente inesperada P7. Nicholas Monteiro ficou com a P15. O líder do campeonato foi apenas o P18.

Na manhã do sábado tivemos a corrida 2 do final de semana e o grid foi definido pelas voltas mais rápidas na corrida 1 (evidentemente quando a pista ainda estava seca) e quem largava na pole era Myles Rowe. Kiko Porto, que correu pressionado todo o tempo, ficou com a P4 e Nicholas Monteiro, que andou melhor na pista em condição molhada, largava na P19. A pista estava seca e havia sol, com poucas chances de mudanças.

Dada a bandeira verde para as 25 voltas, Kiko Porto buscou a linha de fora, sem pegar vácuo, contornou a curva 1 por fora e bateu rodas com Lirin Zendelli para manter a P4 na sequência de curvas antes da reta oposta. Aparentemente não houve danos no carro do brasileiro, que viu o líder do campeonato rodar sozinho e entregar a P3 para o brasileiro. Nicholas Monteiro ganhou uma posição e subiu para P18 com a rodada.

Tivemos uma bandeira amarela na abertura da volta 3 e Kiko Porto havia sido superado por Reece Ushijima. Nicholas Monteiro foi para os pits com algum problema no carro não informado pelos comentaristas. Com o andar da prova em bandeira amarela o céu foi ficando encoberto e o sol desapareceu. Nicholas Monteiro conseguiu voltar pra pista, mas com voltas de desvantagem.

A relargada veio na volta 7 e foi estranho com os primeiros muito lentos e sendo engolidos por quem vinha atrás. Tivemos uma batida na entrada da reta oposta e uma nova bandeira amarela e entrada do safety car e no replay ficou clara que houve uma múltipla queima de largada (para padrões europeus), mas com as regras americanas Kiko Porto, que ficou preso atrás de Reece Ushijima ficou fora do top10, na P12! Nicholas Monteiro era o P15, mas com voltas de estrada.

A relargada estava em revisão durante a bandeira amarela e o tempo de corrida ia passando, mas veio a relargada e nada havia mudado com 15 voltas para o final. Kiko Porto foi para o ataque e ganhou uma posição na relargada e Nicholas Monteiro caiu pra P16 e na volta seguinte voltou ao pit lane. Kiko Porto parecia ter problemas no carro e havia caído para P14, sendo o último do pelotão que andava relativamente junto. Nicholas monteiro tentou continuar na prova e era o P15.

Kiko Porto subiu para P13 e tentava se recuperar na corrida faltando 10 voltas para o final e estava conseguindo se aproximar de Yuven Sundaramoorthy, conquistando a P11 com 8 voltas para o final. Agora era correr para diminuir o estrago daquela relargada de Francesco Pizzi. Nicholas Monteiro foi uma terceira vez para os boxes e acabou por abandonar a prova. A diferença de Kiko Porto para Lirin Zendelli era de quase 2s e com 6 voltas para o fim. O brasileiro tirou a diferença na penúltima volta ganhou a P10, mas voltou a perdê-la antes do final. Kiko Porto ainda é o vice líder do campeonato com 100 pontos, 39 atrás do líder.

E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando as categorias de base com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em qualquer dos continentes pelo mundo e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. 

Um abraço a todos,

Genilson Santos